Mercado: com Garay e Hooker, times mineiros mostram que querem ir mais longe na próxima Superliga
João Batista Junior
30/05/2017 06h00
Se percorreram caminhos distintos até pararem nas semifinais da Superliga feminina que passou, Dentil/Praia Clube e Camponesa/Minas estão empenhados em dar um passo além na edição 2017/2018 do campeonato. Ao menos no papel, parecem estar na trilha certa.
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Depois da queda na qualidade do voleibol apresentado em relação à temporada anterior, quando foi vice-campeão nacional, o representante de Uberlândia promoveu uma drástica reformulação no elenco: todas as titulares que participavam da linha de passe do time – a líbero Tássia, as pontas Alix Klineman e Michelle e a oposta Ramirez – deixaram o clube.
Quando se reforçou, o Dentil/Praia repatriou a líbero Suelen, que estava no Bergamo (Itália), a ponteira Amanda, que fez boa temporada no Terracap/BRB/Brasília e foi convocada por Zé Roberto para defender a seleção neste ano, e trouxe Fernanda Garay, que passou pelo vôlei russo e esteve na China.
O clube deve ainda contratar uma oposta, mas, pensando que as novas jogadoras farão companhia às remanescentes Ellen, Claudinha, Fabiana e Walewska, é de se imaginar que o técnico Paulo Coco, que veio do Minas, terá nas mãos um time para brigar pelo título da Superliga.
O Camponesa/Minas, por sua vez, que será dirigido pelo italiano Stefano Lavarini (ex-Bergamo), dá mostra que não vai incorrer no erro fatídico que cometeu no campeonato passado. Pelo menos, não em relação a sua principal jogadora, Destinee Hooker.
Se a oposta norte-americana só estreou na oitava rodada do nacional passado, quando o clube acumulava várias derrotas e não conseguiu ir além do quarto lugar na fase classificatória, desta feita, ela deve acompanhar o time desde o começo.
À permanência de Hooker – certamente, o fator mais importante na montagem do elenco –, somam-se a chegada da levantadora Macris (substituta de Naiane), a renovação das titulares Léia, Rosamaria e Mara. Se conseguir uma boa largada na Superliga, tem tudo para lutar pelo troféu máximo do vôlei nacional.
Embora costume apostar na manutenção do elenco, o agora Sesc perdeu duas titulares da temporada passada: a central Carol e a ponteira holandesa Anne Buijs – que perdeu a vaga para Drussyla na reta final da competição – não fazem mais parte do elenco do clube carioca. Isso, no entanto, não significa que o entrosamento não deva ser uma das marcas perceptíveis no time.
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A espinha dorsal da equipe – Fabi, Juciely, Roberta, Gabi, Drussyla e Monique – permanece. Foi com ela que o time do Rio venceu a Superliga passada e chegou ao vice-campeonato mundial de clubes. A meio de rede Vivian foi contratada junto ao Brasília, e a ponteira Gabi Souza, ao Vôlei Nestlé – ela, que está na seleção como líbero.
Completando o quarteto semifinal da Superliga passada, o Vôlei Nestlé será um time bastante modificado na próxima temporada. O time de Osasco não contará com as sérvias Bjelica e Malesevic, nem com a meio de rede Saraelen, tampouco terá a líbero Camila Brait, grávida. Também não é certo ainda o futuro de Dani Lins – e a outra levantadora do Brasil na Rio 2016, Fabíola, que estava no Volero Zürich, foi contratada.
Por outro lado, a equipe contará com as centrais Bia e Nati Martins, que terminaram a Superliga como titulares, contratou a líbero Tássia, do Praia, que já atuou por Osasco no mundial de clubes este mês, terá Mari Paraíba, que, assim como Fabíola, estava no Volero, além de duas jovens opostas (Paula Borgo e Lorenne) e, sobretudo, manteve Tandara, sua principal atacante.
Pelo peso do investimento para renovar ou manter os elencos, o fã do voleibol nacional deve aguarda uma intensa disputa entre as quatro equipes pelo título, situação bem diferente da vivida em campeonatos recentes, quando o time do Rio foi vencedor sendo raramente ameaçado de fato.
No bloco intermediário, algumas mudanças bastante radicais nos plantéis. O Terracap/BRB/Brasília sofreu muitas baixas (saíram Roberta, Vivian, Amanda, Macris…) e talvez pense numa campanha mais modesta do que as dos últimos anos, quando frequentou os playoffs.
Sem as argentinas Mimi Sosa (que pode reforçar o São Caetano) e Tanya Acosta, nem a oposta Bárbara, o Pinheiros terá a armadora Diana, que defendeu o Osasco por muitos anos e estava no São Caetano, Bruna Honório e Mari Cassemiro, que jogaram pelo Bauru.
No Fluminense, Michelle e Thaisinha podem fazer uma dupla interessante na entrada de rede.
Em Bauru, o técnico Marcos Kwiek, que também dirige a seleção dominicana, tenta trazer a ponta Brayelin Martinez – que está no vôlei italiano há algumas temporadas.
Já o Hinode/Barueri, calouro na turma, optou por uma política de pés no chão na formulação do elenco: manteve grande parte das jogadoras campeãs da Superliga B e se reforçou com a levantadora Naiane, a central Saraelen e a ponta/oposta Edinara. Sob o comando de Zé Roberto Guimarães, que volta a dirigir um time na divisão principal da Superliga depois do Vôlei Amil, na temporada 2013/2014, é uma equipe candidata a liderar o pelotão intermediário do campeonato.
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.