Corinthians tenta superar apagões para se manter vivo na Superliga
Carolina Canossa
29/03/2018 11h00
Corinthians desperdiçou chances claras de vitória no último domingo (25) (Foto: Flávio Perez/Onboard Sports)
Houve falha da arbitragem no primeiro jogo? Sim, mas isso não é desculpa para ignorar os próprios erros, que também foram determinantes para a derrota por 3 a 0 na Vila Leopoldina. É com esse espírito que o Corinthians-Guarulhos parte para o segundo jogo da série melhor-de-três contra o Sesi válido pelas quartas-de-final da Superliga masculina de vôlei. Uma derrota na partida que começa às 21h30 desta quinta (29) no ginásio da Ponte Grande, elimina o Alvinegro da competição.
Um exemplo ocorreu no segundo set do duelo realizado no último domingo (25): após estar vencendo a parcial por 23 a 19, a equipe, que tem no líbero Serginho sua principal estrela, permitiu a reação rival e acabou derrotada por 28 a 26. Na sequência, houve equilíbrio até a metade do terceiro set, quando o time se perdeu de novo e tomou seis pontos em oito disputados, sequência fundamental para o confronto ser encerrado com um 25 a 23.
"A gente treina durante toda a temporada para minimizar esses apagões", lamentou o oposto Rivaldo, principal atacante do elenco corintiano. "O Sesi também tem esses lapsos, mas não são tão constantes porque eles têm um sistema defensivo melhor. A equipe deles foi mais eficiente durante o campeonato e provou neste primeiro jogo, mas a nossa ideia é quebrar isso e provocar a terceira partida", analisou.
Na visão do técnico Alexandre Stanzioni, se não fossem tais falhas, o Corinthians teria saído com um resultado positivo na abertura das quartas de final. "Nessas situações de final de set, em que temos a condição de matar, erramos uma coisinha ou outra. É um passezinho, uma bola que não rodamos… Ai, o adversário vem mais intenso pra cima da gente. Se aprendermos isso, resolve o jogo", comentou.
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Para ele, o segredo é pensar melhor as jogadas nos momentos críticos da partida. "Tem que fazer o que foi combinado. Aceleramos demais jogando naquela ideia de "vamos, vamos, vamos" e esquecemos de pensar. É preciso trabalhar em conjunto, rodar aquela bola que falta, aquela cobertura que faz a diferença, a bolinha que bate pra voltar. Se trabalhar assim, temos chances", garantiu.
Rivaldo concorda e ressalta que o time não vai desistir: "O campeonato está aberto, a série está aberta. Na nossa casa, o jogo será bem mais pegado do que foi, então vamos pra cima".
SESI PRECAVIDO
O Sesi, por sua vez, adota um discurso de cautela – até porque nos dois jogos entre as equipes da fase classificatória, o placar também apontou vitórias duras, ambas por 3 a 2. "Acho que temos bastante detalhes a trabalhar, como o nosso sideout, o sistema defensivo, o saque…", comentou o técnico Rubinho.
Ele destacou ainda o fato de os bloqueios terem demorado a encaixar no domingo: o primeiro set, por exemplo, foi marcado por apenas um ponto no fundamento e ele foi favorável ao Corinthians. "Quando você vem de dois 3 a 2, a possibilidade de tomar uma finta é grande porque você não pode sair achando que os caras vão trocar a formação que você imaginava, mas eles fizeram isso. Eu tinha um plano de ação e no terceiro set consegui impor essa medida de controle, então a paridade da rotação ficou melhor por nosso jogo", explicou.
De fato, o Sesi só conseguiu um respiro no placar com as entradas de Renato no lugar de Douglas Souza e a inversão 5-1, com Franco e Evandro nos lugares de William e Alan. "Nosso time é, acima de tudo, homogêneo. Esse é uma carta na manga que talvez os outros não têm, essa condição de nos reestabilizarmos quando somos colocados em xeque pela qualidade do adversário", comemorou.
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.