Por Daniel Rodrigues

No duelo mais importante da seleção brasileira na Liga das Nações, valendo vaga para a semifinal da competição, as comandadas de José Roberto Guimarães conseguiram seu melhor desempenho até agora. Os dias sem jogos e os treinamentos no Japão desde o fim da fase classificatória fizeram muito bem ao Brasil, que se impôs do início ao fim na manhã desta quinta-feira (28) e não tomou conhecimento da Holanda em sua estreia na fase final, levando a melhor em sets diretos e parciais contundentes de 25-16, 25-17 e 25-23.

Superior em todos os fundamentos e mais consistente que na etapa de classificação, o time verde-amarelo teve muitos pontos que merecem ser ressaltados no confronto contra as europeias. O sistema defensivo apresentou considerável evolução e a recepção estável gerou uma distribuição homogênea e precisa da levantadora Roberta, que pôde utilizar todas as suas jogadoras, sem sobrecarregar ninguém.

A defesa das brasileiras esteve muito bem posicionada durante todo o jogo, com destaque para líbero Suelen, que conseguiu colocar para cima quase todas as bolas, além do ótimo desempenho no passe. Consequentemente, a quantidade de contra-ataques foi elevada e o aproveitamento deles muito positivo, com as atacantes do Brasil extremamente conscientes, sem enfrentar o bloqueio adversário.

O saque também foi fundamental para a classificação das sul-americanas. Taticamente forte, o fundamento foi responsável por desestabilizar o passe das holandesas e concentrar a maior parte das jogadas na oposto Sloetjes, facilitando a marcação das brasileiras e forçando os erros da equipe laranja.

Na terceira parcial, a Holanda voltou mais agressiva e as entrada da central Nicole Koolhaas e de Celeste Plak deram confiança às europeias. Mesmo se desconcentrando em alguns momentos e errando um pouco mais em relação aos outros sets, o Brasil conseguiu liquidar o duelo.

Tandara foi novamente a maior pontuadora do time brasileiro, com 17 pontos e excelente aproveitamento nos ataques. Mas, com 14 bolas no chão, a ponteira Gabi também merece ser destacada, pois atuou pela primeira vez durante todo tempo, além de ajudar bastante no fundo de quadra. Com a atuação enfática das ponteiras titulares, Jaque, chamada à Ásia devido a lesão de Drussyla, entrou nas três parciais somente para sacar e fazer o fundo de quadra.

O cenário apresentado hoje é animador e mostra evolução individual e coletiva, mas o Brasil precisará manter a excelência na sua atuação para o próximo desafio na Liga das Nações. O jogo, que definirá o primeiro lugar do Grupo A, será contra a anfitriã China, às 9h30 desta sexta-feira (29).

Na partida válida pelo Grupo B, a jovem seleção turca derrotou a Sérvia, vice-campeã olímpica, por 3 sets a 2 (20-25, 25-21, 25-18, 19-25 e 16-14). Muito sobrecarregada, a oposto Boskovic colocou 31 bolas no chão, mas foi marcada no set decisivo, possibilitando o triunfo de suas rivais. Pela Turquia, que somou três pontos e segue com chances de classificação à semifinal, os destaques ficaram por conta de Hande Baladin, com 20 pontos, e da promissora Karakurt, que saiu do banco e anotou 14.