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Mais do que título, seleção feminina deve comemorar a evolução em quadra

Carolina Canossa

13/06/2017 06h00

Jogadoras da seleção se divertem com câmera de TV antes da premiação do Montreux (Fotos: Divulgação)

Roberta, Naiane, Tandara, Edinara, Fernanda Tomé, Natália, Rosamaria, Drussyla, Amanda, Adenízia, Carol e Suellen. Foi este o mix de jovens talentos e jogadoras experientes, mas que ainda não chegaram ao auge, que o técnico José Roberto Guimarães decidiu testar no primeiro torneio do ciclo olímpico, o Montreux Volley Masters, na Suíça. Em quadra, o resultado foi o melhor possível: a primeira colocação.

É verdade que o Montreux deve ser visto com ressalvas: apesar de tradicional, o campeonato tem caráter amistoso e, justamente por isso, as seleções convidadas costumam usá-lo para testes. Grandes estrelas dificilmente aparecem por lá e 2017 não foi diferente. Ainda assim, o fato de o Brasil ter confirmado o favoritismo imposto pela qualidade de seu plantel em relação aos adversários precisa ser elogiado – uma medalha que não fosse a mais dourada ali certamente implicaria em uma enorme desconfiança em relação ao trabalho realizado até o momento.

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Destaque da Superliga dá um tempo nas quadras para se dedicar aos estudos

O maior motivo de comemoração, porém, não está na classificação final e sim na evolução apresentada pela equipe ao longo da competição. Se na primeira fase houve uma derrota para a Alemanha e momentos difíceis contra os mistões de Polônia e Tailândia, o voleibol apresentado na semi e na final foi outro, de qualidade superior ao que havia sido demonstrado até então, incluindo os amistosos contra a República Dominicana.

Se a melhora tivesse um nome, ele seria o de Rosamaria Montibeller. Depois de uma segunda metade de Superliga abaixo do esperado, a jogadora do Camponesa/Minas correspondeu na primeira grande chance que teve com Zé Roberto, sacando bem e virando bolas importantes, algo que Drussyla e Amanda não conseguiram. Com ela no time, Tandara deixou de ser a única opção de segurança da levantadora Roberta nas jogadas pelas extremidades.

Bloqueio verde-amarelo funcionou muito bem na Suíça

O saque também foi um fator positivo, permitindo ao bloqueio aparecer – Adenízia esteve muito bem na função, enquanto Carol acabou eleita a MVP do torneio. A novata Edinara, por sua vez, não sentiu o peso da camisa bicampeã olímpica durante as inversões 5-1. Merecia, inclusive, ser mais testada e certamente deixou a Suíça anos-luz à frente de outra aposta de Zé Roberto para a saída, Fernanda Tomé.

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A evoluir, ressalte-se o passe. Nem mesmo a líbero Suelen esteve segura na recepção e Natália, apesar de ter sido premiada pela organização por seu trabalho no fundo de quadra, não é uma ponteira que exerce a função com naturalidade. Se eventualmente Rosamaria não se apresentar bem no ataque, a seleção tende a sofrer as mesmas dificuldades da primeira fase do Montreux. Por outro lado, cabe destacar que, por diferentes motivos, Zé Roberto ainda não pôde contar com três das principais jogadoras do país na posição na atualidade: Fernanda Garay, Gabi e Jaqueline.

Após um período de descanso, a seleção feminina volta aos treinos para a temporada 2017, cujos próximos desafios serão dois amistosos contra a Polônia, em 27 e 29 de junho, respectivamente em Belo Horizonte e São Paulo. A levantadora Macris e a oposta Monique já passaram por exames médicos no hospital Sírio-Libanês e devem estar à disposição da comissão técnica – a líbero Léia, que participou dos jogos contra a República Dominicana, pediu dispensa por conta de problemas familiares.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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