Seleção feminina da Rússia pega fogo às vésperas da Olimpíada
Carolina Canossa
17/07/2016 06h00
Rússia, comandada por Marichev, enfrenta dificuldades na primeira competição sem Gamova (Foto: Divulgação/FIVB)
A decepcionante quarta colocação no Grand Prix abalou de vez a preparação da seleção russa de vôlei feminina para a Olimpíada. A poucos dias da estreia da equipe no Rio de Janeiro, o criticado técnico Yuri Marichev fez mudanças importantes na tentativa de evitar um novo vexame.
O problema é que tais alterações geraram ainda mais desconfiança nos torcedores. A levantadora Babeshina, por exemplo, foi dispensada do grupo, assim como a atacante Malykh, preterida por Malygina. Na outra via, Marichev chamou às pressas a levantadora Vera Vetrova e a ponteira Irina Voronkova – esta última, aparentemente, uma tentativa de redimir um erro que cometeu na convocação anterior.
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Massacrado pela imprensa de seu país, Marichev também foi alvo de ataques de ninguém menos que Elena Godina. Aos 38 anos, a campeã mundial em 2006 usou o site do Dínamo Moscou para criticar o trabalho do técnico, alegando que a lesão que tirou Kosheleva da reta final do Grand Prix expôs as "fraquezas da seleção", que ficou excessivamente dependente de Goncharova. Ela também questionou a tática usada e até mesmo o comprometimento de Marichev à frente do cargo, uma vez que ele assumirá o comando do clube polonês Chemik Police depois da Rio 2016.
Em entrevista reproduzida pelo site "Russia Volley", Marichev tentou se defender ao dizer que aproveitou a ausência de Kosheleva para testar alternativas nas finais do Grand Prix. Para ele, ainda há tempo suficiente para acertar o time e ter a melhor forma possível nas quartas de final da Olimpíada. Para apimentar ainda mais o clima, sobrou até para a lendária Sokolova, que decidiu se aposentar do esporte no último mês de maio. "Ela poderia nos ajudar, mas não adianta falar sobre isso agora. É necessário trabalhar com as jogadoras que temos agora", afirmou.
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As jogadoras chamadas por Marichev iniciaram a reta final da preparação olímpica na última quinta-feira (14). A definição das 12 que virão ao Rio deve ocorrer no dia 25 ou 26, com embarque para o Brasil programado para 28 de julho.
Com tantos problemas, uma medalha de ouro para a Rússia na Olimpíada parece um feito cada vez mais distante – se rolar, será digno de uma reviravolta daquelas. Você, caro leitor, acha possível isso acontecer? Vale lembrar que a Rússia não ganha nada relevante fora da Europa desde o Mundial de 2010.
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Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.