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Focada na recuperação, Thaisa conta: "Me mandam descansar e eu não descanso"

Carolina Canossa

28/05/2017 06h00

Thaisa está fazendo a recuperação junto ao elenco da seleção em Barueri (Foto: Divulgação/FIVB)

Mais do que aspectos técnicos, não dá para negar que a força de vontade é uma característica que salta aos olhos de qualquer um que acompanhe a carreira da central brasileira Thaisa. E nem é preciso que ela esteja em quadra para notar isso: atualmente em fase de recuperação de uma assustadora lesão no tornozelo direito, a jogadora tem trabalhado duro para voltar a atuar o mais breve possível.

Quando dizemos "trabalho duro" não estamos exagerando: as pausas, por exemplo, são poucas. "Tenho treinado até nos fins de semana. O Fernando (fisioterapeuta) manda eu descansar e não descanso. Como sempre. Essa é a Thaisa, sou desse jeito", comentou a jogadora, em entrevista exclusiva ao Saída de Rede.

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Thaisa também falou com mais detalhes sobre os treinamentos com bola no Sportsville, em Barueri, onde a seleção brasileira feminina tem se preparado para a temporada 2017. Mas não basta só cuidar do tornozelo: no próximo dia 6 de junho, a jogadora será submetida a uma cirurgia no joelho esquerdo – em janeiro, ela teve ali uma ruptura parcial do ligamento lateral e de parte do menisco, mas decidiu defender sua equipe, o Eczacibasi (Turquia), no sacrifício e o problema acabou ficando mais grave.

Aliás, falando em Eczacibasi, a meio de rede afirmou que provavelmente vai cumprir seu segundo ano de contrato com a equipe. "Só não fico se acontecer alguma coisa.  Mas acho muito difícil não ficar, ir para outro lugar ou me emprestarem para outro clube", comentou.

Jogadora faz fortalecimento muscular até aos fins de semana (Foto: Reprodução/Instagram)

Leia a entrevista completa com Thaisa:

Saída de Rede – É possível ver através das redes sociais que você está trabalhando duro em sua recuperação. Como tem sido a sua rotina?

Thaisa – Tenho trabalhado o máximo que eu posso para ganhar um pouco mais de tônus muscular nas pernas, principalmente, porque depois da cirurgia no joelho, minha perna vai ficar sem tocar o chão. Não poderei malhar e fazer absolutamente nada. Com isso, a perna perde muita massa muscular. Estou muito focada nisso. Tenho treinado até nos fins de semana. O Fernando (fisioterapeuta) manda eu descansar e não descanso. Como sempre. Essa é a Thaisa, sou desse jeito. Não consigo parar e acho que é assim que vou melhorar. E assim vai ser também depois da cirurgia no joelho. Tenho ido todas as manhãs para Barueri, treinar com as meninas da seleção, e o dia que não tem
treino pela manhã, vou em uma academia em Osasco, perto de casa, com meu marido. Mas não deixo de treinar. Não faço salto porque ainda não posso, mas tenho treinado muito forte para fortalecer meu tornozelo novamente e ganhar mais massa muscular na perna.

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SdR – E em relação aos trabalhos com bola, como estão? Na coletiva de convocação da seleção para 2017, o técnico Zé Roberto contou que você, inclusive, já faz algumas atividades controladas lá no Sportsville.

Thaisa – Começamos a fazer um pouco de bola naquela semana. O médico não gostou muito. Até porque eu já tirei a bota antes do tempo que era previsto, coloquei a tornozeleira e me enfiei no meio do treino. Óbvio que eles estão acompanhando, mas estou me sentindo bem. Depois de um mês e meio sem tocar na bola até que não dei vexame. Mesmo com o pé duro, sentindo um pouco de dor ainda, consegui fazer os exercícios com as meninas. Não consigo me deslocar muito rápido ainda por causa das dores e porque o meu pé está limitado. Houve o rompimento de muitos ligamentos e lesões internas que ainda estão cicatrizando, mas é natural e aos poucos estou melhor. Tenho feito bastante pilates, trabalhado bastante para recuperar a mobilidade no tornozelo e evoluído muito bem.

Jogadora quer seguir no Eczacibasi na próxima temporada (Foto: Reprodução/Instagram)

SdR – Já existe uma previsão sobre quando a cirurgia no joelho será feita? Existe alguma possibilidade de ela ser adiada para que você jogue com a seleção após o Grand Prix ou mesmo inicie a temporada de clubes sem passar pela intervenção?

Thaisa – Já tem sim. Não tem mais condições. Fazendo deslocamento sem salto sinto dor no joelho. Não tenho condições de tentar jogar, saltar ou tentar treinar sem essa cirurgia. Realmente agora chegou em um nível que está insuportável. Tentei aguentar o máximo que eu pude lá, pelo meu clube, pelo fato de eu ser assim, de querer fazer, lutar contra a dor. Só que chega o momento que o corpo fala: por favor, não faça mais isso. E foi o que aconteceu com o meu pé. Acho que a situação que aconteceu com o meu tornozelo foi justamente para eu parar. Senão iria destruir ainda mais o meu joelho, que já está numa situação grave. Então preciso fazer a cirurgia, não dá para adiar, e está marcada para o próximo dia 6. Será necessário um transplante de cartilagem porque a lesão é bem significativa, bem grande, e é em uma área de muito impacto, batendo osso com osso, e por isso machucou bastante a cartilagem. Vão tentar recuperar e preservar o máximo possível do menisco porque houve a perda de um pedaço grande. Espero que dê tudo certo.

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SdR – Seu contrato com o Eczacibasi dura mais um ano. É 100% certo que você permanecerá por lá?

Thaisa – Sim, tenho mais um ano de contrato. Já me ligaram do clube, o Marco Aurélio Motta, que é o novo técnico, já me ligou também para saber como estou, qual a programação, como vai ser a minha recuperação. Quando ele voltar de Istambul vamos fazer o possível para nos encontrar e conversar. Só não fico se acontecer alguma coisa.  Mas acho muito difícil não ficar, ir para outro lugar ou me emprestarem para outro clube. É 100% de certeza da minha parte e da comissão técnica a minha permanência. Eles querem muito que eu fique.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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