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Fenômeno do vôlei, León lamenta política que enfraquece o esporte cubano

Carolina Canossa

22/10/2016 06h00

Depois de ficar sem jogar pela seleção cubana, León se transferiu para o vôlei russo (fotos: FIVB)

Betim (MG) – O atacante Wilfredo León tem apenas 23 anos, mas pode se considerar um veterano. Afinal, já faz oito temporadas desde que assombrou o mundo do vôlei ao estrear pela seleção cubana, à época ainda um time respeitável. Neste período, ganhou uma prata em Campeonato Mundial, um bronze na Liga Mundial e dois títulos no Europeu de clubes, além de uma série de premiações individuais.

Desta brilhante carreira, ele lamenta somente o fato de os dirigentes de sua terra natal insistirem na política de que nenhum atleta pode defender a seleção do país se aceitar uma proposta de um clube do exterior. León, por exemplo, não atua por Cuba desde a Liga Mundial 2012, quando sucumbiu ao assédio internacional e acertou com o Zenit Kazan, da Rússia, clube que defende desde 2014, após cumprir a "quarentena" estipulada pelo governo cubano. Naturalizado polonês, o fenômeno agora inicia uma nova fase de sua carreira, assim como os compatriotas Yoandry Leal (naturalizado brasileiro) e Osmany Juantorena (italiano).

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Em entrevista exclusiva ao Saída de Rede, León deixou transparecer uma mágoa ao ser instigado a dizer em que nível chegaria essa hipotética seleção cubana de tantos grandes atacantes surgidos ao longo dos últimos anos.

"Todo mundo pode imaginar como seria, mas a verdade é que isso não vai acontecer porque em Cuba mesmo não querem uma coisa assim. É muito difícil pensar nisso, pois não vamos mudar a cabeça dos outros", comentou o atleta, que esperava ter sido liberado para defender seu novo país já na Olimpíada do Rio de Janeiro. "Foi chocante, pois estive todo o tempo esperando a autorização da Federação Cubana e da Federação Internacional, mas não me davam nenhuma resposta. Enquanto isso, eu fiquei esperando", contou.

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Agora o momento é de pensar no futuro. E León acredita que pode se tornar um jogador ainda melhor. "Sempre se pode aprender um pouco mais a cada dia. Além disso, a cada ano o vôlei se enriquece e a mentalidade da pessoa deve acompanhar. A cada passo que dou, acho que posso aprender um pouquinho mais", destacou.

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O atacante, inclusive, vê a seleção brasileira como exemplo a ser seguido. "É um time que está muito bem há alguns anos, pois conta com um bom técnico, preparadores físicos e estatísticos. É preciso seguir o planejamento deles para conseguir ficar tanto tempo no topo", comentou.

Vida na Rússia

No Brasil para a disputa do Mundial de clubes masculino, León está otimista com as chances de o Zenit Kazan conquistar o título pela primeira vez – no ano passado, o time russo chegou perto, mas perdeu a final para os mineiros do Sada Cruzeiro por 3-1. O cubano marcou 19 pontos.

"Nossas chances são enormes, pois nos preparamos para estar aqui", avaliou o atleta, que se diz adaptado à Rússia. "No começo é um pouco difícil. Dá trabalho entender as pessoas, muita gente lá não fala inglês, mas pouco a pouco você vai se ajeitando. Quanto ao clima, o inverno é sempre um pouco mais duro para mim, mas atualmente não tenho muitos problemas com isso", afirmou.

A repórter Carolina Canossa viajou a Betim para a cobertura do Mundial de clubes a convite de Federação Internacional de Vôlei (FIVB)

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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