Curitiba (PR) – Após a primeira semana da Liga Mundial 2017, poucos acreditavam, inclusive o SdR, que os Estados Unidos pudessem chegar à fase final do torneio. Três derrotas seguidas, no pior começo desde a edição de 1994, e um time quase todo renovado, sem a maioria de suas estrelas, levava a crer em uma campanha pífia. Porém, a equipe se superou e está em Curitiba para as finais da competição – estreiam nesta terça-feira (4), às 17h40, contra a França, numa chave que tem ainda a Sérvia. "Sem dúvida, somos os azarões do grupo. Será um desafio tentar chegar às semifinais. Mas se mantivermos aquela postura das duas últimas semanas da etapa de classificação, teremos chances de seguir em frente", disse John Speraw, técnico dos EUA, em entrevista exclusiva ao Saída de Rede.

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O treinador nos disse que não tinha nenhuma expectativa antes do início da Liga Mundial e que ficou satisfeito com o rendimento dos novatos. O time está no torneio sem peças importantes como o oposto Matt Anderson, o central Max Holt e o ponta Aaron Russell, além de não contar mais com o veterano ponteiro Reid Priddy, que migrou para o vôlei de praia. Em setembro, para a Copa dos Campeões, Anderson, Holt e Russell deverão estar na equipe. "Os três tiveram uma temporada de clubes muito puxada e mereciam um descanso", explicou Speraw, que conduziu a seleção americana ao ouro na Liga Mundial 2014 e na Copa do Mundo 2015, além do bronze na Liga Mundial 2015 e na Rio 2016.

Confira a entrevista que o técnico dos EUA concedeu ao SdR:

Saída de Rede – Chegar às finais da Liga Mundial este ano foi uma surpresa para você, considerando que a seleção americana disputa o torneio com um time bastante renovado e que começou perdendo três partidas?
John Speraw – Antes da competição eu não tinha nenhuma expectativa. Não arriscava nem mesmo dizer se poderíamos ganhar alguns jogos porque havia muita incerteza, fomos moldando o time aos poucos, pois é realmente uma equipe inexperiente no cenário internacional. Às vezes eu ficava horas pensando qual seria o time titular. Nosso foco era trabalhar o máximo possível, aprender o mais rápido que podíamos e manter a concentração sempre em alta. Os jogadores se saíram muito bem nesses três aspectos. Fomos melhorando, capazes de ganhar partidas cruciais para avançar. Olha, não sei se conseguir a classificação nos surpreendeu, mas fiquei muito feliz porque o time jogou bem.

Saída de Rede – Com uma equipe nova, alguns sem experiência internacional, você certamente estabeleceu metas individuais para avaliar as chances de cada um no restante deste ciclo. Que atletas foram além da expectativa?
John Speraw – Não vou citar nomes, mas digo que no geral eles aprenderam muito em um período de tempo bastante curto, cresceram consideravelmente. Fiquei muito orgulhoso pela forma como jogaram, pelo espírito de luta, a recuperação.

Saída de Rede – Qual sua meta aqui em Curitiba? Pensa em pódio estando numa chave com França e Sérvia?
John Speraw – Se chegamos tão longe, especialmente depois daquele começo ruim perdendo três partidas, eu não descartaria nossas chances. Sem dúvida, somos os azarões do grupo, vamos enfrentar duas seleções que ganharam da gente com facilidade na fase preliminar. Será um desafio e tanto tentar chegar às semifinais. Mas se mantivermos aquela postura das duas últimas semanas da etapa de classificação, jogando com muita concentração, teremos chances de seguir em frente.

Saída de Rede – Embora ainda não tenha enfrentado a seleção brasileira este ano, conseguiu ver algo do time? O que acha da equipe de Renan Dal Zotto?
John Speraw – Como não jogamos contra o Brasil, não estudei a equipe. Do pouco que eu vi esta temporada, não mudou muito em relação a 2016 no padrão de jogo. Eu estou curioso para ver os brasileiros em quadra aqui em Curitiba.

Saída de Rede – Matt Anderson, Max Holt e Aaron Russell voltam à seleção este ano para a Copa dos Campeões, em setembro, no Japão?
John Speraw – Sim. No caso do Aaron, ele está se recuperando de uma contusão (Nota do SdR: Russell torceu o tornozelo direito durante um treino na liga italiana.) Eu quero esses três jogadores conosco no Japão. Aliás, Matt já está se preparando no nosso centro de treinamento em Anaheim, na Califórnia. Os três tiveram uma temporada de clubes muito puxada e mereciam um descanso. O Aaron teria um período de folga mesmo que não tivesse se contundido. Em setembro teremos nosso time completo.