Com uma medalha de ouro conquistada em Londres 2012 na estante e o prêmio de melhor jogadora das finais da última liga turca no currículo, Natália abriu mão do descanso para ser um dos principais nomes da seleção brasileira neste primeiro ano de ciclo olímpico.

Apesar de emendar o período que passou com a equipe nacional em 2016 (Grand Prix e Olimpíadas do Rio) com uma desgastante temporada pelo Fenerbahçe, a atacante atendeu à convocação do técnico José Roberto Guimarães. "No dia em que eu parar de jogar vôlei, eu descanso", disse a jogadora, em entrevista exclusiva ao Saída de Rede.

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A primeira recompensa veio no Torneio de Montreux, há três semanas: o Brasil conquistou o título da competição pela sétima vez e Natália foi escolhida como uma das ponteiras da seleção do campeonato.

"Eu pensava 'quero descansar'. Querendo ou não, é o ano que a gente tem, depois vem mundial, depois vem classificatório pra olimpíada e já acabou. Estou empolgada, não quero perder tempo, quero melhorar, então, o descanso fica pra depois", explicou. "Estou numa época da minha vida que eu sei que isso vai passar, entendeu? Então, quero aproveitar, melhorar. Estou me dedicando bastante, não quero perder tempo", afirmou a jogadora, assumindo, aos 28 anos, ares de veterana.

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No atual elenco da equipe nacional, Natália é uma referência entre as companheiras, especialmente as mais novas, não apenas pela qualidade técnica que possui, mas também pela experiência adquirida na seleção. "Ontem, eu que era novinha e parece que foi pouquíssimo tempo atrás", recordou.

"Estão chegando umas meninas novas, a Drussyla é do ano de 1996, eu sou de 1989. Acho bacana, porque as meninas todas vieram com muita vontade esse ano, algumas nunca foram convocadas pela seleção e estão vindo pela primeira vez. Isso dá um gás novo até mesmo pra gente, no meu caso, da Adenízia e da Tandara, que está aqui há mais tempo. Então, estou animada", afirmou.

Nessa fase mais madura na carreira, a jogadora não esconde em que posição prefere atuar no voleibol. Desfazendo uma dúvida que já provocou acaloradas discussões entre fãs da modalidade nas redes sociais, Natália, que foi oposta no início da carreira, explica que não se esquiva de jogar na saída, mas hoje prefere a entrada de rede.

"Gosto muito mais de jogar na ponta do que na saída, mas se precisar de uma oposta, posso jogar como oposta também", enfatizou. "No Fenerbahçe, gente jogava com três ponteiras, Kim (Yeon Koung), Maret (Grothues) e eu. Na maioria das vezes, eu estava na linha de passe, mas algumas vezes, tinha que atacar pela saída. Então, se precisarem de mim na saída, me ponho à disposição, vou por onde o vento leva. Estou um pouco mais segura no passe, posso ajudar nisso também, o chefe é que decide", completou a jogadora.

Ex-jogador de futebol, canadense viveu amor à primeira vista com o vôlei

Nesta temporada da seleção, Natália – sempre na ponta – tem exercido uma função tática mais como preparadora de jogadas, deixando a definição para Rosamaria, sua companheira na entrada de rede, e Tandara, escalada por Zé Roberto como oposta, mas que atua como ponteira no Vôlei Nestlé.

Depois de um período de preparação, que englobou quatro amistosos (dois contra a Rep. Dominicana, no início do mês, dois contra a Polônia, nesta semana) e o próprio Torneio de Montreux, a seleção brasileira vai disputar o Grand Prix. A equipe estreia na competição no próximo fim de semana, em Ancara, jogando contra Bélgica (às 13h30, pelo horário de Brasília, na sexta-feira), Sérvia (às 10h30 do sábado) e Turquia (às 13h30 do domingo).

Colaborou João Batista Jr.