Uma vitória para dar moral
João Batista Junior
16/07/2016 19h29
A vitória brasileira, neste sábado, em Cracóvia, na Polônia, pela Liga Mundial, foi daquelas que, mais tarde, podem virar marco ou referência temporal para alguma conquista. Porque as parciais do 3 a 1 sobre a França (25-18, 23-25, 28-26, 33-31) mostram um jogo em que três sets foram decididos em detalhes, atestam um duelo dos mais equilibrados entre duas das melhores seleções do ano, e também por isso elevam ainda mais o moral do vencedor
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O oposto Wallace fez 29 pontos, teve aproveitamento de 58,1% no ataque e superou o rival francês, o também oposto Rouzier, tanto em números totais quanto em percentuais. Mauricio Borges poderia ter sido acionado mais vezes, principalmente no segundo set, quando a França reagiu, mas não é ele o ponteiro a quem se atribua a tarefa de definir jogadas, sua primeira preocupação é com o fundo de quadra. Nesse aspecto, ele foi o jogador que mais saques recebeu pelo lado brasileiro e liberou Lucarelli para marcar 15 pontos no ataque e terminar com 60% de aproveitamento no quesito.
Dos centrais, há de se lamentar a lesão de Mauricio Souza no terceiro set, que vinha com cinco pontos de bloqueio na partida. Felizmente, ao que parece, a contusão na região lombar foi sem muita gravidade. E melhor ainda que Éder, que o substituiu, teve uma passagem de saque fundamental no quarto set – o Brasil perdia por 10-16 e virou para 20-16. Lucão terminou a partida com 12 pontos, não recebeu muitas bolas para atacar, sinal de que o passe brasileiro teve dificuldade para receber o saque adversário, mas fez três pontos de bloqueio e supriu a ausência de M.Souza na rede.
Seleção masculina foge do fantasma das lesões
Os sacadores franceses se soltaram em quadra depois do primeiro set e terminaram com dez aces na conta. Foi graças ao saque que os Bleus equilibraram a partida com a seleção brasileira, tiraram a velocidade do time de Bernardinho no ataque e poderiam ter chegado à decisão do título, pois os três últimos sets foram definidos por vantagem mínima. O ponta N'gapeth chegou a sair de quadra no primeiro set sem nenhum ponto computado. Mas quando voltou no set seguinte, acabou sendo uma boa alternativa para o levantador Toniutti não sobrecarregar Rouzier no setor ofensivo.
No entanto, com o bloqueio brasileiro amortecendo muitas bolas (às vezes, até, largando completamente os centrais franceses), o time segurou a reação adversária e se colocou na final da Liga Mundial 2016.
OUTRA SEMIFINAL
O adversário do Brasil é a Sérvia, que venceu a Itália por 3 sets a 2 no primeiro jogo do dia, em parciais de 23-25, 25-21, 25-23, 18-25, 15-11. Com a ausência do oposto Atanasijevic, fora das finais em Cracóvia por causa de uma lesão no tornozelo, o ponteiro Uros Kovacevic comandou o time, com 20 anotações. Do lado italiano, Ivan Zaytsev jogou como oposto – tem se alternado entre a entrada e a saída de rede na competição – e marcou 21 pontos.
Fora das Olimpíadas, os sérvios têm na Liga Mundial sua principal competição até o final do ano e estão, notadamente, num estágio mais adiantado na preparação física do que os demais adversários – que, a rigor, precisam chegar ao auge da preparação só daqui a três semanas.
Brasil e Sérvia se enfrentam a partir das 15h30, pelo horário de Brasília, com transmissão do SporTV.
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Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.