Javier Weber – Blog Saída de Rede http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br Reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Tue, 31 Dec 2019 12:02:55 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 De Cecco cita Ricardinho, William e afirma: “Aprendi com os melhores” http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/02/21/de-cecco-cita-ricardinho-william-e-afirma-aprendi-com-os-melhores/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/02/21/de-cecco-cita-ricardinho-william-e-afirma-aprendi-com-os-melhores/#respond Wed, 21 Feb 2018 09:00:54 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=12068

Luciano De Cecco: ascensão rápida na seleção e carreira consolidada na liga italiana (foto: FIVB)

O pai, treinador de basquete, sonhava em ver o filho seguir caminho em seu esporte. Desde menino, Luciano De Cecco passava horas num clube em Santa Fé, cidade onde nasceu, 500 quilômetros ao norte de Buenos Aires. O voleibol dividia espaço com o basquete, a ginástica e a natação. A presença paterna o inibia, até que aos 15 anos decidiu: queria mesmo ser jogador de vôlei.

A ascensão foi rápida. Dois meses antes de completar 18 anos já estava na seleção adulta da Argentina e naquela mesma temporada, 2006, disputava o primeiro de três Mundiais. Esteve em duas Olimpíadas, um de seus maiores orgulhos, e já faz algum tempo que ele, um dos astros do time italiano Perugia, é saudado como um dos melhores levantadores do mundo. Acumula prêmios individuais na seleção e no clube, mas mantém o foco no coletivo.

Siga @saidaderede no Twitter
Curta o Saída de Rede no Facebook

Na época de infantojuvenil, chegou a jogar brevemente como central, apesar da pouca altura para a posição. Tentou também a entrada de rede, mas voltou para onde havia começado. O garoto tinha mesmo que ser levantador. Não demorou a ser considerado um virtuose – em um país que havia revelado craques da posição como Waldo Kantor e Javier Weber.

“Eu cresci vendo vídeos do Lloy Ball, tive a chance de jogar contra o Ricardinho, tive o Javier Weber como treinador, fui colega de time e treinei com o William Arjona, então posso dizer que aprendi com os melhores”, afirma De Cecco em entrevista ao Saída de Rede.

Fã de Serginho e Bruno, líbero dos EUA vê Brasil forte em todos os aspectos
Histórias contadas em cliques: os fotógrafos do voleibol

Aos 29 anos, capitão na seleção e no clube, De Cecco ressalta a maturidade. “Aprendi a me adaptar para alterar o meu jogo dependendo dos companheiros que tenho e do que a equipe precisa”, comenta o levantador de 1,94m.

O atleta está na sua nona temporada na Itália, a sétima consecutiva, tendo jogado também na Rússia, além do seu próprio país. No Perugia, onde atua desde 2014 e tem contrato até 2020, brilha numa constelação que inclui ainda nomes como o oposto sérvio Aleksandar Atanasijevic, o ponta/oposto italiano Ivan Zaytsev e o ponta americano Aaron Russell. O levantador já teve propostas para jogar no Brasil, mas não se interessou, sequer quis saber quais eram os clubes.

Confira a entrevista que Luciano De Cecco concedeu ao SdR:

Agachado (camisa 15), aos 18 anos, no Campeonato Mundial 2006 (FIVB)

Saída de Rede – Você começou a jogar pela seleção adulta quando ainda tinha 17 anos. Hoje, perto dos 30, o que mudou em sua maneira de jogar? Como foi seu amadurecimento?
Luciano De Cecco –
Poxa, é muito tempo no vôlei… Passei por muitas coisas boas, outras ruins, mas sempre tive como meta jogar em alto nível. Eu mudei radicalmente minha maneira de jogar, minha forma de pensar não apenas dentro de quadra, mas até fora dela. Tudo isso para ser mais do que um simples levantador e oferecer algo mais aos times em que jogo. O foco é sempre o coletivo.

Saída de Rede – Quem era sua referência na posição quando decidiu que seria levantador? Algum ídolo na Argentina ou no exterior? Há alguém na função atualmente que você admire?
Luciano De Cecco –
Eu cresci vendo vídeos do (americano) Lloy Ball, tive a chance de jogar contra o Ricardinho, tive o Javier Weber como treinador, fui colega de time e treinei com o William Arjona (no Bolívar), então posso dizer que aprendi com os melhores. Cada levantador tem seu estilo, sua marca registrada e isso faz de cada um deles especial.

O levantador comemora o segundo título da Coppa Italia: ganhou o torneio 2013/2014 no Piacenza e a edição 2017/2018 pelo Perugia (foto: Lega Pallavolo Serie A)

Saída de Rede – Como você avalia o seu jogo? O que de melhor tem a oferecer à Albiceleste e ao Perugia? E quais seriam suas principais deficiências?
Luciano De Cecco –
Com as mudanças que tive na minha maneira de atuar ao longo do tempo, aprendi a me adaptar para alterar o meu jogo dependendo dos companheiros que tenho e do que a equipe precisa. Isso me ajudou a me tornar mais forte mentalmente também. Dois fundamentos em que melhorei bastante foram o saque e a defesa. Não sou muito bom no bloqueio, mas também não sou um buraco (risos). Posso melhorar mais nesse aspecto. Agora, deficiências… Tenho que melhorar minhas decisões táticas em determinados momentos da partida.

Saída de Rede – A seleção argentina já mostrou que é capaz de jogar de igual para igual com qualquer equipe do mundo. No Mundial 2014, eliminou os Estados Unidos. Na Rio 2016, foi a primeira do grupo e fez uma excelente partida contra o Brasil nas quartas de final. Em 2017, derrotou o Brasil na Liga Mundial. Embora, em todos esses momentos, não lidasse com a pressão de ser a favorita. Teve também momentos ruins, como na semifinal do Sul-Americano 2017, quando perdeu para uma frágil Venezuela. Como você explica essas oscilações?
Luciano De Cecco –
Todas as equipes vão vivendo situações distintas, momentos que dependem às vezes de pequenos ajustes, além do estado de ânimo dos atletas. A Argentina é uma seleção que para jogar bem precisa de todos os seus jogadores no melhor nível possível, precisa estar muito bem treinada para poder brigar com as principais equipes. Sim, em 2017 fomos de uma vitória sobre os brasileiros na Liga Mundial a uma derrota para os venezuelanos no Sul-Americano. Esse tipo de coisa, essa oscilação pode acontecer naquelas temporadas imediatamente após um ano olímpico, quando as equipes passam por mudanças ou sentem a ausência de um ou outro jogador. Mas mesmo nesses momentos ruins seguimos lutando para que a equipe saia com uma vitória, não esmorecemos.

“Não sou muito bom no bloqueio, mas também não sou um buraco” (FIVB)

Saída de Rede – O que falta para a Argentina avançar à elite mundial? Do que a equipe sente mais falta: um bloqueio mais ofensivo ou um atacante de definição na saída de rede?
Luciano De Cecco –
Olha, vou te dizer que precisamos de mais defesa, embora já sejamos bons nesse fundamento. Nosso bloqueio, embora não seja tão ofensivo, amortece, vai tocando na bola. No ataque nunca fomos fisicamente muito fortes, mas compensamos com bastante técnica. Então eu gostaria de mais defesa, ampliando o tempo dos ralis, nos dando uma chance a mais de marcar.

Saída de Rede – Durante quatro temporadas você esteve acima do peso, sendo alvo constante de comentários por causa disso. De alguma forma isso te afetou?
Luciano De Cecco –
Não, não… Digo isso de verdade. Eu me sentia bem com meu corpo. Obviamente, eu sabia que precisava melhorar meu físico, sou um atleta. Porém, aquilo era reflexo de alguns problemas particulares que tive. Com o tempo e com a ajuda de algumas pessoas, eu consegui mudar e hoje estou em plena forma física.

Com os pais e a irmã no Maracanãzinho durante a Rio 2016 (FIVB)

Saída de Rede – Mesmo tendo há alguns anos vários jogadores de renome, o Perugia ainda não conquistou o scudetto (título da liga italiana). Como o time lida com essa pressão?
Luciano De Cecco –
Ganhamos duas copas (Supercoppa e Coppa Italia) muito importantes esta temporada, somos uma equipe competitiva, estamos prontos para brigar com qualquer um. Eu espero realmente poder conquistar o scudetto ou até mesmo a Champions League algum dia com o Perugia.

Saída de Rede – Quais os momentos mais importantes da sua carreira, nos clubes e na seleção?
Luciano De Cecco –
Até agora, disputar duas Olimpíadas e três Mundiais representando a Argentina foi a melhor coisa que já me aconteceu. Nos clubes, ganhar títulos, disputar finais, o que sempre quis alcançar.

O levantador em ação na liga italiana pelo Perugia (Lega Pallavolo Serie A)

Saída de Rede – Seu contrato com o Perugia vai até 2020 e você tem muito prestígio no mercado italiano. Ainda assim, não cogita atuar depois fora da Itália?
Luciano De Cecco – Sempre estive muito bem desde que vim para a Itália e não tenho planos de sair daqui.

Saída de Rede – Você já recebeu proposta de algum clube brasileiro nos últimos anos?
Luciano De Cecco – Sim, já recebi algumas propostas do Brasil (por meio de agentes), mas nunca cheguei a avaliar.

Saída de Rede – Que clubes brasileiros te fizeram propostas?
Luciano De Cecco Como não tinha intenção de deixar a Itália, nem perguntei que times estavam interessados em mim.

]]>
0
Sada Cruzeiro: como evitar que o favoritismo tire o foco da decisão? http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/05/02/sada-cruzeiro-como-evitar-que-o-favoritismo-tire-o-foco-da-decisao/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/05/02/sada-cruzeiro-como-evitar-que-o-favoritismo-tire-o-foco-da-decisao/#respond Tue, 02 May 2017 09:00:20 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=6868

Equipe mineira chega à sétima final seguida da Superliga (foto: Pedro Vilela/Inovafoto/CBV)

O cartel do Sada Cruzeiro não deixa margem para dúvida sobre quem é o favorito na decisão da Superliga 2016/2017: tetracampeão da competição (2011/2012, 2013/2014, 2014/2015 e 2015/2016), tetracampeão sul-americano (2012, 2014, 2016 e 2017), além do tricampeonato mundial de clubes (2013, 2015 e 2016). Dizer que a equipe mineira é uma máquina de colecionar títulos já virou clichê. Seu ataque, saque, sistema de bloqueio e defesa a colocam um patamar acima das demais.

Siga @saidaderede no Twitter
Curta o Saída de Rede no Facebook

O fato é que, se o favoritismo do Cruzeiro é escancarado, ninguém pode negar que eles lidam muito bem com isso. Neste domingo (7), pela sétima vez seguida, o Sada decide a Superliga. O adversário da vez é o Funvic Taubaté, estreante na final do torneio mais importante do País. Mas como é que a equipe multicampeã comandada pelo técnico argentino Marcelo Mendez mantém o foco? O Saída de Rede conversou com o treinador, cinco titulares e conta para você.

Cruzeiro derrotou o Brasil Kirin na semifinal (foto: Washington Alves/Inovafoto/CBV)

Curtir cada momento
“Depois de ganhar tantos títulos, somos cada vez mais candidatos ao próximo. Sabemos que vai ser um jogo muito difícil. O melhor jeito de disputar essa final é só pensar em jogar, fazer isso da melhor forma possível, aproveitar cada oportunidade que criarmos e aquelas que nosso adversário nos der. Também temos que curtir cada momento”, disse Mendez ao SdR.

O ponta Yoandry Leal admite o favoritismo, mas o atribui ao fator casa. “O time de Taubaté é muito forte, cresceu muito na segunda fase da Superliga. Temos o favoritismo por jogar diante da nossa torcida, que vai lotar o Mineirinho, o que vai ser muito bom para a gente. Carregamos esse histórico de sempre chegar às finais e vencer muito, mas teremos que mostrar isso em quadra no domingo”, afirmou o atacante cubano naturalizado brasileiro ao blog.

Time de Marcelo Mendez durante treino no Mineirinho (foto: Renato Araújo/Sada Cruzeiro)

Concentração
Para o central cubano Robertlandy Simón, a chave para evitar cair na armadilha do favoritismo e não se perder em quadra é a concentração. “Temos que entrar bem concentrados para fazer o nosso melhor jogo. Pode ser que tenhamos um mau dia e eles joguem muito bem. Final em jogo único é complicada porque nem sempre demonstra quem é o melhor time”.

Presente em todas as grandes conquistas do Cruzeiro, William Arjona, levantador e capitão, aponta a força do adversário. “Taubaté é uma baita equipe, a final é entre os dois melhores times do campeonato. A torcida no Mineirinho é a única vantagem que a gente tem, é uma energia diferente, temos que aproveitar isso”. Ele destaca a tranquilidade do Sada. “O time está bem, todo mundo gosta de jogar final de campeonato”, completou.

Cruzeiro e Taubaté decidem a Superliga neste domingo (foto: Washington Alves/Inovafoto/CBV)

Time calejado
O veterano ponta Filipe Ferraz lembrou que essa é uma situação que o Cruzeiro viveu diversas vezes. “Todo mundo coloca a gente como favorito, como o time a ser batido, a gente já está calejado. Estamos cansados de escutar isso, mas no bom sentido. Conseguimos levar isso numa boa, encaramos isso dentro de quadra fazendo o jogo fluir”, falou ao SdR.

Outro jogador experiente, o líbero Serginho, disse ao Saída de Rede que o favoritismo não o incomoda. “Pode ser dito o que quiser antes da partida, mas nós não podemos pensar dessa forma porque isso atrapalha. A gente vem jogando muitas finais ao longo dos anos e conseguimos conviver bem com isso, é uma coisa que particularmente não me incomoda. Na verdade, é um respeito que o adversário tem por tudo que a gente fez ao longo desses anos, tudo que a gente conquistou”. O que mais preocupa Serginho é a final numa única partida. “Se você errar, não vai ter a oportunidade de corrigir noutro dia, pois é uma decisão em jogo único, o que às vezes é ingrato porque nem sempre premia o melhor time durante a temporada”, acrescentou.

Treino do Sada no Mineirinho (foto: Renato Araújo/Sada Cruzeiro)

Liderança com folga
O Sada Cruzeiro chega à final tendo somado 27 vitórias em 28 partidas na competição, com apenas 13 sets perdidos. A única derrota foi com os reservas em quadra, no final da fase classificatória, com a liderança assegurada, diante do Taubaté. No primeiro turno, com os titulares, a equipe mineira venceu o time do Vale do Paraíba em sets diretos.

A final será disputada neste domingo (7), a partir das 10h, no ginásio Mineirinho, em Belo Horizonte, com transmissão da Globo e do SporTV.

WILLIAM ASSINA COM O SESI PARA A TEMPORADA 2017/2018

O levantador, na equipe mineira desde 2010, é tricampeão mundial de clubes (foto: FIVB)

William Arjona jogará no Sesi na próxima temporada. Várias vezes campeão pelo Sada Cruzeiro, onde está desde 2010, o levantador de 37 anos e 1,85m assinou com a equipe da capital paulista, após a eliminação do Sesi na semifinal da Superliga pelo Funvic Taubaté. Com o time mineiro, entre outros títulos, William foi tricampeão mundial e poderá, neste domingo, conquistar o pentacampeonato nacional. A partida diante do Taubaté será sua despedida do Sada Cruzeiro. Na seleção brasileira, ele foi campeão olímpico na Rio 2016.

Aos 41 anos, Valeskinha quer continuar jogando
Juciely desafia o tempo e segue como referência no esporte

Considerado um dos levantadores mais habilidosos do mundo, William Arjona participou da sua primeira Superliga, ainda como infantojuvenil, na temporada 1996/1997, pela extinta equipe de Suzano. Mas foi no período 2006-2010 que ele viu sua popularidade crescer, quando atuava pelo Bolívar, da Argentina, tendo vencido a liga local nas quatro vezes que a disputou. Ganhou dos hermanos o apelido de El Mago. O treinador do Bolívar, à época também técnico da seleção argentina, Javier Weber, chegou a sugerir que ele se naturalizasse para defender o país.

]]>
0
Vídeo mostra que “mago do vôlei” dá show também no futebol http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/04/18/mago-do-volei-da-show-tambem-no-futebol/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/04/18/mago-do-volei-da-show-tambem-no-futebol/#respond Tue, 18 Apr 2017 09:00:30 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=6162

William Arjona (segundo em pé, à direita): confraternização na Argentina (fotos e vídeo: Somos Vóley)

O craque recebe no meio de campo, mata no peito, avança, vê o goleiro adiantado e marca por cobertura. É gol! Golaço!

Curta o Saída de Rede no Facebook
Siga-nos no Twitter: @saidaderede

Espera aí, o blog não é de vôlei? É sim, mas o artilheiro em questão é um dos maiores talentos em atividade no voleibol mundial. Dá uma olhada no vídeo abaixo. Sim, é o levantador William Arjona, nos seus tempos de Argentina. Apelidado pelos hermanos de El Mago, a ponto de o então técnico da Albiceleste, Javier Weber, ter sugerido que ele se naturalizasse argentino, William esbanjava categoria também no futebol.

O clipe em questão é de uma pelada disputada em 2009, num campinho de aluguel em Buenos Aires, entre 11 atletas do Bolívar, clube de William à época, e seis jornalistas especializados em vôlei, do site Somos Vóley (SV) e do programa semanal de rádio Morgan Lo Hizo. Jogavam cinco de cada lado. As imagens voltaram à tona recentemente no SV porque um clube de futebol, Belgrano de Córdoba, de passagem pela cidade, decidiu treinar no mesmo espaço que a turma do voleibol utilizava com frequência. Foi a deixa para relembrar a habilidade do brasileiro.

Modesto
“Aquilo foi uma brincadeira que fizemos no final da temporada (2008/2009). Eu costumava dizer que era bom jogador. A gente enfrentava os jornalistas, que formavam um grupo bem bacana. Nós sempre íamos ao programa (de rádio) deles. Aquele jogo foi uma comemoração e daí rolaram aqueles lances bem legais”, relembrou, com modéstia, o levantador do Sada Cruzeiro e da seleção brasileira. Observe no vídeo que, antes do gol, William dá uma caneta num desavisado.

Ninguém se machucou durante o jogo entre atletas e jornalistas

“Nós (atletas) acabamos ganhando o jogo, depois fomos para a rádio, eles tinham que terminar de gravar o programa. Eu gosto muito de futebol. Voltei ao Brasil e tenho acompanhado o futebol, como fazia na Argentina. Lá eu gostava do Vélez Sarsfield, por causa de um amigo que jogava comigo (o central Gabriel Arroyo), ele era fanático, me levava aos jogos. Aqui eu torço pelo Cruzeiro, que é o time em que eu jogo, além do Corinthians, que é o meu time de coração”, disse ao SdR o campeão olímpico.

Erros de arbitragem mancham Superliga. O que pode mudar?

Os tempos de jogador de futebol, no entanto, ficaram na Argentina. Por lá, quando não estava marcando gols espetaculares, El Mago colecionava títulos no voleibol. Disputou pelo Bolívar quatro ligas argentinas, de 2006 a 2010, e ganhou todas.

Praia Clube quer Destinee Hooker para a próxima temporada

Ah, o placar da pelada? Ninguém sabe ao certo, apenas que os atletas ganharam. As opções variam entre 1-0, 2-0 e 2-1. Mas isso não tem a menor importância. O que vale mesmo é ver que William Arjona batia um bolão também no futebol.

]]>
0
Brasil, decime qué se siente http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/10/27/brasil-decime-que-se-siente/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/10/27/brasil-decime-que-se-siente/#respond Thu, 27 Oct 2016 08:00:40 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=3172 Argentina celebrate

A Argentina cresce: com Velasco no comando, eles querem ascender à elite do vôlei (foto: FIVB)

Bicampeão sul-americano no sub19, campeão no sub21, atual vice-campeão mundial nas duas categorias, adversário duro nas quartas de final na Rio 2016… Não é de hoje que o vôlei masculino da Argentina quer deixar o segundo escalão mundial e entrar para a elite, mas agora, mais do que nunca, eles estão perto de conseguir, tornando-se uma ameaça à hegemonia do Brasil na América do Sul.

Mas há mesmo motivos para que os brasileiros se preocupem com uma seleção que é uma velha freguesa? O Saída de Rede conversou com alguns personagens que conhecem bem a realidade argentina e a conclusão é que é melhor acompanhá-los de perto. Para começar, quem determina a linha de atuação dos treinadores desde a base é o técnico Julio Velasco, o homem que alçou a Itália à condição de potência nos anos 1990 e que tornou a seleção do Irã competitiva no início desta década.

Como o Sada Cruzeiro chegou ao topo do mundo em dez anos?

“A evolução do vôlei masculino argentino é muito boa de uma maneira geral, as condições de trabalho que temos são bastante favoráveis. Em um futuro não muito distante esse trabalho da base tem que se refletir na seleção principal”, disse ao SdR Alejandro Grossi, treinador da seleção sub21, que sagrou-se campeã continental domingo passado (23), ao derrotar o Brasil de virada por 3-1, em Bariloche.

Grossi, que foi assistente de Javier Weber na seleção principal, ressalta que essa evolução é fruto de planejamento e continuidade. “É algo que vem ocorrendo há quase dez anos, a partir de um projeto da Federação Argentina (FeVA), que permitiu que as equipes treinassem nas melhores condições e que possam excursionar. Tem a ver com continuidade, seguir um plano. Apesar das mudanças eventuais de treinadores, os resultados vão sendo mantidos ou melhorando. Nos aproximamos do (nível do) Brasil, estamos parelhos na base, estamos buscando a excelência”, comentou.

Brasil perdeu o Sul-Americano sub21 para a Albiceleste (FeVA)

No sub19, eles venceram quatro das últimas cinco edições. Na mais recente, disputada em Lima no início deste mês, surraram os brasileiros em sets diretos. No sub21, a situação não é tão confortável, apesar do inegável talento dos hermanos. À medida que vem a transição para o adulto, outros fatores se impõem, a começar pela carência que os nossos vizinhos enfrentam em algumas posições, por causa da menor quantidade de jogadores disponíveis. No Sul-Americano sub23, por exemplo, o título ficou com o Brasil. Mas o planejamento da FeVA e o olho clínico de Velasco podem suprir essas lacunas.

Atualmente, a Argentina sofre com a ausência de um oposto matador. É de se estranhar, afinal países com muito menos tradição no esporte, como Canadá, Austrália e Bélgica resolveram o problema para essa posição. Na Rio 2016, o titular era o juvenil Bruno Lima, de apenas 20 anos, que ainda apresenta as oscilações típicas da pouca idade, mas é a grande aposta de Julio Velasco. Seu reserva, o veterano José Luis González, 31, chamado de última hora, era um quebra-galho. Até hoje o fã argentino de vôlei guarda na memória seus dois grandes opostos: Raúl Quiroga, uma das estrelas da equipe que foi bronze em Seul 1988 e tio do ponta Rodrigo Quiroga, e mais recentemente Marcos Milinkovic, que brilhou nas duas décadas seguintes e por muitos anos atuou na Superliga.

“Na Argentina não conseguimos ainda encontrar um oposto forte, no mesmo nível de outros países, mas em contrapartida temos grandes levantadores. O vôlei argentino tem tudo para crescer. Faz tempo que os melhores times do país estão com um bom investimento, temos uma liga muito técnica”, afirmou ao blog o técnico Javier Weber, ex-treinador da Albiceleste e atualmente no comando do Bolívar.

Julio Velasco of Argentina

Julio Velasco orienta a equipe durante tempo técnico na Rio 2016 (FIVB)

Chapadmalal es más grande que Saquarema
O próximo passo, anunciado com pompa pelo presidente da FeVA, Juan Antonio Gutiérrez, é um ambicioso complexo chamado de Centro Internacional de Alto Rendimento de Chapadmalal, na cidade de mesmo nome, a 300 quilômetros de Buenos Aires. As obras ainda não começaram e não há data para a abertura do local, que aproveita a estrutura de um hotel desativado, mas a promessa não é pequena. A FeVA quer que esse centro de alto rendimento seja uma referência mundial.

“Teremos um ginásio poliesportivo, hotel com 725 apartamentos, teatro com capacidade para 600 pessoas, restaurante com capacidade para 800. Haverá dez quadras indoor e mais quatro para o vôlei de praia”, informa Gutiérrez numa nota enviada ao blog. Nos bastidores, o presidente da FeVA, que está à frente da entidade desde o final de 2011, já disse mais de uma vez que Chapadmalal será muito melhor do que Saquarema.

Organização e boa estrutura
“A liga argentina tem crescido desde a época em que o William e o Wallace (Martins) jogaram lá (na segunda metade da década passada). Todas as equipes, principalmente a UPCN e o Bolívar, investem muito em estrangeiros e isso faz com que os jogadores argentinos cresçam. Eu pensava que era uma liga desorganizada, mas não é assim, é muito forte”, disse ao SdR o ponteiro Piá, durante sua passagem por Betim (MG) para a disputa do Mundial de Clubes pelo Bolívar.

O ponteiro brasileiro Piá joga pelo Bolívar (FIVB)

O atacante contou que a estrutura oferecida pelo time é excelente. “No nosso clube temos piscina, sauna, hidromassagem, como se fosse o CT de Saquarema. É muito melhor que vários times brasileiros. Uma coisa bem legal é que lá o ginásio é só nosso, a cidade (San Carlos de Bolívar) respira e vive o voleibol. Tanto lá como em San Juan (cidade do rival UPCN) se vive isso 24 horas”.

“Na UPCN a estrutura é muito boa: quadra, academia, parte médica muito parecida com os times tops do Brasil”, contou ao blog durante sua passagem por Betim o central Gustavão, num bate-papo sobre seu novo clube, atual campeão argentino.

O meio de rede destaca alguns pontos sobre o cenário que encontrou no país vizinho. “Eles vêm trabalhando muito, pensando na frente, estão formando comissão de atletas e a Argentina está com um investimento muito bom. É uma liga que antes não era tão boa, mas agora vejo que tem ótimo nível, com cinco times lutando pelo título. Isso é importante, pois no Brasil há três equipes que a gente sabe que vão chegar na ponta, mas lá não, está em aberto”, comentou Gustavão.

Com mais jogos na TV aberta, vai começar a Superliga

O “ótimo nível” soa exagerado quando se pensa em campeonatos como o brasileiro, o italiano e o russo, mas é inegável que a situação melhorou por lá. Nomes conhecidos do voleibol internacional estão na liga argentina, como o veterano levantador italiano Valerio Vermiglio (UPCN) e o oposto australiano Thomas Edgar (Bolívar), entre outros.

Técnicos
Piá chama a atenção para a qualidade dos técnicos argentinos, que são reconhecidos em todo o mundo. “A quantidade de técnicos competentes que há na Argentina me chamou muito a atenção e é fantástico ter isso por trás de cada equipe. Eles fizeram uma Olimpíada fantástica, ganharam da Rússia, já estão em outro nível e não será surpresa estarem no pódio nas próximas competições”, derrete-se o ponta.

O homem que conduziu o Sada Cruzeiro ao status de clube multicampeão foi o argentino Marcelo Mendez, cotado para assumir a seleção brasileira, caso Bernardinho diga não à Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). Mendez era a segunda opção da FeVA, se Velasco não concordasse em dirigir o selecionado argentino em 2014, após a demissão de Javier Weber.

Bronze em Seul 1988 foi a maior conquista argentina (Reprodução/Internet)

Te juró que aunque pasen los años
A Argentina já frequentou o pódio em Campeonato Mundial e Jogos Olímpicos, mas isso em uma época em que o voleibol era menos competitivo, numa década dominada primeiro pela antiga União Soviética e depois pelos Estados Unidos, longe do equilíbrio atual.

Quando a Geração de Prata do Brasil ficou em segundo lugar no Mundial 1982, disputado na Argentina, os anfitriões foram os terceiros. O time teve lugar no top 8 das grandes competições até a Olimpíada de Seul, em 1988, quando conseguiram aquela que é a sua maior glória, sempre relembrada: a medalha de bronze. Para dar mais sabor, a conquista veio numa batalha de cinco sets com o arquirrival. É claro que eles convenientemente omitem que a seleção brasileira trocou de técnico um mês antes dos Jogos, que novos atletas foram chamados e que o oposto titular Xandó se machucou dias antes do início da competição e voltou para casa. Aquela leva de jogadores argentinos nunca mais derrotou o Brasil.

Curta o Saída de Rede no Facebook

Doze anos depois, em Sydney 2000, a Argentina bateu a seleção de Radamés Lattari (última vitória sobre o time A do Brasil) nas quartas de final por 3-1, mas terminou em quarto lugar, tendo o oposto Marcos Milinkovic como principal arma. Acertou a trave de novo na Liga Mundial 2011, com mais um quarto lugar, quando se esperava que a equipe do levantador Luciano De Cecco e do ponta Facundo Conte chegasse ao pódio.

Será que conseguirão uma medalha já no Mundial 2018, com Bruno Lima mais experiente e a constante atualização do sistema de jogo pelo meticuloso Julio Velasco? É bom que se diga: os argentinos têm um dos melhores ponteiros do mundo, Facundo Conte, filho do ex-ponta Hugo Conte, único jogador argentino no Salão da Fama. O armador De Cecco, mesmo com visível sobrepeso, é um dos melhores em atividade na posição, um virtuose. Entre os feitos de Velasco está a transformação do então correto central Sebastián Solé em um dos tops na função. O técnico até testou Conte como oposto na temporada 2015, mas viu que ele seria mais útil na entrada de rede. A Argentina tem um sistema defensivo sólido. Se tiver quem coloque a bola no chão, será muito mais perigosa.

Luciano De Cecco é um dos melhores levantadores do mundo (FIVB)

Popularidade
O vôlei não é tão popular na Argentina quanto no Brasil, mas já entra no top 5, diz uma fonte ligada à FeVA. O futebol, obviamente, é a paixão nacional. Em seguida vêm o basquete, o rúgbi e o tênis. Nas escolas o voleibol é bastante praticado, chegando ao top 3, conquistando cada vez mais espaço. As principais partidas da liga masculina são transmitidas pela TV – a decisão é feita em melhor de sete jogos.

Vôlei feminino
O feminino evolui de forma mais lenta, ainda conta com menos apoio, menor número de patrocinadores, mas já é a segunda força sul-americana, tendo deixado para trás o Peru, que de potência mundial nos anos 1980 hoje perde para seleções inexpressivas como o Quênia e a Venezuela.

Las Panteras, como são chamadas as atletas da seleção, pelo menos já migraram para ligas mais competitivas. Todas as 12 que representaram o país na Rio 2016, primeira participação olímpica do vôlei feminino argentino, jogam no exterior, quatro delas em campeonatos fortes como o brasileiro (as que estão na Superliga são Mimi Sosa, Tanya Acosta e Tatiana Rizzo) e o turco (Yas Nizetich), e outras duas jogadoras (Yael Castiglione e Morena Martinez) na ascendente liga polonesa. De qualquer forma, as argentinas estão longe do nível das brasileiras.

Colaboraram Carolina Canossa, que foi a Betim a convite da FIVB, e Sol Didiego, do site argentino Somos Vóley

]]>
0
Recordista mundial de pontos vem jogar na América do Sul http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/05/11/recordista-mundial-de-pontos-vem-jogar-na-america-do-sul/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/05/11/recordista-mundial-de-pontos-vem-jogar-na-america-do-sul/#respond Wed, 11 May 2016 22:02:21 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=260

Edgar teve 52% de eficiência no ataque na Copa do Mundo (foto: FIVB)

Lembra daquele oposto australiano Thomas Edgar? Sim, o grandalhão de 2,12m que jogou contra o Brasil na Liga Mundial 2015 e que em Londres 2012 arruinou a vida dos marrentos poloneses. Pois Edgar vai jogar aqui do lado, ali na Argentina. O Bolívar, atual vice-campeão da liga dos “hermanos”, anunciou a contratação do australiano de 26 anos como seu primeiro reforço para a temporada 2016/2017.

O time é treinado por Javier Weber, ex-técnico da seleção argentina e velho conhecido dos brasileiros. Na temporada recém-encerrada da liga local, o Bolívar foi vice-campeão, perdendo a série final contra o UPCN no quinto e decisivo jogo. Edgar vem para ajudar a equipe a quebrar a sequência de títulos do rival – o UPCN ganhou os seis últimos torneios, derrotando o Bolívar na final nos dois mais recentes. O derradeiro título do Bolívar na liga foi na temporada 2009/2010. No período 2012/2013, o brasileiro Giba passou pelo clube, mas não ficou até o final do campeonato.

Máquina de fazer pontos
Thomas Edgar é um oposto eficiente, com muito alcance e potência. É dele o recorde mundial de pontos numa partida oficial entre seleções. Na Copa do Mundo 2015, marcou 50 pontos (47 de ataque e três de bloqueio) na vitória por 3-2 contra o Egito – mesmo sendo substituído em parte do terceiro set por causa de um corte na mão direita. Você, leitor, pode até esnobar: “Contra o Egito?”. Dá um desconto, vai. O cara teve aproveitamento de 63,5% no ataque e terminou o jogo sem sinal de cansaço. Confira os 50 pontos dele no vídeo abaixo (atenção para o “toco” desmoralizante no 24º ponto: caixote no simples sobre um ataque egípcio pela entrada).

Embora o Egito não seja nenhuma potência, longe disso, deu lá suas cacetadas na Copa do Mundo: por pouco não arrancou um set de russos e poloneses, além de ganhar um da Itália, quase levando a partida para o tie break. Então o feito do australiano tem, sim, seu valor. Ele fechou o torneio com eficiência de 52,1% no ataque – o líder em aproveitamento, o oposto italiano Ivan Zaytsev, alcançou 59,1%.

Quer algo mais? Então tá. Foi Thomas Edgar, com seus 26 pontos, quem mais atrapalhou a vida da Polônia na última rodada da primeira fase em Londres 2012. A esforçada Austrália bateu Kurek e Cia por 3-1 e os obrigou a encarar a Rússia nas quartas de final – os russos despacharam os poloneses em sets diretos.

Antes de atazanar a Polônia, o oposto australiano também deu trabalho aos italianos, que seriam medalhistas de bronze em 2012 – a Itália venceu a Austrália na primeira fase pelo apertado placar de 3-2.

Também foi graças principalmente a ele que os “volleyroos” (como são chamados os integrantes da seleção de vôlei pela federação local) bateram no pré-olímpico 2012 o favorito Irã, já uma sensação então sob o comando do técnico Julio Velasco, para irem a Londres.

Edgar jogou a temporada 2015/2016 pelo clube chinês Beijing Baic Motors. Já havia passado uma temporada na liga polonesa e duas na italiana, ambas concorridas, além de mais duas na rica porém mediana liga da Coreia do Sul. Ele está na seleção da Austrália desde 2009. No final deste mês, no Japão, ele e seus colegas tentarão se classificar para o Rio 2016 no pré-olímpico.

————-

Receba notícias de vôlei pelo Whatsapp

Quer receber notícias no seu celular sem pagar nada? 1) adicione este número à agenda do seu telefone: +55 11 96180-4145 (não esqueça do “+55″); 2) envie uma mensagem para este número por WhatsApp, escrevendo só: giba04

]]>
0