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Irregular, Brasil perde para a nova geração polonesa na Liga das Nações

Janaína Faustino

10/07/2019 21h09

Seleção brasileira perdeu para a jovem seleção polonesa na estreia da fase final da Liga das Nações (Fotos: Divulgação/FIVB)

Depois da prata conquistada pela seleção feminina de vôlei na Liga das Nações, chegou a vez dos comandados de Renan Dal Zotto. Com apenas uma derrota em 15 partidas na etapa classificatória da Liga das Nações, a seleção masculina fez sua estreia nesta quarta-feira (10), em Chicago (EUA), no Final Six da competição contra a tricampeã mundial Polônia, que garantiu sua vaga nas finais na quinta colocação.

Entretanto, focado no torneio Pré-Olímpico – onde caiu em um grupo complicado com França, Eslovênia e Tunísia em busca de uma vaga em Tóquio – o treinador belga Vital Heynen resolveu dar rodagem aos jovens valores da sua base e poupou todos os principais jogadores para as finais da competição, entre eles o passador Michal Kubiak, o oposto Bartosz Kurek e o astro Wilfredo Leon, que ainda vive a expectativa para fazer sua estreia com a camisa branca e vermelha.

O fato de não ter contado com suas grandes estrelas, contudo, não fez diferença. Em um jogo duríssimo, a seleção brasileira foi surpreendida e acabou derrotada pelos jovens valores poloneses por 3 sets a 2 (parciais de 23-25, 25-23, 21-25, 25-21 e 9-14).

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Em busca da primeira medalha na competição, a seleção masculina fez um primeiro set já bastante complicado. Sem muita agressividade e ainda sofrendo no passe, buscou desestabilizar a recepção adversária com uma estratégia de saque forçado que tentou tirar a bola das mãos do promissor levantador Komenda.

Os europeus, no entanto, não se intimidaram e equilibraram as ações principalmente através do bloqueio, da virada de bola tanto pelas extremidades com o ponta Bednorz (maior pontuador polonês com 18 acertos no total) e o oposto Muzaj quanto pelo meio com o experiente central Klos (que pontuou 15 vezes).

Os poloneses ainda se destacaram com boas coberturas do sistema defensivo, que propiciaram contra-ataques bem aproveitados. Além disso, o time verde-amarelo cometeu erros de ataque e de saque importantes na reta final da parcial.

Mais aguerridos, os campeões olímpicos chegaram a abrir uma boa vantagem na segunda parcial com um ritmo de jogo mais veloz. Contudo, sem qualquer responsabilidade, os europeus endureceram novamente o jogo com uma ótima marcação de bloqueio tanto das bolas de primeiro tempo quanto pelas pontas. Renan ainda tentou, sem sucesso, fazer a inversão 5-1 com Alan e Cachopa.

Seleção brasileira voltou a mostrar grande fragilidade na recepção do saque flutuante

Vale ressaltar a ineficiência do saque forçado brasileiro, que pouco incomodou a linha de passe rival. Contudo, o que acabou fazendo a diferença a favor do time de Renan foi a quantidade expressiva de falhas do inexperiente adversário no set (8 no total).

Com um serviço mais variado e efetivo, a seleção chegou a estabelecer uma vantagem de 5 pontos no marcador (16-11) no terceiro set. A equipe, entretanto, perdeu a concentração com uma confusão criada pelo talentoso e excêntrico técnico belga com a arbitragem. Os poloneses, então, voltaram para o jogo e mostraram regularidade no sistema defensivo para ganhar a parcial, contando ainda com erros técnicos significativos do Brasil, além de uma distribuição equivocada do levantador Bruno.

Renan, então, escalou Cachopa no lugar de Bruno na quarta parcial. Isac também substituiu Lucão pelo meio. Assim, jogando com outra dinâmica e mais precisão, o armador conseguiu extrair um rendimento mais consistente na entrada de rede com Leal e Lucarelli. Não se pode deixar de apontar também a importância de Wallace para virar bolas importantes na quarta etapa. Prova disso é que os poloneses tiveram dificuldades para fazer a leitura da armação brasileira e não anotaram nenhum ponto de bloqueio (ao total, foram 12 acertos dos rivais no fundamento contra apenas 7 dos brasileiros).

Quinta colocada na fase de classificação, a equipe polonesa deu imenso trabalho ao Brasil e mostrou que o Final Six é outra competição

No tie-break, a seleção brasileira voltou a cometer sucessivos erros na recepção do saque balanceado, seguramente o maior problema que o time de Renan vem enfrentando desde o início da Liga das Nações. Com isso, Cachopa não conseguiu organizar bem as jogadas, que terminaram marcadas pelo bloqueio rival. Foi desta maneira que a Polônia largou na frente na fase final da competição.

O maior pontuador do jogo foi Wallace com 21 acertos. Lucarelli apareceu em seguida, com 18.

Diante do inesperado revés, a seleção precisará vencer o Irã na próxima sexta-feira, às 19h, para se classificar para as semifinais do torneio. O confronto terá transmissão do SporTV2.

Ouça o terceiro episódio do Voleicast, o podcast de vôlei do Saída de Rede

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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