Eficiência de Raphael e Wallace leva Taubaté ao título da Copa Brasil
João Batista Junior
21/01/2017 19h08
A Copa Brasil conquistada pela Funvic/Taubaté, neste sábado, sobre o Sesi, que eliminou o Sada Cruzeiro nas semifinais, traz novas perspectivas para a temporada. Se os mineiros ainda são os principais candidatos ao troféu da Superliga, ficou demonstrado esta semana que seu favoritismo não é imune a um dia ruim ou que seus rivais podem frustrá-los numa jornada inspirada (não é demasiado lembrar que a decisão é em jogo único).
Ressalte-se ainda que a vitória do Taubaté por 3 sets a 0 (25-18, 25-21, 30-28) foi de um time desfalcado de um de seus principais jogadores, o ponteiro Lucarelli, lesionado nas semifinais. Foi o segundo título de Copa Brasil conquistada pela equipe do Vale do Paraíba (o primeiro foi em 2015), e o segundo troféu conquistado na temporada em cima do Sesi – também venceu a equipe da Vila Leopoldina na final do Paulista.
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O JOGO
A Copa Brasil teve os três principais levantadores da seleção brasileira no ciclo olímpico passado – Bruno, William e Raphael – e o título premiou o que teve a melhor atuação nas finais. Se William oscilou na derrota do Sada contra o Sesi, Bruno fez uma partida ruim no jogo decisivo. Embora tenha participado bastante no bloqueio e tenha contribuindo com um bom saque, o armador do Sesi teve dificuldade para trabalhar com o passe quebrado e, em muitas ocasiões, pareceu em descompasso com o central Lucão e o oposto Théo.
Raphael, por sua vez, conseguiu se virar bem, apesar da ausência de Lucarelli. Ele não teve muitas oportunidades para usar a bola de meio, mas compensou com uma boa distribuição e precisão nos levantamentos. O único senão de seu jogo foi quando, na última metade da terceira parcial, ele sobrecarregou Wallace, o que quase custou ao time ter de jogar mais um set. No entanto, nos pontos finais, sua qualidade na distribuição retornou. Não à toa, o jogador foi escolhido como o melhor em quadra pela comissão técnica campeã.
O saque das duas equipes foi um ponto alto da partida. Nenhuma das linhas de passe teve sossego, o que fez a balança pender para a Funvic/Taubaté e todo seu poderio ofensivo pela saída de rede.
Wallace, assim como diante do Brasil Kirin (nas semifinais), foi um atacante seguro, atuou como nas Olimpíadas do Rio. Só na reta final do terceiro set, quando Serginho pareceu multiplicar-se na defesa, foi que sua eficiência caiu. Do outro lado da rede, enquanto Douglas Souza sofria com o bloqueio adversário, Théo não teve seu trabalho facilitado pelos defensores do Taubaté.
A equipe campeã teve 51% de aproveitamento no ataque com 41% do Sesi, e obteve 11 a 6 nas anotações de bloqueio.
É bom recordar que, com a boa vantagem do Sada Cruzeiro na ponta da Superliga, é muito provável que Sesi e Funvic/Taubaté disputem entre si a segunda e terceira posições na tabela, o que indica um duelo em melhor de cinco entre os paulistas nas semifinais. Com as decisões recentes entre as duas equipes – tanto a do estadual, quanto esta da Copa Brasil –, dá até para dizer que o time do interior levaria alguma vantagem nesse pretenso duelo.
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.