Leal na Itália? Civitanova quer o atacante do Sada Cruzeiro
Sidrônio Henrique
11/02/2018 06h00
O contrato do ponteiro cubano naturalizado brasileiro Yoandy Leal com o Sada Cruzeiro termina ao final desta temporada e tem gente de olho nele. Quem não quer um dos melhores atacantes do mundo? Segundo o jornal italiano La Gazzetta dello Sport, um dos diários esportivos de maior prestígio na Europa, o Lube Civitanova pretende contratar o ponta para o período 2018/2019.
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Mas o Sada Cruzeiro não vai abrir mão do seu principal atacante de bolas altas assim tão fácil. Alessandro Lima, agente do atleta, disse ao Saída de Rede que o clube mineiro já tem uma proposta para tentar segurar Leal. Conforme Lima, o ponteiro tem pelo menos seis ofertas, cinco delas de clubes estrangeiros – ele não quis especificar a origem. "Essa situação se repete cada vez que o contrato dele com o Sada está prestes a vencer", completou.
Jogadores do Civitanova e do Sada se cumprimentam na rede antes da partida de estreia no Mundial 2017
Mercado
É natural que qualquer atleta, independentemente da sua qualidade (e Leal pertence a uma elite), transforme meras sondagens em propostas como forma de valorizar seu passe. Faz parte do jogo. É certo também que qualquer time do mundo gostaria de ter Yoandy Leal, 29 anos, 2,02m, bola de segurança. Porém, são poucos os que podem bancar seu contrato – o blog não publica valores referentes aos atletas. Procurados pelo SdR, nem Civitanova nem Sada Cruzeiro quiseram comentar o assunto.
O Civitanova, atual campeão italiano e vice-campeão mundial, está em segundo lugar na tabela da liga nacional, atrás do Perugia. A equipe, que bateu o Sada Cruzeiro por 3-0 na estreia no Mundial de Clubes 2017, conta hoje na entrada de rede com nomes como o cubano naturalizado italiano Osmany Juantorena (quatro vezes MVP do Mundial), o americano Taylor Sander e ainda o tcheco naturalizado italiano Jiri Kovar. Entre os destaques do time, o oposto búlgaro Tsvetan Sokolov, o levantador americano Micah Christenson e o líbero francês Jenia Grebennikov.
Pelas regras em vigor na liga italiana, cada time pode contratar até quatro estrangeiros de fora da União Europeia e outros desde que sejam da UE. Mas o limite em quadra é de quatro por equipe, sendo que pelo menos um deve ser de algum país da UE. Os clubes têm que ter no mínimo três italianos entre os contratados – número que na prática acaba sendo maior, por questões financeiras ou porque há sempre o risco de lesões e seria necessário outro jogador nacional em quadra.
Histórico
Leal jogou pela seleção cubana até 2010, quando foi vice-campeão mundial, perdendo a final para o Brasil. Deixou Cuba e veio morar em Belo Horizonte em 2011. No ano seguinte, cumpridos dois anos de afastamento das quadras desde o último jogo pela seleção, período imposto pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB) por ter desertado, fez sua estreia pelo time mineiro no Mundial de Clubes disputado no Qatar – o Sada foi vice-campeão.
Desde 2012, seu contrato tem sido renovado a cada dois anos. Leal tornou-se um dos símbolos do vitorioso Sada Cruzeiro. Entre outros títulos, o ponteiro conquistou quatro vezes a Superliga, três sul-americanos e três mundiais.
Naturalizado brasileiro desde dezembro de 2015, viu a Federação Cubana demorar a liberá-lo para a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). Como a data de transferência foi 30 de abril de 2017, só poderá jogar pela seleção do Brasil a partir de 30 de abril de 2019, cumprindo dois anos de prazo exigidos pela FIVB após a mudança de federação.
Wilfredo León
O ponta cubano naturalizado polonês Wilfredo León também está em evidência por causa do seu contrato com o time russo Zenit Kazan, que vence ao final desta temporada. O atacante joga pela equipe desde 2014. O clube teria coberto uma oferta feita pelo italiano Perugia, mas o problema é que a esposa de León não quer mais viver na Rússia, algo que tem repercutido na imprensa da Polônia – a mulher e a filha dele são polonesas. O Zenit, atual campeão mundial, já segurou o ponta/oposto americano Matt Anderson, que renovou por mais um ano.
Wilfredo León, que foi liberado pela FIVB para defender a seleção polonesa a partir de 2019, teria ainda propostas de times da China, do Japão e da Coreia do Sul, conforme a mídia italiana. Essas três ligas asiáticas têm nível técnico apenas razoável, mas a maioria de suas equipes têm cacife para contratar grandes atletas. Um exemplo disso é o central cubano Robertlandy Simón, hoje no Sada Cruzeiro. Após jogar duas temporadas pelo italiano Piacenza, de 2012 a 2014, e antes de desembarcar em Minas Gerais, em 2016, ele jogou por dois anos no OK Savings Bank, da Coreia do Sul – com passagens-relâmpago por times do Qatar, para torneios de tiro curto. Simon tem contrato com o Sada até o final do período 2018/2019.
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.