Mauricio Borges – Blog Saída de Rede http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br Reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Tue, 31 Dec 2019 12:02:55 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Em jogo de erros, Sesc cresce no ataque e quebra invencibilidade de Taubaté http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/19/em-jogo-de-erros-sesc-cresce-no-ataque-e-quebra-invencibilidade-de-taubate/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/19/em-jogo-de-erros-sesc-cresce-no-ataque-e-quebra-invencibilidade-de-taubate/#respond Thu, 19 Dec 2019 03:22:03 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19504

Sesc se reabilita na Superliga e derrota o líder Taubaté (Foto: Orlando Bento/MTC)

O atropelamento diante do Sesi-SP, no último domingo (15), em partida válida pela 8a rodada da Superliga masculina, exigia uma reação. E foi em busca desta recuperação que o Sesc-RJ recebeu, na noite desta quarta-feira (19), no Tijuca Tênis Clube (RJ), a equipe do EMS Taubaté Funvic, líder do torneio.

E em uma partida tecnicamente abaixo do esperado, o time comandado por Giovane Gávio se reabilitou e conquistou uma vitória importante no tie-break (25-18, 26-28, 25-19, 23-25 e 15-13), impondo a primeira derrota ao atual campeão da competição.

Em um começo de jogo disputado ponto a ponto até a metade da primeira parcial, o time mandante mostrou uma postura bem diferente daquela diante do Sesi. Mais concentrada e disciplinada em termos táticos, apresentou bom volume de jogo e melhorou em praticamente todos os fundamentos. E o bom rendimento no bloqueio, na virada de bola e principalmente no saque acabou dando a vitória ao Sesc.

Por outro lado, enfrentando grandes dificuldades na linha de passe com Lucarelli, Douglas Souza e Thales, Taubaté não conseguiu manter o padrão de jogo habitual na competição, prejudicando a distribuição das jogadas do levantador Rapha, que precisou recorrer às previsíveis bolas empinadas pelas extremidades. Além disso, a impressionante quantidade de erros de ataque e de saque (12 ao total contra apenas 5 do adversário) foi determinante para a derrota do campeão paulista na parcial.

O time comandado por Giovane Gávio manteve a pressão no saque e a consistência tanto na recepção quanto no sideout na etapa subsequente. Já os comandados de Renan Dal Zotto, apesar das falhas em demasia (10 no total), conseguiram equilibrar o confronto na parte final do set através do ataque e da potência do serviço.

O representante paulista, contudo, acabou empatando o jogo com o crescimento dos dois ponteiros: Lucarelli, que liderou a reação do time a partir do saque e da virada de bola, e Douglas Souza, que marcou três bloqueios seguidos no fim da parcial.

Desconcentradas, as equipes se perderam um pouco no terceiro set. Os erros de saque e de ataque se avolumaram, gerando grande queda na qualidade técnica do confronto. Entretanto, o bloqueio e a virada de bola do septeto carioca fizeram a diferença na reta final. Destaque para meio de rede Flávio Gualberto e o oposto Wallace. O oponente, por outro lado, seguiu cometendo erros em série, tanto que o set acabou definido em duas bolas para fora de Lucarelli.

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Apesar do equilíbrio entre as equipes na quarta parcial (e da diminuição dos erros), o Sesc seguiu dando trabalho ao sistema defensivo do interior paulista com muita eficiência no ataque. Diferentemente do ocorrido no duelo anterior, em que apenas o oposto Wallace segurou o time na virada de bola, o ponta argentino Martínez e o campeão olímpico Maurício Borges também estiveram muito mais compromissados e regulares no sideout. Eles também mostraram serviço no fundo de quadra.

Mantendo uma diferença de dois pontos até o final, o campeão carioca, no entanto, permitiu novamente o empate de Taubaté em 23 a 23 e a consequente virada a partir de um falha do levantador Marlon em uma tentativa de bola de segunda e de uma bola de Wallace para fora no ataque.

Em um tie-break lá e cá, o jogo acabou decidido no detalhe. As falhas de Taubaté voltaram a aparecer – sobretudo no saque -, colocando o time da casa em vantagem no momento crucial do set. E foi justamente em um erro de comunicação entre os comandados de Renan que a partida acabou: Douglas Souza e Maurício Souza tocaram, juntos, na mesma bola. Ao total, os paulistas cederam incríveis 47 pontos em falhas ao rival e receberam 29. Deste modo, caiu o único invicto na Superliga masculina.

Os maiores pontuadores do jogo foram Wallace e Lucarelli com 21 acertos. Pelo Sesc, se sobressaíram, ainda, Maurício Borges, Flávio e Martínez, que pontuaram 13, 12 e 11 vezes, respectivamente. Por Taubaté, o meio de rede Maurício Souza fez 15 seguido do marroquino Mohamed Alhachdadi, que pôs 13 bolas no chão. Lucão e Douglas Souza colaboraram com 11 cada.

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Em temporada pré-olímpica, lesões viram preocupação extra entre os atletas http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/25/em-temporada-pre-olimpica-lesoes-viram-preocupacao-extra-entre-os-atletas/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/25/em-temporada-pre-olimpica-lesoes-viram-preocupacao-extra-entre-os-atletas/#respond Mon, 25 Nov 2019 09:00:14 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19164

Tandara diz ter voltado ao Brasil com o objetivo de se preparar melhor para a Olimpíada (Foto: Marcio Rodrigues/ACE/Divulgação)

A aproximação da Olimpíada traz aos atletas da elite do voleibol brasileiro não somente a expectativa de uma convocação, mas uma preocupação extra: como prevenir uma lesão que possa culminar num doloroso corte às vésperas da competição mais esperada por todos ao mesmo tempo em que é preciso ser profissional e se doar ao máximo pelos clubes que pagam seus salários?

Tandara Caixeta admite que este é um tema que percorre sua mente. Inclusive, a opção dela em deixar o voleibol chinês e defender o Sesc-RJ na atual Superliga foi feita justamente pensando em estar na melhor forma possível para defender a seleção brasileira em Tóquio 2020.

“Claro que existe a disputa por vaga com algumas jogadoras e é preciso tomar cuidados. Optei por estar no Brasil para me cuidar fisicamente e estar perto da minha família”, comentou a oposta, que jogou pouco nos últimos meses devido a uma séria lesão no tornozelo esquerdo sofrida enquanto defendia o Guangdong Evergrande. “Tudo influencia e, a partir do momento que a cabeça está tranquila, as coisas fluem. Era exatamente isso que eu queria. Me sinto mais leve aqui no Sesc”, garantiu.

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Com a experiência de duas medalhas olímpicas de ouro no currículo, a líbero Fabi também aponta que o aspecto psicológico é tão importante quanto o físico nesta reta final de ciclo olímpico.

“Como toda temporada que antecede os Jogos Olímpicos, os jogadores querem mostrar serviço. Fica sempre aquela contagem regressiva para saber quem estará na lista final. Os atletas tem que conter essa ansiedade, manter a cabeça focada, saber o que precisam fazer para se cuidar mentalmente e fisicamente ao longo do ano”, comentou a ex-atleta, que trabalha como comentarista do SporTv desde que se aposentou, em 2018.

Wallace ganhou um período extra de descanso antes de voltar a jogar pelo Sesc RJ (Foto: Divulgação/CBV)

Há, porém, quem prefira não pensar nisso. É o caso da ponteira Fernanda Garay, que, apesar de ser um nome bastante cotado para estar na lista de 12 convocadas por José Roberto Guimarães, diz que a seleção não é seu foco no momento.

“Eu tenho um desafio muito grande que é estar da melhor forma possível nesta Superliga. A seleção não está nos meus planos e representar bem o Dentil/Praia Clube é o meu primeiro objetivo. Se eu conseguir ter uma boa temporada e o Zé Roberto achar que eu possa contribuir com a seleção, é um outro momento, mas agora não estou pensando nisso”, garantiu.

Da parte dos clubes, o primeiro pensamento também é de foco total na Superliga, mas alguns cuidados extras também acabam sendo tomados. A equipe masculina do Sesc-RJ, por exemplo, vem desenvolvendo um trabalho especial com o oposto Wallace e o ponta Maurício Borges, dois prováveis convocados por Renan Dal Zotto para a Olimpíada.

“A nossa preocupação é termos os nossos atletas íntegros para toda a temporada, pois, se eles chegarem bem no final, consequentemente, também estarão bem para a seleção. É um cuidado que se tem todos os anos, mas, nesta temporada, aproveitamos para dar um longo período de descanso para o Wallace fazer uma temporada íntegra, fisicamente falando. Com o Borges também se trabalha numa continuidade de ganho de força, de velocidade e potência em virtude do que ele perdeu em virtude da cirurgia no joelho que ele fez na temporada passada”, explicou Giovani Foppa, preparador físico da equipe.

Fabi também aponta um “tempero extra” consequente de uma temporada pré-olímpica. Segundo ela, a briga entre os atletas por uma vaga nas limitadas convocações, que acabam por aumentar a competitividade dos torneios: “Além das jogadoras que já estão no radar da seleção, as que não estão vão querer mostrar seu vôlei. Vale a pena acompanhar. Quem estiver ligado na Superliga certamente vai assistir bons jogos, bons embates. Espero que seja um campeonato sem lesões e que todo mundo consiga jogar no mais alto nível”.

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Joia da Argentina, Matías Sanchez comemora a chance de jogar no Sesc-RJ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/15/joia-da-argentina-matias-sanchez-comemora-a-chance-de-jogar-no-sesc-rj/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/15/joia-da-argentina-matias-sanchez-comemora-a-chance-de-jogar-no-sesc-rj/#respond Fri, 15 Nov 2019 09:00:38 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19084

Uma das contratações do Sesc para a temporada, Matías Sanchez é um dos melhores jogadores argentinos da nova geração (Fotos: Marcio Mercante)

Para os jornalistas argentinos, ele é uma das grandes promessas da seleção masculina de vôlei. Ágil e inventivo, vem brilhando desde as categorias de base, onde acumula prêmios individuais, como o de melhor levantador do Campeonato Mundial Infanto-juvenil de 2013, do Juvenil de 2015 e do Sub-23 de 2017.

Em uma modalidade esportiva em que a altura vem sendo cada vez mais priorizada – em alguns casos, até se sobrepondo à técnica –, ele, com apenas 1,75cm, nada contra a corrente e desafia a escrita de que só há espaço para os baixinhos no vôlei se for na função de líbero. Estamos falando de Matías Sanchez, de 23 anos, reforço do Sesc-RJ para a temporada 2019/2020.

O jogador chamou a atenção de muitos no Brasil atuando com extrema habilidade pelo argentino Obras San Juan no último Sul-Americano de Clubes, em Belo Horizonte (MG). Na competição, conquistou a medalha de bronze e, novamente, foi escolhido o melhor levantador. Além disso, convocado pelo técnico Marcelo Mendez neste ano, se destacou pela seleção principal da Argentina e levou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru.

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Confiante após Copa do Mundo, líbero Thales ainda não se vê em Tóquio

Contratado para atuar na equipe carioca ao lado de Marlon, experiente levantador campeão mundial, e de campeões olímpicos como o oposto Wallace e o ponta Maurício Borges, Sanchez conta, nesta entrevista exclusiva ao Saída de Rede, que se sente plenamente integrado e que já identificou diferenças entre a Superliga e o campeonato de seu país.

“Minha adaptação está indo muito bem. Meus companheiros de time me ajudam bastante e já me sinto parte do grupo, à vontade com o idioma. É um time com ótimas pessoas. O campeonato brasileiro é melhor que o argentino, com atacantes mais fortes, menos defesas por jogo e mais pontos de bloqueio, ataque e saque. Outra diferença é o tipo de bola, bem mais rápida do que aquela que usamos lá na Argentina”, revela o atleta vice-campeão do campeonato local na temporada 2018/2019.

“Estou gostando muito de atuar no Sesc, um clube que sempre busca ganhar todos os títulos que disputa. Jogar aqui é gratificante, especialmente porque estou ao lado de grandes jogadores como o Wallace e um grande treinador [Giovane Gávio]. Fica mais fácil jogar [risos]. As equipes aqui no Brasil estão muito niveladas por cima e o Sesc procura ganhar tudo o que compete”, reforça.

Melhor levantador da liga argentina na temporada passada, Matías é bem mais baixo do que a grande maioria dos atletas que atuam nesta posição no cenário internacional. Entre os seus colegas de seleção, por exemplo, o consagrado Luciano De Cecco, titular absoluto da equipe, tem 1,91cm. Já Nico Uriarte, que se sobressaiu por aqui no Sada Cruzeiro e no EMS Taubaté Funvic, mede 1,92cm. Nada disso, entretanto, parece assustá-lo.

“Os jogadores estão cada vez mais altos no vôlei. Mas, como sempre falo, o levantador precisa, em primeiro lugar, levantar. Depois cada um treina mais aquilo que acha que é melhor para o seu crescimento a fim de compensar a baixa estatura” afirma, categórico.

O Sesc é um dos times de maior investimento na Superliga masculina

Não por acaso, seu grande ídolo da posição é o campeão olímpico William Arjona, jogador também conhecido por não ser muito alto – mede 1,86cm. Antes de fazer história no Cruzeiro, o brasileiro construiu uma carreira de imenso sucesso no país vizinho com a camisa do Bolívar. Tanto que chegou a ser convidado para se naturalizar e defender a seleção albiceleste.

“Sempre me espelhei muito no William enquanto ele jogava tanto na liga argentina quanto aqui. É o melhor levantador que já vi. Tem um jogo muito preciso e você nunca sabe para onde ele vai levantar. Ele sabe o que fazer em cada momento do jogo”, elogia, complementando que será diferente enfrentá-lo na Superliga. “Minha expectativa é muito boa e jogar contra ele vai ser uma grande experiência, mas claro que durante a partida tenho que pensar no melhor para o meu time”, ressalta.

Em relação à sua seleção, classificada de forma antecipada para os Jogos Olímpicos de Tóquio no torneio Pré-Olímpico, Matías se mostra otimista. “Este ano conseguimos fazer partidas com um padrão de jogo mais forte e agressivo, o que nos manteve próximos das grandes seleções. O time também passou por uma grande mudança com um treinador que deu oportunidades aos mais atletas jovens, fortalecendo a nossa confiança”.

“Acredito que, se a Argentina continuar fazendo bons jogos como este ano, terá muitas chances de fazer uma grande Olimpíada em Tóquio”, finaliza ele, mencionando que acredita em um futuro bastante promissor para a equipe. Futuro do qual, diga-se de passagem, ele tem plenas condições de fazer parte.

*Colaborou Carolina Canossa

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Aliviado, Renan revela dificuldades de Leal e exalta união do grupo http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/08/12/aliviado-renan-revela-dificuldades-de-leal-e-exalta-uniao-do-grupo/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/08/12/aliviado-renan-revela-dificuldades-de-leal-e-exalta-uniao-do-grupo/#respond Mon, 12 Aug 2019 15:15:41 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=18061

Renan comemora a classificação da seleção masculina em Varna (Fotos: Divulgação/FIVB)

Alívio e dever cumprido. Estes sentimentos, combinados, deram o tom das palavras do treinador Renan Dal Zotto após a conquista, neste domingo (11), da vaga da seleção brasileira masculina de vôlei para a Olimpíada de Tóquio no ano que vem. E não poderia ser diferente. Afinal, o Brasil esteve muito próximo de uma derrota histórica e incontestável por 3 a 0 para a Bulgária dentro da casa do adversário.

Com uma performance desastrosa nas parciais iniciais, tudo indicava que isto aconteceria. No entanto, o time renasceu e, depois uma batalha colossal, construiu a vitória de virada, calando os seis mil torcedores que empurravam o time no Palácio de Esportes e Cultura da cidade de Varna. Renan, contudo, reconheceu os méritos do rival.

“A gente sabia o quanto seria difícil. A torcida joga junto e nós estávamos preocupados porque dentro de casa eles realmente jogam muito bem. Tanto que até o segundo set nós não tínhamos feito nenhum ponto de bloqueio. Nas duas primeiras parciais eles jogaram realmente um voleibol de altíssimo nível, não encararam o bloqueio, sacaram, defenderam, passaram bem, tiveram volume. Estava dando tudo certo, né? E nós tivemos que construir”, sublinhou Renan, chamando a atenção para a força psicológica e a capacidade do time brasileiro de se reinventar para mudar o rumo da partida.

Para tanto, a seleção contou com a atuação determinante do ponteiro naturalizado brasileiro Leal, maior destaque do duelo com 22 pontos.

“Ele se encaixou e se entrosou muito bem no momento em que entrou no grupo. É bastante dedicado e o dia a dia com ele é muito agradável. No início ele sofreu um pouco com a adaptação até mesmo em termos de comunicação. Porque por mais que entenda bem o português e fale a língua, ele custou um pouco a se adaptar à linguagem do jogo, ao dia a dia e ao método de treinamento. E hoje está entendendo bem qual é a função dele dentro de quadra e em que momento nós precisamos contar realmente com ele”, enalteceu o técnico, que fez questão de destacar ainda a colaboração de todos os demais atletas.

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“O Leal é um cara importante sim como todos que estão aqui. Falamos no vestiário que mais uma vez venceu o grupo. Nós conseguimos ajustar durante o jogo. O Lucão, por exemplo, foi importantíssimo porque se recuperou rapidamente de uma lesão. Ele é uma pessoa importante em quadra, uma referência para o nosso time. Mas foi até o limite e depois tivemos que trocar. Então cada um deu a sua contribuição. No momento em que nós entendermos que a força da equipe pode fazer a diferença eu acho que vamos ganhar muito com isso”, ressaltou.

Em relação à possibilidade de Leal atuar como titular ao lado de Lucarelli – algo que não funcionou bem na Liga das Nações em função da queda de rendimento na linha de passe, mas que foi fundamental para a reviravolta diante dos búlgaros –, Renan exaltou a qualidade da dupla na entrada de rede e explicou a mudança de rota no decorrer do confronto.

“A primeira tentativa foi construir um jogo com bastante volume e passe. Mas, mesmo com um especialista [o ponta Maurício Borges], estávamos sofrendo. Então não faria sentido mantê-lo. No segundo set nós trocamos e pontualmente o Borges entrou para resolver algumas situações. (…) À medida que o tempo passa, a gente vai ajustando. Contamos ainda com o Douglas, que não teve a oportunidade de entrar, mas é um jogador fantástico, completo, ótimo no ataque, levinho, que passa bem também. Então a disputa é boa, saudável, sabe?”, disse.

“Todos ali são titulares. A exigência do jogo vai mostrar. Hoje optei por começar com o Leal porque ele está se adaptando rapidamente e o Lucarelli pode entrar a qualquer momento. Então foi muito importante tê-lo como um coringa do lado de fora. Os números mostram o rendimento do time, as deficiências e o que a gente precisa realizar no decorrer do jogo para fazer as escolhas certas”, acrescentou, deixando claro que ainda não definiu quem serão os titulares na posição.

Festa brasileira após a virada sobre os europeus

Com a vaga garantida, Renan já projeta os próximos campeonatos pensando na reta final de preparação deste ciclo olímpico. Segundo ele, não haverá mudanças drásticas na equipe, apenas a inclusão de “dois ou três atletas”.

“Já temos em mente algumas coisas para as próximas competições, mas dificilmente o grupo vai mudar muito. Há ainda alguns torneios internacionais importantes a serem disputados, como a Copa do Mundo, o Sul-Americano, alguns amistosos e a Superliga. A próxima Superliga vai ditar muito da convocação. Conseguimos a vaga com sofrimento e o nosso grande objetivo agora é a caminhada visando a Olimpíada”, salientou, revelando que alguns jogadores, como o oposto Wallace, que será pai pela segunda vez no final do ano, provavelmente ficarão de fora do torneio intercontinental.

“Apesar de não mais classificar para nenhuma competição, a Copa do Mundo é importante para o ranking assim como o Sul-Americano. Nós temos alguns jogadores que estão realmente cansados, alguns mais veteranos. São atletas fundamentais para a sequência de trabalho, para os Jogos Olímpicos. Claro que tudo vai depender da sequência deles nos clubes, do desempenho no ano que vem, mas a gente não pode nem pensar em abrir mão de um Wallace. Para o Sul-Americano, talvez alguns também tenham folga, mas nosso foco é Tóquio e vamos manter esse grupo fechado o máximo possível até lá”, concluiu.

*Entrevista concedida a Euclides Bomfim Neto, em Varna (Bulgária)

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Leal comanda virada e seleção masculina garante vaga em Tóquio 2020 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/08/11/brasilxbulgaria-pre-olimpico-volei-masculino/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/08/11/brasilxbulgaria-pre-olimpico-volei-masculino/#respond Sun, 11 Aug 2019 20:28:03 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=18034

Estreante da temporada na seleção, ponteiro Leal (ao centro) foi decisivo para a classificação (Fotos: Divulgação/FIVB)

Era de conhecimento geral que a naturalização de Yoandy Leal daria um toque a mais de qualidade para a seleção brasileira masculina de vôlei. Mas, na tarde deste domingo (11), o cubano deu sua primeira grande contribuição ao voleibol verde-amarelo ao liderar a virada do time nacional diante da Bulgária em partida válida pela chave A do primeiro Pré-Olímpico para Tóquio 2020. Em duelo emocionante, os comandados de Renan Dal Zotto bateram o time da casa e sua fanática torcida de virada, por 3 sets a 2, parciais de 23-25, 19-25, 32-30, 25-16 e 15-11.

Disputado diante dos olhos de seis mil pessoas no Palácio de Cultura e Esportes de Varna, a decisiva partida pode ser dividida em duas partes: até o fim do terceiro set, o Brasil teve uma de suas piores atuações da temporada, com saque ineficiente e baixo aproveitamento na virada de bola. Longe da Olimpíada desde Londres 2012, a Bulgária chegou até mesmo a ter o match point, mas psicologicamente sentiu demais o baque a partir do momento que não conseguiu fechar o jogo, errando demais nas duas parciais decisivas.

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A virada brasileira significa que a América do Sul terá três representantes na Olimpíada de Tóquio, já que a Argentina também assegurou seu lugar neste fim de semana ao passar por um grupo que tinha Canadá, Finlândia e China. Esta vaga será decidida em um Pré-Olímpico continental em janeiro. Será justamente contra seus vizinhos europeus que a Bulgária agora terá que lutar para voltar a participar dos Jogos, algo que não acontece desde Londres 2012.

Os demais times que carimbaram o passaporte rumo ao Japão neste fim de semana foram os Estados Unidos, a Rússia, a Polônia e a Itália. Por ser sede, os japoneses já tinham sua presença confirmada.

Grande destaque individual do jogo, Leal marcou 22 pontos, sendo 21 de ataque e um de bloqueio. Pela Bulgária, o oposto Tsvetan Sokolov foi o responsável por colocar 19 bolas no chão.

Brasileiros celebram a classificação antecipada para a Olimpíada

ATUAÇÃO TENEBROSA ANTES DA RETOMADA

O que se viu na seleção brasileira nos dois primeiros sets foi uma repetição dos erros cometidos na fase final da Liga das Nações, onde a equipe terminou apenas na quarta colocação depois de liderar a fase classificatória: saque que, quando não acabava em erro, pouco incomodava o adversário, sistema de bloqueio-defesa perdido e dificuldades na recepção do serviço flutuante.

Para piorar, as atuações individuais também estavam abaixo da média: o levantador Bruno, por exemplo, distribuiu mal o jogo e foi impreciso tecnicamente, enquanto o oposto Wallace nem de longe lembrava o jogador que foi o destaque da conquista do ouro na Olimpíada do Rio.  Embalada pela torcida, a Bulgária não só contava com a força de Sokolov, seu principal jogador, como também  via boas performances de Martin Atanasov e Rozalin Penchev, substituto de Todor Skrimov, que virou o pé logo no começo da segunda parcial. Ex-Sesc, Penchev superava sua dificuldade no passe ao optar, sempre que possível, pelo toque para iniciar os contra-ataques.

Foi então que Dal Zotto agiu, colocando Ricardo Lucarelli no lugar de Maurício Borges para aumentar o poderio do ataque brasileiro. O saque também melhorou e o Brasil passou a pressionar a Bulgária, que se via cada vez mais pressionada por um resultado histórico. Na base do sufoco, a seleção conseguiu evitar a derrota em um eletrizante terceiro set.

Bulgária se abateu ao não conseguir fechar o jogo no terceiro set

LEAL BRILHA NO ATAQUE

A sobrevivência mudou o equilíbrio psicológico da partida, deixando os brasileiros cada vez mais confiantes. Isso é especialmente válido para Leal, que passou a ser a bola de segurança de Bruno, mas também pôde ser visto com Lucarelli e, principalmente, Wallace, agora o desafogo quando a marcação sobre os ponteiros apertava e uma ótima opção no saque. À frente do placar desde o começo do quarto set, o Brasil obrigou o técnico rival, Silvano Prandi, a desistir da etapa, gradativamente poupando seus titulares para o inevitável tie-break.

A tática, porém, não foi bem sucedida: apesar de a Bulgária ter equilibrado um pouco mais as ações no quinto set, a confiança brasileira, especialmente de Leal, já estava lá em cima. O cansaço físico também passou a pesar e, conforme o Brasil impunha sua vantagem, o barulhento ginásio foi se silenciando de resignação. No último ponto, o time da casa ainda recorreu ao desafio em busca de um milagre que salvasse a partida, mas as imagens mostraram que nada irregular aconteceu e a vaga era mesmo do Brasil.

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Ataque desequilibra e seleção masculina vence o Egito no Pré-Olímpico http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/08/10/ataque-desequilibra-e-selecao-masculina-vence-o-egito-no-pre-olimpico/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/08/10/ataque-desequilibra-e-selecao-masculina-vence-o-egito-no-pre-olimpico/#respond Sat, 10 Aug 2019 15:30:00 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=18008

Com outro espírito, a seleção brasileira derrotou os egípcios no Pré-Olímpico (Fotos: Divulgação/FIVB)

Depois de ter jogado para o gasto na partida de estreia no Pré-Olímpico contra Porto Rico, a seleção brasileira masculina de vôlei voltou, neste sábado (10), ao Palácio de Esportes e Cultura de Varna, na Bulgária, para encarar o Egito, segundo adversário da chave A neste quadrangular classificatório. E, mais aguerrida, a equipe de Renan Dal Zotto venceu os africanos com tranquilidade por 3 sets a 0 (25-12, 25-19 e 25-14).

Para este segundo desafio, Renan escalou o levantador Bruno, os ponteiros Leal e Maurício Borges, os centrais Lucão e Flávio, o oposto Wallace e o líbero Thales.

Com uma postura bem diferente daquela apresentada diante dos porto-riquenhos, os brasileiros iniciaram o jogo em ritmo bastante acelerado. Afiado no bloqueio, na defesa e pressionando o rival no saque, a seleção não deixou o time egípcio respirar. Vale ressaltar ainda a superioridade brasileira no ataque e nos contra-ataques.

Com uma linha de passe um pouco mais estabilizada e o bloqueio atento, a equipe africana ensaiou uma reação na primeira metade do segundo set. Assim como o brasileiro Bruno, que fez uma distribuição equilibrada entre as extremidades e o meio na parcial preliminar, o armador Abdalla também passou a acionar todos os seus atacantes, dificultando a leitura do bloqueio verde-amarelo.

Com 13 acertos, Leal foi o maior destaque do jogo

Com uma boa passagem no serviço, já na reta final do set, os egípcios também tentaram empatar o cotejo. Entretanto, os brasileiros retomaram a agressividade no saque, quebrando a recepção do oponente, e mantiveram a supremacia na virada de bola e nos contra-ataques, tolhendo o crescimento africano.

O selecionado nacional não deixou cair o ritmo na terceira parcial. Renan aproveitou a oportunidade para fazer a inversão 5-1 e também apostou novamente em Douglas para a entrada no lugar de Maurício Borges. E, sustentando a eficiência no saque, no sideout (ao total, foram 46 pontos de ataque contra apenas 21 dos adversários) e principalmente no sistema defensivo, os atuais campeões olímpicos deslancharam e não deram qualquer chance ao rival. Os maiores pontuadores brasileiros foram Leal e Maurício Borges com 13 e 12 acertos, respectivamente.

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O ponta Leal, maior pontuador do confronto, comentou seu desempenho. “Estou feliz. O jogo é jogado. Me sinto muito bem no ataque e no saque. Acho que foi uma boa partida e agora precisamos descansar porque amanhã vai ser forte”, afirmou o jogador. Sobre vestir a camisa verde-amarela, o atleta naturalizado brasileiro agradeceu o apoio da torcida. “Estou muito feliz por fazer parte da seleção. Em cada jogo e treino eu dou 100%. E pretendo estar desta forma amanhã para conseguirmos a classificação”, complementou.

Time de Renan Dal Zotto manteve o padrão tático de jogo em toda a partida

Em relação ao duelo decisivo contra a Bulgária, o armador Bruno salientou a importância de a equipe manter o padrão de jogo. “É uma final, né? Um jogo que pode nos colocar em Tóquio. Acho que eles têm um bom time. Precisamos limitar o [oposto] Sokolov, que é o jogador mais importante. A gente sabe que não vai conseguir tirá-lo do jogo porque ele é realmente muito bom. Mas precisamos limitá-lo, tocar em bolas, bloquear. Acredito que se conseguirmos jogar o nosso jogo e segurar bem o passe, vamos ter boas chances de vitória amanhã”, observou.

O passador Maurício Borges, destaque da equipe na recepção e no ataque, também falou sobre suas expectativas para o cotejo contra os europeus. “Espero que a gente dê o máximo. Acho que vai ser um grande espetáculo. Jogar aqui dentro desse ginásio não é fácil. Mas deixar tudo dentro de quadra é o mais importante para nós. Temos que focar naquilo que precisamos fazer para defender e rodar”, concluiu.

A seleção brasileira encara os donos da casa neste domingo (11) às 14h30 no duelo que decidirá a vaga olímpica. A partida terá transmissão do SporTV2.

*Entrevistas concedidas a Euclides Bomfim Neto

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Brasil supera instabilidade e bate Porto Rico na estreia do Pré-Olímpico http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/08/09/brasil-supera-instabilidade-e-bate-porto-rico-na-estreia-do-pre-olimpico/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/08/09/brasil-supera-instabilidade-e-bate-porto-rico-na-estreia-do-pre-olimpico/#respond Fri, 09 Aug 2019 15:41:18 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=17982

Seleção masculina não foi brilhante, mas conseguiu derrotar a equipe porto-riquenha na estreia do Pré-Olímpico (Fotos: Divulgação/FIVB)

Como esperado, a seleção brasileira masculina de vôlei superou, na manhã desta sexta-feira (9), a limitada equipe porto-riquenha na estreia do torneio Pré-Olímpico. Atuando no Palácio de Esportes e Cultura de Varna, na Bulgária, o time de Renan Dal Zotto não esteve bem na primeira e na terceira parciais, mas venceu o adversário em sets diretos, parciais de 25-23, 25-19 e 25-19.

Para tanto, contou com o ponteiro Maurício Borges, escalado como titular no lugar de Leal – MVP do campeonato amistoso Memorial Wagner, preparatório para este quadrangular olímpico – para dar mais estabilidade à linha de passe. Apesar de ter falhado em alguns momentos, o jogador de fato mostrou mais consistência no fundamento enquanto esteve em quadra. Não custa lembrar que a recepção, sobretudo do saque flutuante, causou enorme dor de cabeça ao Brasil na Liga das Nações, competição em que terminou em quarto lugar.

Além de Borges, para a estreia no torneio que vale vaga na Olimpíada de Tóquio do ano que vem, o treinador optou por Lucarelli na entrada, Bruno na armação, Flavio e Isac pelo meio e Wallace na saída, além dos líberos Tales e Maique.

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Em busca de sua primeira participação em Jogos Olímpicos, a seleção de Porto Rico conseguiu fazer um primeiro set parelho com o Brasil investindo na eficiência do saque e da virada de bola. Do outro lado da quadra, falhando no sistema defensivo e, consequentemente, sem grande volume de jogo, o septeto brasileiro passou por alguns momentos de vulnerabilidade no passe e cedeu vários pontos especialmente de saque em erros ao adversário (foram 11 somente nesta primeira etapa contra 6 dos rivais).

Sem engrenar e aparentando alguma desconcentração, a seleção conseguiu abrir a vantagem no placar a partir de uma boa passagem de Lucarelli pelo saque na reta final do set. A inversão 5-1 com Cachopa e Alan no lugar de Bruno e Wallace também funcionou relativamente bem. Vale destacar ainda que o Brasil se valeu do nervosismo dos porto-riquenhos, que não conseguiram manter o nível de atuação e acabaram falhando nos momentos-chave da parcial.

Passada a pressão inicial, os brasileiros souberam impor seu padrão de jogo e ampliaram o placar com mais tranquilidade. Para se ter uma ideia, se no set preliminar os atuais campeões olímpicos cometeram 11 falhas, no segundo a equipe errou apenas 4 vezes, demonstrando mais intensidade em todos os fundamentos.

Mais à vontade e agressiva na segunda etapa, a seleção verde-amarela também teve mais efetividade no sideout – foram 19 pontos de ataque e também de contra-ataque, o que evidencia ainda o crescimento do sistema defensivo.

Seleção fez um jogo morno contra Porto Rico

Enganou-se, contudo, quem imaginou que o time brasileiro deslancharia de vez no set derradeiro. Sem a consistência e a intensidade apresentadas na segunda parcial, a equipe voltou a cometer erros bobos e a oscilar na recepção na primeira metade da parcial. O técnico Renan investiu, com sucesso, novamente na inversão 5-1 e também em Douglas Souza, escalado para o lugar de Maurício Borges na segunda parcial.

E foi com a virada de bola e o bloqueio que a equipe, mesmo sem brilhar, conseguiu encontrar o caminho da vitória na estreia do torneio classificatório. Ao total, o time errou 22 vezes na partida. Os maiores pontuadores brasileiros foram Lucarelli e Isac, com 14 e 13 acertos, respectivamente.

O levantador Bruno fez uma análise do desempenho da equipe e exaltou a vitória. “O que aconteceu no feminino serviu de exemplo para a gente não cair em nenhuma armadilha. Porto Rico não tinha nada a perder (…). No primeiro set, não conseguimos quebrar a recepção deles e o levantador jogou o tempo todo com o passe na mão, acionando muito a primeira bola. E a gente estava com dificuldades de tocar no bloqueio e defender”, observou.

Lucarelli foi o maior pontuador do jogo com 14 acertos

“Acho que contou também a tensão da estreia, o que fez com que a gente patinasse um pouco. Nos saímos melhor no segundo set, o saque funcionou e rodamos bem. Já no terceiro, eles vieram para o tudo ou nada. Acho que não podemos também perder a paciência e cometer erros gratuitos. Mas quando mantivemos a calma, tocando em bolas, contra-atacando e bloqueando, conseguimos vencer, o que era o mais importante neste primeiro jogo”, acrescentou o jogador.

Para o ponteiro Lucarelli, o Brasil precisa melhorar em vários aspectos, especialmente na marcação de pontos diretos do bloqueio, e deve estar preparado para partidas mais complicadas. “Hoje em dia não tem mais time bobo. Todo mundo sabe jogar e se não entrarmos espertos, vamos sofrer. Mas soubemos reagir bem. O time começou tenso no primeiro set e o saque não funcionou. Mas a partir do segundo o serviço melhorou e isso facilitou o jogo pra gente. Sabemos que temos que melhorar, mas saímos felizes com a vitória”, destacou.

Em relação à titularidade na entrada de rede, o maior pontuador do confronto ressaltou que ninguém tem vaga cativa e que é o técnico Renan quem decide qual jogador será o titular de acordo com a necessidade de cada partida. “O mais importante disso tudo é que a gente sabe que todos os ponteiros estão bem. É uma briga muito sadia e todo mundo sempre está disposto a dar o seu máximo para garantir a vaga. A seleção tem esse luxo [quatro pontas] e precisa usar de acordo com as qualidades e particularidades de cada um”, finalizou.

*Entrevistas concedidas a Euclides Bomfim Neto

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Brasil supera falhas no passe, vence Irã e vai à semi da Liga das Nações http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/07/12/brasil-x-ira-fase-final-liga-das-nacoes/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/07/12/brasil-x-ira-fase-final-liga-das-nacoes/#respond Sat, 13 Jul 2019 00:46:53 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=17646

Brasileiros comemoram ponto no jogo contra o Irã: seleção busca sua primeira medalha na Liga das Nações (Foto: Divulgação/FIVB)

O cenário era de pressão para Brasil e Irã: quem perdesse, daria adeus à Liga das Nações, ao passo que o vencedor avançaria à semifinal da competição. E os times reagiram de acordo com o histórico dos últimos anos: enquanto os brasileiros superaram o cenário adverso, os asiáticos mais uma vez sucumbiram no momento decisivo. O placar foi de 3 sets a 2, parciais de 25-20, 25-23, 24-26, 20-25 e 15-10.

Não que a seleção masculina tenha feito uma apresentação de encher os olhos: principal problema da equipe até o momento, as falhas na recepção voltaram a aparecer tanto no saque flutuante quanto no viagem, num filme parecido ao visto na derrota diante do time B da Polônia, há dois dias. Esteve, inclusive, muito perto de tomar uma virada que seria histórica, mas, por sorte, o Irã voltou a falhar quando não podia: além dos 33 pontos cedidos em erros, o time asiático desperdiçou uma vantagem de 8-5 no último set, para decepção de uma barulhenta torcida em Chicago (EUA).

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O espírito combativo, de não desistir diante das dificuldades, foi essencial para a sobrevivência do Brasil na competição. Do outro lado da quadra, os iranianos demonstraram um enorme descontrole mental, reclamando em excesso de decisões da arbitragem na segunda metade do tie-break, catimbando o jogo e cometendo erros juvenis na hora mais importante do confronto.

Com 16 pontos, Lucarelli foi o maior pontuador brasileiro na partida

Na semifinal, o Brasil vai enfrentar os Estados Unidos, que bateram a Rússia já no início da madrugada de sábado (13) por 3 a 0 (25-21, 25-17 e 25-20), em duelo programado para 18h45 (horário de Brasília). Na sequência, os russos encaram a Polônia pela outra vaga na decisão.

PASSE VOLTA A COMPROMETER

Ciente das dificuldades de seus comandados na recepção, o técnico Renan Dal Zotto logo de cara optou por Douglas Souza como titular no lugar de Yoandy Leal. O ponteiro campeão da Superliga da EMS Taubaté Funvic, porém, não correspondeu e acabou substituído por Maurício Borges, que conseguiu dar um mínimo de estabilidade no passe para o levantador Fernando Cachopa, este também alçado à equipe principal desde o início no lugar de Bruno.

A tática deu certo até o terceiro set, muito por conta também de boas passagens no saque de jogadores brasileiros. Uma excelente sequência de Ricardo Lucarelli ainda no começo da partida, por exemplo, foi responsável pela construção de uma vantagem no placar que, minutos depois, se revelaria fundamental para a vitória na primeira parcial. O mesmo aconteceu na reta final do segundo set, quando duas boas passagens de Lucão e Wallace no serviço desequilibraram um jogo que tendia para o empate iraniano

Parecia que a história iria se repetir no terceiro set: com dificuldades no passe, o Brasil viu o Irã tomar a frente até que Bruno foi para o saque recolocou o time no jogo. Também com o auxílio de belas defesas, o sul-americanos empataram um placar que chegou a ser de 18-22. Mas, às portas da eliminação, os iranianos foram valentes e tiveram concentração suficiente para forçar os erros da linha de passe verde-amarela, forçando o quarto set.

Técnico Renan Dal Zotto mostra nervosismo na partida contra o Irã

WALLACE MAL EM QUADRA

Uma premissa básica do vôlei é que, quando o passe não funciona, o oposto precisa aparecer. Mas Wallace desta vez decepcionou e não conseguiu ser a bola de segurança do Brasil, fechando o duelo com apenas 10 pontos e apenas 30% de aproveitamento no ataque.

Renan então optou pelo reserva Alan nos momentos decisivos da partida, mas a rede travou no meio do quarto set e um placar de 15-11 virou 15-17. A virada empolgou os iranianos, que cresceram demais especialmente através do levantador Saeid Marouf e do ponteiro Milad Ebadipour, que terminou com 22 pontos. O jogo então foi para o tie-break, quando eles deram toda a pinta que conseguiriam um resultado histórico, não fosse a perda de controle mental, que deixou o time no quase mais uma vez, para alegria dos brasileiros, que agora vão tentar superar a quarta colocação da Liga das Nações 2018.

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À frente na semifinal, Sesi e Taubaté tentam conter a euforia na Superliga http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/04/07/a-frente-na-semifinal-sesi-e-taubate-tentam-conter-a-euforia-na-superliga/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/04/07/a-frente-na-semifinal-sesi-e-taubate-tentam-conter-a-euforia-na-superliga/#respond Sun, 07 Apr 2019 15:02:40 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=16380

Central Éder e técnico Rubinho comemoram ponto do Sesi (Foto: Everton Amaro/Fiesp)

Com atuações consistentes,  os dois representantes paulistas ainda vivos na Superliga masculina de vôlei saíram na frente na série melhor-de-cinco que define as semifinais da competição. Jogando em casa, o Sesi bateu o Sesc-RJ por 3 sets a 0, parciais de 25-23, 25-23 e 25-19, enquanto o EMS Taubaté Funvic conquistou um ótimo resultado ao derrotar o atual campeão Sada Cruzeiro em Contagem (MG) por 3 a 1 (30/28, 25/19, 22/25 e 26/24).

Apesar da vantagem conquistada, ambos os vencedores adotaram um discurso cauteloso ao comentar o resultado. “Acho que erramos muito no começo, mas a equipe deles também não estava num bom dia. No fim dos sets a gente conseguiu manter a regularidade. Na terceira parcial, neutralizamos o Wallace, que é um dos principais jogadores do Sesc e fomos um pouco melhor”, comentou o oposto Alan, responsável por 12 pontos.

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Eleito o melhor em quadra, o ponteiro Lucas Lóh admitiu que não acreditava um resultado tão bom na noite deste sábado (6). “Me surpreendeu esse 3 a 0, a gente esperava jogar cinco sets, pois o Sesc-RJ tem grandes nomes, é um time muito bom. Mas o fator casa ajudou muito, a torcida ajudou muito. Não tem nada ganho, é uma série longa, podemos ter até cinco jogos”, apontou.

Lucarelli teve grande atuação diante do Sada Cruzeiro (Foto: Divulgação)

Destaque do Taubaté com 21 pontos diante do Sada, Ricardo Lucarelli definiu o confronto contra os mineiros como “um jogo de xadrez”.

“Sabíamos que ia ser um jogo duro. O Sada tem um time muito bom e nunca será fácil contra eles. Nossa equipe como um todo jogou bem demais. Nós suportamos bem a pressão do saque deles, e isso foi um ponto importante para nós. Jogos de semifinal são como um jogo de xadrez: o que você puder neutralizar das qualidades do adversário, melhor. Em alguns momentos conseguimos fazer isso, a nossa pressão no saque sobre eles também ajudou a tirar o passe da mão do levantador deles”, analisou.

DE OLHO NA RECUPERAÇÃO

Do lado dos times derrotados, o foco é deixar de lado o resultado adverso no passado e pensar na segunda partida da série, na terça-feira (9).

“Difícil falar depois de um jogo como esse. Vamos rever o jogo, ver que erramos e estudar mais para tentar mudar isso em casa. Jogar no Tijuca vai ser importante, nosso time joga muito junto com a torcida e vamos buscar um bom resultado na próxima partida”, comentou Maurício Borges, ponteiro do Sesc-RJ.

Já Rodriguinho, ponteiro do Sada Cruzeiro, aproveitou para lembrar a torcida que as séries que definem os classificados à semifinal são longas.

“Ninguém esperava um jogo fácil, uma série tranquila. A gente sabe da qualidade da equipe de Taubaté, mas não tem nada ganho antes do juiz apitar, da bola cair no chão na última partida. Hoje eles foram mais constantes, sacaram melhor que a gente e isso em alguns momentos fez diferença. O próximo jogo será difícil de novo e vamos nos preparar para ir com tudo”, destacou.

Isac também destacou a força da equipe, que vai buscar o resultado positivo na segunda rodada. “O Taubaté é um time com jogadores experientes e em alguns momentos eles sacaram melhor que a gente. E com o passe na mão do Rapha fica muito fácil. Tivemos bons momentos na partida, estivemos na frente e por alguns erros deixamos escapar. Vamos trabalhar isso para o próximo jogo. Agora é manter o foco, pois temos todas as condições para fazer o resultado lá. O que nos interessa é o próximo jogo, que para nós será como uma final”, afirmou.

Sesi e Sesc-RJ voltam a jogar às 19 horas de terça (9) no ginásio do Tijuca Tênis Clube, no Rio. No mesmo dia, só que às 21h30, o Taubaté recebe o Sada no Abaeté, em Taubaté.

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Milionário, Sesc-RJ chega às portas dos playoffs da Superliga em crise http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/03/10/milionario-sesc-rj-chega-as-portas-dos-playoffs-da-superliga-em-crise/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/03/10/milionario-sesc-rj-chega-as-portas-dos-playoffs-da-superliga-em-crise/#respond Sun, 10 Mar 2019 09:00:54 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=16079

Recepção e incapacidade de jogar atrás no placar são os grandes problemas do Sesc-RJ (Foto: Luciano Belford/Divulgação Sesc-RJ)

Um mês sem vitórias e o mando de campo nos playoffs em risco real. Esta é a situação do Sesc-RJ, um dos times que mais investiram na Superliga masculina, às vésperas do início do mata-mata da principal competição de clubes do Brasil. O revés por 3 a 1 diante do Sada Cruzeiro sofrido na noite deste sábado (9) foi mais um resultado decepcionante para a equipe comandada por Giovane Gávio, especialmente considerando-se o elenco ali presente.

Desde a complicada vitória no tie-break sobre o lanterninha São Judas Vôlei em 9 de fevereiro, o Sesc foi superado por Fiat/Minas (1-3), EMS Taubaté Funvic (2-3), Vôlei Um Itapetininga (1-3), Sesi (1-3) e Sada Cruzeiro (1-3) – no meio do caminho, o clube ainda foi atropelado pelo Bolivar, da Argentina, na decisão da Libertadores do vôlei. Resultado: uma queda drástica na tabela. Com 36 pontos, o time carioca entra na última rodada da fase classificatória em quarto lugar, apenas dois pontos à frente do Vôlei Renata e três do Minas, que possui um jogo a menos que os rivais.

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A boa notícia para o Sesc é que o próximo adversário, o São Francisco Saúde/Vôlei Ribeirão, não tem mais nenhuma pretensão na disputa, estando tanto distante da zona de classificação aos playoffs como das duas últimas colocações, que levariam o time para a Superliga B. Mas é bom ficar esperto: no confronto entre as equipes no fim do primeiro turno, o time do interior de São Paulo chegou a estar liderando por 2 a 1 e só foi superado por 25 a 23 no tie-break.

Com quatro jogadores da seleção brasileira principal em seu elenco (Wallace, Maurício Borges, Maurício Souza e Tiago Brendle), o Sesc tem apresentado nítidas dificuldades na recepção, além de saque inconstante e descontrole emocional quando se encontra atrás do placar. Um problema reconhecido pelo próprio Giovane Gávio. “Temos que ser mais firmes nos momentos que temos vantagem, isso vai fazer muita diferença nos playoffs, porque é um outro tipo de campeonato, onde não há espaço para erros: é vencer ou ficar pelo caminho”, admitiu o treinador.

O recomeço oferecido pelos playoffs pode servir para que a péssima fase se converta apenas em uma lembrança ruim de um time cuja continuidade na próxima temporada pode estar em jogo. Mas, pelo o que vem jogando, ficar pelo caminho nas quartas diante do Vôlei Renata ou do Minas não seria surpresa para ninguém.

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