A expectativa era que Vôlei Nestlé e Hinode Barueri fizessem o encontro mais equilibrado das quartas de final da Superliga feminina 2017/2018. De fato, emoção não faltou: chances alternadas, ralis intensos, erros evitáveis e uma interessante disputa particular entre as opostas Tandara e Skowronska deram o tom da série melhor-de-três, que foi encerrada em 2 a 0 após a vitória de Osasco fora de casa na noite deste sábado (17) por 3 sets a 1, parciais de 25-18, 17-25, 25-21 e 26-24.

A reta final do último set disputado no ginásio José Corrêa foi representativo da série: quando poderia ter o contra-ataque para fazer 24 a 22, um erro bobo (rede de Jaqueline) empatou a parcial em 23 pontos. A equipe da casa ainda teve o set point pouco depois, mas deixou a oportunidade escapar. Na sequência, Skowronska tomou um tocaço de Tandara que colocou o placar em 24-25. Aí, foi preciso apenas um ataque rápido pelo meio de Ninkovic para a assegurar a continuidade do tradicional time de Osasco na competição.

Erros individuais à parte – a polonesa jogou em alto nível neste sábado, enquanto Jaque foi importante para desafogá-la no ataque mesmo com dores no ombro direito -, uma equipe que deseja estar entre as quatro melhores do país não pode pecar tanto em momentos decisivos. A mesma situação já havia ocorrido no domingo passado (11), quando Barueri poderia muito bem ter vencido três dos quatro sets disputados no José Liberatti.

Ainda que a quinta colocação na Superliga não seja ruim para um time que sequer existia há dois anos, a comissão técnica comandada por José Roberto Guimarães provavelmente irá lamentar também a falta de consistência apresentada em seu primeiro mata-mata na elite. Foram muitos altos e baixos no saque e no bloqueio. Um exemplo: só no segundo set, Barueri conquistou cinco pontos no bloqueio, mesma quantidade do obtido em todo o restante da partida.

A eliminação do Hinode significa também o fim (temporário?) da oportunidade de o fã brasileiro ver de perto uma das melhores levantadoras em atividade no mundo atualmente, Carli Lloyd. Contratação de última hora, a americana chegou apenas na segunda quinzena de janeiro ao Brasil, mas adaptou-se rapidamente e elevou o jogo da equipe a outro patamar. Faltou ajustar um pouco melhor o entrosamento com Thaisa, mas, a julgar pelo contexto geral, sua passagem por aqui é digna de aplausos.

Por outro lado, continuaremos a ver de perto Tandara por mais algumas semanas. Melhor jogadora do país na atualidade, ela saiu de quadra com 21 pontos mesmo estando bem marcada. As ponteiras Angela Leyva e Mari Paraíba foram importantes para que o Vôlei Nestlé não sucumbisse em uma noite em que a estrela do time não brilhou tanto. É importantíssimo que isso volte a acontecer na semifinal, caso a equipe queira derrubar o Dentil/Praia Clube na série melhor-de-cinco que decidirá o finalista deste lado da chave.

Por fim, dois pontos: muito legal ver a volta de Camila Brait ao vôlei, menos de quatro meses após a cesárea que trouxe sua primeira filha, Alice, ao mundo. Relacionada pela primeira vez desde então, a líbero fez rápidas passagens pelo fundo de quadra no terceiro e quarto sets, mas aparentou estar em forma e pode ser muito útil em um elenco que tem deficiências de passe. Celebremos também a torcida de Barueri, que estabeleceu o novo recorde de público em um jogo da atual edição da disputa (5000 pessoas) e fez uma bonita festa na tentativa de apoiar a equipe da casa.

Curta o Saída de Rede no Facebook!

Siga-nos no Twitter: @saidaderede