Altos e baixos marcam desempenho da seleção masculina na Rússia
Carolina Canossa
10/06/2018 12h15
Seleção masculina passou por sufocos inesperados, mas somou oito de nove pontos possíveis em Ufa (Fotos: Divulgação/FIVB)
Primeiro, uma ótima vitória sobre a Rússia. Depois, sufoco contra o Irã. Por fim, dificuldades inesperadas contra a China. Encerrada a terceira rodada da Liga das Nações masculina, pode-se dizer que a irregularidade foi a marca da seleção brasileira na etapa de Ufa. Ao menos o time comandado por Renan Dal Zotto somou oito dos nove pontos possíveis e segue na segunda colocação geral da disputa, atrás apenas da Polônia nos critérios de desempate.
Depois de dominar o time da casa com um ótimo saque na sexta-feira (8), o Brasil deu a impressão de que seguiria no mesmo ritmo no sábado (9). Só que a equipe relaxou, sofreu apagões em quadra e por muito pouco não foi superada pela perigosa seleção iraniana. O mesmo ocorreu no domingo (10), com a China chegando a ter chances reais de fechar o terceiro set, mas a qualidade técnica insuficiente dos adversários impediu que o jogo se alongasse mais do que o esperado.
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(Aliás, uma pequena pausa: por que será que a China, absolutamente vitoriosa no feminino, é tão inferior entre os homens? Material humano não falta lá, ainda que a primeira preferência dos garotos altos no país seja o basquete. Fica a reflexão).
A "cara" da seleção em Ufa foi Douglas Souza. Chamado por Renan Dal Zotto mesmo após uma temporada abaixo da média no Sesi, o ponteiro foi testado no time titular e protagonizou belos ataques seguido por erros bobos. Acontece, faz parte do desenvolvimento de um atleta e a confiança do técnico para trabalhar tranquilamente ele tem. O que Douglas precisa focar mesmo é no passe, fundamento no qual ainda entrega menos do que deveria para o voleibol de alto nível.
Grande nome da vitória contra os Estados Unidos, o levantador William Arjona foi outro a viver altos e baixos, com jogadas geniais (que precisão ele tem para levantar com manchete!) e erros de combinação. A presença de um levantador acostumado a jogar com o elenco, caso de Bruno, é fundamental no esquema de Renan para desempacar a rede quando o time trava. Arrisco a dizer que ambos os armadores seguirão se alternando ao longo de toda a temporada.
Como destaques positivos, Isac, vivendo um grande momento na carreira, e Wallace, indiscutível na saída de rede e com o saque cada vez mais afiado. Agora, a seleção brasileira masculina se prepara para um rodada difícil em Varna (Bulgária) onde encara Canadá, França e o time da casa entre sexta-feira (15) e domingo (17).
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.