Sidão se reinventa dentro das quadras e se desdobra fora delas
Carolina Canossa
25/06/2018 06h00
"O atleta passa por um momento novo dentro das quadras, onde está se reinventando" Divulgação/Corinthians-Guarulhos
Por Daniel Rodrigues
Prestes a completar 36 anos, o central Sidão é nome conhecido e respeitado nacional e internacionalmente quando o assunto é voleibol. Entre as principais conquistas, o jogador do Corinthians-Guarulhos tem em seu currículo o ouro no Mundial de 2010, a prata na Olimpíada de Londres (2012), além de quatro Ligas Mundiais e outros tantos campeonatos importantes.
Após três cirurgias no ombro, a última em 2016, o atleta passa por um momento novo dentro das quadras, onde está se reinventando. "Os médicos dizem que após um ano de cirurgia, a musculatura começa a responder melhor e os ligamentos também, então eles acham que esse ano eu vou sentir menos dor que no ano passado e a tendência é ficar mais à vontade. Porém, hoje em dia não consigo mais ser tão forte como antigamente, quando eu malhava bastante. Sempre fui um jogador de muita explosão, então agora tenho que me readaptar e readequar meu estilo do jogo. Antigamente eu atacava e sacava muito forte, hoje em dia eu penso mais no sistema de bloqueio e opto mais por um saque flutuante, para eu poder gastar um pouco mais do ombro no ataque. Tenho que já pensar em jogar com um pouco mais de experiência e não mais tanta força".
Cortado da seleção brasileira para a disputa dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (2016), o meio de rede até chegou a ser convidado por Bernardinho para voltar quando Maurício Souza machucou a coxa, mas preferiu ficar fora. Quase dois anos depois, as prioridades do jogador seguem sendo outras e Sidão se mostra bem convicto ao abordar o tema. "É uma coisa que está bem definida. Pude ficar nove anos lá, participar de tudo e foi uma conquista muito grande, como objetivo pessoal. Hoje, vendo os centrais que nós temos lá, eu estou um pouco abaixo pelo meu fato físico. Vou completar 36 anos agora, então opto mais por ficar no clube e dar um suporte maior para minha família. Seleção é a prioridade da minha mulher. Agora que temos uma filha (Lara), quero criá-la da melhor forma e fazer ela ver a mãe dela jogar. Como já me sinto uma pessoa realizada e a Dani, por ser uma jogadora mais jovem, precisa continuar esse ciclo e eu tenho que tomar conta da nossa cria", revelou.
Dani Lins, esposa de Sidão, está treinando firme em Saquarema para disputar uma vaga entre as levantadoras que representarão o Brasil no Campeonato Mundial do Japão, no final de setembro. Caso a jogadora esteja entre as selecionadas, a pequena de Lara, de apenas três meses, não poderá acompanhar a mãe à Ásia, e o pai, que já diz colocar "a mão na massa", garante que vai dar conta do recado. "A Lara veio para somar nas nossas vidas e nossa rotina acaba mudando. Vou ficar com ela aqui no Brasil, contando com a ajuda da tia da Dani, que nos dá um ótimo respaldo quanto a isso. Vou estar aqui no Corinthians, aqui do lado. Vou fazer o bate e volta todo dia e vou conversar com a galera do clube se há possibilidade de nesse período eu fazer o treinamento da parte da manhã em casa. É uma coisa que tem que ser conversada, porque a tia da Dani vai precisar de ajuda. Faço questão de colocar a mão na massa, pois já tenho um filho de 10 anos e a única coisa que me arrependo é de não ter vivenciado isso com ele. Agora quero ver se eu compenso com minha filha", afirma.
O sexto lugar na última Superliga foi um resultado satisfatório para um estreante na última Superliga, mas os reforços do levantador Marcelinho e do ponteiro Diogo animam ainda mais o jogador para a participação do Corinthians na próxima edição do campeonato. "Posso falar que é um time muito mais experiente, se não for o mais experiente da Superliga. Acredito que nosso time se fortaleceu, mas tem que ter um certo respaldo. Consequente temos excelentes profissionais lá dentro para conseguir administrar uma temporada longa, para que todos estejam bem fisicamente. Temos tudo para fazer uma excelente temporada, com a velha raça corinthiana, correndo atrás para chegar o mais longe possível", finalizou.
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.