Exclusivo: após adaptação difícil, Leal projeta sucesso na Itália e seleção
Carolina Canossa
19/11/2018 06h00
Leal foi um dos destaques na importante vitória do Civitanova sobre o Modena neste domingo (18) (Foto: Divulgação/Lube Civitanova)
"Foi muito difícil, creio que aqui o nível é muito alto". Extremamente sincero, o cubano naturalizado brasileiro Yoandy Leal respondeu assim ao ser questionado sobre sua adaptação ao voleibol italiano, depois de seis anos defendendo o Sada Cruzeiro. Alvo constante dos potentes saques rivais, o agora jogador do Lube Civitanova ainda tenta, pouco a pouco, encontrar seu melhor jogo no mais recente desafio profissional que se impôs.
Um bom passo foi dado neste domingo (18), quando o Civitanova conseguiu uma importante vitória no tie-break (21-25, 31-29, 25-20, 25-27 e 15-9) fora de casa sobre o Modena, em duelo direto pela segunda colocação no Campeonato Italiano – ainda invicto, o Perugia ocupa a ponta com 24 pontos, seis à frente dos rivais, que superam o Modena e o Trentino nos critérios de desempate. Responsável por 22 pontos, Leal conversou com o Saída de Rede logo após o duelo.
Base feminina de vôlei: por que não estão surgindo novos talentos no Brasil?
A coragem de Douglas Souza ao falar abertamente sobre sua orientação sexual
"A adaptação com o time (foi complicada), pois ainda não havíamos jogado juntos, mas está melhorando e espero chegar à final com um grande rendimento", comentou o ponteiro, que agora joga ao lado do levantador Bruno Rezende, titular da seleção brasileira. "Ainda temos que nos adaptar, mas está bem legal. Somos companheiros de quarto, o que faz nossa amizade crescer e espero que a gente siga jogando em alto nível na seleção", afirmou.
A transferência para a Itália, de acordo com Leal, é justamente parte do plano para brilhar com a camisa da seleção – por conta de burocracias envolvendo documentações das federações cubana e brasileira, ele só estará disponível para convocação de Renan Dal Zotto a partir de 30 de abril de 2019, apesar de ser naturalizado brasileiro desde dezembro de 2015.
"Vim pra cá pra Itália para ganhar experiência em um outro nível. Sempre joguei no Brasil e fui muito bem nos seis anos que estive lá, mas o nível na Itália, na Europa, é muito forte. Creio que minha vinda foi uma boa decisão, pois jogar aqui vai ajudar meu jogo. Estou com dificuldade na recepção, mas aos poucos vou melhorando. Para mim, é chegar e aumentar o nível da seleção brasileira", destacou.
Sobre o recém-encerrado Mundial, no qual os brasileiros ficaram com a medalha de prata, Leal disse ter acompanhado apena a reta final por conta das férias em Cuba, mas elogiou os futuros companheiros de equipe. "Depois que o Brasil ganhou da Rússia, cresceu muito na competição e mereceu chegar na final, mas a Polônia fez uma partida perfeita. Creio que o Brasil está de parabéns e tem que seguir lutando e crescendo. Agora vem a Liga das Nações e a Olimpíada e o objetivo sempre é ganhar", observou.
*Entrevista concedida a Euclides Neto, em Modena (Itália)
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.