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Novo vice tem gosto amargo, mas seleção masculina sai da Liga Mundial com saldo positivo

Carolina Canossa

09/07/2017 01h32

Brasil sofreu com a falta de regularidade, mas só perdeu o título da Liga Mundial no último momento (Fotos: Divulgação/FIVB)

De novo, ficou no quase. Pela quinta vez desde 2010, a seleção brasileira masculina de vôlei teve que se conformar com o vice-campeonato na Liga Mundial, torneio do qual ainda é o maior campeão. Em um jogaço que adentrou a madrugada deste domingo (9), o Brasil lutou o quanto pôde, mas voltou a alternar altos e baixos e acabou derrotada pela França por 3 sets a 2, parciais de 21-25, 25-15, 25-23, 19-25 e 15-13.

Pode-se dizer que o termômetro brasileiro na fria Curitiba foi Ricardo Lucarelli. Quando o ponteiro esteve bem, caso do primeiro set, o time comandado por Renan Dal Zotto teve seus melhores momentos. Bastava que ele sumisse, porém, para que a equipe voltasse a apresentar dificuldades.

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O problema é que, do outro lado da quadra, havia dois craques. Um deles é conhecido até de quem pouco acompanha vôlei, Earvin Ngapeth – dono de um incrível talento, o astro francês ministrou uma aula de como explorar o bloqueio adversário e terminou com incríveis 29 pontos. Já o ágil Jenia Grebennikov mostrou o porquê é considerado o sucessor de Serginho na posição de líbero.

Ngapeth teve outra atuação brilhante da final em Curitiba

Grebennikov só não conseguiu parar Wallace, que mais uma vez cumpriu com louvor a função de "bola de segurança" do Brasil. Só que vôlei é um esporte coletivo e o oposto não tinha como carregar o time nas costas o tempo inteiro diante de uma das melhores seleções do mundo. Faltou, por exemplo, um melhor saque, fundamento que foi o ponto positivo da semifinal. Se o viagem não entrou em nenhum momento no Paraná, desta vez o flutuante também não machucou os adversários como se esperava, incluindo o match point, quando Ngapeth recepcionou com tranquilidade o saque de Maurício Souza.

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O resultado negativo ainda significa a extensão de um incômodo jejum: em toda história da Liga Mundial, os brasileiros só venceram uma das seis edições cuja fase final foi disputada em casa, no já longínquo 1993, ainda com a geração que ficou com o ouro na Olimpíada de Barcelona.  Já para os franceses, foi a concretização da revanche pelas eliminações na semi da Liga Mundial 2016 e na primeira fase dos Jogos do Rio. Um título merecido para uma equipe que perdeu apenas um jogo ao longo da competição e ainda assim com reservas.

Sendo assim, o novo vice deixa um gosto amargo para os brasileiros. Por outro lado, o novo técnico Renan Dal Zotto pode se orgulhar de só ter perdido seu primeiro torneio à frente da seleção no último momento. Ainda há um longo trabalho pela frente, especialmente em termos de regularidade, mas esses últimos jogos da Liga Mundial deixaram claro que o Brasil não deixará de frequentar a elite do voleibol masculino no mundo tão cedo.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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