Thaísa Menezes – Blog Saída de Rede http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br Reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Tue, 31 Dec 2019 12:02:55 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Uma nova Gattaz: aos 36 anos, ex-central da seleção vive grande fase http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/02/15/uma-nova-gattaz-aos-36-anos-ex-central-da-selecao-vive-grande-fase/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/02/15/uma-nova-gattaz-aos-36-anos-ex-central-da-selecao-vive-grande-fase/#respond Thu, 15 Feb 2018 08:00:13 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=11857

Carol Gattaz: “Tenho muita gratidão pelo Minas” (foto: Guilherme Cirino/Camponesa/Minas)

Sorte do vôlei que o Rio Preto Automóvel Clube não tinha time de basquete feminino naquele ano. Caroline de Oliveira Saad Gattaz ficou mesmo com o voleibol. A menina alta, então com 14 anos, sempre havia praticado esporte em sua cidade natal, São José do Rio Preto (SP). “Na escola eu jogava futebol, basquete, handebol, tudo… O vôlei era o que eu menos jogava, não me interessava muito”, conta a central Carol Gattaz, capitã do Camponesa/Minas, ao Saída de Rede.

Aos 17 anos já disputava sua primeira Superliga, pelo São Caetano (SP). Era o final de 1998, lá se vão quase 20 anos. Chegou à seleção brasileira juvenil. Mais algum tempo e, aos 22, com seu 1,92m, estreava na adulta. Duas vezes vice-campeã mundial, cinco vezes campeã do Grand Prix, três vezes campeã da Superliga, até hoje não superou o trauma de não ter participado de uma Olimpíada e perdido a chance do tão sonhado ouro. A dispensa antes dos Jogos de Pequim, em 2008, é uma ferida que não cicatriza. “O corte de Pequim foi sem dúvida o maior baque da minha vida. Até hoje eu ainda sinto muito por ter sido cortada. Tive grandes conquistas na minha carreira, mas nenhum título supre a falta do ouro olímpico”.

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Hoje, aos 36 anos, Carol Gattaz é um dos grandes nomes da Superliga. O Camponesa/Minas, diz ela, a ajudou a se reinventar. Chegou em 2014, depois de algumas temporadas em baixa, quando tudo indicava que o fim da sua carreira estava próximo. “Fui contratada em setembro quando geralmente em maio você já sabe onde vai jogar na próxima temporada”, relembra a capitã. “Tenho muita gratidão pelo Minas, por todo mundo que me acolheu”, completa.

Gattaz não desistiu da seleção, mas não é sua prioridade. “Claro que se me convocassem para o Mundial, eu aceitaria na hora. Mas também não é uma coisa que eu fique pensando, ‘ah, será que vou ser chamada?’. O meu objetivo é estar bem no clube, fazer uma boa temporada, para que na próxima eu possa fechar um contrato bom e, claro, manter a minha longevidade, que é o que eu mais quero, venho trabalhando para isso”.

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Histórias contadas em cliques: os fotógrafos do voleibol

A mudança na rotina inclui mais cuidado com a alimentação. Já vão longe os dias em que, nas suas palavras, “era gordinha” e chegou a ser chamada de “mão de pantufa”, vejam só. “A própria mudança pela qual meu corpo passou, com mais massa magra, ajudou a melhorar minha potência”, comenta.

Gattaz bateu um longo papo com o SdR. Falou ainda sobre Bernardinho, Zé Roberto, Tifanny, seu relacionamento com a também jogadora de vôlei Ariele Ferreira (atualmente no Hinode Barueri). Apontou as melhores centrais do País, comentou sobre as temporadas no exterior, seu jeito de liderar, seu ídolo, se pensa em parar de jogar e o que pretende fazer depois disso.

Confira a entrevista que a central concedeu ao blog:

Gattaz diz que não desistiu da seleção, mas não é sua prioridade (Guilherme Cirino/Camponesa/Minas)

Saída de Rede – Como foi o seu começo no voleibol?
Carol Gattaz –
Na escola eu jogava futebol, basquete, handebol, tudo… O vôlei era o que eu menos jogava, não me interessava muito. Eu comecei a jogar basquete pelo Automóvel Clube e também passei a praticar voleibol porque me chamaram. Quando foram inscrever o time de vôlei do clube na Federação Paulista, eu acabei optando por esse esporte porque aí eu já gostava bastante, tinha 14 anos. Também fiquei com o vôlei porque não tinha mais basquete feminino na época no clube. Aos 17 anos estava disputando minha primeira Superliga, na temporada 1998/1999, pelo São Caetano, mas era reserva, entrava pouco. Nossa, faz tanto tempo.

Saída de Rede – Carol, você sempre foi central ou chegou a jogar noutras posições nas categorias de base?
Carol Gattaz –
Joguei como ponteira ainda muito menina, mas foi uma fase bem curta, em São José do Rio Preto, quando eu era infantojuvenil. Meu negócio mesmo era ser central.

Saída de Rede – Quando foi sua primeira convocação para a seleção na base?
Carol Gattaz –
Foi no juvenil, em 1999, para o Mundial daquele ano. Fomos vice-campeãs, perdemos na final para a Rússia (0-3), a (Ekaterina) Gamova era a principal jogadora delas, já jogava bem demais, virava muita bola.
[Nota do SdR: naquela seleção brasileira jogavam também Érika Coimbra, Fernandinha e Paula Pequeno.]

Saída de Rede – No segundo semestre de 2003, quando o Zé Roberto assumiu a seleção feminina, ele te chamou. Como foi sua primeira participação na seleção adulta?
Carol Gattaz –
Eu treinei com o grupo que ia para a Copa do Mundo, mas não fui. No ano seguinte fui para o Grand Prix.

Técnico Zé Roberto conversa com Gattaz durante partida da seleção (FIVB)

Saída de Rede – Em 2005 começava um novo ciclo olímpico e você foi convocada todos os anos. Foi ao Mundial 2006, participou de quase tudo, exceto pelos cortes nas equipes que foram ao Pan, em 2007, e à Olimpíada de Pequim, em 2008. Quase dez anos depois, como é que você analisa o corte antes dos Jogos de Pequim?
Carol Gattaz –
Ainda vejo como um baque, afinal eu participei de todos os anos daquele ciclo olímpico, estive em todos os torneios importantes, só não fui ao Pan do Rio em 2007 porque eu tive um problema de saúde e perdi muito peso. O corte de Pequim foi sem dúvida o maior baque da minha vida, pra ser bem sincera. Até hoje eu ainda sinto muito por ter sido cortada. Tive grandes conquistas na minha carreira, mas nenhum título supre a falta do ouro olímpico. Claro que antes dos Jogos ninguém sabia quem ia ganhar, mas elas ganharam. Não ter esse ouro pesa muito para mim. Eu acho que não merecia ser cortada, mas foi uma decisão da comissão técnica. O grupo foi lá, ganhou o ouro. Então se era para ter feito alguma coisa certa, eles fizeram.

Saída de Rede – O Zé Roberto chegou a conversar contigo logo após o corte?
Carol Gattaz –
Nem houve conversa. Dias depois que nós ganhamos o Grand Prix foi divulgada a lista das 12 jogadoras que iam a Pequim. Eu estava na casa dos meus pais, em São José do Rio Preto. Vi a notícia e fiquei muito mal, arrasada.

Saída de Rede – Você guarda alguma mágoa do Zé Roberto pelo corte de Pequim 2008?
Carol Gattaz –
De jeito nenhum. Tenho um relacionamento muito bom com o Zé, com a família dele. Tenho gratidão pelas oportunidades que ele me deu. Eu acho que a principal qualidade de um ser humano deve ser a gratidão, pois isso faz com que você ande pra frente. Nunca tive raiva dele. Sou grata por tudo que ele me ensinou.

A central ataca durante uma partida contra os EUA no Mundial 2006 (FIVB)

Saída de Rede – No ciclo seguinte, a partir de 2009, lá estava você de novo na seleção. Como foi voltar ao time depois de não ter ido a Pequim?
Carol Gattaz –
Na temporada de clubes 2008/2009 eu fui campeã da Superliga pelo Rexona, fiz um campeonato muito bom e aquela equipe me trouxe alegria. Eu estava muito mal antes do torneio, o corte da Olimpíada tinha sido traumático. O Rexona recuperou minha vontade de vencer, voltei à seleção com bastante pique. Infelizmente, no final de 2009, início de 2010, tive uma lesão que atrapalhou muito a minha carreira, uma fascite plantar no pé direito. Fui ao Mundial 2010, de novo vice-campeã. Depois, ainda no Rexona, fiquei no banco, aí já não fui mais chamada para a seleção naquele ciclo.

Saída de Rede – Voltou à seleção em 2013 para a disputa da Copa dos Campeões, o Zé Roberto chamou veteranas como você e a Walewska. Na época, logo depois do título, você disse que estaria sempre disposta a jogar pela seleção. Aquela foi sua última convocação. Este ano você completa 37. Se vê em condições de defender a seleção, é algo que ainda quer?
Carol Gattaz –
Eu não fico pensando muito nisso porque se eu tivesse que ser chamada, ter uma oportunidade mais recente, já teria tido. Nunca vou dizer não. Eu gostei muito de jogar pela seleção e serviria ao time novamente com certeza. Quem tem que ver se ainda sou útil ou não é o Zé Roberto e a comissão técnica dele. Hoje a seleção está muito bem servida de centrais. As jogadoras dessa posição estão muito bem, se mantêm num nível forte. Claro que se me convocassem para o Mundial, eu aceitaria na hora. Mas também não é uma coisa que eu fique pensando, “ah, será que vou ser chamada?”. O meu objetivo é estar bem no clube, fazer uma boa temporada, para que na próxima eu possa fechar um contrato bom e, claro, manter a minha longevidade, que é o que eu mais quero, venho trabalhando para isso.

Gattaz vira mais uma na Superliga: central é uma das referências no Minas (Guilherme Cirino/Camponesa/Minas)

Saída de Rede – Você disse que a seleção está bem servida de centrais. Quem são as melhores da posição hoje no Brasil na sua avaliação?
Carol Gattaz –
Walewska, Fabiana, Thaisa… A Thaisa não está jogando agora, mas vai voltar logo. Sempre que penso nas melhores, nas que mais gosto de ver jogar, são essas três. Tem a Adenizia, ela joga demais. Tem a Juciely, que não está melhor no momento porque se recupera de uma lesão, isso atrapalha. Tem também a Bia e a Carol, que são mais novas e têm bastante potencial, devem se destacar por muito tempo.

Saída de Rede – Entre as centrais estrangeiras, quem chama sua atenção?
Carol Gattaz –
Olha, eu tenho acompanhado muito pouco os campeonatos internacionais, tanto de clubes quanto de seleções.

Saída de Rede – Quem foi ou quem é o seu grande modelo enquanto atleta? Há alguém em quem você se espelha, um ídolo?
Carol Gattaz –
A Walewska é a pessoa que mais me inspira, ela é uma motivação pra mim. Vejo a Wal aos 38 anos jogando em alto nível, com um físico muito bom, isso é fantástico. Ela é super disciplinada e realmente me inspira, não só como atleta, mas como pessoa também.

Bloqueando o ídolo, a também central Walewska Oliveira (Guilherme Cirino/Camponesa/Minas)

Saída de Rede – Depois daquele problema há alguns anos, a fascite plantar, você chegou a ficar no banco, teve algumas temporadas não tão boas, mas aí foi para o Minas Tênis Clube, na temporada 2014/2015, e voltou a jogar em alto nível, surpreendendo muita gente. O que foi que aconteceu para que você desse uma guinada em sua carreira?
Carol Gattaz –
Mudou tudo praticamente. É até engraçado. Primeiro, o Minas me acolheu. Eu estava sem time e fui contratada em setembro de 2014, quando geralmente em maio você já sabe onde vai jogar na próxima temporada. O time da Amil, de Campinas, tinha acabado e eu estava sem equipe, não tinha para onde ir. Estava treinando no Pinheiros na época, para manter a forma e porque eles abriram as portas para que eu tentasse conseguir um patrocinador. De repente, pintou o convite do Minas. Eu topei e acho que foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida.

Saída de Rede – Por quê?
Carol Gattaz –
Aqui no Minas eu me encontrei, não só como atleta, mas houve algo fantástico na minha vida pessoal também e tudo mudou para melhor. Eu me tornei mais madura, me sinto outra pessoa, outra jogadora. Sou muito mais calma em quadra, sei aproveitar minha experiência. Hoje eu gostaria de estar na seleção porque sei que poderia contribuir, por estar bem fisicamente e por tudo que acumulei, tudo que entendo de jogar vôlei. O que pesou muito em todas essas mudanças é que eu encontrei o amor da minha vida, né. Tenho muita gratidão pelo Minas, por todo mundo que me acolheu. Por ter encontrado a Ariele, que me deu tranquilidade. Nós duas temos muita cumplicidade, muito amor uma pela outra, muito respeito. Isso tudo me deixa muito mais calma dentro de quadra. A Ariele me deu uma paz, uma tranquilidade que eu precisava. Eu devo muito a ela… Essa minha maturidade, essa vontade de jogar. Ela me deu um gás a mais.

Carol com a esposa, a ponteira Ariele Ferreira, do Hinode Barueri (Reprodução/Instagram)

Saída de Rede – Mas houve alteração na sua rotina de treinos, no modo de se cuidar para melhorar seu desempenho?
Carol Gattaz –
Fiz mudanças na minha alimentação, no cuidado com o meu corpo, dou mais atenção ao meu descanso. Isso tudo é reflexo do meu amadurecimento. Antes eu gostava muito de sair, ir pra balada… Não que eu não goste mais, mas agora eu saio com uma frequência muito menor. Hoje eu descanso mais, sei que meu corpo precisa. Não que fosse largada antes, sempre ralei, me cuidei, mas acho que se eu tivesse a postura que tenho hoje desde os meus 19 anos, por exemplo, eu teria aprendido algumas coisas mais cedo, coisas que aprendi muito tarde. Eu estou colhendo os frutos somente agora. Só fui tomar suplementos, que são importantes, em 2013 quando eu jogava pelo Amil. São coisas que te ajudam a se recuperar mais rápido. Quanto antes você começa, seu corpo responde melhor. Aí você constrói um corpo melhor.

Saída de Rede – Na época de juvenil você estava acima do peso ideal. O quanto isso te incomodava?
Carol Gattaz –
Muito, muito, muito… Eu pesava 90 quilos, hoje eu peso 78 e minha taxa de gordura é baixíssima. Antes eu pesava 90 e minha taxa de gordura devia ser sei lá quanto. Eu era gordinha, sabe, meu quadril, minhas coxas, minha barriga… Se naquela época eu tivesse a cabeça que tenho agora e o acompanhamento necessário, teria mudado antes, com certeza. Lá pelos 21 anos foi que comecei a emagrecer. Em 2003, quando cheguei à seleção adulta, aos 22 anos, já estava bem mais leve, mas ainda não era o ideal, que é o que tenho hoje.

Com Ariele, as duas irmãs e a mãe, em São José do Rio Preto. As irmãs, ambas mais novas e com 1,81m, nunca tiveram interesse pelo esporte, segundo Carol Gattaz (acervo pessoal)

Saída de Rede – Você jogou duas temporadas no exterior, uma na Itália (2007/2008) pelo Monte Schiavo Jesi e outra, interrompida, no Azerbaijão (2012) pelo Igtisadchi Baku. Por que não seguiu na Itália e o que houve no Azerbaijão?
Carol Gattaz –
Meu ano na Itália não foi bom, acabei não fazendo um bom campeonato. Recebi um convite do Rexona para a temporada seguinte e decidi voltar. O time no Azerbaijão foi o mesmo em que a Fernandinha tinha jogado. Ela havia me avisado que o clube era problemático. Tive alguns problemas burocráticos, mas estava bem fisicamente. Só que eles foram antiprofissionais. Não os processei porque o meu empresário disse que seria difícil ganhar um processo contra eles lá. Recebi o equivalente pelo mês que fiquei e voltei para o Brasil. Depois disso fiquei sem time o restante da temporada. Preferi ficar sem porque já era dezembro quando voltei, e se esperasse acabar a temporada na próxima estaria zerada. Na época eu ainda tinha a pontuação do ranking. No ano seguinte fui contratada pelo Amil.

Saída de Rede – De uns anos para cá, é possível ver que o seu ataque está mais potente. Como é que você melhorou seu desempenho?
Carol Gattaz –
Sempre fui habilidosa, mas não tinha força. Então muitas vezes eu virava bola porque sabia tirar do bloqueio ou então explorava. Diziam que eu tinha mão de pantufa, que não sabia atacar com força. A própria mudança pela qual meu corpo passou, com mais massa magra, ajudou a melhorar minha potência. Claro que eu me valho da minha técnica, nunca vou ser aquela jogadora com muita explosão, mas hoje em dia bato bem mais forte do que quando era mais nova.

Gattaz: “Hoje eu gostaria de estar na seleção porque sei que poderia contribuir” (FIVB)

Saída de Rede – Desde o juvenil você sempre se destacou como bloqueadora, mas no ataque te viam durante muito tempo como alguém que ficava restrita a duas jogadas, o tempo atrás e principalmente a china. Você tinha dificuldade em atacar pelo meio?
Carol Gattaz –
A minha china sempre foi muito melhor do que os ataques pela frente, como o tempo ou a chutada, e essas minhas bolas não eram boas mesmo. Como a china era muito boa e as da frente eram bem medianas, ninguém queria que eu atacasse pela frente. Aí acabava atacando só por trás da levantadora, o tempo atrás e a china. No Rexona eu passei a treinar bastante com o Bernardinho os ataques na frente, batendo pelo meio. Ele acreditava muito em mim, que eu poderia atacar por ali. Então eu comecei a melhorar essa bola. O Bernardo ficava um tempão comigo no caixote, treinando muito. Como naquela época eu fazia rede de 3 (Fabiana fazia a de 2), eu tinha que atacar pela frente. Eu melhorei demais. O meu percentual de aproveitamento nos ataques pelo meio é bem parecido com os feitos por trás. Claro, tem menos marcação, eu não faço tanto.

Saída de Rede – Ao chegar no Minas, para o período 2014/2015, você se alternava com a Walewska nas redes de 2 e de 3. A partir da temporada seguinte, com a saída dela, você tem feito sempre a de 2, quer dizer, tem um trabalho mais pesado como bloqueadora, que é não apenas cobrir a diagonal, mas também ajudar a levantadora a reduzir o espaço da atacante. Com o voleibol cada vez mais rápido, como é fazer a rede de 2?
Carol Gattaz –
O bloqueio da levantadora é bem menor e para ajudá-la é bastante complicado (ela faz apenas uma passagem com a oposta na rede). Imagina, a central tem que chegar, precisa fechar o meio, cobrindo também a diagonal. A gente tenta o máximo, faz muito esforço. Você também combina a marcação com a defesa, “vou fechar um pouco mais lá e vocês defendem mais aqui” ou então “vou deixar esse espaço aberto, fiquem atentas ali”. Tem que combinar o tempo todo com a defesa porque os jogos estão muito rápidos e isso tem tornado cada vez mais difícil bloquear. A defesa tem que trabalhar bastante. Claro que as bloqueadoras devem pelo menos tocar na bola, mas é bem complicado numa rede de 2 chegar montada no bloqueio.

A meio de rede diz que gostaria de ajudar mais o time (Orlando Bento/MTC)

Saída de Rede – Carol, você tem recebido muitos elogios, se mantém há várias rodadas entre as atacantes com melhor aproveitamento na Superliga. Que avaliação faz das suas atuações esta temporada?
Carol Gattaz –
Olha, meu jogo tá fluindo, venho tentando colocar em prática o que a comissão técnica pede. Porém, uma lesão no joelho esquerdo tem me acompanhado e sou muito exigente comigo mesma. Não estou conseguindo cumprir meus objetivos que são treinar todos os dias e ajudar mais a equipe. Muitas vezes tenho que ficar fora de treino para poder jogar. Claro que tenho conseguido dar o meu melhor dentro de quadra, mas ao mesmo tempo essa lesão está me incomodando muito. Se não tivesse esse problema, eu poderia estar melhor do que estou. Estou satisfeita, mas não totalmente porque poderia render ainda mais.

Saída de Rede – Qual é a lesão no seu joelho esquerdo?
Carol Gattaz –
Tenho tendinite patelar.

Saída de Rede – Recentemente a ponteira Gabriela Guimarães, do Sesc, passou por isso e se submeteu a uma cirurgia. Isso vai ser necessário no seu caso?
Carol Gattaz –
Não, o meu caso não é cirúrgico, já foi avaliado pelos médicos. Eu vou tentar outro tipo de intervenção, mas isso somente depois do final da temporada porque eu não quero ficar de fora, preciso ajudar o meu time na Superliga. Estamos bem perto dos playoffs e eu não posso ficar parada, não me dou esse direito. Estou jogando à base de remédios, mas vou dar o meu máximo para ir até o final da Superliga. Quando acabar, faço o que tiver de fazer para voltar 100% na próxima temporada.

Carol no ataque na semifinal da Superliga 2016/2017, decidida no último jogo da série (Orlando Bento/MTC)

Saída de Rede – Até onde você acha que o Camponesa/Minas pode chegar nesta Superliga? No ano passado vocês surpreenderam, levaram a série semifinal contra o então Rexona Sesc até o quinto jogo, quase foram à final. O que esperar do time desta vez?
Carol Gattaz –
A gente perdeu a Jaqueline, mas a Pri Daroit vem jogando bem. Por causa de algumas lesões e também porque a Hooker chegou um pouco depois, o time está se encaixando agora. O chato é que perdemos muitos jogos que não poderíamos ter perdido. Mas a equipe tem todas as condições de chegar a uma final e brigar pelo título. Claro que vários adversários são muito fortes, essa tem sido talvez a Superliga mais equilibrada de todas. Não há um favorito disparado. O Praia Clube, que está invicto no torneio, perdeu de 3-0 para o Vôlei Nestlé na Copa Brasil. Não tem nada definido.
[Nota do SdR: o Minas está em terceiro na classificação, com um ponto a mais do que o quarto colocado, Vôlei Nestlé, que tem uma partida a menos.]

Saída de Rede – Você teve a chance de trabalhar com os dois técnicos que são os mais vitoriosos da história do voleibol brasileiro, duas referências no mundo todo, Bernardinho e Zé Roberto. Tem um preferido?
Carol Gattaz –
Eu tenho, mas não vou contar (risos). São dois técnicos espetaculares, perfeccionistas, dois seres humanos incríveis, cada um com suas características, suas qualidades, seus defeitos. Eu tive o privilégio de trabalhar não apenas com eles, mas com outros grandes técnicos, como o Paulo Coco e o Luizomar de Moura, pessoas por quem tenho muito respeito. Fui treinada pelo Hairton Cabral, que é outro profissional sensacional, um cara fantástico. Todos eles ajudaram a criar essa bagagem que eu tenho.

Oposta Tifanny, do Bauru, tira foto com fã após partida contra o Minas (Guilherme Cirino/Camponesa/Minas)

Saída de Rede – Você já enfrentou a Tifanny, do Bauru, a primeira transexual da história da Superliga. Como você vê a participação dela?
Carol Gattaz –
Ela foi liberada para jogar. As pessoas discutem se ela pode, se não pode… Isso não cabe a nós jogadoras decidir, mas às entidades que regem o esporte. Claro que isso foi estudado e deve seguir sendo avaliado porque ela é uma pioneira. O importante é que a definição seja boa para o esporte e para as atletas, afinal isso é a nossa vida, nossa carreira. Mas é importante também que a Tifanny não seja prejudicada. Espero que isso possa ser resolvido da melhor maneira.

Saída de Rede – Depois que você expôs na mídia seu relacionamento com a Ariele, em 2016, sentiu alguma mudança de tratamento? Houve alguma hostilidade?
Carol Gattaz –
Nos tratam de uma maneira quase sempre positiva, há até quem nos agradeça por mostrarmos que somos um casal como qualquer outro, duas pessoas que se amam. E nós duas levamos nosso relacionamento adiante de uma forma muito leve, não queremos chocar ninguém, não queremos levantar bandeira nenhuma. O que nós queremos é ser felizes. Não importa se o relacionamento é entre um homem e uma mulher, entre dois homens ou entre duas mulheres, as pessoas têm que ser felizes.

Gattaz salva bola com o pé, observada por Hooker e Mara (Orlando Bento/MTC)

Saída de Rede – Com toda a bagagem que você acumulou e sendo a capitã do Camponesa/Minas, você se preocupa em dividir isso com as jogadoras mais novas?
Carol Gattaz –
Eu gosto de ser líder, mas procuro dar exemplo pelas minhas ações, não sou muito de falar. Não sou aquele tipo de atleta veterana que senta ao lado de uma juvenil e que fica um tempão batendo papo, eu prefiro ir pra quadra e mostrar jogando o que eu quero que ela entenda. Às vezes, na academia, eu quero que elas vejam que eu estou ali ralando, pegando pesado porque isso é importante. Comigo não tem tempo ruim, não faço corpo mole. Eu gostaria de ser mais didática, mas não é o meu perfil.

Saída de Rede – Você já pensou quando vai parar e o que vai fazer depois que deixar de jogar?
Carol Gattaz –
Eu amo jogar vôlei. Fico triste quando penso que não vou poder jogar muitos anos mais, que é o que eu gostaria, pois o corpo vai pedir para parar um dia. Agora que eu estou aprendendo caminhos que me facilitam jogar, eu penso “por que não aprendi isso há dez anos?”. Nunca estabeleci um prazo para parar, quero jogar enquanto eu tiver lugar em um time competitivo, que possa brigar por um lugar na parte de cima da tabela. Ainda não pensei o que vou fazer quando parar de jogar, mas vai ter que ser algo que eu goste.

Saída de Rede – Sem ter didática, seguir a carreira de técnica não é algo que passe pela sua cabeça, certo?
Carol Gattaz –
Deus me livre! Não quero isso pra mim nunca, não é uma coisa que me empolgue (risos). Eu gostaria de aprender a trabalhar nos bastidores, com gestão esportiva, acho que poderia contribuir bastante.

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Skowronska deve estrear no Hinode Barueri na próxima semana http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/10/27/skowronska-deve-estrear-no-hinode-barueri-na-proxima-semana/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/10/27/skowronska-deve-estrear-no-hinode-barueri-na-proxima-semana/#respond Fri, 27 Oct 2017 14:00:14 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=9938

Zé Roberto sobre a oposta polonesa: “Ela tem evoluído a cada treino” (Reprodução/Internet)

Após chegar ao Brasil no início desta semana, passar a treinar com o Hinode Barueri e de ter sua contratação oficialmente anunciada pelo técnico José Roberto Guimarães nesta quinta-feira (26), a oposta polonesa Kasia Skowronska poderá entrar em quadra mais cedo do que o torcedor espera. “Acredito que a recuperação será rápida e acho que na próxima semana ela já vai estar entre as 14 relacionadas”, afirmou Zé Roberto ao Saída de Rede. Antes de chegada da atacante de 34 anos, 1,89m, o treinador acreditava que ela só estaria em condições de jogo no final de novembro. “Ela tem evoluído a cada treino e tem se cuidado muito em relação a parte física”, completou o tricampeão olímpico.

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A oposta já foi treinada por Zé Roberto no Pesaro, da Itália, e no Fenerbahçe, da Turquia. Além de tê-la como atleta em clubes europeus, ele tentou trazê-la para jogar no Brasil quando era técnico do Amil, em Campinas, mas não foi possível por causa do alto valor pedido pela jogadora em 2013. Na temporada passada, Skowronska estava novamente na Itália, jogando pelo Bergamo, mas se machucou em janeiro, durante uma partida contra o Scandicci. Era a maior pontuadora do seu clube e uma das cinco maiores da liga italiana. Ela retornou então imediatamente à Polônia, para se submeter a uma cirurgia. Desde então vem se submetendo a sessões de fisioterapia. Mais recentemente, ela passou a fazer também musculação.

Edinara é um dos destaques do time de Barueri (foto: Gaspar Nóbrega/Hinode/Inovafoto)

EDINARA E THAISA
Como a atacante polonesa vai precisar de tempo até que tenha ritmo para ser titular, Zé Roberto disse que vai manter a ponta/oposta Edinara na saída, mas que futuramente será deslocada para a entrada. “No caso da Edinara é muito importante que ela jogue nas duas posições. Para mim, é essencial ter várias opções”, comentou o técnico.

Sobre a central bicampeã olímpica Thaisa, Zé Roberto afirmou que espera contar com ela no Hinode Barueri para esta edição da Superliga, mas enfatiza que a prioridade é a recuperação da jogadora. “A lesão foi muito grave, espero que nós consigamos recuperá-la, isso é que é o mais importante. Ela é essencial não apenas no Hinode, mas também na seleção”. Em abril deste ano, Thaisa sofreu uma lesão nos ligamentos do tornozelo direito, durante uma partida da Champions League pelo Eczacıbasi, seu clube na Turquia, que a liberou para fazer sua recuperação no Brasil. A meio de rede vem fazendo seu tratamento nas instalações do clube em Barueri. A previsão é de que retorne às quadras em janeiro.

O clube conta com outra bicampeã olímpica, a ponteira Jaqueline, que vem ganhando ritmo e já jogou nas duas primeiras rodadas da Superliga 2017/2018.

O time acumula duas derrotas na competição, mas enfrentou adversários que estão entre os favoritos – primeiro perdeu por 1-3 para o Vôlei Nestlé, depois resistiu até o quinto set diante do atual campeão, caindo por 2-3 contra o Sesc RJ. Logo mais, nesta sexta-feira (27), às 19h (horário de Brasília), pela terceira rodada, a equipe de Zé Roberto enfrenta o Sesi, em Santo André (SP). Na semana que vem, o Barueri terá apenas uma partida, quando o torcedor poderá ter a chance de ver Skowronska. Será em casa, diante do Renata Valinhos/Country, na quinta-feira (2), às 19h30.

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Gabi volta à seleção: “Ninguém tem vaga garantida” http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/08/14/gabi-volta-a-selecao-ninguem-tem-vaga-garantida/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/08/14/gabi-volta-a-selecao-ninguem-tem-vaga-garantida/#respond Mon, 14 Aug 2017 09:00:40 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=8863

A ponteira de 1,80m tem a admiração do técnico José Roberto Guimarães (foto: FIVB)

Com apenas 23 anos, ela já pode ser chamada de veterana na seleção brasileira. Gabriela Guimarães, 1,80m, a ponteira que desde 2012 defende o antigo Rexona, atual Sesc-RJ, está de volta, depois de concluir o tratamento de uma inflamação no joelho. Sua primeira convocação foi em 2012, ainda prestes a completar 18 anos, para ganhar experiência, e a partir da temporada seguinte, início do ciclo passado, ela se firmou. Se até 2016 era reserva, difícil imaginá-la fora da equipe titular agora, porém Gabi politicamente rebate. “Ninguém tem vaga garantida”, disse ao Saída de Rede. A seleção tem como foco a Copa dos Campeões, de 5 a 10 de setembro, no Japão. Antes o time disputa, de 15 a 19 de agosto, na Colômbia, o Campeonato Sul-Americano, valendo uma vaga para o Mundial 2018.

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Ela faz questão de ressaltar o desempenho das colegas ponteiras na recente conquista do 12º título brasileiro no Grand Prix. “A Rosamaria e a Drussyla foram bem demais. A Natália, todo mundo viu, não é preciso dizer muito, jogou em alto nível. Não há vaga cativa na seleção, joga quem estiver melhor”. Nos bastidores, o técnico tricampeão olímpico José Roberto Guimarães não esconde sua admiração por Gabi.

Gabi recebe um saque na Superliga (Alexandre Loureiro/CBV)

Retorno aos poucos
Ainda recuperando a forma e retornando à seleção num torneio tecnicamente fraco como o Sul-Americano, Gabi acredita que deve ser pouco acionada esta semana. “Acho que vou jogar pouco nesse campeonato, talvez entre para ganhar ritmo”.

Após o Sul-Americano, a seleção brasileira fará dois amistosos contra os Estados Unidos, na casa do adversário, em Anaheim, nos dias 27 e 29 de agosto, como preparação para a Copa dos Campeões. “Ali eu espero estar mais solta”, comentou.

Gabi tenta bloquear a china de Akinradewo. Será que conseguiu? (FIVB)

Equipe renovada
Reserva no período 2013-2016, a atleta evita comentar seu papel na seleção no ciclo iniciado este ano rumo a Tóquio 2020, em que jogadoras antes coadjuvantes ganharam papel de protagonista e novos nomes vão se integrando ao time. “Temos que ver como a equipe vai ficar, até porque algumas veteranas estão fora por enquanto, mas voltam ano que vem”, afirmou.

Para ela, foi uma “tortura” ter apenas que torcer e não poder jogar na conquista do Grand Prix 2017. “Torcer é muito sofrido, jogar é mais fácil. De longe você não pode fazer nada”. A atacante enfatiza o orgulho que sentiu pela recuperação da seleção no torneio. “O time correu o risco de não ir à fase final, quase não foi para a semifinal, de repente foi campeão, aquilo foi demais. Queria muito ter estado ali, falava com as meninas o tempo todo, ficava ansiosa. Há uma lição importante a ser tirada desse GP, que é não se deixar abater nunca, saber dar a volta por cima. Foi uma vitória linda desse grupo todo. A Itália tem a Egonu, a Sérvia tem a Boskovic, a China tem a Zhu, mas nós temos um conjunto”.

A atleta concede entrevista após uma partida em São Paulo (FIVB)

Dores e recuperação
Diagnosticada com uma tendinite patelar (inflamação que afeta o joelho devido ao esforço repetitivo) na reta final da Superliga 2016/2017, ela suportou as dores para poder ajudar a equipe do Rexona-Ades a chegar ao 12º título da competição e depois ao vice-campeonato no Mundial de Clubes. “A partir da semifinal da Superliga, eu tive que diminuir a intensidade da minha participação nos treinamentos, deixava para saltar somente durante as partidas. Já no Mundial eu praticamente nem treinava, me guardando para os jogos”, explicou. Durante uma partida de cinco sets, por exemplo, uma ponteira salta em média 120 vezes, entre ataques, bloqueios, fintas e saques.

Para tentar escapar de uma cirurgia, Gabi optou pelo tratamento com ondas de choque. A terapia consiste no uso de ondas mecânicas (pulsos sônicos) produzidas por um equipamento de pequenas dimensões. A intensidade das ondas é aumentada gradualmente, de acordo com a tolerância do paciente. Os efeitos das ondas de choque são baseados na produção do óxido nítrico, que é uma substância que estimula o surgimento de vasos sanguíneos, e também no estímulo das células-tronco e outras células que regeneram os tecidos. Após voltar do Japão, em setembro, a atleta vai passar por uma nova avaliação do departamento médico do seu clube para ter certeza se uma intervenção cirúrgica pode ser realmente descartada.

Bernardinho conversa com Gabi durante a Superliga (Alexandre Arruda/Sesc-RJ)

Clube e Superliga
Ela começou a treinar, de forma leve, há pouco mais de um mês, no Sesc-RJ. “Tive que maneirar. Agora que o Bernardinho não está mais com a seleção masculina, ele vem com gás em dobro para treinar a gente”, brincou Gabi.

Para a próxima temporada da Superliga, ela vê mais dificuldades e joga a responsabilidade para os adversários. “OK, estamos acostumadas a ganhar, mas não nos vejo como favoritas agora. Olha os times que o Praia Clube, o Vôlei Nestlé e o Minas montaram. Se a última edição já foi complicada para vencer, diria que a próxima vai ser ainda mais difícil”.

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Zé Roberto convida Fofão para integrar comissão técnica da seleção feminina http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/05/15/ze-roberto-convida-fofao-para-integrar-comissao-tecnica-da-selecao-feminina/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/05/15/ze-roberto-convida-fofao-para-integrar-comissao-tecnica-da-selecao-feminina/#respond Tue, 16 May 2017 00:33:55 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=7215

Zé Roberto quer Fofão como assistente tanto na seleção quanto no Hinode/Barueri (fotos: Divulgação/CBV)

O técnico da seleção feminina de vôlei e do clube Hinode/Barueri, José Roberto Guimarães, convidou a ex-jogadora Fofão para fazer parte da comissão técnica de ambas as equipes. “Eu gostaria muito que a Fofão nos desse a oportunidade de dividir o conhecimento dela conosco. Sei que ela tem o dom de transmitir, isso ficava claro a partir da postura dela em quadra quando era atleta. Estou só aguardando a resposta”, disse Zé Roberto ao Saída de Rede.

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Procurada pelo SdR, a ex-jogadora disse que, a curto prazo, não tem planos de fazer nada diretamente ligado ao vôlei. No entanto, ela, que mora em São Paulo e estuda marketing numa universidade, concluiu em março deste ano um curso para treinadores, realizado pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), em Belo Horizonte (MG).

Na seleção, o treinador comandou Fofão de 2003 a 2008 (CBV)

Mulheres ainda são exceções
Em um mercado dominado pelos homens mundo afora, a ex-jogadora pode ajudar a abrir espaço. No ciclo 2013-2016, que culminou na Olimpíada do Rio, Lang Ping esteve à frente da China, rumo ao título no Maracanãzinho. No período 2009-2012, Paula Weishoff foi assistente de Hugh McCutcheon na seleção americana que ficou com a prata em Londres. Na Rússia, em diferentes períodos da década passada, Irina Kirillova e Valentina Oguienko foram assistentes técnicas. Recém-aposentada como atleta, Ekaterina Gamova integrou a comissão da seleção russa sub18 que no mês passado venceu o Campeonato Europeu da categoria. Todas as citadas são ex-jogadoras.

No Brasil são poucos os registros de treinadoras na elite do vôlei feminino. Foi o caso de outra ex-atleta, Isabel Salgado, que treinou as equipes do Vasco e do Flamengo no início dos anos 2000. Outro raro exemplo é o de Sandra Mara Leão, que comandou o Uniara/Afav, time de Araraquara (SP), que encerrou suas atividades no ano passado.

“Eu chamei a Fofão para dar um pulo aqui em Barueri, ver as jogadoras da seleção, que gostam muito dela. Quero que ela venha almoçar com a gente. Ela ficou de vir esta semana ou na próxima. A Fofão tem muito a agregar ao nosso voleibol”, comentou Zé Roberto, que a treinou em dois períodos distintos: de 1988 a 1992 num time paulista então patrocinado pelo grupo Pão de Açúcar e de 2003 a 2008 na seleção. Foi sob a orientação de Zé Roberto que Fofão alcançou sua maior conquista, o ouro olímpico em Pequim 2008, como maestrina de uma equipe que só perdeu um set em oito partidas. Ela deixou a seleção naquele ano e daria adeus às quadras em 2015, ganhando mais um título de Superliga pelo então Rexona Ades.

Thaisa se lesionou no dia 4 de abril, durante partida da Liga dos Campeões (Reprodução/Internet)

THAISA VOLTA A TREINAR COM BOLA
A central Thaisa Menezes voltou a treinar com bola nesta segunda-feira (15). Bicampeã olímpica em 2008 e 2012, ela sofreu uma lesão no tornozelo direito no dia 4 de abril, jogando pelo Eczacibasi, seu clube na Turquia, durante uma partida contra o Fenerbahçe, pela Liga dos Campeões da Europa.

“A Thaisa está fazendo fisioterapia, com acompanhamento da comissão técnica da seleção, aqui em Barueri. Hoje, pela primeira vez, ela treinou com bola. Foi um treino leve. Ela ainda terá uma recuperação longa, pois terá de passar por uma cirurgia no joelho esquerdo. Atualmente, nós temos uma seleção mais baixa e ela será a nossa jogadora mais alta quando estiver recuperada. É uma atleta fundamental no nosso esquema e foi muito bom vê-la tocar na bola hoje. Ela treinou levantamento, deu manchete”, contou Zé Roberto.

Zé Roberto na época em que era técnico do Fenerbahçe (Reprodução/Internet)

CONVITES DA TURQUIA
O treinador disse ao Saída de Rede que no mês passado recebeu dois convites de equipes da Turquia, mas rejeitou ambos por causa de seu compromisso com o Hinode/Barueri, equipe que venceu a mais recente edição da Superliga B e que vai disputar a primeira divisão na temporada 2017/2018.

“Fui chamado para treinar o Fenerbahçe e também o Eczacibasi, mas expliquei a ambos o compromisso que tenho aqui no Brasil”, afirmou o técnico tricampeão olímpico. Zé Roberto já teve uma passagem pelo voleibol turco, à frente do Fenerbahçe, de 2010 a 2012, quando inclusive foi campeão mundial e da liga europeia.

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No dia 1º de abril, seis fatos do vôlei que parecem mentira, mas não são http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/04/01/no-dia-1o-de-abril-seis-fatos-do-volei-que-parecem-mentira-mas-nao-sao/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/04/01/no-dia-1o-de-abril-seis-fatos-do-volei-que-parecem-mentira-mas-nao-sao/#respond Sat, 01 Apr 2017 17:00:41 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=6099

No Dia da Mentira, o Saída de Rede relembra seis fatos ligados ao voleibol que parecem difíceis de acreditar, mas que são incontestáveis. De uma cubana voadora a um francês marrento, passando por partidas que ainda mexem com a torcida brasileira, além de um Mundial esvaziado, dá uma conferida na lista abaixo.

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A baixinha Mireya assombrou o mundo (foto: Tasso Marcelo/Ag. Estado)

Salta, chica!
Suponha que você, fã de vôlei, nunca ouviu falar sobre Mireya Luis. De repente, alguém te diz que uma ponteira com mero 1,75m teve o maior alcance da história, chegando a 3,36m, e que foi a maior atacante de todos os tempos. Dá para acreditar? Parece mentira, mas não é.

De 1983 a 2000, essa ponta cubana brilhou nas quadras mundo afora. Sua impulsão era de 1,10m. Lá do alto, distribuía petardos que assombravam as adversárias. Na tentativa de contê-la, os bloqueios atrasavam um tempo na hora de subir, na esperança de amortecer a bola. Bloqueá-la, só se ela atacasse para baixo, e às vezes nem assim. Em mais de uma oportunidade, sepultou o sonho do ouro das brasileiras. O duelo mais notório foi a semifinal da Olimpíada de Atlanta, em 1996, quando Mireya, depois de um começo opaco, foi crescendo até destruir o Brasil no tie break. Deixou sua seleção como tricampeã olímpica e bi mundial, entre outros títulos, à frente de um timaço apontado por muitos como o maior de todos os tempos.

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A tristeza de Mari, Virna e Zé Roberto após a derrota para as russas (FIVB)

24 a 19 na semifinal de Atenas
Olimpíada de Atenas, 26 de agosto de 2004. Faltava um, apenas um ponto para a seleção brasileira feminina de vôlei chegar a uma inédita final olímpica, após ter parado na semifinal nas três edições anteriores. O time comandado pelo técnico José Roberto Guimarães vencia a Rússia na semifinal do vôlei feminino por dois sets a um e liderava o quarto set por 24-19 quando a levantadora Fernanda Venturini foi para o saque. A virada de bola russa na sequência, com a ponta Lioubov Sokolova, parecia normal, afinal ainda restariam outros quatro match points, com o Brasil recebendo o serviço e tendo três atacantes na rede.

O que parecia mera formalidade virou um pesadelo. Uma a uma, a seleção brasileira foi desperdiçando suas chances, até que as russas fecharam a parcial em 28-26, levando a decisão para o tie break. No quinto set, o Brasil voltou a liderar, mas sucumbiu no final e perdeu por 16-14. Foram sete match points jogados fora (seis na quarta parcial e um na última). A oposta Marianne Steinbrecher, 21 anos recém-completados, marcou impressionantes 37 pontos na partida. No entanto, foi injustamente rotulada por alguns como símbolo da derrota, que ocorreu como fruto do desequilíbrio coletivo. Um desastre, que mesmo depois de dois ouros olímpicos (Pequim 2008 e Londres 2012) ainda vive na memória do torcedor.

Zé Roberto dá um peixinho: seis match points salvos diante da Rússia (Lalo de Almeira/Folhapress)

Quartas de final de Londres
Mais uma vez a Rússia, de Lioubov Sokolova e Ekaterina Gamova, aparecia no caminho da seleção brasileira feminina. O retrospecto era péssimo em jogos decisivos. Além da semifinal de Atenas 2004, as adversárias haviam sido algozes do Brasil nas decisões dos Mundiais 2006 e 2010 – a oposta Gamova marcou, nessas duas partidas, 28 e 35 pontos, respectivamente. É verdade que em Pequim 2008 as brasileiras massacraram as russas, mas como o próprio Zé Roberto ressaltou, a superioridade do Brasil afastava qualquer equilíbrio e o jogo foi na primeira fase.

Thaisa decide jogar com joelho machucado e piora lesão: “Bomba relógio”

Para aumentar o drama em Londres 2012, a seleção brasileira avançou às quartas de final após ficar em um modesto quarto lugar em seu grupo, tendo perdido por 0-3 para a Coreia do Sul. As russas estavam invictas. Fim da linha para o Brasil? Que nada! O jogo foi ao tie break e, para apimentar ainda mais a rivalidade entre brasileiras e russas, estas últimas tiveram seis match points. Poderiam ter fechado a partida num contra-ataque pela entrada com Nataliya Goncharova, mas Jaqueline Carvalho defendeu e entregou na mão da levantadora Dani Lins. Era dia de Sheilla Castro. A oposta brasileira salvou cinco dos seis match points – o outro foi num ataque pelo meio com Thaisa Menezes.

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No final, dois saques certeiros da ponta Fernanda Garay sobre Sokolova, sobrecarregada no passe. No primeiro, ace. No seguinte, uma bola de graça, convertida em ponto numa china com Fabiana Claudino. Brasil 21-19. A semifinal de Atenas pode não ter sido esquecida, mas foi vingada.

Giba consola Bruno após a derrota na final de Londres 2012 (AP)

Final masculina de Londres
A seleção brasileira masculina esteve muito perto do seu terceiro ouro olímpico antes de conquistá-lo na Rio 2016. Chegou a ter dois match points na final de Londres 2012 diante da Rússia. O Brasil começou atropelando e, com relativa facilidade, abriu 2-0.

A partir do terceiro set, dois fatores mudaram o jogo. Do lado russo, o único oposto de ofício da equipe, Maxim Mikhaylov, devidamente marcado pelo time de Bernardinho, foi deslocado para a entrada. Em seu lugar na saída de rede, o técnico Vladimir Alekno colocou o central Dmitriy Muserskiy, um gigante de 2,18m que às vezes desempenhava essa função em seu clube, o Belogorie Belgorod, mas nunca havia sido testado nela em jogos da seleção. Pelo Brasil, o ponta Dante Amaral começou a sentir fortes dores em seu joelho direito, o que prejudicou sua mobilidade e comprometeu o esquema tático da equipe.

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Estava traçada ali uma das viradas mais espetaculares da história. Some à queda no desempenho do Brasil uma atuação de gala de Muserskiy e o resultado foi Rússia 3-2. O central transformado em oposto saiu da condição de coadjuvante para protagonista na final. Nos dois primeiros sets, como meio de rede, havia marcado apenas quatro pontos. Marcaria outros 27 a partir da terceira parcial para se consagrar. Parecia mentira, mas infelizmente foi verdade.

A imprevisibilidade de N’gapeth
Há os que o amam e aqueles que não o suportam. Só não há um fã desse esporte que seja indiferente ao marrento ponta francês Earvin N’gapeth. Também não se pode negar o talento daquele que é um dos maiores jogadores da década. À sua irreverência e jeito provocativo, acrescente uma dose de imprevisibilidade que garantem lances incríveis, como que tirados da cartola por esse atacante que desde 2014 joga pelo Modena, da Itália.

Parece mentira que o craque de 1,94m, atualmente com 26 anos, tenha decidido arriscar, enquanto girava, uma bola de gancho no match point da decisão do Campeonato Europeu 2015, diante da valente Eslovênia, quando o placar dava apenas um ponto de vantagem para a França. A cada rodada da liga italiana, surgem nas redes sociais clipes com jogadas geniais (como as do vídeo acima) de um cara que desde os tempos de juvenil era apontado como detentor de um talento que lhe garantiria projeção internacional. Momentos que só vendo para crer.

Japonesas conquistaram o troféu num campeonato reduzido (FIVB)

Mundial com quatro equipes
Onde já se viu isso? Culpa da Guerra Fria. O Saída de Rede já te contou essa história, em janeiro deste ano, quando o evento completou 50 anos. Por causa de diferenças políticas, o Mundial feminino 1967 teve apenas quatro países participantes: Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos e Peru.

O torneio deveria ter tido a presença de 11 seleções, mas o país-sede, o Japão, capitalista, advertiu que não hastearia a bandeira nem executaria o hino nacional da Coreia do Norte e da Alemanha Oriental, duas novas nações surgidas depois da II Guerra Mundial, integrantes do bloco comunista. Como outros cinco participantes eram alinhados com aqueles dois, o boicote dos sete fez o evento virar um simples quadrangular, vencido com facilidade pelo anfitrião. Um fiasco que parece história inventada, mas que de fato aconteceu.

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Champions League: Fenerbahçe, de Natália, complica a vida do time de Thaisa http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/03/23/champions-league-fenerbahce-de-natalia-complica-a-vida-do-time-de-thaisa/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/03/23/champions-league-fenerbahce-de-natalia-complica-a-vida-do-time-de-thaisa/#respond Thu, 23 Mar 2017 23:55:44 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=5874

Fenerbahçe comemora vitória em jogo duro contra Eczacibasi (foto: Fenerbahçe)

O Fenerbahçe largou em vantagem contra o Eczacibasi VitrA, nos playoffs de 6 da Liga dos Campeões feminina. Nesta quinta-feira, em Istambul, o time da ponteira Natália venceu atuais campeãs mundiais por 3 sets a 2 (16-25, 25-22, 25-19, 21-25, 15-12) e está a uma vitória por qualquer placar, no jogo 2, para garantir presença no Final Four. À equipe da central Thaisa, restam duas possibilidades: conquistar uma vitória de três pontos (por 3 a 0 ou 3 a 1) para ficar com a vaga nas semifinais ou devolver a derrota por 3 a 2 e levar a disputa para o Golden Set.

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Foi o quarto jogo entre as duas equipes na temporada e a terceira vitória consecutiva do Fenerbahçe – que também levou a melhor nas semifinais da Copa da Turquia e no duelo returno da liga turca.

O Eczacibasi não precisa de malabarismo matemático para voltar às finais da Champions League – campeão em 2015, foi eliminado pelo VakifBank no ano passado, ainda nos playoffs de 12. Mas, predicados do Fenerbahçe à parte, será decepcionante se um clube com um elenco como esse (com Thaisa, Rachael Adams, Jordan Larson, Kosheleva, Boskovic, Ognjenovic) cair tão cedo na competição continental, ainda mais colecionando derrotas para equipes conterrâneas (perdeu duas vezes para o VakifBank na fase de grupos).

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Thaisa (6) e Kosheleva no bloqueio, Natália no ataque: vantagem da ponteira do Fenerbahçe (CEV)

Com 22 pontos, Natália empatou com a craque sul-coreana Kim Yeon Koung como maior anotadora do Fenerbahçe. A pontuadora máxima do jogo, apesar do revés no placar, foi a oposta sérvia Tijana Boskovic, com 24 acertos – e 51% de aproveitamento no ataque. A meio de rede Thaisa, com oito pontos no total, teve atuação apagada no ataque: em 12 tentativas, a brasileira pontuou três vezes, errou quatro e sofreu um ponto de bloqueio.

O jogo da volta será no próximo dia 4, também em Istambul. Quem vencer essa série encara, nas semifinais, o ganhador do confronto entre Volero Zürich e VakifBank, que também se enfrentaram nesta quinta-feira, na Suíça.

O time da casa até saiu na frente do marcador, mas sucumbiu diante de uma ótima atuação da oposta holandesa Lonneke Slöetjes e perdeu por 3 sets a 1 (15-25, 25-20, 25-17, 25-21).

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Zivkovic enfrentou o VakifBank no lugar de Fabíola (CEV)

A oposta ucraniana do time suíço, Olesia Rykhliuk, teve uma pontuação elevada (24 anotações), mas não superou os 26 pontos de Slöetjes, que teve ainda 62% de aproveitamento nas cortadas. A ponteira brasileira Mari Paraíba, do Volero, entrou no decorrer do terceiro e quarto sets para sacar e ficar no fundo de quadra – saiu sem pontos marcados. Fabíola, levantadora titular da equipe de Zurique, lesionou o joelho antes da partida e não atuou no confronto – a sérvia Zivkovic jogou em seu lugar.

O jogo 2, em Istambul, será no dia 5 de abril e bastam dois sets ao VakifBank, atual vice-campeão europeu, para chegar ao Final Four.

No outro duelo dessa fase, o Dínamo Moscou venceu o Liu Jo Nordmeccanica Modena, na Itália, por 3 a 0 (25-22, 25-13, 25-13) e está, matematicamente, na mesma situação do VakifBank para o jogo da volta, dia 5, na Rússia.

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Muserskiy no bloqueio contra o Zaksa: classificação russa

MASCULINO
O Belogorie Belgorod, da Rússia, repetiu nesta semana o placar de 3 a 1 (parciais de 25-22, 20-25, 26-24, 25-21) sobre o Zaksa Kedzierzyn-Kozle e se classificou aos playoffs de 6 da Champions League masculina. O levantador brasileiro Marlon, contundido, desfalcou o Belgorod.

O resultado está longe de ser considerado “zebra”, dada a tradição do tricampeão europeu Belgorod, mas chama a atenção a facilidade com que o quarto colocado da liga russa eliminou o líder da PlusLiga (o campeonato polonês). O central Dmitry Muserskiy foi o maior anotador da equipe visitante, com 14 acertos e 67% de aproveitamento no ataque.

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Na próxima fase, o Belogorie Belgorod faz um duelo russo com o Zenit Kazan. Os atuais bicampeões europeus venceram o Arkas Spor Izmir, dos ponteiros brasileiros Mauricio Borges e João Paulo Bravo, por 3 a 0 nas duas partidas. O jogo 1 ainda não tem data marcada, mas será entre os dias 4 e 6 de abril.

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Bernardinho: “Time nasceu competitivo e seguirá sendo por outros 20 anos” http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/03/15/bernardinho-time-nasceu-competitivo-e-seguira-sendo-por-outros-20-anos/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/03/15/bernardinho-time-nasceu-competitivo-e-seguira-sendo-por-outros-20-anos/#respond Wed, 15 Mar 2017 09:00:34 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=5684

“Foram 20 anos incríveis, quem vai tocar o processo agora é o Sesc” (foto: Divulgação)

O momento parecia de turbulência com a saída do patrocinador Unilever, parceiro desde 1997, mas Bernardo Rezende garante que a equipe de vôlei feminino sob seu comando segue firme. “O time vai continuar sendo competitivo. Nasceu competitivo e seguirá sendo por outros 20 anos. Não há nenhuma descontinuidade, é um processo ajustado e quem vai tocar agora é o Sesc”, disse o técnico multicampeão ao Saída de Rede.

Esta é a primeira parte de uma entrevista que o treinador concedeu ao SdR. Nesta o foco é o voleibol feminino. Além da transição no Rexona-Sesc, equipe que conquistou a Superliga 11 vezes e que encerrou a fase classificatória da atual edição na liderança, com 10 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, Bernardinho fala sobre a dificuldade de enfrentar “seleções” no Mundial de Clubes, relembra que o arquirrival Osasco (atual Vôlei Nestlé) venceu a competição tendo “uma verdadeira seleção” e que depois perdeu a final da Superliga para o Rexona.

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Ele aponta o Camponesa/Minas, liderado pela oposta americana Destinee Hooker e pela ponteira Jaqueline Carvalho, como favorito na Superliga e alega que vencê-lo três vezes numa eventual semifinal é uma tarefa complicada.

Fala de talentos do voleibol brasileiro, como a central Bia, as pontas Rosamaria, Gabi e Tandara, as opostas Lorenne e Paula Borgo, além das levantadoras Roberta, Naiane, Juma e Macris.

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Seleção masculina perde mais uma peça-chave após saída de Bernardinho

Sobre a estrangeira de sua equipe, a ponta holandesa Anne Buijs, Bernardinho afirma que “aos poucos ela está começando a mostrar mais consistência na atuação de alto nível”.

Confira a primeira parte da entrevista que Bernardo Rezende nos concedeu:

Saída de Rede – Como fica a equipe com a saída da Unilever após 20 anos de parceria?
Bernardinho – O time vai continuar sendo competitivo. Nasceu competitivo e seguirá sendo por outros 20 anos. Foram 20 anos incríveis e não há nenhuma descontinuidade, é um processo ajustado, combinado, de prosseguimento e quem vai tocar o processo agora é o Sesc. Esse processo foi conduzido por nós, junto com o Sesc, nessa transição. A Unilever jamais nos abandonou, muito pelo contrário, sempre foi uma parceira orientadora, muito preocupada com a consistência do projeto, tanto na parte competitiva quanto nas frentes sociais.

O técnico durante Mundial de Clubes 2016, nas Filipinas (foto: FIVB)

Saída de Rede – O Rexona vai para o Mundial de Clubes em maio, no Japão. Diante dessa situação, de transição, o time já havia se programado para contratar algum reforço?
Bernardinho – Nós não temos nenhuma verba neste momento para poder buscar alguém. E também não seria justo chegar num momento como esse e sacar uma jogadora para, de repente, colocar outra. Seria muito bacana poder reforçar, tentar trazer alguém que nos desse uma condição a mais. Osasco, quando foi ao Mundial, tinha uma verdadeira seleção.

Sobre o arquirrival Osasco e seu título mundial: “Tinha uma verdadeira seleção” (foto: FIVB)

Saída de Rede – Você fala da edição de 2012, quando Osasco ganhou?
Bernardinho – Exatamente… E depois nós ganhamos delas na final aqui (na Superliga). (Osasco) Era uma seleção com das quatro titulares: Garay, Jaqueline, Thaisa e Sheilla. Tinha ainda duas reservas imediatas da seleção: Fabíola e Adenízia. O time chegou ao Mundial em condições de brigar. Hoje, as equipes turcas são verdadeiras seleções do mundo. Eczacibasi, por exemplo, o VakifBank, o Fenerbahce… Esses times são all-star, com jogadoras de várias seleções do mundo, se torna mais difícil vencê-los. No último Mundial a gente estava meio despreparado e perdeu duas vezes por 3-2, pro Eczacibasi e pro Casalmaggiore, campeão europeu. Esses dois foram os finalistas. Então faltou pouco. Quem sabe a gente não consiga depois da Superliga, mais preparado, um pouco mais? (Nota do SdR: o Rexona-Sesc terminou o Mundial 2016 na quinta colocação.)

Saída de Rede – O fato de o torneio agora ser no fim da temporada de clubes, pouco depois do encerramento da Superliga, ajuda o time? Embora esses adversários também estejam com bom ritmo.
Bernardinho – Para nós, que não temos a quantidade de talentos individuais a nível mundial que esses times têm, a questão do sistema funcionar é a única chance que a gente tem. Não dá para brigar na individualidade. Sob esse ponto de vista, a consistência de uma temporada talvez nos dê uma possibilidade a mais. Claro que esses grandes times continuam sendo os favoritos, mas talvez a gente tenha uma pequena condição a mais.

Bernardinho orienta o time durante partida da Superliga (foto: Alexandre Arruda/Divulgação)

Saída de Rede – Falando agora de Superliga, as outras equipes no top 4, Minas cresceu no segundo turno, Praia Clube caiu um pouco ao longo da competição e Osasco está se ajustando. Desses três adversários, qual seria o mais perigoso?
Bernardinho – O Minas com certeza é o mais perigoso. Na minha opinião, o Minas se tornou o favorito.

Saída de Rede – Por quê?
Bernardinho – Uma coisa é ter o Minas sem uma Hooker e sem uma Jaqueline. A Hooker é uma das grandes opostas do mundo. Veja bem, não falo só da Superliga, falo do mundo, e ela ataca como poucas. A Jaqueline é completa, arma o time de uma maneira… Que jogadora tem condições de passar como ela passa, arrumar o time, defender, fazer o jogo como ela faz? Aí você tem Rosamaria, Carol Gattaz fazendo excelente temporada, a Naiane… Pelas jogadoras que tem hoje, o Minas se tornou favorito na Superliga.

Saída de Rede – Enfrentá-las numa melhor de cinco jogos em uma possível semifinal facilita para vocês, não? Afinal, ganhar três vezes do Rexona…
Bernardinho – (Interrompendo) É, mas ganhar três vezes desse Minas aí é tão complicado quanto ganhar três vezes do Rexona.

Saída de Rede – Se você diz… E quanto ao Praia e ao Osasco?
Bernardinho – Acho que o Praia vive um momento de insegurança emocional, mas é um time com muito potencial. Na final, no ano passado, por muito pouco a coisa não fugiu da gente. Foi uma final muito dura. E Osasco é sempre Osasco, uma equipe de tradição, que vai chegar, mudou um pouco a forma de jogar: no último ano tinha mais força no meio, a cubana na ponta, agora tem a Tandara, duas estrangeiras, com muita força ali. A Bia tem jogado em altíssimo nível.

A central Bia, do Vôlei Nestlé, foi bastante elogiada por Bernardinho (foto: João Pires/Fotojump)

Saída de Rede – Você acha que a Bia subiu muito de produção em relação ao ano anterior?
Bernardinho – Ela já tinha jogado muito bem no Sesi com a Dani Lins. O fato de ter uma grande levantadora do lado dela, e ela sempre foi uma grande bloqueadora, deu uma condição… Me lembro que ganhamos grandes competições com a Dani e as centrais eram a Valeskinha e a Juciely, que são mais baixas, e a Dani as fazia jogar, mesmo sendo jogadoras fisicamente menos capazes de jogar com atletas grandes. A Dani faz isso muito bem e a Bia está se beneficiando disso. Para o voleibol é muito importante ter uma jogadora como ela, que naturalmente já é uma grande bloqueadora. É um belo trabalho feito lá e ter a Dani por perto dá uma condição ainda melhor.

“Natália foi uma jogadora fundamental” (foto: FIVB)

Saída de Rede – O Rexona sempre teve muito volume de jogo e você procura fazer o time jogar de forma acelerada na virada de bola e no contra-ataque. No ano passado, quando o passe não saía, era bola para a Natália, que descia o braço. Como está isso hoje? Conversando outro dia com o Anderson Rodrigues (técnico do Brasília Vôlei), ele dizia que o Rexona está bem, porém errando mais do que no ano passado. Você também acha isso? O que está faltando para o time?
Bernardinho – É exatamente isso. O Anderson enxerga um pouco com os meus olhos, até por termos convivido tanto tempo. Nós ainda não temos a consistência… Olha, a Natália foi uma jogadora fundamental nos últimos dois anos, dava um equilíbrio muito grande, pra gente se permitir ter um passe pior às vezes. Era uma jogadora que resolvia, ela foi excepcional. Não tê-la este ano requer um time que cometa menos erros, que desperdice menos, mas ainda estamos em busca disso, dessa consistência maior. Nos momentos importantes estamos tendo boas atuações, mas o time ainda oscila. A Anne (Buijs) tem altos e baixos, mas teve momentos muito bons, como na Copa Brasil, a final do Sul-Americano, mas não posso atribuir a ela a responsabilidade que a Natália já tinha condições de assumir. Eu tenho que ter também a calma de fazer com que ela tenha a tranquilidade de jogar sem um excesso de peso sobre ela. Quem está assumindo uma responsabilidade maior é a Gabi, o que é muito bom para ela, para o amadurecimento.

Saída de Rede – Mas ela não tem característica de força, tem outro perfil, não dá para comparar com a Natália.
Bernardinho – Não, mas você pode jogar de outra maneira. A ideia é um pouco essa, que ela jogue de uma forma com mais velocidade, para que ela consiga criar situações de dificuldades para o outro time.

O treinador orienta Anne Buijs: “Está começando a mostrar mais consistência” (foto: Marcelo Piu/Divulgação)

Saída de Rede – Quando a Brankica Mihajlovic (ponta sérvia, vice-campeã na Rio 2016), que tem um perfil parecido com o da Anne, com deficiências no passe e no fundo de quadra, jogou aqui, ela deslanchou a partir das quartas de final. Você está preparando a Anne para crescer na reta final?
Bernardinho – Aos poucos ela está começando a mostrar mais consistência na atuação de alto nível. É o que a gente espera dela: crescer fisicamente e conseguir lidar com uma situação de pressão que a Superliga exige o tempo todo.

Saída de Rede – Atualmente, no cenário internacional, temos a impressão de que existe uma carência de ponteiras passadoras. Você diria que o vôlei no Brasil reflete isso também?
Bernardinho – A Gabi é uma jovem ponteira excepcional. A Natália tem pouco tempo nessa função… Então, nós temos duas ponteiras. São pontas que às vezes não são tão boas passadoras, como a Tandara também não é, mas que você pode compor. Veja, a Sérvia jogou a Olimpíada com a Brankica na ponta, a Tandara não é pior passadora do que ela. Você tem como compor e o Zé Roberto vai saber montar isso. No Brasil há um pouco dessa carência, não só no feminino também há no masculino, mas eu diria que não estamos tão mal posicionados neste sentido. Temos algumas jogadoras interessantes para surgir, como a Rosamaria.

Saída de Rede – Nós conversamos com ela, que admitiu que não dava para ser oposta em nível internacional, até por sua altura (1,85m), mas sim ponteira. Ela pensou exatamente nisso.
Bernardinho – Ela pensou e os treinadores dela também. Na minha opinião é uma solução excepcional, ela tem plenas condições de jogar nessa posição.

Ele diz que Macris “taticamente joga muito” (foto: CBV)

Saída de Rede – Que outros destaques você vê entre as jogadoras mais jovens aqui no Brasil?
Bernardinho – Levantadoras você tem a Roberta, a Naiane, a Juma, que são jovens e boas jogadoras. A Macris é uma atleta que taticamente joga muito, ela é diferente e entra nesse rol. A Dani Lins continua sendo a principal e melhor jogadora da posição. Mas temos um leque de jogadoras interessantes para trabalhar, com boa estatura. Olhando pro futuro, eu vejo boas levantadoras. Sobre opostas, não sei se a ideia é a Tandara jogar um pouco ali, a Natália jogar eventualmente, mas eu tinha uma crença muito grande em uma menina que é a Paula Borgo, que fez duas boas temporadas e este ano está jogando menos. Claro que isso é momentâneo e é uma jogadora que tem potencial. Não temos uma quantidade grande, talvez seja o caso de pensarmos em uma estrutura um pouco híbrida.

Saída de Rede – E a Lorenne, sua jogadora até a temporada passada, foi ideia sua ela ir para o Sesi, sob o comando do Juba, que tinha sido seu assistente, para ela jogar mais?
Bernardinho – Sim, ela tinha que sair pra jogar.

“Lorenne talvez necessite mais tempo” (foto: Sesi)

Saída de Rede – Está muito verde ainda para se pensar em seleção principal?
Bernardinho – Ela está galgando, agora já joga a Superliga, tem potencial. Lorenne talvez necessite um pouco mais de tempo, assim como a Paula Borgo. Elas precisam passar por um processo de amadurecimento internacional para poder jogar.

Saída de Rede – A Lorenne joga de uma forma diferente do que historicamente as nossas opostas fazem, mais lenta, porém com mais alcance e com mais potência. Como você vê isso?
Bernardinho – É, ela vai mais alto, pega uma bola mais lenta. Temos que ver, pois a forma de jogar do Brasil não é muito esta e, lá fora, jogar com uma bola tão lenta talvez não seja o mais recomendável. Mas é uma jogadora de potencial, tem que ser trabalhada para ter condição de jogar internacionalmente. É preciso testá-la lá fora. Já jogou Mundial sub23, ou seja, está começando a ganhar essa experiência.

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“Ensinou 90% do que sei”, diz Thaísa sobre Bernardinho http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/11/19/ensinou-90-do-que-sei-diz-thaisa-sobre-bernardinho/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/11/19/ensinou-90-do-que-sei-diz-thaisa-sobre-bernardinho/#respond Sat, 19 Nov 2016 08:00:04 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=3475

Thaísa Menezes elogiou o treinador (Fotos: FIVB e Eczacibasi)

Já faz tempo que a central bicampeã olímpica Thaísa Menezes jogou na equipe do Rexona, no Rio de Janeiro, mas o aprendizado com o técnico multicampeão Bernardo Rezende definitivamente marcou a atleta. “Noventa por cento das coisas que eu sei, foi ele quem me ensinou. Eu só tenho a agradecer tudo o que fez por mim. Bernardinho sempre me apoiou muito, me respeitava muito”, disse Thaísa em um vídeo postado em sua conta do aplicativo Snapchat, respondendo a perguntas de fãs. Atualmente ela defende o Eczacibasi, time turco que há quase um mês sagrou-se campeão mundial de clubes.

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A meio de rede jogou no Rexona por três temporadas, de 2005 a 2008, quando ainda era juvenil, transferindo-se em seguida para o arquirrival Osasco, que atualmente utiliza o nome fantasia Vôlei Nestlé. Ela ficou oito anos no clube paulista, até decidir jogar no exterior.

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No mesmo vídeo, Thaísa disse que voltaria a jogar no Rexona. “Atleta é assim, não tem essa de eu nunca mais jogo em tal lugar. Amei jogar no Rio”, afirmou a central de 29 anos e 1,96m.

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Discurso de Zé Roberto contraria necessidade de renovação http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/09/26/discurso-de-ze-roberto-contraria-necessidade-de-renovacao/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/09/26/discurso-de-ze-roberto-contraria-necessidade-de-renovacao/#respond Mon, 26 Sep 2016 09:00:22 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=2598 Zé Roberto fez um excelente trabalho contra a Holanda (Foto: Divulgação/FIVB)

José Roberto Guimarães está no comando da seleção feminina desde 2003 (Fotos: FIVB)

Renovar uma equipe considerada potência, saber a hora de deixar de lado grandes nomes certamente não são tarefas fáceis, mas isso inevitavelmente ocorre nas principais seleções e não seria diferente com o time feminino do Brasil. O técnico José Roberto Guimarães, tricampeão olímpico, foi confirmado na semana passada pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) no comando da seleção feminina até a Olimpíada de Tóquio 2020, mas entre as diversas declarações dadas à imprensa pelo treinador uma causa certa preocupação. “Não estou convencido de que algumas jogadoras não possam vir a jogar pela seleção. São jovens e privilegiadas no aspecto físico, a tentativa de fazê-las jogar sempre vai existir. A Sheilla e a Fabiana têm bola para continuar jogando”, afirmou Zé Roberto, durante entrevista coletiva.

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No caminho para a Rio 2016, o técnico optou por correr o menor risco possível e mexeu pouco na equipe ao longo do ciclo, além de tomar decisões no mínimo arriscadas, como incluir apenas uma oposta de ofício, Sheilla, longe da sua melhor forma, e ainda levar a levantadora Fabíola à Olimpíada apenas dois meses e meio após ela dar à luz. Espera-se, portanto, que Zé Roberto não assuma essa mesma postura na nova fase de seu trabalho com a CBV. A central e capitã Fabiana e a oposta Sheilla já declararam que não vestirão mais a camisa amarela para cuidar da vida pessoal. Thaísa, por sua vez, deu sinais claros de que sua relação com o técnico está desgastada e pode seguir o mesmo caminho. Outras jogadoras, como Jaqueline e Dani Lins, ainda não deram uma resposta definitiva para a questão.

"Trenzinho" para cumprimentar a torcida é a marca registrada da seleção feminina na Rio 2016 (Fotos: FIVB)

Fabiana e Sheilla deram adeus à seleção, Dani Lins ainda não se decidiu

Antecedentes
Não é a primeira vez que o treinador insiste com quem afirma já ter dado sua contribuição à seleção. Ele demonstrou dificuldade para desapegar de atletas veteranas, tendo pedido mais de uma vez para a levantadora Fofão seguir após o ouro de Pequim 2008, além de ter chamado a central Walewska para a Copa dos Campeões 2013.

Possível substituta de Sheilla tem história de superação e já acumula fãs

Independentemente da boa forma, como era o caso de Walewska, a seleção é, antes de tudo, um grande compromisso – Walewska, ainda hoje jogando em alto nível, disse mais de uma vez que seu ciclo com a seleção já havia se encerrado e que isso era algo muito bem resolvido para ela. Bicampeã olímpica, a líbero Fabi despediu-se da seleção e colocou um ponto final em sua bela história com a equipe.

Motivação e rendimento
Talvez Fabiana ainda tenha algo a oferecer, afinal ela e Thaisa formam uma das melhores duplas de meios de rede de todos os tempos. Mas será que Fabiana, que disse adeus à seleção após a derrota para a China no Maracanãzinho e terá 35 anos em Tóquio 2020, ainda tem motivação para estar no time e continuará a render? Não dá para comparar eventuais novatas com grandes veteranas, mas sem rodagem as mais jovens nunca despontarão.

Campanha chinesa no Rio só conheceu duas vitórias em cinco jogos (fotos: FIVB)

Campeã na Rio 2016, seleção chinesa apostou na renovação

No caso de Sheilla, que disputou sua primeira grande competição com a seleção no Mundial 2002, seria mesmo ela privilegiada no aspecto físico, como disse Zé Roberto? Por mais importante que tenha sido Sheilla (jamais serão esquecidas suas atuações em Pequim 2008 e em Londres 2012), não seria o momento de dar espaço para novas opções, tendo quatro anos para avaliações até Tóquio 2020? Sheilla foi reserva na temporada de clubes mais recente e, por decisão sua, não jogará na próxima. Na Olimpíada de 2020 ela terá 37 anos.

Menos mal que o técnico, no comando da seleção feminina desde 2003, também parece estar de olho nas mais jovens. “Na base temos jogadoras novas aparecendo, acho que temos um futuro promissor pela frente”, disse durante a coletiva. Adversários na busca por títulos, como China, Sérvia e Estados Unidos, investem constantemente em renovação. Não é mudar simplesmente por mudar. Renovar exige planejamento e sabemos que Zé Roberto tem uma equipe capaz de assisti-lo nesse processo, além da sua inegável competência. O problema está na insistência em nomes que já deram o seu melhor, fizeram muito pela seleção e inclusive disseram adeus. Para que surjam jogadoras capazes de defender o Brasil, elas precisam de espaço.

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Gabi se espelha na seleção de 2008 para lutar pelo ouro no Rio http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/06/29/gabi-se-espelha-na-selecao-de-2008-para-lutar-pelo-ouro-no-rio/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/06/29/gabi-se-espelha-na-selecao-de-2008-para-lutar-pelo-ouro-no-rio/#respond Wed, 29 Jun 2016 09:00:49 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=1247

Gabi: “Seleção tem que buscar a melhor condição física possível e um jogo mais rápido” (foto: FIVB)

Um dos nomes de maior destaque do vôlei brasileiro neste ciclo olímpico e aposta do técnico José Roberto Guimarães para a Rio 2016, a ponteira Gabriela Guimarães, 22 anos, 1,76m, espelha-se numa equipe que encantou o mundo quando ela dava seus primeiros passos nesse esporte: a seleção feminina de 2008. Gabi tinha 14 anos e começava a jogar vôlei na escola, em Belo Horizonte, quando algumas das suas atuais colegas do time comandado por Zé Roberto, como Sheilla, Fabiana, Thaisa e Jaqueline, estavam a caminho do primeiro ouro do voleibol feminino brasileiro numa Olimpíada. A equipe chegou ao topo do pódio em Pequim 2008 com oito vitórias e apenas um set perdido, numa campanha marcada pela superioridade física das brasileiras.

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“A seleção tem que buscar o que conseguiu em 2008, a melhor condição física possível, além de um jogo mais rápido. Casar a parte física e técnica será essencial para alcançar nossos objetivos”, disse Gabi ao Saída de Rede, antes do início do Grand Prix. Quatro anos depois, nos Jogos de Londres, a preparação mais atribulada ao longo do ciclo cobrou a fatura e o bicampeonato olímpico quase escapou – o Brasil se superou para derrotar as russas nas quartas de final e as americanas na decisão. No início deste ano, Zé Roberto comentou durante uma entrevista que a seleção chegou a Londres tendo cumprido apenas 70% da carga programada de treinamento, isso numa comparação com o planejamento executado para Pequim. Diante da média de idade elevada da equipe e da velocidade e força dos principais adversários, cresce ainda mais em importância o condicionamento físico, tema que o blog abordou domingo passado.

Para Gabi, que disputou o Mundial 2014 e vai para sua primeira Olimpíada, enfrentar seleções como Estados Unidos, Rússia e China exige demais da equipe, tanto no aspecto físico quanto psicológico. “Times assim te sugam o tempo inteiro, puxam muito do seu físico e também psicologicamente. Veja os EUA, com uma equipe alta, jovem, jogadoras completas. Temos que estar bem no condicionamento físico e fazer um jogo veloz”, comentou a ponteira.

Finais do GP
A seleção feminina está desde segunda-feira em Istambul, Turquia, onde treina até sexta-feira. No sábado (2), o time embarca rumo a Bangcoc, Tailândia, para a disputa das finais do Grand Prix. As seis equipes classificadas foram divididas em duas chaves de três times, com os dois primeiros avançando às semifinais. O Brasil está no mesmo grupo de Tailândia e Rússia. O outro tem EUA, China e Holanda. A equipe de Zé Roberto estreia às 8h (horário de Brasília) do dia 6 contra as donas da casa e joga no dia seguinte, no mesmo horário, contra as russas. O SporTV transmite as finais. O Brasil tenta seu 11º título do Grand Prix, mas a prioridade é a preparação para os Jogos Olímpicos.

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