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China é campeã com viradas e semelhanças com Brasil de 2012

João Batista Junior

21/08/2016 06h00

No Rio, a China foi de uma campanha ruim na primeira fase ao tricampeonato olímpico (fotos: FIVB)

O voleibol das chinesas parecia haver sumido. Depois de uma boa primeira no Grand Prix deste ano, a técnica Lang Ping mandou um time reserva para as finais na Tailândia (a exemplo do que fizera no ano passado), e, quando chegou ao Rio, suas comandadas fizeram uma primeira fase das mais tímidas.

Dos cinco primeiros jogos que disputaram por aqui, só ganharam da inócua seleção de Porto Rico e de uma Itália bastante despretensiosa, e colecionou derrotas para EUA, Holanda e Sérvia. O quarto lugar no grupo colocou o time em rota de colisão com a melhor equipe da competição até então, o Brasil. Foi aí o rumo mudou.

A vitória sobre o Brasil nas quartas de final foi ponto de virada na campanha – a primeira de duas viradas fundamentais. O drama de cinco sets diante das donas da casa, na terça-feira, somado ao 3 a 1 de virada sobre a Sérvia na decisão do sábado (19-25, 25-17, 25-22, 25-23) fizeram a conquista das orientais na Rio 2016 guardar grande semelhança com o ouro brasileiro em Londres – quarto lugar na fase de grupos, vencer no tie break o primeiro mata-mata, largar atrás na final e terminar com a medalha de ouro pendurada no pescoço.

Ressaltem-se no título chinês a ponteira Ting Zhu e a treinadora Lang Ping.

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Ting Zhu foi a maior pontuadora da partida decisiva

Zhu foi eleita melhor jogadora da competição. Foi a maior pontuadora do torneio, a atacante com melhor aproveitamento e, na final, venceu o duelo particular contra a oposta Tijana Boskovic, para ser a principal anotadora do jogo do título – assinalou 25 pontos contra 23 da adversária. Os feitos da ponta chinesa no Rio ficam ainda mais impressionantes quando se diz que ela tem apenas 21 anos de idade. Seu rendimento e premiação não surpreendem quem a acompanha por todo este ciclo olímpico.

Lang Ping, por seu turno, teve uma carreira brilhante como jogadora nos anos 1980, e se tornou, pela conquista da Copa do Mundo do ano passado e das Olimpíadas deste ano, uma treinadora vitoriosa – não esquecendo, é claro, o surpreendente vice-campeonato mundial em 2014, além das pratas olímpicas com a China, em Atlanta 1996, e com os EUA, em Pequim 2008. Com o conhecimento que tem do jovem plantel chinês e sem hesitar em utilizá-lo, ela se mostrou uma treinadora da mais corajosas no Rio.

Contra o Brasil, ela pôs 11 das 12 jogadoras para jogar, pelo menos, como titular em um set. Diante da Sérvia, no sábado, ela tirou a levantadora Qiuyue Wei e a ponteira Changning Zhang ao final do primeiro set e pôs Xia Ding na armação de jogadas e Fangxu Yang para atuar na saída de rede. Deu certo: a partir da segunda parcial, as sérvias, que haviam feito 1 a 0 com facilidade, passaram sempre a correr atrás no marcador.

Foi a terceira medalha de ouro conquistada pelo vôlei feminino da China em Jogos Olímpicos. A primeira foi em Los Angeles 1984, com a própria Lang Ping no time, e a segunda em Atenas 2004. No Rio, o time se tornou o primeiro campeão olímpico do vôlei com três derrotas na mesma edição.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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