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Final feminina do vôlei no Rio opõe estilos e pode ser decidida no saque

Carolina Canossa

20/08/2016 12h00

Sérvia e China decidem o ouro olímpico a partir das 22h15 deste sábado (20) (Fotos: FIVB)

A precoce eliminação do Brasil nas quartas de final deixou o torneio de vôlei feminino da Rio 2016 com um gostinho amargo para o público daqui. Se foi o seu caso, ainda há tempo de rever seus conceitos: apesar de não haver mais a possibilidade de as brasileiras igualarem o histórico tricampeonato olímpico de Cuba em casa, muita coisa bacana aconteceu desde então.

O auge está programado para as 22h15 (horário de Brasília) deste sábado (20), quando Sérvia e China entrarão em quadra para decidir quem ficará com a medalha de ouro. Será o confronto de dois estilos de jogo: de um lado, um time que tem a potência no saque e no ataque como ponto forte. Do outro, uma equipe que preza pela velocidade e conta com uma técnica que é uma lenda viva do voleibol.

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Em comum, sérvias e chinesas foram colocadas em xeque ao longo da competição: ainda que distantes do fantasma das lesões que as derrubou em Londres 2012, as europeias tiveram que lidar com a desconfiança de sempre prometer, mas nunca chegarem lá. Em outras palavras, instabilidade. As derrotas para Estados Unidos e Holanda pareciam reforçar o estigma, mas no mata-mata o time atropelou a Rússia, carrasca nos dois últimos Campeonatos Europeus, e ainda superou uma semifinal dramática contra as americanas, atuais campeãs mundiais.

Superação esta que também se viu com a China. Apontada desde o início como candidata ao título, a equipe asiática apresentou um jogo bem abaixo de suas possibilidades na primeira semana de Olimpíada e se classificou apenas em quarto lugar em um grupo de seis. O castigo foi pegar já nas quartas um Brasil que vinha embaladíssimo e empolgando a torcida, mas eis que Lang Ping mudou completamente o jogo após suas comandadas serem estraçalhadas no primeiro set. Na semi, um jogo de "toma lá dá cá" com a surpreendente Holanda, mas vitória em quatro sets.

Nos dois jogos, quem brilhou foi Ting Zhu. Com apenas 21 anos, a ponteira foi absolutamente suprema e chegou à espetacular marca de 61 pontos nos nove sets que disputou até agora no mata-mata. Forte candidata ao posto de melhor jogadora da competição, passam por ela as principais esperanças da China em chegar ao terceiro ouro olímpico na história. A equipe ainda tem nas bolas rapidíssimas pelo meio outro ponto forte, mas o uso dessa possibilidade dependerá de como a recepção vai se comportar diante do poderoso saque rival.

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O lado sérvio também tem sua estrela no ataque, Tijana Boskovic, que com 19 anos consegue ser ainda mais nova que Zhu. A diferença é que a oposta tem contado com outras atletas para dividir a responsabilidade, caso de Brankica Mihajlovic, que há dois anos foi campeã da Superliga pelo Rexona no mesmo Maracanãzinho que sedia a final olímpica e tem jogado demais nesse retorno ao Rio. Mais coeso que o rival, o time ainda tem uma excelente bloqueadora, Rasic, e uma levantadora de respeito, Ognjenovic.

Por tudo o que vimos até agora na competição, a Sérvia possui um ligeiro favoritismo. Inclusive, chegou a fazer um 3 a 0 sobre a China ainda na fase classificatória. Mas final olímpica é outra história e um dia de saque ruim, por exemplo, pode virar completamente o panorama da partida.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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