Cubano Leal é liberado para defender a seleção brasileira em março de 2019
Carolina Canossa
04/05/2017 16h23
Naturalizado brasileiro desde o fim de 2015, Leal é um dos melhores ponteiros do mundo na atualidade (Foto: Divulgação/Sada Cruzeiro)
O técnico Renan Dal Zotto recebeu uma excelente notícia: nesta quinta-feira (4), a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) autorizou o cubano Yoandy Leal a defender a seleção brasileira de vôlei masculino a partir de março de 2019.
Os período de dois anos de carência são uma exigência da entidade que comanda o voleibol mundial para jogadores naturalizados. Atleta do Sada Cruzeiro desde 2012, Leal é considerado um dos melhores ponteiros passadores do mundo por conta de seu enorme potencial ofensivo e saque extremamente potente.
Vice-campeão mundial com a seleção de Cuba em 2010, Leal se identificou tanto com o Brasil que entrou com um pedido de naturalização, aceito pelo governo brasileiro em dezembro de 2015. No último mês de janeiro, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) enviou à Norceca (Confederação Centro, Norte-americana e do Caribe de Vôlei) um pedido de transferência de federação para Leal. A solicitação foi então repassada à Federação Cubana, que deu seu aval e devolvida à Norceca, que a enviou à FIVB em março – por isso, os dois anos de carência para Leal contam a partir deste mês e já estão sendo computados.
Atacante foi tri mundial de clubes desde que chegou ao Sada Cruzeiro (Foto: Washington Alves/Inovafoto/CBV)
O ocorrido na reunião do Conselho de Administração da FIVB nesta quinta (4) foi o aval meramente protocolar da entidade e que chega às vésperas da decisão da Superliga masculina. No próximo domingo (7), o Sada Cruzeiro, de Leal, enfrenta a Funvic/Taubaté em busca de seu quinto título da competição, o quarto consecutivo. A equipe mineira também conquistou três dos últimos quatro Mundiais de clubes, todos com o cubano em quadra.
Toda a demora no processo para que ele pudesse jogar na seleção brasileira ocorreu por conta das dificuldades que a Federação Cubana impõe para liberar seus atletas – o mesmo ocorreu com Taismary Aguero e Osmany Juantorena (já autorizados a defender a Itália) e Wilfredo León, que ainda aguarda o ok para vestir a camisa da Polônia. A CBV justifica que só enviou a documentação à Norceca em janeiro porque "estava aguardando o momento mais apropriado para dar entrada no pedido de transferência do atleta".
A seleção brasileira masculina de vôlei vive um momento de transição na função de ponteiro passador no início deste novo ciclo olímpico: apesar da presença do ótimo Ricardo Lucarelli, nomes como Murilo e Lipe dificilmente terão idade e/ou vontade para atender às convocações de Renan Dal Zotto até 2020. Sem Leal, a alternativa seria recorrer a Lucas Loh e Maurício Borges, que nunca se consolidaram no time nacional, ou a jovens como Douglas Souza, João Rafael e Allison Melo.
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
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O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.