Thaísa diz que os EUA são o time a ser batido
Bicampeã olímpica, a seleção brasileira feminina de vôlei fez a final em Pequim 2008 e em Londres 2012 contra o mesmo adversário, os Estados Unidos. Se na primeira decisão o Brasil entrou em quadra como favorito, há quatro anos as americanas eram pule de dez. Ainda bem que favoritismo não ganha jogo e o Brasil levou mais um ouro para casa. Para Thaísa Menezes, titular absoluta no meio de rede, nas Olimpíadas do Rio 2016 os EUA continuarão sendo o adversário a ser batido.
"Os EUA têm um jogo muito rápido, que é algo fora do padrão para a gente. Para mim, o time a ser batido é o das americanas", disse ao Saída de Rede a jogadora de 1,96m, reserva em Pequim e titular em Londres, uma das melhores do mundo na posição, ela que completa 29 anos neste domingo, dia 15. "Mas ao mesmo tempo, sabemos que na cabeça dos adversários nós somos o time a ser batido, pois somos as atuais campeãs, somos bicampeãs olímpicas", pondera a melhor central do Mundial 2014 e MVP do Grand Prix 2013.
No ano passado, sem a presença da central, que passou por cirurgia nos dois joelhos e ficou cinco meses longe das quadras, o Brasil enfrentou o time titular das EUA, na casa delas, nas finais do Grand Prix. Mas apenas Dani Lins, das então titulares da seleção brasileira, estava presente. As americanas venceram por 3-0.
A lembrança mais recente de Thaísa contra os EUA é amarga, outra derrota por 3-0, na semifinal do Mundial 2014, quando as oponentes destruíram o favoritismo brasileiro. Quanto aos Jogos Olímpicos, as recordações são doces para ela e para os torcedores, com duas vitórias em duas finais consecutivas. As americanas até derrotaram o Brasil por 3-1 na primeira fase em Londres, mas em partidas decisivas a última vitória delas sobre as brasileiras em Olimpíadas foi um 3-0 na disputa do bronze em Barcelona 1992.
Russas e chinesas
Além dos EUA, ela aponta Rússia e China como adversários complicados. "A Rússia é só bola alta, mas é um time muito forte. Já a China tem um jogo misto porque tem tanto bola rápida com as duas centrais e a oposta quanto bola de força daquela ponteira muito alta", analisa Thaísa, referindo-se a ponteira Ting Zhu, 21 anos, 1,95m, melhor atacante do Mundial 2014 e MVP da Copa do Mundo 2015.
Se o time brasileiro chegou a Pequim em um estágio bastante superior aos adversários, principalmente por causa do condicionamento físico, em Londres foi preciso superação, principalmente na épica batalha das quartas de final contra as arquirrivais russas, partida em que Thaísa marcou 24 pontos.
O Brasil chegará ao Rio com um time mais ajustado do que aquele que desembarcou em Londres? "A gente estava muito bem (em 2012), tanto que falávamos, 'eu não sei o que está acontecendo, estamos destruindo no treino, mas na quadra não está saindo'. A gente estava bem, mas não estava fluindo. Acredito que vamos chegar bem na hora da competição, sim, vamos chegar fortes".
No seu caso, Thaísa está em melhor forma, seis quilos mais magra do que quando se apresentou para a concentração há quatro anos. "Isso faz muita diferença", observa.
Os dois lados da moeda
A central destacou a importância da torcida, mas pediu mais carinho com o time nos momentos de adversidade. "A torcida ajuda muito, mas quando a gente começa a ficar em dificuldade, a perder, não apoiam, às vezes até vaiam. A gente vai ter dificuldade, todos os times estão treinando muito forte. Para superar as dificuldades a gente precisa de ajuda, a torcida é muito importante. A gente sabe bem o que é, passamos por isso em Londres e a gente ouviu cada besteira que vocês nem imaginam, então a gente já está esperando os dois lados da moeda", afirma.
Não é apenas a parte física ou o apoio da torcida que preocupam Thaísa. Ela quer ver o time focado. "A gente vai ter que se fechar, focar, se blindar para tudo o que vem de fora. Só assim para a gente ganhar esse campeonato, que vai ser muito difícil".
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