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Superliga masculina: quem decepcionou e quem foi além do esperado?

Sidrônio Henrique

09/05/2017 15h00

Mineirinho lotado com 14 mil torcedores para a final entre Sada Cruzeiro e Funvic Taubaté (foto: Inovafoto/CBV)

Com o fim da edição 2016/2017 da Superliga masculina, chega a hora daquele balanço que nós, do Saída de Rede, fazemos sobre o desempenho das 12 equipes que disputaram a primeira divisão. Quem cumpriu o que projetou? Quem decepcionou? Quem foi além do esperado? Vejam as nossas conclusões.

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Encerram a Superliga em alta:

Sada Cruzeiro
Precisa explicar? O agora pentacampeão nacional triturou seus oponentes e só perdeu um jogo nas suas 29 partidas porque, com o primeiro lugar da fase de classificação já assegurado, o técnico Marcelo Mendez decidiu colocar os reservas em quadra no final do returno. O time mineiro, que é tricampeão mundial e tetracampeão sul-americano, sobrou na competição. Como observamos aqui outras vezes, quando o Sada Cruzeiro entra em alta rotação as chances do adversário são mínimas.

Funvic Taubaté
Depois de parar duas vezes na semifinal da competição, o time do Vale do Paraíba finalmente chegou a uma decisão da Superliga. Até resistiu bem ao Sada Cruzeiro na final, mas é tarefa ingrata encarar o sexteto liderado por William Arjona, ainda mais diante de 14 mil torcedores no ginásio Mineirinho. O Taubaté contou com os campeões olímpicos Wallace, Éder e Lucarelli, além dos selecionáveis Rapha e Otávio. Teve seus maus momentos no torneio, mas terminou em alta com o vice-campeonato.

Minas Tênis Clube
Apesar do desempenho ruim nas quartas de final – chegou a estar vencendo o Sesi por 2-0, fora de casa, no primeiro confronto, mas desabou e perdeu não só a partida, mas a série sem ganhar um jogo –, o tradicional time de Belo Horizonte teve um saldo positivo: o técnico Nery Tambeiro botou gente nova na roda e mostrou serviço no turno e no returno. O sexto lugar foi de bom tamanho para o Minas, onde se destacaram o central Flávio e o líbero Rogerinho, além do juvenil Felipe Roque, um canhoto prestes a completar 20 anos que surge como uma das maiores promessas do voleibol brasileiro.

JF Vôlei
Pegue a molecada emprestada pelo Sada Cruzeiro e some aí o voleibol de Renan Buiatti, numa de suas melhores temporadas, a ponto de voltar a ser convocado para a seleção. O sétimo lugar foi um resultado modesto, mas até se despedir da Superliga o time de Juiz de Fora exibiu um bom voleibol e certamente foi além de suas pretensões.

Permanecem no mesmo patamar:

Brasil Kirin montou um bom time após correr o risco de acabar (foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV)

Brasil Kirin
Você, leitor, talvez questione: como um clube que no ano anterior havia chegado à decisão e neste caiu na semifinal pode ter permanecido no mesmo patamar? Ora, considere que esse time esteve ameaçado de desmanche, perdeu peças importantes e, ainda que tenha segurado algumas, como o central Maurício Souza e o líbero Tiago Brendle, teve que se recompor com uma estrutura mais simples. Missão cumprida pela equipe de Campinas, sob o comando do competente técnico argentino Horacio Dileo.

Montes Claros Vôlei
O time do norte de Minas Gerais teve uma arrancada muito boa na competição, mas a Superliga é uma maratona, não uma corrida de 100 metros rasos. A equipe foi caindo… Parou nas quartas de final, quando, em tese, poderia ao menos ter incomodado mais o Brasil Kirin – perdeu três jogos em sequência nos playoffs, ganhando apenas um set do oponente. O quinto lugar, resultado obtido ao final do returno, foi um prêmio pelo bom começo no torneio.

Lebes Gedore Canoas
O time treinado por Marcelo Fronckowiak avançou às quartas de final, atingiu sua meta. Dali não tinha como passar, fosse pelo elenco na maioria inexperiente, fosse pela má sorte de ter pela frente o Sada Cruzeiro. Menção honrosa aos dois jogos em que o Canoas arrancou um set, por seus méritos, do adversário multicampeão – resultado dos ajustes promovidos por Fronckowiak, um dos poucos a vencer a Superliga como atleta e como técnico, além de ser um nome respeitado no concorrido mercado europeu, onde trabalhou por seis temporadas e meia.

Copel Telecom Maringá Vôlei
Para quem não lembra, a equipe presidida pelo seu capitão, o genial levantador Ricardo Garcia, quase ficou fora da Superliga por falta de verba. Segurou o patrocinador na última hora e sobreviveu, mas, com poucos recursos, queria apenas evitar o rebaixamento. Deu certo.

Gostinho de frustração:

Contratações de peso e resultados pouco expressivos na equipe do Sesi (foto: Divulgação/Sesi)

Sesi
Numa boa, fizeram aquele auê todo e ficaram nisso? O time investiu bastante, contratou gente de peso, até repatriou dois campeões olímpicos titulares da seleção e… não ganhou nada – nem mesmo o Campeonato Paulista. OK, estamos falando de Superliga, mas o que foi que o Sesi fez digno de nota na competição? Deve ter sido o terceiro lugar mais sensaborão da história do torneio.

Bento Vôlei Isabela
A equipe gaúcha veio para esta edição da Superliga com o mesmo objetivo do Canoas: chegar aos playoffs. No entanto, ficou em nono lugar e saiu mais cedo.

São Bernardo Vôlei
Ginásio vazio, derrotas em série, rebaixamento… O time do ABC paulista já viveu dias bem melhores.

Caramuru Vôlei/Castro
É importante que se aplauda o empenho de um clube sem tradição na modalidade, numa pequena cidade do interior (Castro-PR), que conseguiu chegar à elite do voleibol brasileiro. Mas não podemos esquecer as exibições, algumas bisonhas, do Caramuru. A equipe só ganhou seus primeiros sets na quinta rodada, justamente contra o também fraco São Bernardo, que venceu a partida por 3-2. Rebaixado, despediu-se da Superliga com apenas uma vitória em 22 jogos – diante do adversário do ABC paulista, por 3-1, no returno.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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