Brasil passa sem sustos no primeiro fim de semana do GP
João Batista Junior
12/06/2016 15h33
A seleção brasileira fechou o primeiro fim de semana do Grand Prix com 100% de aproveitamento (fotos: FIVB)
A tabela prometeu que a seleção brasileira teria pela frente, no primeiro fim de semana do Grand Prix, três seleções classificadas para os Jogos Olímpicos, mas entregou três partidas contra times recheados de reservas. A distância entre expectativa e realidade, se diminui o entusiasmo do torcedor pelas três vitórias conquistadas, não impede, porém, que se analise a atuação das bicampeãs olímpicas.
Neste domingo, o Brasil bateu a Sérvia por 3 sets a 0, com parciais de 25-20, 25-18, 25-18. Contra uma equipe sem Milena Rasic, Ognjenovic, Mihajlovic e Tijana Boskovic, e bastante dependente de Jovana Brakocevic, que deu à luz há alguns meses e passou quase um ano parada, as brasileiras tiveram problemas no passe e no levantamento e cometeram muitos erros de saque (11). O bloqueio brasileiros demorou a aparecer na Arena Carioca 1, mas deu o ar de sua graça – e acabou mais efetivo que o das rivais (7 a 6 para as anfitriãs nesse quesito).
De positivo, o time apresentou bom volume de jogo, foi bem nos ataques de meio, teve momentos de brilho de Sheilla, uma boa atuação de Gabi, que entrou no segundo set, e encontrou em Natália uma opção segura no ataque – o que, neste GP, só havia acontecido nos sets finais contra a Itália.
Curta a página do Saída de Rede no Facebook
Com Fernanda Garay "escondida" na recepção, Natália acabou sendo a brasileira que mais saques recebeu durante a partida. Ela não foi bem no passe, mas compensou noutros fundamentos. A ex-atacante do Rexona-AdeS foi a maior anotadora da partida deste domingo, com 14 pontos, sendo dois pontos no bloqueio, dois de saque e dez no ataque – 40% de aproveitamento nas cortadas.
No ataque, Natália só não foi mais eficiente do que as centrais: juntas, Fabiana e Thaisa chegaram a 60% de aproveitamento, com 15 pontos em 25 tentativas. Dá para dizer também que, nas ocasiões em que teve o passe na mão, o ponto alto de Dani Lins no jogo foi quando acionou as jogadoras de meio. No primeiro set, principalmente, havia um claro descompasso entre a bola da levantadora e a velocidade e a altura requeridas pelas atacantes das pontas. Com efeito, o bloqueio sérvio conseguia chegar bem montado, forçando Sheilla, Garay e Natália a optar, muitas vezes, pela largada.
Aos 20, ele quer ser a arma secreta de Bernardinho no Rio
Léia e Gabi tiveram boa atuação na partida. A líbero foi bem no passe e também conseguiu frustrar o ataque sérvio com boas defesas. Já Gabi entrou no lugar de Fernanda Garay, que foi mal no ataque, e chegou ao final do jogo pondo no chão seis das 11 bolas que recebeu.
Roberta e Adenizia também participaram do confronto, no terceiro set, mas a central foi deslocada para a saída de rede, e terminou com um ponto de ataque. Tandara entrou na partida no decorrer do segundo set e saiu zerada em pontos.
CORTE DE CAROL
A surpresa do dia ficou por conta do corte da meio de rede Carol da seleção. Destaque nas últimas edições da Superliga, a central foi cortada da equipe ainda na noite de sábado, em virtude de lesões nas costas e no tornozelo. Na seleção, ela foi reserva no Mundial da Itália, em 2014, e foi titular na campanha brasileira do GP do ano passado.
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.