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Filipe lamenta não ter recebido chance após corte de Murilo na Rio 2016

Carolina Canossa

28/09/2016 06h00

Aos 36, Filipe ainda sonha com seleção: "Condições físicas eu tenho" (Fotos: Divulgação Sada Cruzeiro)

O ouro veio, mas com muito sofrimento. A ausência de um jogador especialista em passe foi bastante sentida pela seleção brasileira masculina de vôlei durante a Olimpíada do Rio. Jogador mais cotado para a função, Murilo foi dispensado às vésperas da disputa devido a problemas físicos e não houve quem pudesse cumprir a função na qual ele é especialista.

Um nome, porém, poderia ter ajudado a suprir essa ausência: Filipe, do super campeão Sada Cruzeiro. Em entrevista ao Saída de Rede, o jogador afirma que teria condições de estar na disputa sim, mas lamenta nunca ter recebido um voto de confiança do técnico Bernardinho na seleção adulta.

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"Com todo respeito aos jogadores que estiveram lá, eu teria condições (de jogar a Olimpíada). Era uma oportunidade. O Murilo é um cara que faz bem essa função de passe e, depois do corte dele, o Brasil esteve carente nessa posição. O Bernardo sabe como eu jogo, mas nunca me deu uma chance e era difícil que me levasse para uma Olimpíada de cara", destacou o ponteiro. "Foi muito bom conseguir o título e todos estão de parabéns, mas apaga muitas coisas. Como falei para o William e o Evandro (atletas do Sada que estiveram nos Jogos), os jogadores se sobressaíram ali", emendou.

Ao falar sobre o futuro, o jogador sabe que é improvável finalmente começar a ser convocado aos 36 anos de idade, mas não perde a esperança.

"Condições físicas eu tenho. Brinco com meu preparador físico (Fabio Correia, que também trabalha com a seleção feminina) que meu vigor está melhor do que quando eu tinha 30, 31 anos. O Marcelo Mendez (técnico do Sada) diz que eu sempre quero aprender um pouco mais e isso me motiva a estar sempre me aperfeiçoando. Nunca tive a chance de representar o meu país, mas não posso dizer que o sonho acabou. Seria um orgulho muito grande", afirmou.

Ponteiro agora foca em acertar um time desfalcado pelo ranking da CBV

Mundial de clubes

Enquanto uma nova temporada de seleções não chega, o Filipe foca em mais um ano no Sada Cruzeiro, clube que defende há sete temporadas. O primeiro grande desafio já é neste mês de outubro, entre os dias 18 e 23, quando a cidade de Betim recebe o Mundial de clubes.

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Atual campeão, o Sada vai tentar levantar o troféu diante da torcida outra vez, mas o ponteiro não vê favoritismo na equipe. "Não dá pra dizer isso, vamos ter que jogar o nosso máximo. Há o Zenit Kazan, os times argentinos, o Minas que vem muito forte… Nosso maior desafio é fazer bem nossa parte e se classificar em primeiro lugar no grupo para ter um bom cruzamento na semi", analisou.

Vale lembrar que, neste segundo semestre de 2016, o Sada vive um momento de forte adaptação, já que, ao contrário de anos anteriores, não pôde renovar com a equipe titular inteira – devido às determinações do ranking de jogadores da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), o oposto Wallace e o central Éder deixaram a equipe e foram substituídos respectivamente por Evandro e pelo cubano Simon.

"Infelizmente esse lance de pontuação no ranking nos prejudicou bastante com a saída do Wallace, um jogador que foi o diferencial nas Olimpíadas, levou o Brasil nas costas. Agora, é adaptar. Sabemos que o Evandro vai corresponder à altura e trouxe outras qualidades. O time tem que se conhecer de novo, pois vínhamos trabalhando juntos há seis anos, mas tem tudo para dar certo. Mantivemos o nível e dá pra continuar nosso caminho", garantiu.

Com cinco vitórias nos cinco jogos que já fez nesta temporada, o Sada Cruzeiro é também o líder do Campeonato Mineiro e já garantiu o direito de jogar a semifinal em casa. A equipe de Betim venceu todos os Estaduais desde 2010. Depois do Mundial, o desafio será a Superliga, torneio no qual o time mineiro venceu quatro das últimas cinco edições.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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