Mundial sub-23 – Blog Saída de Rede http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br Reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Tue, 31 Dec 2019 12:02:55 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Teste com as novas regras desagrada técnicos das seleções sub-23 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/08/15/teste-com-as-novas-regras-desagrada-tecnicos-das-selecoes-sub-23/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/08/15/teste-com-as-novas-regras-desagrada-tecnicos-das-selecoes-sub-23/#respond Tue, 15 Aug 2017 09:00:50 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=8892

Treinador da seleção sub-23, Giovane não gostou das mudanças impostas no ataque e no saque (Bruno Miani/Inovafoto/CBV)

Às vésperas da abertura do Campeonato Mundial masculino sub-23 do Egito, o público do vôlei se prepara para acompanhar uma competição que testa algumas das mudanças mais radicais que a modalidade sofreu nos últimos anos. O mesmo valerá para a versão feminina do torneio, que ocorrerá em setembro, na Eslovênia.

Haverá três grandes modificações nas regras para os mundiais desta categoria em 2017: (1) as partidas serão disputadas em até sete sets de 15 pontos, (2) o jogador que efetuar o serviço não poderá aterrissar dentro da área de jogo, o que deve inibir o saque viagem, assim como (3) quem efetuar o ataque do fundo de quadra não poderá cair dentro da linha de 3 metros, o que deve mudar bastante a dinâmica da armação de jogadas.

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Tanto o técnico Giovane Gávio, da seleção brasileira masculina sub-23, quanto Wagão, da feminina, demonstram otimismo em relação às sete parciais de 15 pontos. Os dois enxergam na mudança matemática uma tentativa da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) para dinamizar o jogo e, com isso, atrair a televisão – uma tendência, lembra Giovane, que acompanha a modalidade já há algum tempo.

“Desde 1996, a FIVB vem fazendo adaptações no vôlei, principalmente com o objetivo de facilitar as transmissões ao vivo, (propiciar) mais emoção. Acho que estão seguindo nessa linha. Acho que esse é o principal objetiva da mudança pra sete sets de 15 pontos, e pode ser que consigam”, comentou o bicampeão olímpico em Barcelona 1992 e Atenas 2004.

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Contudo, as modificações no ataque e no saque desagradaram os dois treinadores. “Elas vão na contramão da evolução do voleibol. Tira um pouco do brilho do espetáculo”, sentenciou Wagão.

Wagão: “Ataque do fundo e saque forçado são evoluções do esporte” (foto: FIVB)

“O ataque do fundo e o saque forçado são evoluções do esporte. Nesse caso, não acredito que vale a pena fazer teste, pois estaremos voltando ao passado do voleibol. As propostas que agilizam o jogo são válidas, mas, com os aspectos técnicos do ataque de fundo e invadir a linha do saque, eu não concordo, pois tira parte do aspecto plástico do jogo”, criticou o comandante da seleção brasileira feminina sub-23.

Nessa mesma esteira, Giovane afirma que limitar a ação do atacante no fundo de quadra “é uma regra mal feita. Não existe isso de você não poder cair dentro da área de 3 metros. Isso não existe”, enfatizou.

“Teria de mudar toda a mecânica do movimento e acho que não está sendo bem pensada. Sou contra, acho que não traz benefício nenhum pro vôlei. Pelo contrário, tira essa parte espetacular do ataque pelo fundo, o salto em extensão, que é bonito, (diminui) possibilidades de ataque que foram conquistadas pela evolução (física e tática) que aconteceu ao longo dos anos. Não consigo enxergar o voleibol melhor com essa regra aí”,  lamentou o ex-ponteiro.

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Autor do ace que levou o Brasil ao primeiro título mundial adulto, em 2002, na Argentina, Giovane completa que, nestas semanas de treinamento da seleção masculina sub-23, não percebeu que a mudança no saque tenha trazido melhorias para o jogo. “Benefícios? Não consegui enxergar ainda”.

“Talvez diminua um pouco a força do saque em salto e aumente esse flutuante lá do fundo. Sinceramente, não sei dizer se é bom ou ruim, e também não consigo entender por que estão mexendo nisso. Nós treinamos com as regras novas, e essa (mudança) do saque só dificultou sacar, a verdade é essa”, avaliou.

Mundiais
O Campeonato Mundial masculino sub-23 será disputado no Cairo, entre os dias 18 e 25 deste mês. Vencedor na primeira edição do torneio, em 2013, o Brasil está no grupo A, junto com Cuba, Polônia, Japão, Egito e México, contra quem estreia na próxima sexta-feira, às 9h30 (horário de Brasília) – Argélia, Argentina, Irã, China, Turquia e Rússia, atual campeã, compõem a outra chave.

Já no torneio feminino, entre os dias 10 e 17 de setembro, em Liubljana (Eslovênia), as brasileiras, que tentam defender o título levantado em 2015, encaram Quênia, Argentina, China, Tailândia e Eslovênia na primeira fase. Egito, Rep. Dominicana, Turquia, Cuba, Japão e Bulgária estão no outro grupo.

Colaboraram Carolina Canossa e Sidrônio Henrique

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Bernardinho: “Time nasceu competitivo e seguirá sendo por outros 20 anos” http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/03/15/bernardinho-time-nasceu-competitivo-e-seguira-sendo-por-outros-20-anos/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/03/15/bernardinho-time-nasceu-competitivo-e-seguira-sendo-por-outros-20-anos/#respond Wed, 15 Mar 2017 09:00:34 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=5684

“Foram 20 anos incríveis, quem vai tocar o processo agora é o Sesc” (foto: Divulgação)

O momento parecia de turbulência com a saída do patrocinador Unilever, parceiro desde 1997, mas Bernardo Rezende garante que a equipe de vôlei feminino sob seu comando segue firme. “O time vai continuar sendo competitivo. Nasceu competitivo e seguirá sendo por outros 20 anos. Não há nenhuma descontinuidade, é um processo ajustado e quem vai tocar agora é o Sesc”, disse o técnico multicampeão ao Saída de Rede.

Esta é a primeira parte de uma entrevista que o treinador concedeu ao SdR. Nesta o foco é o voleibol feminino. Além da transição no Rexona-Sesc, equipe que conquistou a Superliga 11 vezes e que encerrou a fase classificatória da atual edição na liderança, com 10 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, Bernardinho fala sobre a dificuldade de enfrentar “seleções” no Mundial de Clubes, relembra que o arquirrival Osasco (atual Vôlei Nestlé) venceu a competição tendo “uma verdadeira seleção” e que depois perdeu a final da Superliga para o Rexona.

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Ele aponta o Camponesa/Minas, liderado pela oposta americana Destinee Hooker e pela ponteira Jaqueline Carvalho, como favorito na Superliga e alega que vencê-lo três vezes numa eventual semifinal é uma tarefa complicada.

Fala de talentos do voleibol brasileiro, como a central Bia, as pontas Rosamaria, Gabi e Tandara, as opostas Lorenne e Paula Borgo, além das levantadoras Roberta, Naiane, Juma e Macris.

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Sobre a estrangeira de sua equipe, a ponta holandesa Anne Buijs, Bernardinho afirma que “aos poucos ela está começando a mostrar mais consistência na atuação de alto nível”.

Confira a primeira parte da entrevista que Bernardo Rezende nos concedeu:

Saída de Rede – Como fica a equipe com a saída da Unilever após 20 anos de parceria?
Bernardinho – O time vai continuar sendo competitivo. Nasceu competitivo e seguirá sendo por outros 20 anos. Foram 20 anos incríveis e não há nenhuma descontinuidade, é um processo ajustado, combinado, de prosseguimento e quem vai tocar o processo agora é o Sesc. Esse processo foi conduzido por nós, junto com o Sesc, nessa transição. A Unilever jamais nos abandonou, muito pelo contrário, sempre foi uma parceira orientadora, muito preocupada com a consistência do projeto, tanto na parte competitiva quanto nas frentes sociais.

O técnico durante Mundial de Clubes 2016, nas Filipinas (foto: FIVB)

Saída de Rede – O Rexona vai para o Mundial de Clubes em maio, no Japão. Diante dessa situação, de transição, o time já havia se programado para contratar algum reforço?
Bernardinho – Nós não temos nenhuma verba neste momento para poder buscar alguém. E também não seria justo chegar num momento como esse e sacar uma jogadora para, de repente, colocar outra. Seria muito bacana poder reforçar, tentar trazer alguém que nos desse uma condição a mais. Osasco, quando foi ao Mundial, tinha uma verdadeira seleção.

Sobre o arquirrival Osasco e seu título mundial: “Tinha uma verdadeira seleção” (foto: FIVB)

Saída de Rede – Você fala da edição de 2012, quando Osasco ganhou?
Bernardinho – Exatamente… E depois nós ganhamos delas na final aqui (na Superliga). (Osasco) Era uma seleção com das quatro titulares: Garay, Jaqueline, Thaisa e Sheilla. Tinha ainda duas reservas imediatas da seleção: Fabíola e Adenízia. O time chegou ao Mundial em condições de brigar. Hoje, as equipes turcas são verdadeiras seleções do mundo. Eczacibasi, por exemplo, o VakifBank, o Fenerbahce… Esses times são all-star, com jogadoras de várias seleções do mundo, se torna mais difícil vencê-los. No último Mundial a gente estava meio despreparado e perdeu duas vezes por 3-2, pro Eczacibasi e pro Casalmaggiore, campeão europeu. Esses dois foram os finalistas. Então faltou pouco. Quem sabe a gente não consiga depois da Superliga, mais preparado, um pouco mais? (Nota do SdR: o Rexona-Sesc terminou o Mundial 2016 na quinta colocação.)

Saída de Rede – O fato de o torneio agora ser no fim da temporada de clubes, pouco depois do encerramento da Superliga, ajuda o time? Embora esses adversários também estejam com bom ritmo.
Bernardinho – Para nós, que não temos a quantidade de talentos individuais a nível mundial que esses times têm, a questão do sistema funcionar é a única chance que a gente tem. Não dá para brigar na individualidade. Sob esse ponto de vista, a consistência de uma temporada talvez nos dê uma possibilidade a mais. Claro que esses grandes times continuam sendo os favoritos, mas talvez a gente tenha uma pequena condição a mais.

Bernardinho orienta o time durante partida da Superliga (foto: Alexandre Arruda/Divulgação)

Saída de Rede – Falando agora de Superliga, as outras equipes no top 4, Minas cresceu no segundo turno, Praia Clube caiu um pouco ao longo da competição e Osasco está se ajustando. Desses três adversários, qual seria o mais perigoso?
Bernardinho – O Minas com certeza é o mais perigoso. Na minha opinião, o Minas se tornou o favorito.

Saída de Rede – Por quê?
Bernardinho – Uma coisa é ter o Minas sem uma Hooker e sem uma Jaqueline. A Hooker é uma das grandes opostas do mundo. Veja bem, não falo só da Superliga, falo do mundo, e ela ataca como poucas. A Jaqueline é completa, arma o time de uma maneira… Que jogadora tem condições de passar como ela passa, arrumar o time, defender, fazer o jogo como ela faz? Aí você tem Rosamaria, Carol Gattaz fazendo excelente temporada, a Naiane… Pelas jogadoras que tem hoje, o Minas se tornou favorito na Superliga.

Saída de Rede – Enfrentá-las numa melhor de cinco jogos em uma possível semifinal facilita para vocês, não? Afinal, ganhar três vezes do Rexona…
Bernardinho – (Interrompendo) É, mas ganhar três vezes desse Minas aí é tão complicado quanto ganhar três vezes do Rexona.

Saída de Rede – Se você diz… E quanto ao Praia e ao Osasco?
Bernardinho – Acho que o Praia vive um momento de insegurança emocional, mas é um time com muito potencial. Na final, no ano passado, por muito pouco a coisa não fugiu da gente. Foi uma final muito dura. E Osasco é sempre Osasco, uma equipe de tradição, que vai chegar, mudou um pouco a forma de jogar: no último ano tinha mais força no meio, a cubana na ponta, agora tem a Tandara, duas estrangeiras, com muita força ali. A Bia tem jogado em altíssimo nível.

A central Bia, do Vôlei Nestlé, foi bastante elogiada por Bernardinho (foto: João Pires/Fotojump)

Saída de Rede – Você acha que a Bia subiu muito de produção em relação ao ano anterior?
Bernardinho – Ela já tinha jogado muito bem no Sesi com a Dani Lins. O fato de ter uma grande levantadora do lado dela, e ela sempre foi uma grande bloqueadora, deu uma condição… Me lembro que ganhamos grandes competições com a Dani e as centrais eram a Valeskinha e a Juciely, que são mais baixas, e a Dani as fazia jogar, mesmo sendo jogadoras fisicamente menos capazes de jogar com atletas grandes. A Dani faz isso muito bem e a Bia está se beneficiando disso. Para o voleibol é muito importante ter uma jogadora como ela, que naturalmente já é uma grande bloqueadora. É um belo trabalho feito lá e ter a Dani por perto dá uma condição ainda melhor.

“Natália foi uma jogadora fundamental” (foto: FIVB)

Saída de Rede – O Rexona sempre teve muito volume de jogo e você procura fazer o time jogar de forma acelerada na virada de bola e no contra-ataque. No ano passado, quando o passe não saía, era bola para a Natália, que descia o braço. Como está isso hoje? Conversando outro dia com o Anderson Rodrigues (técnico do Brasília Vôlei), ele dizia que o Rexona está bem, porém errando mais do que no ano passado. Você também acha isso? O que está faltando para o time?
Bernardinho – É exatamente isso. O Anderson enxerga um pouco com os meus olhos, até por termos convivido tanto tempo. Nós ainda não temos a consistência… Olha, a Natália foi uma jogadora fundamental nos últimos dois anos, dava um equilíbrio muito grande, pra gente se permitir ter um passe pior às vezes. Era uma jogadora que resolvia, ela foi excepcional. Não tê-la este ano requer um time que cometa menos erros, que desperdice menos, mas ainda estamos em busca disso, dessa consistência maior. Nos momentos importantes estamos tendo boas atuações, mas o time ainda oscila. A Anne (Buijs) tem altos e baixos, mas teve momentos muito bons, como na Copa Brasil, a final do Sul-Americano, mas não posso atribuir a ela a responsabilidade que a Natália já tinha condições de assumir. Eu tenho que ter também a calma de fazer com que ela tenha a tranquilidade de jogar sem um excesso de peso sobre ela. Quem está assumindo uma responsabilidade maior é a Gabi, o que é muito bom para ela, para o amadurecimento.

Saída de Rede – Mas ela não tem característica de força, tem outro perfil, não dá para comparar com a Natália.
Bernardinho – Não, mas você pode jogar de outra maneira. A ideia é um pouco essa, que ela jogue de uma forma com mais velocidade, para que ela consiga criar situações de dificuldades para o outro time.

O treinador orienta Anne Buijs: “Está começando a mostrar mais consistência” (foto: Marcelo Piu/Divulgação)

Saída de Rede – Quando a Brankica Mihajlovic (ponta sérvia, vice-campeã na Rio 2016), que tem um perfil parecido com o da Anne, com deficiências no passe e no fundo de quadra, jogou aqui, ela deslanchou a partir das quartas de final. Você está preparando a Anne para crescer na reta final?
Bernardinho – Aos poucos ela está começando a mostrar mais consistência na atuação de alto nível. É o que a gente espera dela: crescer fisicamente e conseguir lidar com uma situação de pressão que a Superliga exige o tempo todo.

Saída de Rede – Atualmente, no cenário internacional, temos a impressão de que existe uma carência de ponteiras passadoras. Você diria que o vôlei no Brasil reflete isso também?
Bernardinho – A Gabi é uma jovem ponteira excepcional. A Natália tem pouco tempo nessa função… Então, nós temos duas ponteiras. São pontas que às vezes não são tão boas passadoras, como a Tandara também não é, mas que você pode compor. Veja, a Sérvia jogou a Olimpíada com a Brankica na ponta, a Tandara não é pior passadora do que ela. Você tem como compor e o Zé Roberto vai saber montar isso. No Brasil há um pouco dessa carência, não só no feminino também há no masculino, mas eu diria que não estamos tão mal posicionados neste sentido. Temos algumas jogadoras interessantes para surgir, como a Rosamaria.

Saída de Rede – Nós conversamos com ela, que admitiu que não dava para ser oposta em nível internacional, até por sua altura (1,85m), mas sim ponteira. Ela pensou exatamente nisso.
Bernardinho – Ela pensou e os treinadores dela também. Na minha opinião é uma solução excepcional, ela tem plenas condições de jogar nessa posição.

Ele diz que Macris “taticamente joga muito” (foto: CBV)

Saída de Rede – Que outros destaques você vê entre as jogadoras mais jovens aqui no Brasil?
Bernardinho – Levantadoras você tem a Roberta, a Naiane, a Juma, que são jovens e boas jogadoras. A Macris é uma atleta que taticamente joga muito, ela é diferente e entra nesse rol. A Dani Lins continua sendo a principal e melhor jogadora da posição. Mas temos um leque de jogadoras interessantes para trabalhar, com boa estatura. Olhando pro futuro, eu vejo boas levantadoras. Sobre opostas, não sei se a ideia é a Tandara jogar um pouco ali, a Natália jogar eventualmente, mas eu tinha uma crença muito grande em uma menina que é a Paula Borgo, que fez duas boas temporadas e este ano está jogando menos. Claro que isso é momentâneo e é uma jogadora que tem potencial. Não temos uma quantidade grande, talvez seja o caso de pensarmos em uma estrutura um pouco híbrida.

Saída de Rede – E a Lorenne, sua jogadora até a temporada passada, foi ideia sua ela ir para o Sesi, sob o comando do Juba, que tinha sido seu assistente, para ela jogar mais?
Bernardinho – Sim, ela tinha que sair pra jogar.

“Lorenne talvez necessite mais tempo” (foto: Sesi)

Saída de Rede – Está muito verde ainda para se pensar em seleção principal?
Bernardinho – Ela está galgando, agora já joga a Superliga, tem potencial. Lorenne talvez necessite um pouco mais de tempo, assim como a Paula Borgo. Elas precisam passar por um processo de amadurecimento internacional para poder jogar.

Saída de Rede – A Lorenne joga de uma forma diferente do que historicamente as nossas opostas fazem, mais lenta, porém com mais alcance e com mais potência. Como você vê isso?
Bernardinho – É, ela vai mais alto, pega uma bola mais lenta. Temos que ver, pois a forma de jogar do Brasil não é muito esta e, lá fora, jogar com uma bola tão lenta talvez não seja o mais recomendável. Mas é uma jogadora de potencial, tem que ser trabalhada para ter condição de jogar internacionalmente. É preciso testá-la lá fora. Já jogou Mundial sub23, ou seja, está começando a ganhar essa experiência.

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WhatsApp e conselhos unem meios de rede da seleção a promessa do vôlei http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/08/01/whatsapp-e-conselhos-une-meios-de-rede-da-selecao-a-promessa-do-volei/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/08/01/whatsapp-e-conselhos-une-meios-de-rede-da-selecao-a-promessa-do-volei/#respond Mon, 01 Aug 2016 18:55:25 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=1779 Saraelen passou por Pinheiros e São Caetano antes de chegar ao Vôlei Nestlé (Foto: João Pires/Fotojump)

Saraelen passou por Pinheiros e São Caetano antes de chegar ao Vôlei Nestlé (Foto: João Pires/Fotojump)

“Ah, pra que Gamova? A Saraelen é quem manda nessa p…a!”. Quem frequentou o ginásio José Liberatti, em Osasco, na última temporada provavelmente ouviu os fãs do Vôlei Nestlé cantarem a bem humorada rima que compara uma jovem a um dos maiores nomes da história do vôlei. Aos 22 anos, a central Saraelen Leandro Ferreira Lima sequer joga na mesma posição da gigante russa, recém-aposentada, mas já virou xodó da torcida graças às boas atuações no período em que substituiu Thaísa, operada dos dois joelhos, no time. E é justamente os passos da compatriota que ela sonha em seguir.

“Da compatriota”, não. Para falar de Saraelen, é melhor usar o plural: “das compatriotas”. Prestes a iniciar sua segunda temporada na equipe da Grande São Paulo, Saraelen fala com o carinho de uma irmã mais nova quando o assunto é Thaísa, Adenízia e Juciely, três jogadoras que vão defender a seleção brasileira na Olimpíada do Rio a partir de sábado (6). Trata-se de gratidão por uma série de conselhos que ganhou delas nos últimos meses, dentro e fora das quadras.

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“Quando vim pra cá, a Thaísa tinha recém-operado e me deu muita força. Eu saía do treino e ela vinha me perguntar se tinha treinado bem, me dava dicas. Tudo o que eu joguei no Paulista e na Superliga foi graças a ela”, comenta Saraelen, que conversou com o Saída de Rede antes de um treino visando a Copa São Paulo, primeiro torneio da temporada de clubes brasileiros. “A Adenízia também me ajudou muito. Ela me falava dentro de quadra: ‘Olha, se você não fechar pra cá, não vai me bloquear’ ou ‘Se você não fizer assim, os outros vão montar em cima de você’. Foi onde eu pude crescer muito. Elas fazem isso por amor ao esporte, para ajudar quem está vindo”, destaca.

Com o início da preparação para a Rio 2016, o contato passou a ser feito por WhatsApp. E foi justamente através do aplicativo que Saraelen estreitou os laços com Juciely, amiga que defende o rival Rexona-Sesc e que também vai tentar o ouro olímpico. “Ela já me disse: ‘Você vai conquistar muita coisa e tem que ser muito forte porque, a cada degrau que subir, dez mil vão atirar pedra pra te fazer voltar'”, conta a novata, que em 2015 foi um dos destaques da campanha que levou o Brasil ao título mundial sub-23. Na ocasião, ela marcou 16 pontos na final, que foi acompanhada ao vivo pelas atletas da seleção principal graças à internet.

Saraelen marcou 16 pontos na final do Mundial sub-23, vencida pelo Brasil (Foto: Divulgação/FIVB)

Saraelen marcou 16 pontos na final do Mundial sub-23, vencida pelo Brasil (Foto: Divulgação/FIVB)

Com a transferência de Thaísa e Adenízia para times do exterior, Saraelen provavelmente terá ainda mais chances de jogar ao longo dos próximos meses em um dos principais times do país, algo que até pouco tempo atrás nem passava pela cabeça de uma menina que só começou a jogar vôlei aos 15 anos após ser escolhida em uma peneira para a qual foi, inicialmente, apenas acompanhar uma amiga. Hoje, com a carreira já engatilhada, diz “se cobrar demais”, mas nem por isso se considera uma substituta das recém-saídas centrais da seleção. “A Natália e a Bia, que são as outras centrais que estão aqui, são extremamente competentes e já atuaram de titulares na Superliga. Será uma briga de igual pra igual e a vaga está aí para quem estiver melhor”, analisa.

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E a musiquinha da torcida? Com um sorriso no rosto, Saraelen lembra que precisou se concentrar quando ouviu o canto pela primeira vez, durante uma partida. Alvo de brincadeiras das próprias colegas de equipe, naquele dia teve que colocar a mão no rosto para não correr o risco de rir na frente das adversárias e ser mal- interpretada. “No começo eu não entendi nada do que cantavam. Depois quando eu entendi, eu falava: ‘Gente, mas não faz sentido!’. Deve ser por causa da rima…”, despista.
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