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Hooker abrilhanta a Superliga, mas ela será a mesma de antes?

Carolina Canossa

12/10/2016 12h07

Com a chegada de Hooker a BH, Rosamaria deve ser deslocada para a ponta (Foto: Divulgação/Minas)

A Superliga feminina de vôlei tem a incrível capacidade de nos surpreender. Há apenas alguns meses, a redução nos investimentos causava uma enorme preocupação em jogadoras e torcedores: permaneceriam as principais estrelas por aqui? Conseguiríamos ter um campeonato de bom nível técnico? Agora, faltando duas semanas para o início da temporada 2016/2017, o que se vê é uma enorme empolgação decorrente das contratações anunciadas recentemente pelos times participantes.

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A última delas aconteceu na noite desta terça (11): Destinee Hooker vestirá a camisa do Camponesa/Minas. Dona de uma enorme capacidade atlética e ótima técnica, a americana está de volta após conquistar a admiração dos brasileiros no Vôlei Nestlé em 2011/2012 – a atuação dela na final da Superliga daquele ano, última conquista nacional da equipe paulista, foi memorável: 20 pontos na vitória por 25-14, 25-18 e 25-23 sobre o Rexona.

Relembre aqui alguns dos lances de Hooker:

A oposta americana foi tão bem na ocasião que ficou impossível segurá-la por aqui: com o passe valorizado, ela foi disputada por projetos com maior poder econômico e acabou fechando com o Dínamo Krasnodar, da Rússia. Na Olimpíada de Londres, liderou a seleção americana rumo ao pódio, mas os 14 pontos que fez na final contra o Brasil não foram suficientes para alcançar o ouro, em parte porque Jaqueline teve a maior atuação de sua carreira naquele dia.

Em Osasco, Hooker brilhou, mas também causou problemas (Foto: Divulgação/Osasco)

Desde então, porém, Hooker não conseguiu manter a badalação com a qual saiu do Brasil. Ficou grávida duas vezes e, com dificuldades para conciliar o lado pessoal com os compromissos profissionais, acabou caindo para o segundo plano do cenário internacional, com passagens pelas discretas ligas de Porto Rico e da Coreia do Sul – no país asiático, voltou ter momentos de brilho na campanha que levou o IBK Hwaseong ao título, mas na sequência se envolveu em uma polêmica na China e desistiu de assinar contrato em cima da hora com com o Tianjin alegando problemas pessoais. Mesmo sem jogar, no primeiro semestre deste ano o nome dela protagonizou um rumor sobre uma possível volta à seleção americana, mas a Federação Americana rapidamente desmentiu a história.

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Aos 29 anos, Hooker ainda tem muita bola para jogar. Mas, para isso, terá que lidar com seus próprios problemas e personalidade forte – vale lembrar que, durante sua passagem por Osasco, a jogadora chegou a machucar a mão ao esmurrar uma mesa durante uma discussão com o namorado ao telefone. No Twitter, ao menos, mostrou-se empolgada: "Mal posso esperar para voltar ao Brasil e ser parte do Minas. Oh, Brasil, como senti sua falta! Vejo vocês logo. Deus é bom", escreveu primeiro a a atleta, para depois complementar. "Obrigado a todos pelo carinho e apoio. Agradeço a todos vocês que nunca duvidaram de mim. Estou ansiosa por esta oportunidade sensacional".

Se Hooker vai corresponder às expectativas, só o tempo dirá. A chance, talvez a última de sua carreira, lhe foi dada.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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