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Doping de Murilo: todo cuidado é pouco para o atleta e para quem vê de fora

Carolina Canossa

11/05/2017 10h04

Prestes a virar líbero no Sesi, o até então ponteiro Murilo vive momento delicado na carreira (Foto: William Lucas/Inovafoto/CBV)

A revelação de que Murilo Endres testou positivo em um exame antidoping surpresa feito pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB) caiu como uma bomba na noite desta quarta-feira (10). Isso porque pode significar o fim da carreira de um dos melhores jogadores recentes da história do voleibol brasileiro, sem contar as implicações éticas do caso.

Ainda é cedo para tirar qualquer conclusão sobre o assunto: episódios de doping costumam ser complexos, com diversas variáveis que podem inocentar ou complicar a vida de um atleta. Até o momento, por exemplo, sequer está claro quando Murilo foi pego. Durante a temporada de clubes? Quando ainda estava com a seleção? Que dia será divulgado a resultado da amostra B? O que o atleta tem a dizer sobre o assunto?

As próprias entidades que regem o vôlei colaboram para o cenário nebuloso, já que tanto a FIVB quanto a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) alegam não poder dar maiores informações porque questões antidoping possuem regras para assegurar a confidencialidade.

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Saber se Murilo se dopou intencionalmente é outro longo caminho a ser percorrido.  Vale lembrar que a substância encontrada no corpo dele, a furosemida, não garante nenhum tipo de vantagem nas performances e pode aparecer até em um singelo suplemento alimentar, tão comum entre os atletas. Por outro lado, a furosemida serve para mascarar o uso de substâncias que ferem a integridade com a qual o esporte deve ser praticado.

A punição para casos assim vai de uma simples advertência a dois anos de suspensão – na história recente do esporte no Brasil, por exemplo, Daiane do Santos (cinco meses de suspensão) e César Cielo (absolvido) tiveram problemas com furosemida. A imagem de ambos, porém, sofreu manchas e basta dar uma olhada nas redes sociais para ver que o mesmo já ocorre com Murilo.

Até o momento, a única conclusão que podemos tirar de todo esse caso é que todo cuidado é pouco, seja para o atleta, que pode se dopar acidentalmente e causar um sério dano na própria carreira, seja para quem vê de fora, para não crucificar inocentes. Se teve má intenção ao se dopar, Murilo deve ser punido exemplarmente, mas só quem pode dizer isso são os órgãos competentes de controle antidoping.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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