Enquanto as Paralimpíadas do Rio 2016 se despedem, dá para fazer uma avaliação positiva do voleibol sentado. É preciso ainda aguardar os números da audiência televisiva da modalidade, mas a presença de espectadores no ginásio demonstra que o esporte caiu no gosto do público durante os Jogos.

As partidas foram disputadas no Pavilhão 6 do Riocentro, local que recebeu o Boxe Olímpico em agosto. O ginásio, que tem capacidade para 9 mil espectadores, recebeu mais de 8 mil torcedores em todas as partidas do Brasil neste fim de semana – tanto no masculino quanto no feminino.

Ex-profissionais, Amauri e irmão de Zé Roberto: conheça o vôlei paralímpico
Curta a página do Saída de Rede no Facebook

O número de torcedores na arquibancada refletiu a boa campanha das seleções locais. Pela primeira vez, as equipes brasileiras chegaram às semifinais do voleibol sentado e, nessa esteira, o bronze conquistado pelas meninas, no sábado, diante da Ucrânia (vitória por 3 sets a 0, com parciais 25-12, 25-22, 25-20) foi a primeira medalha do vôlei paralímpico do Brasil – o time masculino perdeu para o Egito, na manhã deste domingo, por 3 a 2 (28-26, 29-31, 19-25, 25-22, 15-13) e terminou na quarta posição.

É claro que medalhas ou troféus não são argumento suficiente para inserir uma modalidade na grade de programação das TVs. Do contrário, o futebol feminino, prata em duas Olimpíadas e vice numa Copa do Mundo, já teria conquistado largo espaço na mídia nacional.

Mas com a considerável presença do público no ginásio, os bons resultados colhidos na Paralimpíada do Rio, a tradição brasileira no voleibol e, sobretudo, a qualidade das disputas (com muitos ralis, inclusive), a modalidade demonstrou que, pelo menos no nível das seleções, pode ser uma atração com apelo para a TV, mesmo em períodos não olímpicos.

Se alguma emissora aberta ou fechada se interessar pela modalidade, além de ganhar o rótulo de "pioneira", poderá cativar a audiência de quem aprecia o voleibol e o desporto paralímpico em geral. Alguém se habilita?