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Vitória de Trump leva craque americano a propor casamento na Itália

Sidrônio Henrique

12/11/2016 06h00

Central americano Max Holt sobe para cravar uma bola durante a Olimpíada do Rio (foto: FIVB)

"Alguém quer casar comigo? Assim eu me torno italiano e fico aqui". O apelo no Twitter, feito em italiano num claro tom de brincadeira, provocou a reação de milhares de fãs do central americano Maxwell Holt, um dos melhores do mundo na posição, bronze com a seleção dirigida por John Speraw na Rio 2016, além de campeão da Copa do Mundo 2015 e da Liga Mundial 2014. O motivo para um pedido tão inusitado? A eleição do candidato republicano Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos. Holt, que atualmente joga pelo clube italiano Modena, na cidade de mesmo nome, é um dos atletas que acreditavam na vitória da democrata Hillary Clinton. O resultado a favor de Trump, cuja campanha ganhou notoriedade, entre outros fatos, por declarações racistas e misóginas, seria o motivo para deixar os EUA de lado.

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"Foi tudo uma brincadeira. Eu acordei aqui na Itália, vi a notícia de que Trump havia ganhado, foi quando decidi tuitar aquilo", disse o atleta ao Saída de Rede. "Eu amo o meu país. Representar os EUA nos Jogos Olímpicos foi a maior experiência da minha vida. Ainda que eu não acredite naquilo que Trump apoia e representa, eu realmente espero que ele seja um grande presidente. Há bastante tempo os EUA são um país dividido. Isso não é bom", completou o meio de rede.

Holt lamentou a derrota de Hillary e os conflitos que têm ocorrido em várias cidades americanas. "Eu queria muito que ela vencesse", afirmou o desapontado central. "Algumas cenas horríveis têm sido vistas nos EUA. Os últimos dias foram dolorosos para muitos americanos. Eu amo mesmo o meu país e espero que possamos superar tudo isso e nos unirmos novamente".

Sacrifício
Sobre a reação das fãs, Holt disse ao blog que ficou surpreso – ele tem 17,2 mil seguidores. "Jamais imaginei que tantas garotas estivessem dispostas a se sacrificar devido a minha situação. Fiquei envaidecido, mas continuo solteiro", divertiu-se o jogador de 29 anos e 2,05m. Ele recebeu o apoio de fãs italianas, francesas, polonesas, croatas, australianas e brasileiras, entre outras nacionalidades, dispostas ao "sacrifício". Naquele mesmo dia, quando o Modena enfrentou e perdeu em casa para o Monza por 1-3, um grupo de fãs levou ao ginásio uma faixa com a frase "Max, nós nos casaremos contigo".

Em Modena, fãs respondem ao apelo do atleta (Reprodução/Twitter)

Bem-humorado, Max Holt só evitou a pergunta "o que foi mais doloroso: a vitória de Trump ou a derrota para a Itália na semifinal da Rio 2016?". Naquela tarde de 19 de agosto, no Maracanãzinho, os EUA venciam por 2-1 e lideravam o quarto set por 22-19, mas perderam a partida. Menos mal para os americanos que ainda conseguiram o bronze dois dias depois, ao vencerem a Rússia, de virada, por 3-2.

O meio de rede assinou este ano com o Modena. Ele havia jogado nas três temporadas anteriores pelo Dínamo Moscou. Porém, já havia passado pela Itália, tendo sido atleta do Verona e do Piacenza. Entre seus prêmios individuais está o de melhor central da Liga Mundial 2015.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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