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Ele era o sucessor do Giba, mas ombro o impediu de chegar lá

Carolina Canossa

29/10/2016 06h00

Samuel está de volta ao Minas nesta temporada (Foto: Orlando Bento/Divulgação)

"No dia em que o Samuel souber o potencial que tem, eu penduro a joelheira". Foi assim que, certa vez, Giba se referiu a um atacante de 2 metros de altura, golpes potentes e versatilidade para passar. Melhor jogador da Superliga 2006/2007, quando vestiu a camisa do campeão Minas, Samuel Fuchs foi apontado à época como o sucessor de um dos maiores jogadores da história do voleibol brasileiro. O tempo passou, porém, e ele não conseguiu chegar lá.

Aos 32 anos, Samuel se aproxima da reta final de sua carreira lutando para se despedir das quadras lembrando pelo menos um pouco daquele jovem talento que tanto potencial tinha. Reserva da seleção brasileira no título mundial de 2006 e na campanha da prata na Olimpíada de Pequim, o jogador foi extremamente prejudicado por uma grave lesão no ombro direito, diagnosticada em 2008. Até hoje, as dores são constantes.

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"Eu já trabalhei isso na minha cabeça. Nesses anos todos, fiz tudo o que pude para voltar, todos os tipos de tratamento: os tradicionais e os não convencionais também. Fui, inclusive, para os Estados Unidos algumas vezes. Acontece. A vida de um atleta é assim", comentou o resignado jogador ao Saída de Rede. "A gente lamenta o fato,
né? Onde eu poderia ter chegado e tal… mas, enfim: até onde eu joguei 100%, fiquei satisfeito com a minha carreira", destacou.

O problema em questão – rompimento do tendão supraespinhal – surgiu quando Samuel foi jogar na Rússia, pelo Lokomotiv Belgorod. No exterior, não foi tratado adequadamente e logo após os Jogos chineses passou por uma cirurgia de reconstrução no local. Mesmo com a alta médica demorou a se recuperar e só foi atuar bem de novo em 2015, quando, inclusive, voltou a ser convocado pelo técnico Bernardinho para a Liga Mundial.

Prata olímpica em 2008, Samuel recusou convocação de Bernardinho em 2015 por achar que não teria condições físicas (Foto: Divulgação/FIVB)

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Mas, ciente das próprias limitações, Samuel disse não ao chamado. "Recusei por saber que meu ombro não iria aguentar a demanda de treinamentos", explicou o jogador, que cita outros compatriotas para lembrar que não é o único nessa situação. "O Sidão machucou novamente agora, o Murilo não conseguiu mais ter a mesma performance no ataque de quando foi o melhor do mundo… Paciência. São coisas que acontecem", afirmou.

De volta ao Minas, Samuel não conseguiu evitar que a tradicional equipe de Belo Horizonte fosse eliminada no Mundial de clubes com apenas um set vencido em 10 disputados. Com o time já eliminado, pediu ao técnico Nery Tambeiro para não ser titular no terceiro jogo, contra o Bolivar (Argentina), de forma a preservar o ombro. "Sempre tenho a esperança de fazer uma boa temporada. Ombro operado é delicado, então preciso dosar treino para a fadiga e as dores não aparecerem. Vamos ver como as coisas vão sair", comentou.

A repórter Carolina Canossa viajou a Betim para a cobertura do Mundial de clubes a convite de Federação Internacional de Vôlei (FIVB)

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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