José Roberto Guimarães – Blog Saída de Rede http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br Reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Tue, 31 Dec 2019 12:02:55 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Como foi o ano da seleção brasileira feminina de vôlei? http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/29/como-foi-o-ano-da-selecao-brasileira-feminina-de-volei/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/29/como-foi-o-ano-da-selecao-brasileira-feminina-de-volei/#respond Sun, 29 Dec 2019 09:00:07 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19618

Seleção feminina fecha o ano com mais dúvidas do que certezas (Foto: Divulgação/FIVB)

Faltando menos de sete meses para o começo da Olimpíada de Tóquio, a conclusão que se tira sobre a seleção brasileira feminina de vôlei é que ainda há muito trabalho pela frente a ser realizado. Isto porque a equipe liderada pelo técnico José Roberto Guimarães, que já anunciou a saída do cargo após os Jogos, fecha o ano da mesma maneira que iniciou: com muitos pontos de interrogação.

Depois de um 2018 muito ruim em que a seleção, pela primeira vez, desde 2003, quando Zé Roberto assumiu o comando, não subiu ao pódio em nenhum dos campeonatos de que participou, a temporada 2019 também chegou ao fim sem grandes avanços. Marcado por lesões, pedidos de dispensa e retorno de atletas veteranas, o ano começou com a Liga das Nações, torneio que o Brasil disputou com um conjunto mesclado.

Sem muitos predicados, o time teve uma performance insegura durante praticamente toda a fase classificatória da competição, mostrando, inclusive, dificuldades diante de adversários que ainda compõem o segundo escalão do vôlei internacional, como Polônia, República Dominicana e Alemanha. Apesar disso, se superou e cresceu na fase final, garantindo a medalha de prata.

Com o resultado surpreendente no antigo Grand Prix, criou-se a expectativa de que a seleção fosse evoluir ainda mais tática e tecnicamente no Pré-Olímpico, torneio que distribuiu vagas de forma antecipada para a Olimpíada do Japão. O que vimos, entretanto, foi um grupo com jogadoras longe da forma física ideal – casos de Natália, que se contundiu na final da Liga das Nações, e Tandara – e que expôs as mesmas falhas do começo da temporada.

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O flerte com a possibilidade de eliminação no classificatório olímpico – e o consequente vexame internacional – em pleno ginásio do Sabiazinho, em Minas Gerais, ficou evidente pelo sofrimento diante do Azerbaijão e da República Dominicana.

A quarta colocação nos Jogos Pan-americanos, em que o Brasil jogou sem suas principais atletas, e o 21º troféu sul-americano antecederam a participação na Copa do Mundo, última competição de 2019, que acabou esvaziada por não classificar mais para a Olimpíada. Com uma campanha de muitos altos e baixos, o time de Zé Roberto ficou novamente em quarto lugar – China, Estados Unidos e Rússia compuseram o pódio. A Itália não jogou o torneio e a Sérvia, atual campeã mundial e bi europeia, poupou a maioria de suas titulares.

As adversidades vividas pelo time neste ano (e em todo o ciclo olímpico, vale sublinhar) indicam que será repleto de desafios o caminho rumo ao tri ou, pelo menos, a um lugar no pódio em Tóquio. Em um campeonato de tiro curto, por outro lado, tudo pode acontecer especialmente com uma equipe que tem tradição e camisa pesada. Contudo, neste momento, no mínimo três seleções estão em patamar bem mais avançado. Vejamos o que 2020 reserva à seleção feminina.

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Em temporada pré-olímpica, lesões viram preocupação extra entre os atletas http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/25/em-temporada-pre-olimpica-lesoes-viram-preocupacao-extra-entre-os-atletas/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/25/em-temporada-pre-olimpica-lesoes-viram-preocupacao-extra-entre-os-atletas/#respond Mon, 25 Nov 2019 09:00:14 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19164

Tandara diz ter voltado ao Brasil com o objetivo de se preparar melhor para a Olimpíada (Foto: Marcio Rodrigues/ACE/Divulgação)

A aproximação da Olimpíada traz aos atletas da elite do voleibol brasileiro não somente a expectativa de uma convocação, mas uma preocupação extra: como prevenir uma lesão que possa culminar num doloroso corte às vésperas da competição mais esperada por todos ao mesmo tempo em que é preciso ser profissional e se doar ao máximo pelos clubes que pagam seus salários?

Tandara Caixeta admite que este é um tema que percorre sua mente. Inclusive, a opção dela em deixar o voleibol chinês e defender o Sesc-RJ na atual Superliga foi feita justamente pensando em estar na melhor forma possível para defender a seleção brasileira em Tóquio 2020.

“Claro que existe a disputa por vaga com algumas jogadoras e é preciso tomar cuidados. Optei por estar no Brasil para me cuidar fisicamente e estar perto da minha família”, comentou a oposta, que jogou pouco nos últimos meses devido a uma séria lesão no tornozelo esquerdo sofrida enquanto defendia o Guangdong Evergrande. “Tudo influencia e, a partir do momento que a cabeça está tranquila, as coisas fluem. Era exatamente isso que eu queria. Me sinto mais leve aqui no Sesc”, garantiu.

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Com a experiência de duas medalhas olímpicas de ouro no currículo, a líbero Fabi também aponta que o aspecto psicológico é tão importante quanto o físico nesta reta final de ciclo olímpico.

“Como toda temporada que antecede os Jogos Olímpicos, os jogadores querem mostrar serviço. Fica sempre aquela contagem regressiva para saber quem estará na lista final. Os atletas tem que conter essa ansiedade, manter a cabeça focada, saber o que precisam fazer para se cuidar mentalmente e fisicamente ao longo do ano”, comentou a ex-atleta, que trabalha como comentarista do SporTv desde que se aposentou, em 2018.

Wallace ganhou um período extra de descanso antes de voltar a jogar pelo Sesc RJ (Foto: Divulgação/CBV)

Há, porém, quem prefira não pensar nisso. É o caso da ponteira Fernanda Garay, que, apesar de ser um nome bastante cotado para estar na lista de 12 convocadas por José Roberto Guimarães, diz que a seleção não é seu foco no momento.

“Eu tenho um desafio muito grande que é estar da melhor forma possível nesta Superliga. A seleção não está nos meus planos e representar bem o Dentil/Praia Clube é o meu primeiro objetivo. Se eu conseguir ter uma boa temporada e o Zé Roberto achar que eu possa contribuir com a seleção, é um outro momento, mas agora não estou pensando nisso”, garantiu.

Da parte dos clubes, o primeiro pensamento também é de foco total na Superliga, mas alguns cuidados extras também acabam sendo tomados. A equipe masculina do Sesc-RJ, por exemplo, vem desenvolvendo um trabalho especial com o oposto Wallace e o ponta Maurício Borges, dois prováveis convocados por Renan Dal Zotto para a Olimpíada.

“A nossa preocupação é termos os nossos atletas íntegros para toda a temporada, pois, se eles chegarem bem no final, consequentemente, também estarão bem para a seleção. É um cuidado que se tem todos os anos, mas, nesta temporada, aproveitamos para dar um longo período de descanso para o Wallace fazer uma temporada íntegra, fisicamente falando. Com o Borges também se trabalha numa continuidade de ganho de força, de velocidade e potência em virtude do que ele perdeu em virtude da cirurgia no joelho que ele fez na temporada passada”, explicou Giovani Foppa, preparador físico da equipe.

Fabi também aponta um “tempero extra” consequente de uma temporada pré-olímpica. Segundo ela, a briga entre os atletas por uma vaga nas limitadas convocações, que acabam por aumentar a competitividade dos torneios: “Além das jogadoras que já estão no radar da seleção, as que não estão vão querer mostrar seu vôlei. Vale a pena acompanhar. Quem estiver ligado na Superliga certamente vai assistir bons jogos, bons embates. Espero que seja um campeonato sem lesões e que todo mundo consiga jogar no mais alto nível”.

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Natália e Gabi mostram serviço na Europa a menos de um ano de Tóquio http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/21/natalia-e-gabi-mostram-servico-na-europa-a-menos-de-um-ano-de-toquio/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/21/natalia-e-gabi-mostram-servico-na-europa-a-menos-de-um-ano-de-toquio/#respond Thu, 21 Nov 2019 09:00:12 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19121

Após sofrer na seleção feminina de vôlei com problemas físicos, Natália está se saindo bem na Europa (Fotos: Divulgação/CEV)

Às vésperas dos Jogos de Tóquio, o torcedor brasileiro pode, pelo menos até o momento, respirar aliviado. Depois de passarem por maus bocados neste ciclo olímpico em função das recorrentes lesões, Natália e Gabi, titulares na entrada de rede da seleção feminina de vôlei, estão dando conta do recado nos turcos Eczacibasi e Vakifbank, seus respectivos clubes na Europa.

A temporada 2019/2020 tem sido especial principalmente para Natália, que se machucou em julho, na final da Liga das Nações, competição na qual o Brasil ficou com a medalha de prata. Com uma lesão muscular na panturrilha esquerda, a ponteira nem jogou o Pré-Olímpico de agosto, torneio mais relevante do ano que classificou a seleção para a Olimpíada no ano que vem. Entretanto, de volta à Turquia após a vitoriosa passagem pelo Itambé Minas, ela tem mostrado que se recuperou e vem correspondendo.

Nesta terça-feira (19), a jogadora foi o maior destaque ofensivo do time no clássico caseiro contra o Fenerbahçe, clube onde atuou entre 2016 e 2018, na abertura da fase de grupos da Champions League. Pelo grupo A, o Eczacibasi, comandado pelo brasileiro Marco Aurélio Motta, venceu o rival por 3 a 2 (25-23, 25-18, 23-25, 22-25 e 15-10) e a atacante marcou 26 pontos, saindo como a MVP da partida.

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A oposta sérvia Boskovic apareceu logo em seguida, com 20 acertos, enquanto que a ponta sul-coreana Kim Yeon-Koung fez 9. Pelo Fenerbahçe, liderado por Zoran Terzic, treinador da seleção dos Bálcãs, a cubana Melissa Vargas se destacou ao colocar 23 bolas no chão pela saída de rede e a ponta norte-americana Kelsey Robinson colaborou com 18 pontos.

Já Gabi, que está tendo sua primeira experiência fora do país, não viveu uma jornada muito feliz em sua estreia na mais importante competição interclubes do planeta. Um dos candidatos ao título da Champions, o Vakifbank, do italiano Giovanni Guidetti, foi superado em casa pelo italiano Savino Del Bene Scandicci em jogo válido pelo grupo B, nesta quarta-feira (20).

Na partida decidida somente no tie-break (25-21, 19-25, 13-25, 25-15 e 15-11), a brasileira anotou 13 pontos. Apesar do revés, Gabi ainda liderou as estatísticas de recepção com um aproveitamento de 60%.

A oposta sueca Isabelle Haak enfrentou o seu ex-clube pela primeira vez na temporada e terminou como a maior pontuadora do time de Istambul, marcando 18 vezes. A meio de rede sérvia Milena Rasic e a ponta/oposta turca Ebrar Karakurt fizeram 12 e 11 pontos, respectivamente. Do outro lado, destaque para a passadora mexicana Samantha Bricio, responsável por 15 acertos.

Apesar de ainda buscar a melhor adaptação ao voleibol turco, Gabi já vem se sobressaindo no poderoso Vakifbank. Na foto, ela aparece recebendo instruções do técnico Guidetti

A dupla também tem se sobressaído no campeonato local neste começo de temporada. Ambas aparecem nas estatísticas de melhor passe da competição, o que é excelente para a seleção brasileira uma vez que a equipe andou oscilando excessivamente no fundamento, sobretudo na Liga das Nações.

Com 64% de aproveitamento no passe, Natália tem ajudado o Eczacibasi a se manter na liderança do torneio com 26 pontos (9 vitórias em 9 jogos). Gabi, por outro lado, tem 62% de rendimento no fundamento e seu Vakifbank, campeão turco em 2018/2019, soma 24 pontos, com 8 vitórias e 1 derrota para o Fenerbahçe.

Além disso, as brasileiras também se destacam entre as melhores ponteiras da competição. Enquanto Gabi ocupa a sétima posição no ranking em que se avalia o desempenho de cada atleta na recepção, no saque, no bloqueio e no ataque, Natália aparece em décimo lugar.

A expectativa do fã de vôlei, certamente, é que, em um ano em que a seleção ficou tão marcada por problemas físicos diversos, as jogadoras consigam manter o ritmo, cresçam ainda mais até o final desta temporada pré-olímpica e não sofram novas lesões, já que qualquer desgaste além da conta pode custar a vaga em Tóquio.

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Sesc saca melhor, bate Barueri fora de casa e mantém 100% na Superliga http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/19/sesc-saca-melhor-bate-barueri-fora-de-casa-e-mantem-100-na-superliga/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/19/sesc-saca-melhor-bate-barueri-fora-de-casa-e-mantem-100-na-superliga/#respond Wed, 20 Nov 2019 02:12:44 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19104

Time carioca venceu a equipe sensação deste início de temporada (Foto: Marcio Mercante)

Um duelo de campeões estaduais movimentou a Superliga feminina 2019/2020 nesta terça-feira (19), colocando frente a frente os dois mais prestigiados treinadores brasileiros. O surpreendente São Paulo Barueri, de José Roberto Guimarães, recebeu o multicampeão Sesc RJ, de Bernardinho, em confronto válido pela terceira rodada da competição.

Até então com 100% de aproveitamento no torneio, os times corresponderam às expectativas e fizeram um bom jogo no ginásio José Corrêa – obviamente, dentro das possibilidades deste começo de temporada, quando as equipes ainda oscilam e buscam o melhor entrosamento. E com um desempenho mais consistente principalmente no saque, a equipe visitante acabou levando a melhor, batendo as donas da casa em sets diretos, com parciais de 24-26, 23-25 e 22-25. Foi o terceiro triunfo consecutivo do time carioca na competição.

Em um confronto bastante tenso e marcado por discussões com a arbitragem, a recepção foi o maior problema do time de Zé Roberto. Castigada pelo bom saque visitante, a linha de passe paulista sofreu muito e praticamente não conseguiu entregar as bolas nas mãos da levantadora Juma que, pressionada, não fez uma distribuição equânime do jogo.

Apesar disso e dos erros de saque, o campeão paulista, correndo atrás do placar até a metade do set, reagiu e manteve o equilíbrio até o final contando especialmente coma  eficiência na virada de bola pelas extremidades, sobretudo com a oposta Lorenne. As falhas no sideout e de combinação da armadora Fabíola com suas atacantes também colaboraram para que o adversário permanecesse vivo na parcial.

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Em ritmo acelerado e com a mesma estratégia de saque, o Sesc abriu rapidamente 9 a 3 no segundo set. Desestabilizado em quadra, o inexperiente time da casa cometeu vários erros bobos – inclusive, na parte final da parcial -, o que favoreceu o crescimento da equipe carioca.

As donas da casa ainda esboçaram nova reação nesta etapa, mas a consistência no ataque e o volume de jogo das adversárias fizeram a diferença. Destaque para a oposta Tandara, que voltou a jogar após um problema abdominal. Mesmo longe de sua melhor forma, a jogadora cresceu e foi a bola de segurança da levantadora Fabíola a partir de então. Ao contrário do oposta de Barueri que, depois de um primeiro set inspirado, passou a ser bem marcada pelo bloqueio carioca e perdeu a efetividade no sideout.

Tentando não permitir que o experiente adversário deslanchasse no marcador, a equipe de Barueri voltou a abusar das falhas no saque, no ataque e no sistema defensivo na última parcial. Com isso, o Sesc, com o ótimo rendimento no sideout de Tandara e da central Juciely (maiores pontuadoras do jogo com 19 e 14 acertos, respectivamente), não precisou se esforçar tanto para vencer o jogo e manter a invencibilidade na Superliga.

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Tropeços elevam a temperatura no Sesi Bauru neste início de temporada http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/14/tropecos-elevam-a-temperatura-no-sesi-bauru-neste-inicio-de-temporada/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/14/tropecos-elevam-a-temperatura-no-sesi-bauru-neste-inicio-de-temporada/#respond Thu, 14 Nov 2019 09:00:49 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19077

Um dos “grandes” da Superliga, o Sesi Bauru segue em busca de recuperação (Foto: Ricardo Bufolin/ECP)

A maré não anda boa para o lado do Sesi Bauru. Um dos times que mais fez investimentos para esta temporada 2019/2020 em busca do sonhado título inédito da Superliga feminina, Bauru passou, na estreia da competição, por mais um tropeço, aumentando ainda mais a pressão sobre o treinador Anderson Rodrigues e suas jogadoras.

O revés por 3 sets a 2 (parciais de 25-22, 26-24, 23-25, 17-25 e 15-10) diante do Pinheiros, na casa do rival, demonstrou que a equipe do interior paulista, que tem em seu elenco atletas de peso, como a oposta Polina Rahimova, a levantadora campeã olímpica Dani Lins e a ponta/oposta Tifanny, vem enfrentando dificuldades contra adversários que, pelo menos no papel, são tecnicamente inferiores.

Obviamente, não podemos ignorar o fato de estarmos em começo de temporada, o que dá margem a certa oscilação. Contudo, na partida desta terça-feira (12), o que se viu foi um time hesitante que não obteve sucesso na tentativa de impor o seu ritmo de jogo e chegou a estar perdendo por 2 a 0 no placar.

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Ouça no Voleicast #13: o equilíbrio de forças na Superliga feminina 2019/2020

Zé Roberto: “O Paulista foi um dos títulos mais importantes da minha vida”

Contando com o poder de decisão de Rahimova na saída de rede – a atacante azeri anotou 30 pontos no jogo –, Bauru conseguiu empatar e levar o jogo para o tie-break. A quantidade enorme de erros (34 ao total), no entanto, acabou freando a reação. O destaque de Pinheiros foi a oposta Edinara – responsável por 25 acertos –, que deixou a quadra carregada em função de uma lesão no joelho esquerdo.

O fato é que, em busca de uma identidade, o Sesi, que também contratou recentemente a ponta norte-americana Sarah Wilhite e a meio de rede Mayhara, ex-Sesc-RJ, parece sofrer com as frequentes mudanças efetuadas no time titular, o que pode prejudicar a continuidade e o entrosamento entre as atletas.

Semifinalistas na Superliga 2018/2019, quando eliminaram as cariocas do tradicional Sesc-RJ nas quartas de final, as bauruenses já haviam amargado uma dura derrota na semana passada. Depois de passarem invictas pela primeira fase do Campeonato Paulista, somando 6 vitórias em 6 jogos, as comandadas de Anderson Rodrigues venceram o São Paulo Barueri, equipe sensação deste começo de temporada, no confronto de ida da semi por 3 sets a 0.

Na partida de volta, entretanto, o time, campeão paulista no ano passado, foi surpreendido em casa pelo grupo da Grande São Paulo, repleto de jovens valores recém-chegados da base, e acabou atropelado de virada por 4 a 0 (3 a 0 no tempo normal e o golden set). Na fase seguinte, a equipe de José Roberto Guimarães ainda bateu o Osasco Audax e levou o primeiro título paulista. Sem dúvida, são revezes difíceis de digerir para uma equipe montada para brigar com os “grandes” pelos títulos da temporada.

Assim, tentando espantar a má fase, o Sesi volta à quadra na sexta-feira (15) para enfrentar o Curitiba, no ginásio Panela de Pressão, em Bauru, em jogo válido pela segunda rodada da Superliga.

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Zé Roberto: “O Paulista foi um dos títulos mais importantes da minha vida” http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/13/ze-roberto-o-paulista-foi-um-dos-titulos-mais-importantes-da-minha-vida/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/13/ze-roberto-o-paulista-foi-um-dos-titulos-mais-importantes-da-minha-vida/#respond Wed, 13 Nov 2019 09:00:10 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19067

Zé Roberto exibe a taça obtida com o título paulista de 2019 (Fotos: Rubens Chiri/São Paulo FC.net)

O que significa um título de Campeonato Paulista para quem tem três medalhas de ouro olímpicas no currículo? No caso de José Roberto Guimarães, muito. Em entrevista ao Saída de Rede, o treinador da seleção brasileira feminina de vôlei disse que a vitória no torneio estadual na última sexta-feira (8) com a jovem equipe do São Paulo/Barueri foi um dos pontos altos de sua carreira por conta das circunstâncias vividas.

“Foi uma das conquistas mais importantes da minha vida”, afirmou o treinador, que comandou um grupo com média de idade de 20,7 anos responsável por superar forças do voleibol nacional como o Sesi Vôlei Bauru e o Osasco-Audax. “Toda a comissão técnica trabalhou muito e as jogadoras acreditaram nisso. Foi muito legal essa energia que se viu dentro de quadra, o que elas conseguiram mostrar de voleibol”, complementou.

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Segundo Zé Roberto, o time já vinha treinando bem desde as quartas-de-final da competição contra o São Cristóvão Saúde/São Caetano, especialmente no sistema defensivo. Mesmo a derrota em casa por 3 a 0 diante do Bauru na partida de ida da semi foi vista com bons olhos, dadas as parciais apertadas do confronto: 25-23, 25-22 e 25-22. “Era uma questão de ajustar algumas coisas e treinar um pouco mais alguns detalhes em cima da parte de posicionamento”, explicou o treinador.

Ainda assim, Zé Roberto admite, a expectativa para o duelo de volta, no interior paulista, era apenas complicar a vida do rival. “Na cabeça da comissão técnica, se a gente mantivesse isso e alguma jogadora conseguisse ajudar a Lorenne, que estava sobrecarregada, a Juma teria condição de distribuir melhor o jogo e faríamos uma boa partida. Mas, para ser sincero, eu não imaginava que a gente pudesse ganhar o jogo em Bauru. Achava que a poderíamos fazer uma boa partida, mas não vencer por 4 a 0 (3 a 0 no tempo normal e o Golden Set). A verdade é essa”, reconheceu.

Alcançado este feito, havia outro grande desafio na final: o Osasco-Audax, time que fora uma pedra no caminho de Barueri nos dois anos anteriores, quando a equipe pôde contar com orçamento maior e jogadoras mais famosas. “A gente sempre esteve próximo, mas nunca conseguia tirá-las de uma competição grande. Com aquele ginásio lotado em Osasco, composto por uma torcida que faz a diferença, pensei: será que elas (as atletas de Barueri) vão aguentar a pressão? Estava muito apreensivo, mas também tranquilo, no sentido de “aconteça o que acontecer”. Era um momento especial e essas jogadoras tinham que aproveitar. Acho que elas não vão esquecer nunca mais”, celebrou.

Apesar do bom momento, técnico não pensa em grandes resultados na Superliga, mas sim na evolução das atletas

OTIMISMO NO FUTURO E CAUTELA NA SUPERLIGA

A despeito do excelente e inesperado resultado no Campeonato Paulista, Zé Roberto mantém a cautela quando o assunto é a Superliga. Na visão dele, é improvável que o feito se repita na principal competição de clubes do país.

“Temos que ter os pés no chão. A Superliga é um campeonato longo e agora foram duas semanas onde o time teve um pico. Queremos tentar nos classificar entre os oito que jogarão os playoffs, o que não vai ser fácil. Há cinco times mais fortes (em ordem alfabética: Minas, Osasco, Praia, Rio e Sesi) e não vejo a gente na frente deles. Barueri, Curitiba, Flamengo, Fluminense, Pinheiros e São Caetano vão brigar pelas outras três vagas e tudo pode acontecer”, analisou.

As dificuldades, avalia o técnico, estarão também na própria equipe de Barueri. “Acho que vamos oscilar muito e veremos qual o comportamento depois desta vitória. Tem que manter os pés no chão, não podemos sobrecarregar a Lorenne e distribuir mais o jogo. Vai ser difícil e sofrido até o fim”, comentou o treinador. “O grande legado é que essas jogadoras evoluam e cresçam”, afirmou.

Isso, porém, não significa que Zé Roberto não confie no potencial de sua comandadas. “Durante todos esses anos eu tenho falado muito da base porque acredito nisso. Já havia dito que nesses times do Brasil que foram sexto colocados no Mundial sub-20 e terceiro no Mundial sub-18, havia algumas jogadoras interessantes. Há uma juventude aí para (as Olimpíadas de) 2024 e 2028 sendo trabalhada e que vai representar bem o Brasil”, garantiu.

O Saída de Rede também tem podcast: clique aqui e confira

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Voleicast: o equilíbrio de forças da Superliga feminina 2019/2020 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/12/voleicast-o-equilibrio-de-forcas-da-superliga-feminina-20192020/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/12/voleicast-o-equilibrio-de-forcas-da-superliga-feminina-20192020/#respond Tue, 12 Nov 2019 09:00:30 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19057

Dentil Praia Clube se entrosou rápido e ganhou o Campeonato Mineiro e a Supercopa (Foto: Daniel Nunes/CBV)

Após o pontapé inicial da temporada de clubes 2019/2020 entre os homens, chegou a vez das mulheres. A Superliga feminina, que tem início nesta terça-feira (12), é o tema da 13ª edição do Voleicast, o podcast de vôlei do Saída de Rede. Com 12 equipes participantes, o campeonato será realizado em sistema de todos contra todos em turno e returno. Os oito times mais bem colocados avançam aos playoffs, que serão decididos, incluindo semifinais e finais, em série melhor-de-três.

Logo neste começo de temporada, percebemos que o Dentil/Praia Clube, atual vice-campeão, desponta como um grande candidato a repetir o feito de 2017/2018, quando ganhou o primeiro troféu de sua história. Apesar de ter perdido peças importantes, o clube de Uberlândia se reforçou com a oposta/ponteira dominicana Brayelin Martínez, atleta que já demonstra potencial para ser um dos maiores destaques da competição.

Ao longo do bate-papo, as jornalistas Carolina Canossa e Janaina Faustino ainda exaltaram a força do Sesc-RJ, maior campeão da Superliga, que, depois de ter caído pela primeira vez nas quartas de final da Superliga passada, fez boas contratações, como a oposta Tandara, e certamente buscará reviver momentos áureos.

Ouça mais:

Voleicast #12: o equilíbrio de forças da Superliga masculina 2019/2020

Voleicast #11: Bernardinho e Zé Roberto não são amigos. E daí?

O delicado começo de temporada do Itambé Minas, atual campeão que não poderá contar com nomes fundamentais na exitosa campanha passada, e investiu em outros, como as bicampeãs olímpicas Sheilla (oposta) e Thaisa (meio de rede), também foi abordado.

No programa, comentamos ainda sobre a queda do então favorito Sesi Bauru no Campeonato Paulista, e a emergência do surpreendente São Paulo Barueri, jovem time liderado por José Roberto Guimarães, que acabou de levar o Estadual, tendo capacidade para complicar a vida de algum “grande” na competição.

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Título do Barueri é a melhor notícia recente do vôlei feminino brasileiro http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/09/titulo-do-barueri-e-a-melhor-noticia-recente-do-volei-feminino-brasileiro/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/09/titulo-do-barueri-e-a-melhor-noticia-recente-do-volei-feminino-brasileiro/#respond Sat, 09 Nov 2019 15:41:08 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19042

Jovem equipe do São Paulo/Barueri passou pelos favoritos Sesi Bauru e Vôlei Osasco-Audax para faturar o Campeonato Paulista (Fotos: Rubens Chiri/São Paulo FC.net)

Em tempos conturbados não só para a seleção brasileira feminina adulta como também para as categorias de base do país de uma maneira geral, o histórico título do São Paulo/Barueri no Campeonato Paulista é uma daquelas notícias para encher o fã de vôlei de esperanças. Com um elenco cuja média de idade é de 20,7 anos, a equipe da Grande São Paulo mostrou, nas últimas duas semanas, que há material humano de qualidade para os ciclos olímpicos que virão após Tóquio-2020.

Bastar ter alguém que saiba trabalhá-lo. E José Roberto Guimarães resolveu assumir esta missão, ao lado de uma comissão técnica experiente, com nomes como o auxiliar Wagner Coppini e o médico Julio Nardelli. Prestes a se despedir da seleção brasileira feminina, equipe que dirige desde 2003 (ano em que todas suas comandadas em Barueri eram crianças), o treinador soube fazer “do limão uma limonada”, transformando a queda no orçamento do time, que impediu a manutenção e a contratação de grandes estrelas, em uma oportunidade para jovens talentos ganharem experiência.

O que está sendo feito em Barueri guarda semelhanças com o que ocorreu com o Club Itália, time italiano criado pelo prestigiado técnico Julio Velasco em 1998 justamente com o objetivo de “dar rodagem” às jogadoras mais novas, que, em geral, tendem a ficar no banco de reservas em seus primeiros anos como profissionais. No projeto formaram-se nomes como Paola Egonu, Ofelia Malinov, Cristina Chirichella, Anna Danesi e Elena Pietrini, todas vice-campeãs mundiais com a Itália no ano passado.

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É verdade que a estrutura dos projetos são distintas: aqui não há, por exemplo, o apoio institucional da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) como o dado pela Fipav (Federação Italiana de Vôlei); tampouco há alguma garantia que Barueri não passará por apuros financeiros que comprometam a manutenção do projeto nos próximos anos. Ainda assim, é bom ver nomes como a própria Lorenne, a ponteira Tai Santos, a meio Mayany e a líbero Nyeme, entre outras, jogando toda semana contra times teoricamente mais fortes e elencos estrelados.

“Este título é muito importante para mim. Fiquei dois anos parada em Osasco, sem chance de jogar, e agora estou tendo oportunidade. Agradeço muito às meninas, ao Zé Roberto, a toda comissão técnica que me dá todo o apoio para fazer o meu trabalho. Esse espírito que mostramos hoje, onde conseguimos vencer nos divertindo em quadra, sem pressão, é a marca do nosso time. Nossa equipe é muito nova e conseguimos jogar sem pressão. Não desistimos nunca, fomos em todas as bolas sem cansar”, afirmou a oposta Lorenne, 23 anos e que já havia sido uma grata surpresa na temporada de seleções.

Jogadoras do São Paulo pareciam não acreditar no que fizeram

Zé Roberto, por sua vez, não escondeu a euforia com a conquista. “Se a gente chegasse na semi, já seria um resultado muito importante. Tínhamos perdido em casa para o Bauru por 3 a 0, mas com placares muito próximos. Para avançar à final, teríamos que ganhar duas vezes, no jogo e no Golden Set. E mesmo enfrentando o time que fez a melhor campanha no Paulista, vencemos por 3 a 0 e também o set desempate, na casa delas. Um time com jogadoras jovens, com 50% do elenco que ainda atua na nossa base, um feito destes diante do Sesi, candidato a ser campeão da Superliga, é histórico. Aí, conseguimos bater o Osasco em casa por 3 a 0 e aqui saímos perdendo por 2 a 0 e conseguimos a virada, onde acontece outro milagre, vencemos o quinto set e ganhamos o Campeonato Paulista na casa delas, acredite se quiser”, comemorou.

Importante também não criar grandes expectativas sobre o São Paulo: como todo time jovem, é esperado que ocorram altos e baixos ao longo da Superliga feminina, que começa já na terça-feira (12). A meta inicial de ficar entre os oito melhores colocados na fase classificatória para avançar aos playoffs deve ser mantida. O que vier daí pra frente se somará ao lucro que a equipe já conquistou neste início de temporada. Mais importante que resultados é que essas jogadoras sigam em evolução constante, para que a conquista do Paulista não se transforme na única grande conquista da carreira de cada uma delas.

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Em duelo histórico, São Paulo bate Osasco e ganha inédito título paulista http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/09/em-duelo-historico-sao-paulo-bate-osasco-e-ganha-inedito-titulo-paulista/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/09/em-duelo-historico-sao-paulo-bate-osasco-e-ganha-inedito-titulo-paulista/#respond Sat, 09 Nov 2019 03:04:21 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19026

Equipe do São Paulo conquistou título inédito (Fotos: Rubiens Chiri/São Paulo FC)

Foi um jogo digno de uma grande final. Em uma batalha duríssima travada no ginásio José Liberatti, em Osasco (SP), o São Paulo Barueri, jovem equipe comandada por José Roberto Guimarães – técnico da seleção brasileira feminina de vôlei -, fez história e bateu o rival em casa, em uma virada espetacular, conquistando o título do Campeonato Paulista pela primeira vez.

A equipe já havia demonstrado seu enorme potencial na competição ao vencer o até então favorito (e campeão) Sesi Bauru, em Bauru, em uma semifinal arrepiante. Não satisfeito, o time de Zé Roberto desafiou e derrotou em sets diretos mais um “grande”, o tradicional Osasco Audax, no jogo de ida da final, disputado em Barueri, na última quarta-feira (6). Acreditando que seria possível, o time voltou a vencer o adversário com autoridade, garantindo o troféu inédito. O placar foi de 3 a 2, com parciais de 25-22, 25-20, 24-26, 22-25 e 11-15.

Em um primeiro set já emocionante e disputado ponto a ponto, a inexperiente equipe do São Paulo não demonstrou o esperado nervosismo diante da barulhenta e apaixonada torcida de Osasco. O tricolor paulista jogou de igual para igual com o adversário, apresentando um bom volume de jogo e uma recepção bastante estável.

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O time de Luizomar de Moura, por outro lado, cometeu muitos erros – 11 no total contra 6 do rival -, mas acabou largando na frente no confronto se valendo da eficiência no bloqueio, que tocou em várias bolas, e da cubana Casanova, jogadora que foi o desafogo da levantadora Roberta na saída de rede ao anotar 8 pontos somente nesta parcial.

O bloqueio osasquense continuou perturbando o time de Zé Roberto na sequência da partida. Com muitas dificuldades na virada de bola, especialmente pela entrada de rede com Tainara e Maira, a equipe visitante também caiu no aproveitamento dos contra-ataques e se perdeu completamente na metade do segundo set, deixando o oponente abrir 17 a 7, a maior vantagem construída até então no jogo.

Apesar do atropelamento na segunda parcial, cabe ressaltar o trabalho realizado pelo sistema defensivo de Barueri, que subiu bolas importantes principalmente com a promissora líbero Nyeme. As comandadas de Zé Roberto ainda ensaiaram uma reação no set, sobretudo através da variação do saque e das boas combinações da armadora Juma com a meio de rede Mayany. Contudo, Osasco não deu chance ao azar e ampliou a vantagem com um erro da ponteira Maira.

Depois de ter sido dominado pelo oponente no set anterior, o São Paulo retornou melhor para o jogo. Desestabilizando a linha de recepção da equipe mandante com um saque acelerado – vale o destaque para a passagem da levantadora Juma pelo serviço –, o time cresceu no sideout e colocou uma diferença de 6 pontos na terceira parcial (12 a 6). O bloqueio tricolor, até então praticamente desaparecido na partida, também passou a funcionar a contento.

Tricolor paulista fez um grande jogo coletivo

O caldeirão do Liberatti, entretanto, voltou a ferver quando as donas da casa se recuperaram e empataram o jogo em 16 a 16. Com excelentes ralis, a parcial seguiu parelha até o fim. O São Paulo, no entanto, estabelecendo boa relação entre o bloqueio, em crescimento, e a defesa, acabou fazendo 2 a 1 no confronto.

Com personalidade, o jovem time do São Paulo não perdeu o foco na etapa subsequente. Enquanto o saque de Osasco teve uma queda significativa, o adversário passou a fazer pressão no fundamento, atrapalhando a distribuição da levantadora Pri Heldes, que substituiu Roberta. O ataque também se sobressaiu principalmente com a oposta Lorenne, que, assim como a colega Casanova, fez excelente partida, virando bolas difíceis. E foi justamente com um ataque de sua principal atacante na saída de rede que Barueri deixou tudo igual no placar.

Em um tie-break de tirar o fôlego, o São Paulo sacramentou a virada contando com o brilho de Lorenne. Assumindo a responsabilidade no ataque em momentos delicados da parcial, a jogadora, muito bem acionada pela armadora Juma, que também fez um ótimo jogo, se agigantou e praticamente decidiu a partida a favor de Barueri. Assim, com uma excepcional atuação coletiva, a equipe derrubou Osasco, evitando a conquista do 15o estadual da equipe.

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Livro de Bebeto de Freitas tem mico com Senna e brigas da Geração de Prata http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/04/livro-de-bebeto-de-freitas-tem-mico-com-senna-e-brigas-da-geracao-de-prata/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/04/livro-de-bebeto-de-freitas-tem-mico-com-senna-e-brigas-da-geracao-de-prata/#respond Mon, 04 Nov 2019 09:00:42 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=18965

Falecido em 2018, Bebeto de Freitas só teve tempo de ver dois capítulos prontos de sua biografia (Foto: Divulgação)

Mais de vinte páginas dobradas: este foi o resultado da minha leitura do livro “ Bebeto de Freitas – O que eu vivi”, escrito pelo jornalista Rafael Valesi e publicado pela editora 7 Letras. A ideia inicial era destacar cinco histórias para o texto a ser publicado no blog, mas a leitura fluiu tão bem que, no fim, eu precisei fazer um enorme trabalho de edição para não contar tudo aqui.

Desde a relação com outros dois memoráveis membros da família, o tio João Saldanha e o primo Heleno de Freitas, até o trabalho no futebol do Botafogo e do Atlético-MG, Bebeto repassa sua vida com histórias saborosas e percepções de tudo o que viveu. O vôlei, que embasou sua vida profissional e o alçou ao estrelado, ocupa a maior parte das páginas, tornando a publicação obrigatória para quem é fã da modalidade.

Entre as diversas as passagens dignas de nota, estão o tapa da mãe em uma cubana na arquibancada de um jogo de Pan-Americano, José Roberto Guimarães tentando manter a compostura após ser acidentalmente queimado com chá quente no Japão, a rápida passagem pelo Flamengo como jogador, o trabalho na experimental (e extinta) liga profissional americana, as provocações que fazia aos italianos no futebol, os bastidores da semifinal do Mundial de 1998 contra o Brasil, a decepção com o comunismo e as brigas com Carlos Arthur Nuzman… Decidi, no entanto, me limitar às cinco abaixo para escrever este texto.

Vale ressaltar, porém, que a maior preocupação de Bebeto com a publicação (que não chegou a ver finalizada por ter morrido em março de 2018), foi utilizá-la para espalhar suas ideias de política esportiva, como a massificação da atividade física por meio de clubes, a regionalização de campeonatos e a maior participação de atletas e treinadores nas decisões das Federações. “No Brasil, o conceito básico sobre o que é esporte está totalmente equivocado, e é por isso que não evoluímos nesta questão”, afirma.

Quem quiser saber mais sobre este que certamente é um dos maiores nomes da história do voleibol mundial pode adquirir o livro no site da Livraria Travessa (R$ 52,65 na data de publicação deste texto).

NUZMAN IMITANDO UMA GALINHA

Os desmandos de Carlos Arthur Nuzman no esporte brasileiro o tornaram um inimigo mortal de Bebeto de Freitas, mas nem sempre foi assim. Amigos na juventude, quando o técnico considerava o dirigente um “cara correto”, os dois atuaram juntos nas quadras com a camisa do Botafogo e viveram momentos inusitados. Na final do Troféu Brasil de 1972, por exemplo, o futuro presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) foi o tempo inteiro provocado pela torcida do Minas Tênis Clube com uma comparação com uma das principais cantoras nacionais à época por conta dos cabelos loiros compridos:

– Vanusa! Vanusa! Vanusa!

A afronta, porém, não surtiu efeito e o Botafogo, mesmo jogando em Belo Horizonte, venceu por 3 a 0 e ficou com a taça. A resposta em quadra, porém, não foi suficiente para Nuzman, que, após sumir por um momento, reapareceu na entrega das medalhas com um saquinho. Ao ser provocado pelos mineiros novamente, abriu o pacote e começou a jogar milho na torcida, imitando uma galinha “com direito a cocoricó”. “Todo mundo caiu na gargalhada”, lembrou Bebeto.

Treinador esteve à frente da seleção masculina de vôlei nas Olimpíada de 1984 e 1988

CHEFE REFORÇOU DELIBERADAMENTE O RIVAL

Ao longo das páginas, Bebeto não esconde sua admiração por Antônio Carlos de Almeida Braga, o Braguinha, maior mecenas do esporte olímpico brasileiro. Responsável pela equipe da Atlântica-Boa Vista, uma das mais fortes do país nos anos 80, o empresário chamou o treinador ao seu gabinete semanas após a conquista do Campeonato Brasileiro de 1981, onde estavam dirigentes da Pirelli, maior rival da época, interessados em contratar dois dos destaques da equipe carioca, Amauri e Xandó.

“Você não vai deixar, né?”, perguntou Bebeto, antes de, atônito, ouvir a resposta do patrão: “Claro, é lógico que eles irão jogar na Pirelli”.

Não era brincadeira: os dois jogadores, de fato, foram para o adversário, para revolta de Bebeto: “Como o senhor faz uma coisa dessas?”. A réplica foi uma lição e se tornou uma das bases dos ideais esportivos do futuro dirigente: “Ô garoto, vai trabalhar, pois preciso pagar o seu salário. Sem adversários, esse voleibol não vai crescer. Precisamos de adversários”. De fato, a rivalidade entre cariocas e paulistas impulsionou o esporte naquele momento, culminando com a medalha de prata na Olimpíada de 1984.

DESGASTES E BRIGAS NA SELEÇÃO DE 1984

Falando na “Geração de Prata”, Bebeto afirma diversas vezes que o grupo que comandava e acabou fazendo história nos Jogos de Los Angeles tinha um ambiente complicado, com problemas de relacionamento causados principalmente pela fama repentina dos atletas: “Alguns jogadores executavam jogadas maravilhosas em parceria dentro da quadra, mas fora dela queriam distância do companheiro”.

Segundo Bebeto, Nuzman, então presidente da Confederação Brasileira de Vôlei, não só sabia como permitia que alguns atletas ferissem contratos da CBV com patrocinadores. Tal situação culminou com uma discussão de mais de seis horas já com o torneio em andamento na Califórnia, “em que colocamos para fora  que estava engasgado”. Apesar de o técnico acreditar que a “lavação de roupa” foi fundamental para a chegada à final, o fato é que no dia seguinte o Brasil foi surpreendido por 3 a 1 pela Coreia do Sul, precisando obrigatoriamente vencer os Estados Unidos no encerramento da primeira fase para avançar às semis.

O confronto decisivo contra os americanos quebrou um dos principais planos da comissão técnica, que era evitar o máximo possível mostrar seus segredos contra os donos da casa – amistosos, inclusive, tinham sido deliberadamente evitados com este objetivo. Com a classificação ameaçada, o Brasil jogou tudo o que sabia e venceu os EUA por 3 a 0. Para isso, no entanto, expôs todo sua estratégia para os rivais, que se aproveitaram disso dias depois, quando as equipes se reencontraram na grande final, vencida por eles com um 3 a 0 tranquilo. “Perdemos a medalha de ouro olímpica para nós mesmos”, lamentou Bebeto, se referindo à derrota para os sul-coreanos.

Brasileiro foi campeão mundial com a Itália em 1998

MICO DIANTE DE AYRTON SENNA

Em 1992, já como técnico  do Maxicono Parma, da Itália, Bebeto reencontrou Braguinha às vésperas do GP de Ímola para um jantar. Devido a um imprevisto, precisou ir ao restaurante com um carro antigo, um Croma turbo  com um “problema técnico considerável”: cliques que faziam os faróis apagarem e acenderem com frequência.

Ao chegar ao hotel exclusivo da Fórmula 1, onde Braguinha se hospedava por conta de sua amizade com Ayrton Senna, a quem também ajudou, Bebeto escondeu seu “possante” no fundo de um estacionamento lotado de carrões de luxo. Apresentado ao tricampeão, o empresário, para desespero do treinador, afirmou: “Vamos no seu carro”

Depois de caminhar “uma eternidade no estacionamento”, lá estava Bebeto, um dos homens mais ricos do Brasil, um ídolo mundial e seu manager apertados num carro que foi “clicando” até o destino final.  “A cara de incredulidade do dono do restaurante foi impagável. O italiano olhava para o Ayrton, depois para o carro, em seguida para o Ayrton novamente…”

Em tempo: durante todo o trajeto e o jantar, enquanto Braguinha sacaneava Bebeto, o piloto de uma aula sobre carros e segurança…

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SEMIFINAL DE MUNDIAL CONTRA O BRASIL

A despeito de todas as desavenças com a CBV e as críticas públicas aos dirigentes do voleibol brasileiro, Bebeto nega ter sentido um prazer especial em ter eliminado a seleção brasileira na semifinal do Mundial de 1998, quando se sagraria campeão comandando a seleção italiana. “Essa partida mexeu comigo como nenhuma outra (…) Naquele dia, meus olhos não fecharam de jeito nenhum”.

Após a vitória por 3 a 2 diante do seu país e de jogadores que ajudou a formar, ficou sentado no banco de reservas, sem reação. Só despertou quando o levantador Maurício passou por ele e fez uma graça: “E aí, seu viadinho, não vai falar com a gente?”

Serviço:

Bebeto de Freitas – O que eu vivi
Rafael Valesi
254 páginas

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