França e Irã festejam vaga nas Olimpíadas
João Batista Junior
04/06/2016 11h03
Agora, só restam duas vagas em disputa para o vôlei masculino da Rio 2016 – uma no Japão, outra no México. Com a classificação da França e do Irã, na madrugada deste sábado, sobra um dos quatro bilhetes inicialmente em jogo no Pré-Olímpico Mundial de Tóquio – a Polônia já estava garantida desde quinta-feira. A China tinha chance de definir sua situação também nesta sexta rodada, mas acabou se complicando de tal forma que, agora, nem depende mais só de si, na briga com australianos e canadenses pela vaga que restou.
A outra passagem para o Brasil está em disputa no Pré-Olímpico da Cidade do México, entre Argélia, Tunísia, Chile e o time da casa.
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Veja um resumo da jornada:
França, finalmente, no Rio
O carimbo no passaporte francês demorou mais do que deveria. Melhor seleção do ano passado, quando levantou a Liga Mundial e o Campeonato Europeu, a França poderia ter garantido seu lugar nas Olimpíadas há quatro meses, mas uma derrota de virada para a Rússia em Berlim adiou para esta semana o inevitável destino dos Bleus.
A seleção dirigida pelo técnico Laurent Tillie só precisava de dois sets contra a frágil Venezuela, na madrugada deste sábado, e venceu por 3 sets a 2 (25-21, 23-25, 25-11, 20-25, 15-9). Com a missão cumprida ao cabo de três sets, a França deixou a vitória na partida para o time reserva. O único titular que não entrou em quadra no terceiro set foi Earvin N'gapeth.
Deve ter sido ironia que o melhor jogador do mundo não aparecesse na foto, quando a França fez 2-1. N'gapeth teve atuação apagada no ataque – marcou quatro pontos em 14 tentativas – e saiu de quadra quando sua equipe tinha 19-17 na segunda parcial. Coube a Rouzier, com 17 pontos, comandar o ataque francês
Ausente nas duas últimas edições dos Jogos, esta será a quarta participação do voleibol masculino francês em Olimpíadas – e certamente a primeira em que chega com chance real de pódio e título.
Irã, merecidamente, no Rio
Vai ser difícil encontrar seleção masculina de vôlei que tenha evoluído mais neste ciclo olímpico do que a iraniana. Nos últimos anos, a seleção deixou a posição de coadjuvante (ou de saco de pancadas, mesmo) para transformar os bons resultados na base em um quarto lugar na Liga Mundial de 2014 e um sexto no Mundial do mesmo ano – muito bom, para quem perdeu os cinco jogos que disputou no Mundial de 2006 e foi 19º no de 2010.
O Irã entrou em quadra neste sábado precisando da vitória e teve pela frente os suplentes da Polônia. Os asiáticos ganharam por 3 sets a 1 (25-20, 25-18, 20-25, 34-32), com 24 pontos do oposto Shahram Mahmoudi e 31 erros cometidos pelos rivais. O time comandado pelo argentino Raul Lozano também venceu o duelo nos pontos de bloqueio (9 a 7) e de saque (10 a 5).
A inédita vaga olímpica não só estabelece o domínio do Irã no continente asiático como leva ao Rio uma seleção que deve acautelar favoritos: brasileiros, russos, poloneses, italianos e norte-americanos foram batidos pela equipe do Oriente Médio alguma vez nos últimos anos.
China e Austrália invertem os papéis
Os chineses não só dependiam de si mesmos para conquistar a vaga nos Jogos, como havia uma probabilidade de fazê-lo neste sábado: bastava conquistar três pontos contra a Austrália e torcer para que o Canadá não pontuasse contra o Japão. Deu tudo errado. Tão errado que, no domingo, o time precisa não só de três pontos sobre os canadenses como também de uma força da já classificada e desinteressada Polônia, para cumprir sua missão em Tóquio.
A eliminação precoce rondava os australianos desde o revés contra o Canadá, na terceira rodada. Mas a vitória sobre o Japão, na quinta-feira, manteve viva a possibilidade de classificação e o resultado deste sábado deixou o time surpreendentemente perto do Rio.
A Austrália superou a China em 3 sets a 1 (25-23, 25-22, 20-25, 26-24), com 21 pontos do oposto Thomas Edgar. Independentemente de qualquer outro resultado, os Volleyroos estarão nas Olimpíadas se fizerem 3-0 sobre Polônia – que, nesta rodada, nem escalou seus principais jogadores. E se a China vencer o Canadá por qualquer placar, dois sets serão suficientes para o time da Oceania.
Canadenses na briga
Encerrando a rodada, o Canadá venceu o Japão por 3 sets a 1 (23-25, 25-19, 25-21, 25-19) e se mantém na luta por um lugar nas Olimpíadas. O ponteiro Gord Perrin foi o principal pontuador do jogo, com 22 anotações.
Se o Canadá vencer a China por 3-0 na última rodada, precisará, apenas, de um set da Polônia sobre a Austrália para poder comemorar a vaga no Rio. Ainda há possibilidade, até, de que uma derrota por 3-2 seja suficiente para a classificação, desde que os australianos percam em três ou quatro sets.
Última rodada
Veja a tabela da sétima e derradeira rodada do Pré-Olímpico de Tóquio, com ênfase para Canadá vs China e Austrália vs Polônia. Todos os jogos são transmitidos pela FIVB no YouTube:
22h10 – Irã x Venezuela (sábado)
0h55 – China x Canadá
3h40 – Polônia x Austrália
7h15 – Japão x França
REPESCAGEM NA CIDADE DO MÉXICO
Na primeira rodada do quadrangular que distribui uma vaga entre equipes do terceiro escalão, melhor para as seleções latino-americanas sobre as africanas, com duas vitórias em sets diretos. Na abertura, o Chile surpreendeu a favorita Tunísia, vencendo com um triplo 25-21. O principal jogador tunisiano, o oposto/ponta Hamza Nagga, recupera-se de uma contusão e ficou entre os suplentes, tendo participado pouco do jogo. Na sequência, o México venceu a Argélia com parciais de 25-21, 25-16, 25-21. Os quatro times apresentaram muitos erros de execução, algo esperado entre equipes desse nível.
Neste sábado (4), no primeiro jogo, às 20h (horário de Brasília), Tunísia e Argélia fazem o duelo dos desesperados, enquanto a partir das 22h30, os donos da casa e os chilenos jogam para ver quem fica na liderança isolada. O torneio termina no domingo (5). Todos as partidas são transmitidas pelo canal da FIVB no YouTube.
* Colaborou Sidrônio Henrique
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Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.