Apesar da vitória, Brasil expõe deficiências contra República Dominicana
Carolina Canossa
29/05/2016 21h02
Uma vitória tranquila por 3 sets a 0 é preferível a um resultado positivo por 3 sets a 1 recheado de altos e baixos, certo? Nem sempre. Decorridos os dois primeiros jogos da seleção brasileira feminina de vôlei em 2016, ambos contra a República Dominicana, não há dúvidas de que o segundo duelo, realizado neste domingo (29) no Paraná, trouxe informações muito mais valiosas para a comissão técnica do que o passeio da última sexta-feira (27).
Se no primeiro jogo mal houve o que analisar, dada a quantidade de erros não-forçados das rivais, agora já podemos começar a tirar algumas conclusões. A primeira (e mais importante) é que o ataque do time nacional foi pouco efetivo. Jogando tanto com Dani Lins quanto com Roberta, Fê Garay, Natália e Sheilla tiveram problemas para virar uma bola limpa, daquelas que vão para a quadra adversária sem tocar em ninguém.
Seleção feminina é pouco testada no primeiro amistoso do ano
Não por acaso, as maiores pontuadoras da partida foram as duas centrais, a capitã Fabiana e Carol, que disputa a vaga de terceira central na Olimpíada com Adenízia e Juciely. Com pouco ritmo depois de passar a temporada inteira na reserva do Vakifbank, Sheilla cometeu erros bobos, como pisar três vezes na linha enquanto estava sacando. Se por um lado é verdade que a oposta já não precisa provar para ninguém sua capacidade técnica, por outro tem que correr contra o tempo para voltar a ser aquela jogadora decisiva com a qual a torcida se acostumou.
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Natália, por sua vez, tem sentido a pressão de ser o alvo de saques adversários, o que ficou ainda mais claro ao jogar ao lado de Léia, que esteve um tanto quanto insegura ao substituir Camila Brait neste domingo. Já Fê Garay virou bolas na raça, mas ainda precisa melhorar o entrosamento com as levantadoras.
No segundo set, o único em que as dominicanas encaixaram melhor o passe, as brasileiras acabaram derrotadas, algo que deixa uma pulga atrás da orelha para o Grand Prix, onde certamente o Brasil enfrentará adversários de nível técnico superior. Não é nada que tire o sono de ninguém por enquanto, até porque o atual ritmo pesado na academia se reflete no jogo, mas que esses sinais sirvam de alerta para o time não se acomodar nas glórias do passado. Há muito trabalho a ser feito nas semanas.
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Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.