Sergey Grankin – Blog Saída de Rede http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br Reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Tue, 31 Dec 2019 12:02:55 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Alemanha pressiona, mas Rússia fatura título europeu http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/09/04/alemanha-pressiona-mas-russia-fatura-titulo-europeu/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/09/04/alemanha-pressiona-mas-russia-fatura-titulo-europeu/#respond Mon, 04 Sep 2017 09:00:20 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=9187

MVP Maxim Mikhaylov em ação no ataque: Rússia ganhou mais um título continental (fotos: CEV)

Cracóvia, Polônia – Por muito pouco a bem estruturada e valente equipe alemã não freou a favorita Rússia na decisão do Campeonato Europeu de vôlei masculino, neste domingo (3). Atuando no limite, a Alemanha foi o primeiro time desta edição do torneio a jogar de igual para igual com a seleção russa, sacando com agressividade, facilitando a relação bloqueio-defesa. Até então, os russos não haviam perdido um set sequer nas cinco partidas disputadas. Os alemães chegaram a liderar o tie break por 5-2. Porém, ao final, a Rússia fez prevalecer sua melhor condição física e técnica, vencendo por 3-2 (25-19, 20-25, 25-22, 17-25, 15-13).

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Foi o 14º título continental dos russos, levando em conta 11 conquistas da extinta União Soviética e uma da efêmera Comunidade dos Estados Independentes (CEI). A Alemanha comemorou sua primeira medalha na história da competição. Na preliminar, em outra partida emocionante, a Sérvia superou a Bélgica por 3-2 e ficou com o bronze – o quarto lugar foi a melhor colocação do vôlei masculino belga no Europeu.

Mikhaylov vs. Grozer
No duelo entre os opostos, o alemão Gyorgy Grozer marcou mais vezes do que o russo Maxim Mikhaylov, foram 27 pontos contra 19. Grozer foi o maior pontuador da decisão, mas na reta final foi Mikhaylov quem fez a diferença. O russo levou pequena vantagem no aproveitamento no ataque, com índice de 45%, enquanto o alemão ficou com 41%. Grozer fez estragos com seu saque: além de quatro aces, várias vezes quebrou o passe adversário.

A Alemanha teve melhor desempenho no ataque, com 46% de aproveitamento diante dos 40% dos russos. Aqui vale ressaltar a boa exibição do levantador alemão Lukas Kampa, que vive a melhor fase da sua carreira. O seu colega titular da Rússia, Sergey Grankin, vinha fazendo partidas tão boas que antes da final era cotado para ser o MVP, mas oscilou a ponto de ser substituído por Alexander Butko. Um treinador que acompanhava a partida entre os jornalistas e pediu anonimato comentou marotamente: “Ninguém joga como o Grankin nem treme em decisões como ele”.

Grozer diante do bloqueio russo: oposto alemão entrou na seleção do torneio

Incoerência
O MVP afinal foi Mikhaylov, que estranhamente não estava na seleção do campeonato. Ficou claro que a Confederação Europeia de Voleibol (CEV) queria premiar também Grozer, mas como pode o MVP não integrar o time ideal? Não é a primeira vez que isso ocorre no vôlei. Além do oposto alemão, a seleção do torneio teve como levantador Grankin, os pontas Denys Kaliberda (Alemanha) e Dmitry Volkov (Rússia), os centrais Srecko Lisinac (Sérvia) e Marcus Böhme (Alemanha), e ainda o líbero Lowie Stuer (Bélgica).

Após receber sua medalha, Mikhaylov, balbuciando algumas palavras em inglês, disse que era bom ganhar novamente. O último título havia sido o Europeu 2013 – sem contar obviamente com o pré-olímpico continental em 2016. Ainda seguindo o protocolo, o MVP falou que a vitória na Polônia dava mais confiança ao time. A Rússia começou o ciclo passado como a melhor equipe do mundo, mas a partir de 2014 teve queda de rendimento. O técnico Sergey Shlyapnikov, que assumiu o comando esta temporada, afirmou que tem como meta construir um time forte para brigar pelo ouro no Mundial 2018 e em Tóquio 2020.

Os alemães deixaram a Tauron Arena de cabeça erguida. O técnico deles, o italiano Andrea Giani, um ex-jogador universal que foi um dos maiores da modalidade em todos os tempos, comemorou sua segunda prata consecutiva no Europeu – ele havia levado a Eslovênia ao vice-campeonato em 2015. “Fizemos um jogo incrível, perdemos por pouco, mas nos consideramos vencedores. Temos um time muito bom. Veja que a Rússia não havia perdido sets e hoje (ontem) quase perdeu o jogo. Eu amo meus jogadores”, comentou o treinador, que fez questão de abraçar todos os seus atletas após a partida. A Alemanha, bronze no Mundial 2014, está fora do próximo, no ano que vem, por não ter conseguido a vaga no qualificatório nem na repescagem.

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Final do Europeu: Rússia tenta se impor contra a surpreendente Alemanha http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/09/03/final-do-europeu-russia-tenta-se-impor-contra-a-surpreendente-alemanha/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/09/03/final-do-europeu-russia-tenta-se-impor-contra-a-surpreendente-alemanha/#respond Sun, 03 Sep 2017 09:00:06 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=9175

Mescla entre veteranos e novatos tem funcionado na seleção russa no Europeu 2017 (fotos: CEV)

Cracóvia, Polônia – Pouco antes do início das semifinais do Campeonato Europeu de vôlei masculino, na Tauron Arena, em Cracóvia, um pequeno grupo de jornalistas russos brincava, dizendo que veríamos um jogo emocionante e outro entediante. Acertaram em cheio. Aliás, emoção de sobra na primeira partida e marasmo insuportável na segunda. A Alemanha, que perdia por 0-2 da favorita Sérvia, superou suas limitações, foi mais regular na reta final, salvou dois match points no quarto set e recuperou-se de uma desvantagem de dois pontos na segunda metade do tie break para vencer por 3-2 e garantir sua primeira medalha na história da competição. Na sequência, a Rússia simplesmente estraçalhou a Bélgica em sets diretos, não permitindo que o adversário fizesse mais do que 17 pontos em sua melhor parcial.

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Neste domingo, a partir das 15h30 (horário de Brasília), russos e alemães decidem o título do Europeu 2017, com transmissão da ESPN Extra (reprise às 18h45 na ESPN+). Antes, ao meio-dia e meia, Sérvia e Bélgica lutam pelo terceiro lugar. O Saída de Rede acompanhará Rússia vs. Alemanha no Twitter.

Kampa e Grozer comemoram a vitória sobre a Sérvia na semifinal

Força russa, superação alemã
A Rússia tem uma campanha impressionante nesta edição, simplesmente não perdeu nenhum set em cinco partidas. OK, nenhum dos adversários até aqui pressionou os russos, mas isso também é reflexo do bom jogo apresentado pelo time do levantador Sergey Grankin e do oposto Maxim Mikhaylov. É raro ver a Rússia jogar cinco vezes seguidas sem oscilar. Alguns veteranos, como os dois citados, voltaram ao time, que a partir desta temporada passou a ser comandado pelo técnico Sergey Shlyapnikov. Durante a Liga Mundial, novatos promissores como o ponta Dmitry Volkov e o central Ilia Vlasov foram testados e aprovados. A mescla, até aqui, tem funcionado. A seleção russa joga o seu melhor voleibol desde 2013, ano em que venceu a Liga Mundial, o Europeu e foi prata na Copa dos Campeões.

A Alemanha se sustenta no tripé formado pelo oposto Gyorgy Grozer, o ponta Denys Kaliberda e o correto levantador Lukas Kampa. A equipe não apresentou nada de excepcional no Europeu 2017, mas ainda assim o suficiente para lhe garantir a primeira medalha na história do torneio – acumulava quatro quartos lugares, sendo dois pela antiga Alemanha Oriental. A Sérvia certamente seria um rival mais difícil para a Rússia, mas se há algo positivo nesse time alemão é o fato de não se deixar intimidar.

Ressalte-se o papel do técnico italiano Andrea Giani, que em 2015 levou a surpreendente Eslovênia ao vice-campeonato europeu, perdendo na final para a França. Mais uma vez ele está no pódio, agora com a Alemanha, ainda que tenha fracassado no qualificatório para o Mundial 2018.

A Rússia, se somados ao seu título de 2013 os 11 da extinta União Soviética e mais um da efêmera Comunidade dos Estados Independentes (CEI), tenta seu 14º ouro na competição.

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Russos e sérvios chegam às semifinais do Campeonato Europeu como favoritos http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/09/01/russos-e-servios-chegam-as-semifinais-do-campeonato-europeu-como-favoritos/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/09/01/russos-e-servios-chegam-as-semifinais-do-campeonato-europeu-como-favoritos/#respond Fri, 01 Sep 2017 09:00:52 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=9150

Paredão às vezes foi intransponível para a Eslovênia. Foram 13 bloqueios da Rússia na partida (fotos: CEV)

Cracóvia, Polônia – Rússia, Sérvia, Alemanha e Bélgica são os finalistas do Campeonato Europeu de vôlei masculino. Nos jogos das quartas de final, disputados nesta quinta-feira (31), em Cracóvia e em Katowice, na Polônia, os primeiros colocados da fase de grupos, todos invictos até aqui, levaram a melhor diante de Eslovênia, Bulgária, República Tcheca e Itália, respectivamente. Mais rodados, com experiência em partidas importantes, russos e sérvios despontam como favoritos para decidir o título, mas os oponentes impõem respeito.

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Neste sábado (2), pelas semifinais, em Cracóvia, às 15h30 (horário de Brasília), a Rússia enfrenta a surpreendente Bélgica, que chega a uma semifinal do Europeu pela primeira vez na sua história. Antes, ao meio-dia e meia, a Sérvia encara a Alemanha, que com o reforço do oposto Gyorgy Grozer, do ponta Denys Kaliberda e do levantador Lukas Kampa voltou a mostrar o voleibol que a levou ao bronze no Mundial 2014. Os russos foram campeões pela última vez em 2013, liderados pelo central Dmitriy Muserskiy, que está fora da seleção desde o ano passado, após brigar com a federação do seu país. Os sérvios foram campeões europeus em 2011.

Russos celebram ponto: time não perdeu um set sequer

Rússia vs. Eslovênia
A Rússia ainda não perdeu um set sequer na competição e tem contado com um bom saque e a distribuição equilibrada do veterano levantador Sergey Grankin para se impor nesse torneio na Polônia. A vítima nas quartas de final foi a boa seleção da Eslovênia, que na véspera tinha despachado o time da casa, mas que já havia perdido dos russos na fase de grupos. Diante da Rússia, em Cracóvia, os eslovenos, sem o ponta Klemen Cebulj, que sofreu um estiramento no abdômen antes da competição, não ofereceram resistência. Vitória russa por 25-17, 25-19, 25-19.

Oposto sérvio Luburic explora o bloqueio búlgaro

Sérvia vs. Bulgária
No jogo de fundo em Cracóvia, os búlgaros caíram em sets diretos, por 25-21, 25-22, 28-26, diante dos sérvios. Até tiveram chances em cada uma das parciais, especialmente na terceira, quando desperdiçaram dois set points, tendo o contra-ataque para marcar. No entanto, com uma recepção tão irregular e oscilações no ataque por parte da Bulgária, fica difícil enfrentar a Sérvia quando o jogo deles flui. O time comandado pelo técnico Nikola Grbic sacou com inteligência, variando o serviço, provocando erros na linha de passe búlgara.

Alemanha vs. Rep. Tcheca
Em Katowice, as quartas de final começaram com o confronto entre alemães e tchecos. Poder contar novamente com o oposto Gyorgy Grozer faz muita diferença – por momentos como o do vídeo acima. A Alemanha errou bastante, mas a República Tcheca, responsável pela eliminação da França na véspera, não apresentou nada excepcional – até ganhou um set com facilidade, ainda que principalmente em razão das falhas alemãs, mas ficou nisso. Placar final: Alemanha 3-1, com parciais de 25-22, 16-25, 25-23, 25-20.

Festa belga em Katowice: primeira semifinal deles no Europeu

Bélgica vs. Itália
O triunfo belga sobre os italianos em Katowice foi surpreendente, não pela vitória dos Red Dragons, mas pela forma como ocorreu, com direito a um humilhante 25-11 na segunda parcial. Sem os craques Ivan Zaytsev (ponta/oposto) e Osmany Juantorena (ponta), a Itália, que havia feito uma campanha pífia na Liga Mundial, vinha pedindo para ser eliminada no Europeu. A Bélgica não se fez de rogada e sapecou um 3-0 (25-21, 25-11, 25-23) na Azzurra. O destaque negativo da partida foi a dispersa linha de passe italiana, que fez da vida do jovem levantador Simone Giannelli um inferno. Há que se ressaltar o bom voleibol dos belgas, que já haviam feito apresentações consistentes na Liga Mundial 2017, quase avançando às finais (apesar disso, estão fora da edição de 2018), e apresentaram ainda maior solidez no Campeonato Europeu, com uma recepção mais segura e um bloqueio eficiente.

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Treinadores fazem coro e reclamam do calendário internacional no vôlei http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/07/17/treinadores-fazem-coro-e-reclamam-do-calendario-internacional/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/07/17/treinadores-fazem-coro-e-reclamam-do-calendario-internacional/#respond Mon, 17 Jul 2017 09:00:49 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=8375

Brasil e França na decisão da Liga Mundial 2017: ano que vem torneio terá duas semanas a mais (fotos: FIVB)

“Está difícil, cada vez mais difícil. Este ano, pela primeira vez, desde que assumi a seleção em 2013, tive que sentar com os jogadores para definir a programação porque o calendário está ficando muito apertado e eu precisava ouvir cada um deles antes de tomar uma decisão”. O desabafo é de Laurent Tillie, técnico bicampeão da Liga Mundial e campeão europeu, que dirige a seleção masculina da França. Em entrevista ao Saída de Rede, Tillie reclamou da quantidade de deslocamentos, disse que este ano está sendo difícil nesse aspecto e que espera um cenário ainda pior em 2018 com a ampliação da fase classificatória da Liga Mundial em duas semanas, numa temporada em que também será realizado o Campeonato Mundial.

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Na sexta-feira passada (14), o SdR informou, com exclusividade, o novo formato da Liga Mundial, que passará a ser o nome também do seu equivalente feminino, o atual Grand Prix. “É ótimo jogar mais vezes, nós técnicos achamos isso excelente, os jogadores também, dá mais ritmo, você pode fazer mais testes. O problema é ficar indo de um lado para o outro por muito tempo, isso é ruim demais, desgastante. Já escutamos que na Liga Mundial do ano que vem vamos jogar uma semana na Austrália, aí voltamos na seguinte para a Europa, depois embarcamos para a Ásia. Quem planeja isso?”, indagou o treinador francês. O blog procurou a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) em mais de uma oportunidade, mas a entidade não quis comentar o assunto.

Tillie: “O problema é ficar indo de um lado para o outro por muito tempo”

Desgaste físico e emocional
“Este ano já foi muito complicado de planejar, o próximo vai ser ainda pior”, reclamou o técnico da seleção masculina da Sérvia, Nikola Grbic, campeão da Liga Mundial 2016 e vice na edição de 2015. “Queria saber de onde saem essas ideias. Eu sinceramente não sei, pois nunca fui consultado, seja como jogador, seja como técnico”, completou Grbic, que como atleta é dono de duas medalhas olímpicas, ouro em Sydney 2000 e bronze em Atlanta 1996, entre outras conquistas. Ele ressalta, além do risco de lesões, pelo aumento do número de partidas e de viagens, o desgaste emocional. “Os jogadores entram em quadra duas vezes por semana nas suas equipes em diferentes ligas, treinam pesado. A temporada de clubes mal acaba e já vem a de seleções. É um fardo, não é fácil lidar com isso. Este ano a Sérvia chegou a disputar 14 partidas em 28 dias, isso é desumano, não há cabeça que aguente”, afirmou ao SdR.

O técnico da seleção masculina da Rússia, Sergey Shlyapnikov, engrossa o coro. “A liga russa é uma das mais fortes do mundo, exige demais dos atletas. A última terminou no dia 11 de maio e logo em seguida, às pressas, tivemos que montar o time para disputar o qualificatório, na Estônia, para o Campeonato Mundial de 2018, com menos de duas semanas de preparação. Os jogadores estão sempre reclamando do desgaste e nada muda. Se a competição nacional ficar mais curta, o calendário internacional segue pesado. Na Liga Mundial tive que dar descanso a alguns veteranos como o oposto Maxim Mikhaylov e o levantador Sergey Grankin, para não cansá-los demais para a disputa do Campeonato Europeu”, contou o treinador russo ao Saída de Rede. O torneio continental será realizado de 24 de agosto a 3 de setembro, na Polônia.

Descanso
Laurent Tillie disse que não teme encurtar a preparação para o Europeu para dar descanso a seus atletas. “Combinamos que o time terá 20 dias de folga em julho. Sei que vamos retomar as atividades mais tarde do que a maioria das seleções classificadas, mas tenho que pensar no bem-estar deles. Tenho certeza que vão render lá na Polônia, mas para isso tivemos que condensar um pouco o que havia sido planejado inicialmente”, comentou.

Campeão mundial com a seleção masculina da Polônia em 2014 e responsável por levar os canadenses a um inédito bronze este ano na Liga Mundial, o técnico francês Stéphane Antiga lamentou que os profissionais envolvidos na preparação das equipes, assim como os jogadores, não sejam consultados na composição do calendário. “Nunca nos ouvem”, disse Antiga, resignado.

Grbic e Speraw: o sérvio diz que é um fardo, o americano pede solução

Solução coletiva
Mesmo sem a carga extra dos colegas europeus nos anos ímpares, quando são disputados os campeonatos continentais – o da Europa é, de longe, o mais disputado e de maior nível técnico –, o treinador da seleção masculina dos Estados Unidos, John Speraw, lamentou o impacto. “Continuo com a opinião de que, coletivamente, federações e comissões técnicas precisam encontrar um modo de atender os patrocinadores, mas ao mesmo tempo dar aos atletas o merecido descanso, algo essencial para eles. Fiquei até um pouco surpreso quando a FIVB antecipou competições como a Copa dos Campeões este ano, o Campeonato Mundial em 2014 e a Copa do Mundo 2015 para o final do verão (no hemisfério norte), mas não conseguiu que as ligas nacionais encerrassem seus torneios mais cedo. E agora a Liga Mundial ficou mais longa, dando menos tempo ainda para descanso”.

O SdR procurou Renan Dal Zotto, técnico do Brasil, mas foi informado pela assessoria de imprensa da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) que ele tirou “alguns dias de folga” após a conquista da medalha de prata na Liga Mundial 2017.

O blog também foi atrás de técnicos de seleções femininas, afinal a carga é a mesma. O treinador do Brasil, José Roberto Guimarães, disse que só vai se manifestar quando o calendário for oficializado pela FIVB. Já o dos Estados Unidos, Karch Kiraly, alegou que estava muito ocupado “estudando os adversários no GP”. Tanto Zé Roberto quanto Kiraly integram a comissão de treinadores da FIVB, da qual fazem parte também nomes como Lang Ping (seleção feminina chinesa), Giovanni Guidetti (seleção feminina turca) e Hugh McCutcheon (ex-técnico das seleções masculina e feminina dos EUA), entre outros. Criada em dezembro passado, para ajudar no desenvolvimento da modalidade, a comissão ainda não teve tempo de mostrar serviço. Também pudera, com esse calendário tão puxado…

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Perto da semifinal da Liga Mundial, Brasil espera muita agressividade da Rússia http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/07/06/perto-da-semifinal-da-liga-mundial-brasil-espera-muita-agressividade-da-russia/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/07/06/perto-da-semifinal-da-liga-mundial-brasil-espera-muita-agressividade-da-russia/#respond Thu, 06 Jul 2017 09:00:10 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=8105

Monster block“: o paredão russo deve exigir habilidade dos atacantes brasileiros nesta quinta-feira (fotos: FIVB)

Curitiba (PR) – A seleção russa está por um fio na fase decisiva da Liga Mundial 2017. Após perder por 0-3 para o Canadá, sua única chance de avançar às semifinais é bater o Brasil em sets diretos, uma tarefa teoricamente complicada. Já a equipe de Renan Dal Zotto só precisa de um set para seguir adiante no torneio e de dois para garantir o primeiro lugar na chave. Mas o que o time brasileiro espera da Rússia para a partida desta quinta-feira (6), às 15h05? “Muita agressividade no bloqueio e no saque. Ganhando ou perdendo, sempre forçam o serviço. Além disso, o bloqueio é muito alto. Aliás, o jogo da Rússia como um todo é bastante agressivo, eles quase nunca aliviam no ataque. Essa postura deles exige atenção redobrada da nossa linha de passe e da marcação de bloqueio”, afirmou Renan ao SdR.

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“Embora seja um time mais lento, até por ser muito alto, eles nunca deixam de ser perigosos e não importa se estão sob pressão ou não”, observou o treinador. Ele ressaltou que, apesar de estar renovada, essa equipe russa conseguiu “manter um bom padrão de jogo” e que “cresceu na reta final da fase classificatória”. A Rússia não conta com nomes de peso como o oposto Maxim Mikhaylov e o levantador Sergey Grankin, que devem voltar à seleção para o Campeonato Europeu, em agosto, e ainda o central Dmitriy Muserskiy, envolvido em polêmicas com a federação local.

A seleção russa conta com diversos novatos neste começo de ciclo

Sem muito a perder
O assistente técnico Marcelo Fronckowiak destacou o condicionamento físico dos russos e, assim como Renan, enfatizou a agressividade do adversário. “Até o saque flutuante deles costuma ser pesado, rasante”, comentou. Ele não vê pressão sobre os oponentes. “Por ser um time jovem, não carrega aquele peso de trazer um grande resultado, que seria exigido se os principais jogadores estivessem presentes. Essa gurizada quer ganhar espaço e não tem muito a perder”.

No entanto, o técnico da Rússia, Sergey Shlyapnikov, em entrevista ao Saída de Rede, disse que quer revelar novos nomes visando Tóquio 2020 e que todos os seus jogadores estão sob constante avaliação. “Quem quiser um lugar tem que provar que merece”, afirmou o sorridente treinador – um contraste em comparação a seus antecessores, Vladimir Alekno e Sergey Voronkov.

Shlyapnikov lamentou a derrota para o bem estruturado time canadense. “Poderíamos ter vencido os dois primeiros sets, cometemos erros bobos, mas agora é olhar para a frente e estudar o Brasil”.

Técnico Shlyapnikov prometeu estudar o time brasileiro meticulosamente

Análise detalhada do Brasil
O técnico russo prometeu “vir com tudo” para a partida diante dos brasileiros. “Minha comissão e eu vamos quebrar a cabeça esta noite (ontem), estudar o Brasil meticulosamente. Já que estamos aqui, vamos lutar. Os brasileiros são os favoritos, têm seu time completo e jogam diante da torcida”.

Para este ciclo olímpico, Sergey Shlyapnikov quer, além de revelar novos jogadores, promover mudanças táticas e dar sua cara ao time. “É um processo, toma tempo, exige paciência e constantes ajustes, adaptações. Mas nossa meta é Tóquio 2020 e chegaremos lá como uma equipe forte”.

Cautela dos ponteiros brasileiros
Os dois ponteiros titulares do Brasil, Lucarelli e Maurício Borges, tinham o discurso pronto para falar dos russos, com aquela dose de cautela recomendada contra qualquer adversário, mesmo em um cenário favorável.

“A Rússia é um time bem mudado em relação aos últimos anos. É uma equipe jovem, eles apostaram na molecada. Mas são garotos bons, alguns foram campeões mundiais sub23, é um time com potencial muito grande, então você tem que jogar com muita inteligência. A gente sabe que o bloqueio é uma arma muito forte deles e tem que ficar ligado”, avaliou Lucarelli.

Borges, melhor passador da Liga Mundial até aqui, demonstrou preocupação com o serviço do adversário desta quinta-feira. “A Rússia tem um saque pesado, difícil de controlar. Temos que segurar bem, pois isso vai facilitar o nosso lado, para conseguirmos jogar contra o bloqueio alto deles”.

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Seleção masculina: enquanto rivais se renovam, Brasil mantém a base da Rio 2016 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/05/23/selecao-masculina-enquanto-rivais-se-renovam-brasil-mantem-a-base-da-rio-2016/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/05/23/selecao-masculina-enquanto-rivais-se-renovam-brasil-mantem-a-base-da-rio-2016/#respond Tue, 23 May 2017 09:00:20 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=7303

Renan Dal Zotto comanda treino da seleção brasileira em Saquarema-RJ (foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CBV)

Por força das circunstâncias ou por estratégia, técnicos das principais seleções masculinas fazem alterações em suas equipes neste início de ciclo olímpico. O descanso dos principais astros, a procura por novos talentos ou o desenvolvimento de jogadores que têm potencial e tiveram poucas oportunidades no passado é a tônica nos semifinalistas da Rio 2016, exceto o Brasil, que insiste nos veteranos por precisar mostrar resultados, segundo o técnico Renan Dal Zotto. “Quando se fala em Liga Mundial, que é daqui a pouco, não se justifica não dar chance aos que foram campeões olímpicos”, disse ele ao Saída de Rede numa entrevista publicada no dia 15 deste mês. Já Itália, Estados Unidos e Rússia, respectivamente prata, bronze e quarto lugar na Olimpíada, vêm com novidades.

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O roteiro não é novo. Esse filme já foi visto algumas vezes. Um exemplo bem vivo na memória do torcedor brasileiro é o da seleção feminina. No início do ciclo passado, em 2013, as titulares do Brasil fecharam a temporada com 43 vitórias em 44 partidas. No Grand Prix daquele ano, massacraram times B dos principais adversários. Um ano depois, no Campeonato Mundial, um Brasil bem marcado foi derrotado com relativa facilidade pelos EUA na semifinal e teve que se contentar com o bronze. Mais adiante, nos Jogos Olímpicos, não passou das quartas de final contra a China.

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“A gente manteve uma base muito grande por um bom tempo. A renovação vai ser mais drástica agora”, afirmava ao SdR, numa entrevista veiculada em março, Paulo Coco, assistente técnico de José Roberto Guimarães. De fato, a lista de convocadas para esta temporada anunciada por Zé Roberto apontou claramente para uma renovação, seja por algumas estrelas terem anunciado sua despedida da seleção ou ainda pelos planos de outras se tornarem mães.

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No masculino, a concorrência é mais acirrada do que no feminino, com mais equipes capazes de chegar ao topo.

Bernardinho foi técnico da seleção masculina por quatro ciclos olímpicos, de 2001 a 2016 (foto: FIVB)

Pressão
Renan chegou à seleção precedido por ninguém menos que Bernardinho, o técnico que mais venceu na modalidade, com dois ouros olímpicos e três títulos mundiais, entre outras conquistas. Isso, por si só, já seria muita pressão. Outras circunstâncias também dificultam sua chegada, como o hiato de oito anos longe da função. Tem mais: a mídia e o meio do voleibol enfatizavam os méritos do argentino Marcelo Mendez, que comandou a ascensão do Sada Cruzeiro, hoje uma potência mundial no universo dos clubes. Outra: o próprio Bernardinho, que se refere a Renan como “um irmão”, por conta da amizade nascida nos anos 1970, preferia que o cargo tivesse sido ocupado pelo seu assistente Rubinho, que deixou a seleção e vai treinar o Sesi no período 2017/2018. Para completar, as finais da Liga Mundial, primeiro torneio de Renan Dal Zotto como técnico da seleção, serão no Brasil, mais precisamente na Arena da Baixada, em Curitiba (PR), de 4 a 8 de julho.

Dos 18 jogadores relacionados para a Liga Mundial 2017, apenas três – o ponta Rodriguinho, o central Otávio e o líbero Thales – nunca haviam sido chamados para a seleção principal. A lista de convocados para a Liga Mundial está repleta de veteranos, incluindo 10 dos 12 campeões olímpicos na Rio 2016 – todos estariam relacionados, se o líbero Serginho não tivesse dito adeus à seleção e o levantador William Arjona não tivesse pedido um tempo para ficar com a família no primeiro semestre de 2017.

“É justo que possam jogar no Brasil uma competição importante”, explicou Renan, durante entrevista coletiva, no dia 8 de maio, quando anunciou os convocados e foi questionado sobre a presença dos veteranos, dando a entender que o fator casa nas finais do torneio influenciou na lista.

Radamés Lattari e Renan Dal Zotto durante entrevista coletiva, no Rio, no dia 8 de maio (foto: CBV)

Tudo ou nada
Como foi dito acima, é evidente a pressão sobre o novo treinador. No final da mesma coletiva, o diretor de Voleibol de Quadra da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), Radamés Lattari, disparou: “Qualquer resultado diferente de ser campeão não está bom”.

O desgaste pelo triunfo em uma competição secundária pode custar o título de um major mais tarde, como já sabemos. A China, campeã olímpica no feminino em 2016, deu de ombros para o GP naquele ano. A Rússia, ouro em Londres 2012 no masculino, sequer enviou seus principais jogadores à Liga Mundial naquela temporada, terminando na oitava colocação. A própria seleção brasileira, no ano passado, utilizou a Liga para fazer ajustes, assim como outras equipes.

A primeira temporada de um ciclo olímpico é a mais fraca, tendo como principais competições a Liga Mundial/Grand Prix e a desimportante Copa dos Campeões, que sequer vale pontos para o ranking. Hora ideal para testar novatos, como vão fazer os principais adversários do Brasil no masculino, em vez de sobrecarregar quem já tem larga experiência.

Zé Roberto, ao que parece, aprendeu a lição. O próprio Bernardinho, criticado por levar um time envelhecido a Londres 2012, com algumas peças-chave apresentando problemas físicos, foi menos conservador na Rio 2016 – o ponta Murilo, sem condições físicas, foi cortado.

Renan Dal Zotto ressalta a condição de campeão olímpico do time que forma a base da atual seleção. Sem dúvida, a equipe se impôs no Rio, mas, nas palavras do lendário treinador americano Doug Beal, era “uma equipe apenas boa, longe de ser a melhor”. Ou alguém duvida que, nome a nome, Itália e EUA tinham times mais fortes? Pegue 12 mil torcedores apaixonados empurrando o time no Maracanãzinho e some aí um dos melhores estrategistas de todos os tempos à beira da quadra, Bernardinho. “Ele estruturou um esquema que compensava as limitações do time. Esporte é isso, nem sempre o melhor vence, mas sim aquele que está melhor estruturado”, comentou Beal em entrevista publicada pelo Saída de Rede em janeiro. O sistema colocado em prática por Bernardinho fez a diferença. O estrategista não está mais lá e os jogadores serão quatro anos mais velhos em Tóquio 2020.

Bernardinho estruturou um esquema no Rio que compensou as limitações da equipe (foto: FIVB)

Veteranos
O oposto Evandro tem 35 anos. O central Éder completa 34 este ano. O ponta Lipe chega aos 33 no próximo mês. Lucão, 31, que teoricamente tem tempo para mais um ciclo, segue sendo convocado sem pausa para descanso. O levantador Raphael, cortado da Rio 2016, faz 38 anos em junho. Se Serginho, 41, e William, 37, quisessem, estariam lá. Aliás, naquela coletiva, Renan se referiu a William como “um garoto que tem muita lenha pra queimar”. É sabido que levantadores e líberos têm carreira mais longa, em razão do menor desgaste físico, mas daí chamar um atleta prestes a completar 38 anos de “garoto” só pode ser brincadeira. E se foi, não teve graça alguma.

Um ex-atleta da seleção brasileira nos anos 1990 e 2000, que pediu para ter o nome mantido em sigilo, disse ao SdR que é arriscado apostar em um time com alguns jogadores importantes beirando os 35 anos ou até acima dessa faixa. “Quando passamos dos 30 aumenta o desgaste. Chegando ali pelos 35, o esforço é muito grande para jogar em alto nível se você é ponta, oposto ou central. Claro, há exceções, mas na maioria das vezes é assim”.

O ponta russo Sergey Tetyukhin é uma exceção ao se manter em alto nível mesmo após os 40 (foto: FIVB)

Exceções
Não dá para esquecer o ponteiro russo Sergey Tetyukhin, que a um mês de completar 41 anos foi destaque da Rússia na Rio 2016, sua sexta Olimpíada. O mesmo vale para o italiano Samuele Papi, também ponta, que aos 39 anos teve participação importante em Londres 2012, sua quinta presença em Jogos Olímpicos. Mas, como se sabe, esses são exceções, assim como a central americana Danielle Scott e a ponteira russa Evgenia Artamonova, exemplos de longevidade no voleibol feminino.

Checou os links lá em cima com os convocados desta temporada das outras três seleções semifinalistas da Rio 2016? Nada do oposto Maxim Mikhaylov e do levantador Sergey Grankin na seleção russa. Também não se vê o ponta/oposto Ivan Zaytsev e o ponteiro Osmany Juantorena na lista da Itália. Não estão relacionados os nomes do ponta/oposto Matt Anderson e dos centrais Max Holt e David Lee entre os jogadores americanos para a Liga Mundial. Não, eles não foram deixados de lado, é óbvio. Os técnicos destas equipes não viram razão para desgastá-los logo depois da temporada de clubes em um ano pós-olímpico.

Itália
Juantorena pediu ao técnico Gianlorenzo Blengini para descansar esta temporada e foi atendido. O mesmo com Zaytsev em relação à Liga Mundial – ele volta para a disputa do Campeonato Europeu, na Polônia, no final de agosto.

Apesar de contar com o talentoso levantador Simone Giannelli, que em agosto completa somente 21 anos, o treinador Blengini quer dar rodagem a Luca Spirito e Riccardo Sbertoli – o primeiro tem 23 anos e o outro completa 19 nesta terça-feira (23). Jogadores que fizeram parte da seleção B que representou a Itália nos Jogos Europeus 2015, no Azerbaijão, como os ponteiros Luigi Randazzo, 23, e Tiziano Mazzone, 21, e o central Fabio Ricci, 22, foram chamados.

Rússia
A imprensa russa diz que Mikhaylov e Grankin, ambos campeões olímpicos em Londres 2012, devem voltar para o Campeonato Europeu. O central Dmitriy Muserskiy entrou em atrito com a federação local e seu retorno à seleção é uma incógnita. A equipe tem técnico novo, Sergey Shlyapnikov, que substitui Vladimir Alekno. Entre os novatos que estarão na Liga Mundial, os jornalistas russos destacam o ponteiro Dmitry Volkov, 22, os centrais Ilyas Kurkaev, 23, e Ilia Vlasov, 21, e os levantadores Dmitry Kovalev, 26, e Pavel Pankov, 21.

Bronze na Rio 2016, a seleção americana vem renovada para a Liga Mundial 2017 (foto: FIVB)

Estados Unidos
Nos EUA, o técnico John Speraw decidiu dar descanso a Matt Anderson e Max Holt, informou ao Saída de Rede a USA Volleyball, organização que administra o voleibol naquele país. Os dois atletas de 30 anos, que participaram da campanha do bronze no Rio de Janeiro, devem voltar à seleção somente em agosto, desta vez concentrados para a Copa dos Campeões, torneio com duração de apenas seis dias, em setembro, no Japão.

Contundido durante um treino na liga italiana, o ponta Aaron Russell, prestes a completar 24 anos, vai se recuperar longe da Liga Mundial e também deve voltar no segundo semestre. Já o veterano central David Lee, 35, disse que quer disputar o Campeonato Mundial 2018. Speraw não se opõe, mas quer ver o rendimento do meio de rede, que está na seleção desde 2003. Outro jogador experiente, o ponta Reid Priddy, 39, deixou o indoor e agora joga vôlei de praia.

Como o foco está em Tóquio 2020, o treinador aproveita para testar caras novas. É o caso do central Jeff Jendryk, 21, que em seu penúltimo ano na universidade é destaque na NCAA (entidade que organiza competições nacionais em mais de 30 esportes nos EUA em nível universitário). Assim como o colega Blengini, o técnico Speraw também está de olho em novos levantadores para ter mais opções, ainda que tenha à disposição Micah Christenson, 24, um dos melhores do mundo – ele ainda não está treinando com o restante do time em Anaheim, na Califórnia, por ter tido uma temporada desgastante na liga italiana. A aposta da vez é James Shaw, 23, de 2,03m, apontado pelo treinador como uma das grandes revelações do voleibol americano – o levantador Shaw treinou com o time B em 2014 e 2015 e com a equipe principal na preparação para a Rio 2016.

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Maluco beleza do vôlei oferece dinheiro para árbitro apitar direito http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/03/20/maluco-beleza-do-volei-oferece-dinheiro-para-arbitro-apitar-direito/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/03/20/maluco-beleza-do-volei-oferece-dinheiro-para-arbitro-apitar-direito/#respond Mon, 20 Mar 2017 17:13:44 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=5787

Ex-jogador da seleção russa, o ponta defende atualmente o modesto Yenisey Krasnoyarsk (foto: FIVB)

O ponta russo Alexey Spiridonov, quase sempre no papel de maluco beleza do vôlei, continua aprontando das suas. Neste fim de semana, o atacante de 28 anos e 1,96m, conhecido tanto pelo seu talento como pelas constantes provocações, se superou. Irritado com a arbitragem durante um jogo da liga russa entre Yugra Samotlor e Yenisey Krasnoyarsk, seu clube, ele ofereceu, por meio de gestos e palavras, dinheiro ao segundo juiz para que “apitasse de maneira justa”. O Krasnoyarsk, visitante, perdeu a partida de virada por 1-3. O clube de Spiridonov está em oitavo lugar na tabela. Catorze equipes disputam a temporada 2016/2017, liderada pelo Zenit Kazan, que está invicto com 24 vitórias.

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“Os árbitros estavam ali para se certificar de que perderíamos a partida. Fazia tempo que eu não via um jogo da liga russa em que um time recebeu tanta ajuda. Que vergonha! Ganhei um cartão amarelo antes da partida começar, depois recebi um cartão vermelho e não sei nem a razão. Aí fui até o segundo árbitro e lhe ofereci dinheiro, só para que apitasse de maneira justa pelo restante da partida”, disse Spiridonov ao site russo sport.business-gazeta.ru.

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O ponteiro havia recebido um cartão amarelo antes mesmo início da partida por chutar um dos postes de sustentação da rede. O vermelho veio depois de uma reclamação de Spiridonov contra o segundo árbitro, que indicou toque no bloqueio após um ataque do adversário que o ponta dizia ter sido fora. O ex-jogador da seleção russa, cuja carreira é marcada pela indisciplina, não chegou a ser expulso da partida. Nesta segunda-feira (20), porém, a Federação Russa decidiu multá-lo em 10 mil rublos, o equivalente a R$ 537,58 – valor apenas simbólico. A penalidade foi aplicada, segundo a federação, “devido ao comportamento rude do atleta”.

Histórico de indisciplina
Spiridonov, que foi cortado semanas antes dos Jogos Olímpicos de Londres 2012 por ter chegado embriagado à concentração da seleção e que não foi convocado para a Rio 2016, tem um histórico de confusões envolvendo colegas e adversários, incluindo o ex-técnico da seleção brasileira masculina Bernardinho. O então treinador do Brasil, durante as finais da Liga Mundial 2013, disse que o russo se comportava como um louco. Após a vitória sobre os brasileiros na final do torneio, Spiridonov fez um gesto obsceno para as câmeras e mencionou o nome de Bernardinho. Um ano antes, na liga russa, irritou tanto o levantador Sergey Grankin, colega de seleção e oponente na partida, que o adversário cruzou a rede para agredi-lo, sendo contido pelos demais.

Apelidado de Tintin pelo ponta francês Guillaume Samica, por sua semelhança com o personagem de quadrinhos belga, Alexey Spiridonov é um ponta completo, mas viu sua carreira prejudicada pelo pavio curto. Jogou as duas últimas temporadas pelo Zenit Kazan, mas foi dispensado no ano passado. Já se envolveu em polêmicas até mesmo fora da quadra, como quando debochou, em 2015, do embargo do governo russo aos produtos poloneses, irritando torcedores e jogadores da seleção da Polônia.

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Como se saíram os favoritos no vôlei masculino na Rio 2016? http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/08/27/como-se-sairam-os-favoritos-no-volei-masculino-na-rio-2016/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/08/27/como-se-sairam-os-favoritos-no-volei-masculino-na-rio-2016/#respond Sat, 27 Aug 2016 09:00:07 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=2196 Brazil celebrate

Brasil superou limitações e se impôs aos adversários para chegar ao tricampeonato (fotos: FIVB)

A Rio 2016 não poderia ter terminado melhor para o vôlei masculino do Brasil. Depois de bater na trave em Pequim 2008 e em Londres 2012, veio o tão aguardado tricampeonato olímpico. Antes do torneio, seis das doze equipes participantes eram apontadas como favoritas ao ouro. O Saída de Rede analisa o desempenho desses times, considerados de antemão os mais fortes dos Jogos do Rio de Janeiro.

Brasil
Sem contar com aquela constelação que encantou o mundo na década passada, ganhando a maioria dos grandes torneios de 2001 a 2010, a seleção brasileira voltou a vencer uma competição de peso após seis anos – considerando-se a menor relevância do título da Copa dos Campeões 2013. Mesmo com jogadores lesionados e com a inconsistência da linha de passe, a equipe treinada por Bernardinho, dono de três títulos mundiais e de seis medalhas olímpicas como treinador (além de uma como atleta), foi taticamente superior aos seus oponentes e cresceu a partir da última rodada da fase de grupos, num mata-mata inesperado diante da antes incensada França.

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O melhor jogo, sem dúvida, foi a semifinal diante da Rússia. Na decisão do ouro, ainda que sem apresentar o voleibol da partida anterior, o Brasil dominou a Itália, foi consistente na relação bloqueio-defesa e contou com atuações inspiradas do ponta Lipe, do oposto Wallace e do líbero Serginho. Foi o triunfo do trabalho e da organização em um campeonato marcado pelo equilíbrio.

Zaytsev e Rossini: seleção italiana foi além do esperado no Rio

Itália
A seleção italiana foi longe, mais do que se esperava. Começou atropelando os favoritos franceses na primeira partida do torneio, sem permitir que passassem dos 20 pontos em nenhum set. Ganharam também de americanos e brasileiros, além do fraco México, e deveriam ter fechado a fase inicial invictos se não tivessem feito corpo mole contra o Canadá, para dificultar a vida do Brasil e da França.

Depois de despachar o Irã nas quartas de final, veio aquela que provavelmente foi a partida mais emocionante da Rio 2016: a semifinal contra os Estados Unidos. Os italianos perdiam por 1-2 (foram esmagados no terceiro por 9-25) e estavam em desvantagem por 19-22 no quarto set quando viraram uma bola e o oposto Ivan Zaytsev foi para o saque. Os americanos não marcaram mais nenhum ponto naquela parcial e perderam o tie break por 15-9.

Ainda há desafios para Bernardinho na seleção?

Mas o que o técnico Gianlorenzo Blengini acrescentou a esse time que ele assumiu às vésperas da Copa do Mundo 2015 e que jogava em função de Zaytsev? O oposto, claro, ainda é a referência, mas Blengini minimizou os erros e aumentou a eficiência da defesa, algo obtido em parte devido a presença do craque cubano naturalizado italiano Osmany Juantorena, que jogou no Rio longe da sua melhor forma física, e também contou com a boa distribuição do jovem levantador Simone Giannelli, de apenas 20 anos. A terceira prata pode ter tido um sabor amargo para uma seleção que nunca conquistou o ouro olímpico e que acumula ainda três bronzes, mas foi um prêmio para os italianos se observarmos suas limitações.

Oposto Matt Anderson (centro) foi um dos destaques americanos

Estados Unidos
O técnico John Speraw talvez ainda se pergunte por que não utilizou seus suplentes naquela semifinal dramática diante da Itália. O veterano ponta Reid Priddy, em sua quarta Olimpíada, foi essencial na virada sobre a Rússia na disputa do bronze. Ante os italianos não foi acionado pelo treinador. Mas os EUA não têm do que reclamar. Após apresentar um nível sofrível nas finais da Liga Mundial, começaram na Rio 2016 perdendo em sets diretos para os esforçados vizinhos canadenses, depois caíram em quatro sets para a Itália. Pareciam a caminho da eliminação quando o saque começou a funcionar – a primeira vítima foi o Brasil, seguido da França.

Liquidaram os poloneses nas quartas de final, mas vacilaram feio na semifinal. A derrapada foi compensada com uma virada incrível diante dos russos para ficar com o bronze, que afinal coroou o trabalho de Speraw, bem mais consistente do que seu antecessor, Alan Knipe, que comandou o time no ciclo 2009-2012 sem nenhum título global – Speraw conduziu a equipe ao ouro na Liga Mundial 2014 e na Copa do Mundo 2015. A obediência tática dos americanos, reforçada pelo talento do oposto Matt Anderson e do levantador Micah Christenson, além do já mencionado Priddy, afinal deu resultado.

Técnico Vladimir Alekno orienta o time: voleibol pálido na Olimpíada

Rússia
Favorita a qualquer título que dispute, status que divide com Brasil, Itália e EUA, a Rússia chegou ao Rio de Janeiro apoiada muito mais no peso da sua camisa do que propriamente em seu jogo. Era uma incógnita, apesar da incontestável qualidade do experiente ponteiro Sergey Tetyukhin, do oposto Maxim Mikhaylov e do levantador Sergey Grankin, e ainda da presença do técnico Vladimir Alekno, ouro em Londres 2012 e bronze em Pequim 2008.

No final das contas a Rússia chegou onde poderia – mesmo o resultado na decisão do bronze premiou o time mais sólido, os EUA. O que se viu no Maracanãzinho foi uma seleção russa inconstante, com uma queda na eficiência do seu bloqueio e consequentemente da defesa em relação ao final do ciclo passado. O próprio saque, quase sempre uma ameaça, não chegou a incomodar, exceto por breves passagens.

Seleção polonesa amargou mais uma eliminação nas quartas de final

Polônia
Os poloneses amargaram no Rio sua quarta eliminação consecutiva nas quartas de final dos Jogos Olímpicos. Não fizeram por merecer nada além disso no Maracanãzinho. O melhor da Polônia é o seu saque e esse os deixou na mão nas quartas de final, quando caíram em sets diretos para os americanos.

Na hora de executar seu jogo, nada excepcional. O levantador titular, Grzegorz Lomacz, é limitado e não seria possível esperar mais do seu substituto, Fabian Drzyzga. O oposto Bartosz Kurek é incapaz de sustentar uma partida inteira em alto nível. O ponta e capitão Michal Kubiak oscilou bastante e ainda falhou no quesito liderança. Por falar em liderar, o técnico Stéphane Antiga viu seu time ser batido pelos EUA sem alterar a estrutura da equipe ou mesmo sem impedir que Lomacz insistisse com Kurek quando esse já não virava quase nada.

Os atuais campeões mundiais, título conquistado em casa há dois anos, não chegam a uma final desde então. Foram embora mais cedo do Rio de Janeiro e não fizeram falta.

France during challenge

Franceses aguardando desafio: o bom voleibol deles ficou só na expectativa

França
Eis a maior decepção do voleibol masculino na Rio 2016. Antes do início dos Jogos Olímpicos, a seleção comandada por Laurent Tillie era a grande sensação. Se alguém dissesse que os franceses, liderados pelo ponta Earvin N’gapeth, sequer passariam da primeira fase, você acreditaria? Eles mesmos se complicaram. Logo na estreia foram atropelados pela Itália. Dos cinco adversários do grupo A, só conseguiram superar Canadá e México. Diante dos EUA, por exemplo, perderam o primeiro set após abrirem uma vantagem de nove pontos. Na última rodada pegaram o Brasil, quando ambos estavam com a corda no pescoço. Nessas situações, diga-se, o time de Bernardinho jamais decepcionou. Azar dos franceses.

A defesa, grande arma francesa, revertida em muitos pontos ao longo do ciclo graças a um contra-ataque eficiente, ficou aquém do esperado. Mesmo individualmente os Bleus renderam abaixo do que se podia supor, ainda que N’gapeth, o oposto Antonin Rouzier e o central Kevin Le Roux tenham brilhado aqui e ali. O levantador Benjamin Toniutti e o líbero Jenia Grebennikov, dois dos melhores do mundo em suas funções, tiveram atuações pálidas no Maracanãzinho. Faltaram consistência e experiência ao time que despediu-se do Rio de forma melancólica.

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