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Atanasijevic: “O grande desafio é manter o foco”

Sidrônio Henrique

29/08/2017 06h00

Aleksandar Atanasijevic: "Com o vôlei tão intenso, a perda de foco pode custar muito" (fotos: FIVB)

Varsóvia, Polônia – Ele já foi o menino-prodígio do voleibol sérvio, o cara que surgiu ainda adolescente para cumprir a árdua tarefa de substituir ninguém menos do que uma lenda como Ivan Miljkovic. Atualmente, prestes a completar 26 anos, o oposto Aleksandar Atanasijevic é visto pelos colegas como um veterano, alguém que tem mais bagagem do que a idade pode fazer supor. Exigido tanto na seleção sérvia quanto no clube, ele luta contra lesões e o cansaço para se manter em alta, mas minimiza dizendo que isso faz parte da vida de um atleta de elite. "O grande desafio é manter o foco, não se deixar dispersar. Com o vôlei tão intenso, com adversários fortes, tanto entre clubes quanto seleções, a perda de foco pode custar muito", afirmou Atanasijevic, em entrevista exclusiva ao Saída de Rede, após um treino durante o Campeonato Europeu.

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O esgotamento de mais uma estafante temporada na liga italiana, onde desde 2013 joga pelo Perugia, fez com que recebesse folga a maior parte da Liga Mundial 2017 – depois de disputar a primeira semana, voltou somente para as finais. O revezamento com Drazen Luburic, 23 anos, na saída de rede da seleção aparentemente não o incomoda. "Somos um grupo forte, queremos vencer e o treinador (Nikola Grbic) sabe o que é melhor. Além disso, meu jogo não está 100%", ponderou o oposto de 2,00m.

O oposto sérvio completa 26 anos no dia 4 de setembro

Convivendo com a dor
Quando a Sérvia finalmente ganhou a Liga Mundial, em 2016, após cinco vice-campeonatos na história do torneio, foi Luburic quem jogou, pois Atanasijevic se recuperava de uma lesão na tíbia esquerda, que o deixou três meses afastado das quadras. "É puxado, doloroso, aborrece qualquer atleta, mas temos que aprender a conviver com esses problemas físicos", comentou.

Bastante aplaudido pela torcida polonesa (jogou na liga local de 2011 a 2013, pelo Skra Belchatow) na apresentação da seleção sérvia antes da partida de abertura, no Estádio Nacional de Varsóvia, Atanasijevic acabou não sendo acionado, mas voltou a ser titular nas duas partidas seguintes pela chave A, contra a Estônia e a Finlândia. "É um campeonato difícil, vencer esse torneio nunca foi fácil. Na edição passada, a Eslovênia surpreendeu e foi vice-campeã. Quem poderia esperar isso? O nível das seleções na Europa é muito alto, mas eu espero ser campeão de novo", afirmou o atacante, que ganhou o ouro em 2011, além do bronze em 2013. A Sérvia ficou em primeiro lugar no grupo e está nas quartas de final – aguarda o vencedor de Bulgária  vs. Finlândia.

Entre os favoritos
Atanasijevic vê sua seleção mais forte a cada temporada e ficou decepcionado em não poder participar da Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016. Faz planos, claro, de ir a Tóquio 2020. "Fui a Londres 2012, mas éramos muito novos, um time em formação, não passamos da primeira fase, caímos numa chave muito dura. Muita coisa mudou desde então, tanto na escalação como no comando (saiu o técnico Igor Kolakovic e entrou Nikola Grbic). Hoje, em qualquer competição que entramos, temos chance de medalha, estamos entre os favoritos, embora haja muitas seleções bastante fortes".

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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