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Quem leva a melhor nas quartas de final da Superliga feminina?

Sidrônio Henrique

08/03/2018 06h00

A partir desta sexta-feira (9) começam as quartas de final da Superliga feminina 2017/2018. O Saída de Rede faz uma avaliação dos prováveis desfechos em cada série, disputada numa melhor de três jogos.

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Vôlei Nestlé vs. Hinode Barueri
Esse é o mais equilibrado dos quatro confrontos, envolvendo o quarto colocado, Vôlei Nestlé, e o quinto, Hinode Barueri. No turno e returno, duas vitórias da equipe de Osasco por 3-1 sobre o time comandado pelo técnico José Roberto Guimarães. Porém, se a equipe do treinador Luizomar de Moura pouco alterou seu padrão de jogo após deslocar Tandara da entrada para a saída de rede, numa evidente melhora, o Barueri foi recuperando algumas peças gradativamente e subiu de produção com a chegada da levantadora americana Carli Lloyd no segundo turno.

É principalmente pela presença de Lloyd que o cenário pode mudar em favor do Hinode. O Vôlei Nestlé ainda não enfrentou esse adversário com a armadora titular dos Estados Unidos em quadra, o que implica numa mudança da marcação. Some-se a isso a oposta polonesa Kasia Skowronska em melhor forma e ainda a presença da central Thaisa, embora longe do ideal, e o time de Barueri, que conta também com a presença de Jaqueline na linha de passe, cresce.

Do outro lado, Osasco tem Tandara, uma das principais atacantes de bolas altas do mundo. Para que não fique sobrecarregada, a recepção deverá permitir que a levantadora Fabíola utilize as centrais e que a ponta peruana Angela Leyva, que tem oscilado numa frequência preocupante, seja mais efetiva. O Vôlei Nestlé teve seu melhor momento da temporada, até aqui, na Copa Brasil, quando bateu o arquirrival Sesc-RJ e quebrou uma sequência de vitórias do Dentil/Praia Clube. Ainda não rendeu tanto na Superliga. Entra na disputa das quartas de final como favorito diante do Barueri. Se o passe funcionar, tem grandes chances de avançar às semifinais.

Partidas:
Dia 11 (domingo), às 10h30, no ginásio José Liberatti, em Osasco (SP), com SporTV
Dia 17 (sábado), às 17h, no ginásio José Correa, em Barueri (SP), com SporTV
Se necessário, o terceiro jogo será em Osasco, no dia 20 (terça-feira), em horário a definir

No turno e no returno, o Fluminense não conseguiu ganhar um set do Minas (foto: Orlando Bento/MTC)

Camponesa/Minas vs. Fluminense
Uma olhada nos confrontos entre essas duas equipes na Superliga 2017/2018 e o Camponesa/Minas salta como uma parada indigesta para o Fluminense. A tradicional equipe de Belo Horizonte, terceira colocada na fase de classificação, não perdeu sets para o rival carioca (sexto lugar na tabela) no turno e no returno.

O time comandando pelo italiano Stefano Lavarini foi se ajustando ao longo da competição, como disse em entrevista ao SdR a veterana central Carol Gattaz. Recentemente, o Minas derrotou o Sesc na final do Sul-Americano. A oposta americana Destinee Hooker, que estreou com a Superliga em andamento, embora não repita as atuações da temporada passada, tem sido mais consistente nas últimas rodadas. Outra americana, a ponta Sonja Newcombe, ajudou a dar mais estabilidade ao passe, aliviando a carga da líbero Léia. Mas o grande destaque é mesmo Gattaz, que aos 36 anos vive grande fase.

Pelo Fluminense, para piorar a situação, a experiente oposta Renatinha torceu o tornozelo direito durante um treino há duas semanas e não entrará em quadra este fim de semana, segundo a assessoria de imprensa do clube. O time, que teve algumas boas atuações no primeiro turno, caiu de ritmo no segundo. É pouco provável que impeça o Minas de seguir em frente.

Partidas:
Dia 10 (sábado), às 10h30, no ginásio da Hebraica, no Rio de Janeiro, com SporTV
Dia 17 (sábado), às 15h, na Arena Minas, em Belo Horizonte, com RedeTV e GloboEsporte.com
Se necessário, o terceiro jogo será em BH, no dia 20 (terça-feira), em horário a definir

Com o Sesc enfrentando diversos problemas físicos, Bernardinho tenta equilibrar o time (Orlando Bento/MTC)

Sesc-RJ vs. Pinheiros
A equipe carioca tem oscilado como há muito não se via, mas não deve ser nessa fase que vai enfrentar grandes problemas. O duelo repete o confronto dos playoffs da temporada passada, quando esses dois times foram primeiro (Sesc) e oitavo (Pinheiros) colocados – desta vez terminaram o returno como segundo e sétimo na tabela. Nos dois confrontos na atual edição da Superliga, vitórias do Sesc por 3-1 e 3-0.

Apesar da vice-liderança na fase de classificação, o Sesc passou por momentos complicados na Superliga 2017/2018 para estruturar a equipe. Já não podia contar com a ponta Gabriela Guimarães, que se recuperava de uma cirurgia no joelho, e perdeu a outra Gabi, também ponteira, lesionada. A central Juciely ainda tenta recuperar o ritmo após uma artroscopia no joelho. A ponta dominicana Yonkaira Peña foi contratada no primeiro turno, mas suas atuações têm sido irregulares. Gabi Guimarães está de volta desde o final de dezembro, porém, assim como Juciely, aos poucos vai retomando a forma.

A oposta Monique sofreu uma lesão abdominal durante a disputa do Sul-Americano e ainda é dúvida para este fim de semana. Voltou a treinar nesta quarta-feira (7) e viaja com a equipe para São Paulo, mas deve ser poupada pelo técnico Bernardinho.

O Pinheiros cumpriu, mais uma vez, a tarefa de se classificar para o mata-mata. A principal arma do time paulistano é a oposta Bruna Honório. No entanto, falta ao Pinheiros mais consistência para encarar o Sesc, que tem tudo para fechar a série em dois jogos e marcar presença nas semifinais. A equipe carioca busca o 13º título na Superliga.

Partidas:
Dia 9 (sexta-feira), às 21h30, no ginásio Henrique Villaboim, em São Paulo, com SporTV
Dia 16 (sexta-feira), às 21h30, na Jeunesse Arena, no Rio de Janeiro, com SporTV
Se necessário, o terceiro confronto será no Rio, no dia 19 (segunda-feira), em horário a definir

Tifanny em ação contra o Praia no returno: 50% dos ataques do Bauru (Divulgação/Vôlei Bauru)

Dentil/Praia Clube vs. Vôlei Bauru
Na disputa entre o líder da fase classificatória, Praia Clube, e o oitavo colocado, Bauru, é difícil crer que o azarão possa levar a melhor. Fosse apenas um jogo, seria possível apostar numa eventual atuação destacada da oposta Tifanny, principal atacante do time do interior paulista. Porém, com a vaga na semifinal decidida em melhor de três, é improvável que a equipe do Triângulo Mineiro caia – venceu Bauru por 3-0 e 3-2 na competição.

O Praia Clube investiu pesado e fez uma campanha quase irretocável no turno e returno. Sob o comando do técnico Paulo Coco, perdeu apenas para o Sesc e no quinto set – numa partida em que poupou a central Walewska, com inflamação no joelho, e que teve a ponta Fernanda Garay, lesionada na panturrilha, no banco de reservas a maior parte do tempo. O time estará completo nas quartas de final, contando ainda com a oposta americana Nicole Fawcett e a central Fabiana.

O Bauru pode dividir sua campanha em antes e depois de Tifanny. Aliás, foi diante do Praia Clube, no segundo turno, na derrota em casa por 2-3, que ela estabeleceu o novo recorde de pontos numa partida da Superliga, 39 – marca mais tarde igualada por Tandara, do Vôlei Nestlé. Tifanny é a bola de segurança do aguerrido time bauruense e já chegou a receber 75 levantamentos num jogo – no dia em que quebrou o recorde de pontos. Os torcedores de Bauru certamente guardam essa partida na memória. Mas ao quase bater o Praia, além dos 39 pontos de Tifanny, o Vôlei Bauru não encarou Fawcett, que por causa de uma lesão na panturrilha não jogou.

Partidas:
Dia 9 (sexta-feira), às 19h, no ginásio Panela de Pressão, em Bauru (SP), com SporTV
Dia 16 (sexta-feira), às 19h, no ginásio do Praia, em Uberlândia (MG), com SporTV
Se necessário, o terceiro confronto será em Uberlândia, no dia 19 (segunda-feira), em horário a definir

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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