Glenn Hoag – Blog Saída de Rede http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br Reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Tue, 31 Dec 2019 12:02:55 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Quem é quem na luta pelo título do Mundial Masculino 2018? http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/11/18/quem-e-quem-na-luta-pelo-titulo-do-mundial-masculino-2018/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/11/18/quem-e-quem-na-luta-pelo-titulo-do-mundial-masculino-2018/#respond Sat, 18 Nov 2017 08:00:30 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=10284

A seleção brasileira, de Bruno e Tiago Brendle, vai em busca do tetracampeonato (foto: FIVB)

Definidas as 24 seleções que participarão do Campeonato Mundial Masculino 2018, o Saída de Rede avalia quem tem reais chances de levar o título, aquelas equipes que podem atrapalhar a vida dos favoritos ou até beliscar uma medalha, além do bloco formado pela turma que faz valer a máxima “o importante é competir”. O torneio será co-sediado por Itália e Bulgária, de 9 a 30 de setembro. O Brasil, vice-campeão na última edição, busca o tetracampeonato.

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FAVORITOS
Brasil, França, Rússia, Estados Unidos
e Itália. Pouco antes do Mundial 2014, realizado na Polônia, o então técnico da seleção brasileira, Bernardinho, chamava a atenção para o equilíbrio no vôlei masculino e que na época pelo menos oito times tinham chance de ficar com o título. Sem dúvida, como ocorre historicamente, o naipe masculino é mais disputado, mas desta vez o universo de seleções com chances reais de título está mais enxuto e, se analisarmos as equipes pelo que apresentaram nesta temporada e pelo potencial de crescimento, não vão além do seleto grupo apontado acima.

Não há como negar o favoritismo da seleção brasileira, que nos últimos quatro Mundiais faturou três títulos e um vice-campeonato, todos na era Bernardinho. O técnico Renan Dal Zotto, que assumiu o time este ano, teve bons resultados na temporada, mas já comentamos as condições em que foram alcançados, enfrentando adversários na maioria das vezes representados por suas equipes B. Em 2018, a parada será mais indigesta. A base é o time campeão olímpico na Rio 2016. Dá para ganhar mais essa? Sem dúvida, porém a equipe terá que atuar melhor do que em 2017.

Desfalcada, a Itália teve um ano desastroso (CEV)

Jogando em casa, diante dos seus apaixonados tifosi, a Itália também tentará o tetracampeonato mundial. Seu último título foi o Europeu 2005. De lá para cá, a Azzurra desceu a ladeira, quase desabou para o segundo escalão, mas se reestruturou a tempo de se manter no pódio, caso das duas últimas Olimpíadas, em que foi bronze e prata, respectivamente. Espera-se que o ponta/oposto Ivan Zaytsev volte ao time depois do imbróglio deste ano, quando foi dispensado por causa de uma disputa, entre seu patrocinador pessoal e o fornecedor de material esportivo da seleção, em relação ao tênis que utilizaria. Sem ele, a equipe fez um papelão no Europeu 2017 – já havia amargado a lanterna na Liga Mundial. Com Zaytsev de volta, mais a presença do ponteiro cubano naturalizado italiano Osmany Juantorena, que teve folga este ano, a Itália sobe de patamar. Além disso, o fator casa deve ser considerado.

O ponta Earvin N’gapeth e cia seguem em busca de um major. A atual geração francesa já conquistou duas vezes a defunta Liga Mundial (2015 e 2017), foi campeã europeia (2015), mas no Mundial e nos Jogos Olímpicos não subiu ao pódio. Em 2014, na Polônia, encantaram os fãs com o jogo mais bonito do torneio, mas na reta final a falta de experiência pesou e o time ficou em quarto lugar. Na Rio 2016, um papelão: sequer passaram da primeira fase, sendo humilhados pelos italianos na estreia. A má preparação levou a um fiasco no Europeu 2017 e o time deu de ombros para a desimportante Copa dos Campeões na sequência. Voleibol para serem campeões do mundo eles têm, resta saber se vão segurar os nervos e se sobrepor aos adversários. O melhor resultado da França na competição foi o bronze no Mundial 2002, com a geração anterior.

Maxim Mikhaylov em ação na final do Europeu 2017 (CEV)

Nunca subestime a Rússia. O vôlei russo tem seus momentos de baixa, mas sempre ressurge. Após um começo de ciclo promissor em 2013, a Rússia derrapou nas mãos do técnico Andrey Voronkov. O treinador campeão olímpico Vladimir Alekno foi chamado às pressas para apagar o incêndio no segundo semestre de 2015, melhorou o desempenho do time, mas não passou de um quarto lugar na Copa do Mundo daquele ano e na Rio 2016. Perdeu espaço. Em seu lugar, o bonachão Sergey Shlyapnikov começou discreto, colocou a molecada para jogar na Liga Mundial 2017 e, mais tarde, no Europeu, com o time principal, venceu o torneio de forma invicta, perdendo apenas dois sets. O veterano oposto Maxim Mikhaylov vem jogando seu melhor voleibol desde 2012 e novos nomes como o ponta Dmitry Volkov e o central Ilia Vlasov vão agregando valor ao time. Sem sombra de dúvida, a seleção russa tem cacife para subir ao lugar mais alto do pódio e conquistar pela sétima vez o Mundial – as seis anteriores herdadas da antiga União Soviética.

Campeões da Copa do Mundo 2015 e bronze na Rio 2016, os Estados Unidos também integram o pelotão de elite. A equipe tem, em tese, tudo para deslanchar neste ciclo, depois de utilizar o primeiro ano para dar experiência aos mais novos. Cinco nomes se destacam: os pontas Aaron Russell e Taylor Sander, o ponta/oposto Matt Anderson, o levantador Micah Christenson e o líbero Eric Shoji. Os ponteiros Russell e Sander, por exemplo, que passaram a integrar o time A no meio do ciclo passado, exibem hoje em seus clubes na liga italiana muito mais segurança e eficiência. Se levarem isso para a seleção, dividindo a carga no ataque com o experiente Anderson, os adversários deverão ter problemas.

A Sérvia, do ponta Uros Kovacevic, teve atuações irregulares em 2017 (FIVB)

PELOTÃO INTERMEDIÁRIO
Numa prova do equilíbrio de forças no voleibol masculino, o bloco com aquelas equipes que podem atrapalhar a vida dos grandes e ainda levar uma medalha, mas com chances remotas de título, reúne pelo menos 10 seleções no Mundial 2018: Sérvia, Eslovênia, Bulgária, Polônia, Holanda, Finlândia, Bélgica, Canadá, Argentina e Irã. Lamenta-se a ausência da Alemanha, do panzer Georg Grozer, bronze em 2014 e vice-campeã europeia em 2017, mas que não conseguiu vaga nesta edição.

Os sérvios… O leitor pode até se perguntar se eles não mereciam ser considerados elite, afinal a atual geração foi vice-campeã da Liga Mundial 2015 e papou o título do torneio no ano seguinte. Vamos com calma. Em 2015, tiveram um grupo fácil nas finais, jogaram no limite na semifinal e foram atropelados pelos franceses na decisão. O título de 2016 veio em condições atípicas. Sem presença na Rio 2016, o time comandado pelo ex-levantador Nikola Grbic tinha nas finais da Liga Mundial o ápice do seu calendário naquele ano, enquanto os demais ainda cumpriam etapas da sua preparação física rumo aos Jogos Olímpicos. Foi uma grande vantagem. A Sérvia, do oposto Aleksandar Atanasijevic, tem uma boa equipe. No entanto, há lacunas que os colocam em ligeira desvantagem diante dos times mais fortes, como a excessiva dependência do saque, a exemplo do que vimos em 2017 nas finais da Liga Mundial e do Europeu. Mesmo assim, se algum favorito vacilar, os sérvios podem muito bem aproveitar a oportunidade.

Jogadores eslovenos comemoram a inédita classificação para o Mundial (FIVB)

A Eslovênia é a única estreante no torneio. Vice-campeã europeia em 2015, quadrifinalista em 2017, a seleção eslovena ascendeu rapidamente no cenário internacional. Este ano, faturou a segunda divisão da Liga Mundial, mas foi esnobada pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB) na composição da nova Liga das Nações – na verdade um retrofit na desgastada competição anterior, baseando-se na combinação de prestígio e dinheiro das federações incluídas. Tem nada não… A equipe comandada pelo treinador sérvio Slobodan Kovac promete fazer bonito na sua estreia no Campeonato Mundial. Sem a responsabilidade de ter que provar algo e com um time coeso, a Eslovênia pode dar trabalho no ano que vem. Cuidado com eles.

A Bulgária disputa as duas fases iniciais do Mundial em casa, tendo a seu favor uma torcida barulhenta, agressiva, intimidante para os adversários. Não é fácil jogar como visitante contra a Bulgária. Se conseguirem avançar à terceira fase, quando só restarão seis seleções, os búlgaros, liderados pelo oposto Tsvetan Sokolov, podem chegar ao pódio, embora tenham um jogo previsível e a sina de tremer na hora H.

Os poloneses precisam de um oposto, de um ponteiro de bom nível além do baixinho invocado Michal Kubiak e… de um técnico! O italiano Ferdinando De Giorgi só durou uma temporada no cargo. Quem quer que seja o sucessor – rumores apontam para o histriônico belga Vital Heynen, que levou a Alemanha ao bronze em 2014 e hoje dirige a seleção do seu país –, vai ter muito trabalho para reerguer um time que pouco lembra aquele que foi campeão mundial em 2014. Desta vez, eles não terão nomes como Winiarski, Zagumny e Wlazly – os dois primeiros aposentados e o outro abriu mão da seleção. O ponta Mateusz Mika, estrela da final do Mundial passado, sofre desde 2015 com uma lesão no joelho direito, que o afasta constantemente do esporte, e dificilmente deve voltar ao time. Num bom dia, em que o serviço funcione acima da média, a Polônia pode derrubar uma equipe mais forte.

Canadenses celebram a medalha de bronze na Liga Mundial (FIVB)

Os canadenses aproveitaram o esvaziamento da Liga Mundial 2017, repleta de times B, e pegaram uma inédita medalha de bronze, com uma equipe bem estruturada, tendo à frente o técnico francês Stéphane Antiga, que soube aproveitar o legado do competente Glenn Hoag. O Canadá, do oposto juvenil Sharone Vernon-Evans e do líbero Blair Bann, ainda oscila muito, mas quando entra em alta rotação pode ser um time perigoso.

A Argentina, tendo como treinador o incensado Julio Velasco, é capaz de incomodar qualquer time do mundo, mas também pode descer ao fundo do poço e seguir cavando, como na semifinal do Sul-Americano 2017, quando cometeu a façanha de perder para a bisonha seleção da Venezuela. Em 2018, o ponta Facundo Conte, que ganhou folga esta temporada, estará de volta para ajudar a evitar algum vexame. Destaque também para o levantador Luciano De Cecco, um dos mais habilidosos do mundo, em sua quarta temporada no italiano Perugia, e ainda para o central Sebastián Solé, um dos melhores da Superliga, jogando pelo EMS Funvic Taubaté.

Iranianos, belgas, holandeses e finlandeses têm um pouco menos a oferecer, mas podem incomodar, especialmente os dois primeiros. No Irã, segue chamando a atenção o duo formado pelo levantador Saeid Marouf e pelo central Seyed Mousavi – um dos melhores bloqueadores do mundo. O restante da equipe é claramente inferior, apesar de esforçada, o que compromete as chances iranianas. A Bélgica tem um bom conjunto e desde o início da década vem crescendo. Em 2017, foi sétima na Liga Mundial (e, assim como a Eslovênia, esquecida para a Liga das Nações) e quarta colocada no Europeu. Entre seus bons jogadores, vale prestar atenção no ponta Sam Deroo, que vem melhorando no passe e segue consistente no ataque, sendo um dos grandes nomes da liga polonesa, em sua terceira temporada no Zaksa Kedzierzyn-Kozle, bicampeão nacional, adversário do Sada Cruzeiro no Mundial de Clubes, em dezembro.

A Tunísia, do oposto Hamza Nagga, irá ao Mundial pela décima vez (FIVB)

O IMPORTANTE É COMPETIR
Alguns aqui são presença constante nas grandes competições, mas seja por falta de estrutura ou escassez de talentos, mais uma vez vão fazer figuração. Com algum esforço, quem sabe, chegam a coadjuvantes, mas sem estofo mesmo para o pelotão intermediário. O que esperar de Austrália, Porto Rico, Cuba, República Dominicana, Japão, China, Tunísia, Egito e Camarões? Olha, adoraríamos ver uma zebra, mas é quase impossível que isso aconteça. Como esquecer a irreverente seleção camaronesa, beirando a irresponsabilidade com seu saque suicida, levando os EUA do oposto Clayton Stanley ao tie break no Mundial 2010? Ou os tunisianos, na Copa do Mundo 2003, forçando a França, prata no Europeu daquele ano e bronze no Mundial 2002, a ir ao quinto set? Os dois franco-atiradores perderam, mas animaram o público. Seria ótimo para quebrar a monotonia assistir algum desses times aprontar para cima do pelotão intermediário ou mesmo dos favoritos – desde que não seja o Brasil. Mas vamos voltar à realidade.

A nota triste do bloco é ver Cuba e Japão nesse miolo. Os cubanos, que já foram potência, vão ao Mundial 2018 com um time juvenil e ninguém vai se surpreender se em alguns anos vários de seus jogadores deixarem o país, como já fizeram craques do calibre dos pontas Yoandy Leal, Wilfredo León e Osmany Juantorena, que se naturalizaram, respectivamente, brasileiro, polonês e italiano. O Japão era referência nos anos 1960 e 1970. Atualmente, o voleibol masculino japonês é somente uma sombra do que já foi.

A Austrália, dirigida desde maio por Mark Lebedew, técnico do clube polonês Jastrzebski Wegiel, tenta subir ao pelotão intermediário, mas ainda é irregular. Este ano, sem seus principais jogadores, o central Aidan Zingel e o oposto Thomas Edgar, ficou em terceiro na segunda divisão da Liga Mundial. Os dois atletas estarão de volta em 2018. É esperar para ver se o time apresenta evolução.

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Técnico do Canadá: “Equipe cresceu, mas pode ir mais longe” http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/07/03/tecnico-do-canada-equipe-cresceu-mas-pode-ir-mais-longe/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/07/03/tecnico-do-canada-equipe-cresceu-mas-pode-ir-mais-longe/#respond Mon, 03 Jul 2017 09:00:41 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=8010

Ex-técnico da Polônia, Stéphane Antiga assumiu a seleção canadense este ano (fotos: FIVB)

Depois de comandar a tradicional seleção polonesa por três temporadas, conquistando o Mundial 2014, o francês Stéphane Antiga assumiu este ano o desafio de dar continuidade ao plano de ascensão do Canadá. “A equipe cresceu nos últimos anos, mas definitivamente pode ir muito mais longe. O vôlei não é popular entre os canadenses, mas é considerável a quantidade de novos talentos que têm aparecido”, afirmou Antiga ao Saída de Rede. Logo na primeira competição sob sua batuta, a Liga Mundial, o Canadá chegou às finais, o que não conseguia há quatro anos. O time é o adversário do Brasil na estreia, nesta terça-feira (4), às 15h05, em Curitiba, numa chave que tem ainda a Rússia.

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O treinador ressalta o respeito que tem pela seleção brasileira, atual campeã olímpica, mas avisa: “Vamos lutar bastante, queremos um lugar no pódio”.

Vernon-Evans, 18 anos, é uma das grandes promessas do voleibol do Canadá

Elogio a Glenn Hoag
Antiga elogia o antecessor, seu amigo Glenn Hoag, que ocupou o cargo de 2006 a 2016, alcançando resultados considerados expressivos para o voleibol canadense, como o quinto lugar na Liga Mundial 2013, o sétimo no Mundial 2014 e o quinto na Rio 2016. “O trabalho feito por Glenn foi fantástico, ele construiu essa base que temos hoje na seleção”.

Com a chegada de novos nomes à seleção principal em temporadas recentes, a equipe livrou-se da dependência do oposto Gavin Schmitt, que de 2009 a 2014 era praticamente a única referência no ataque. Atacante de saída de rede de estilo tradicional, com muito alcance e potência, que no ciclo olímpico passado lutou contra diversas contusões, Schmitt foi inconstante em 2015 e 2016. Este ano, anunciou que não jogaria pela seleção, mas deixou aberta a possibilidade de voltar para o Mundial 2018. “Ninguém tem lugar cativo. Se Gavin quiser voltar, será bem-vindo para brigar por uma vaga. Nada é garantido, há uma disputa saudável, mas intensa”, disse Antiga.

O levantador Tyler Sanders é um dos pilares da equipe norte-americana

Pilares
Jogadores como os pontas Gord Perrin e Nicholas Hoag, o levantador Tyler Sanders e o líbero Blair Bann foram preparados durante anos para assumir um lugar na seleção A. Hoje são os pilares do Canadá – Hoag recupera-se de uma contusão, mas veio a Curitiba. A mais recente revelação canadense tem apenas 18 anos, 2,02m e ataca pela saída de rede. Sharone Vernon-Evans fez em 2017 sua estreia na seleção principal. Com a pouca idade vêm as constantes oscilações, naturais nessa fase da carreira, mas Antiga tem dado espaço ao oposto novato. “Ele é mais um exemplo da boa safra que o Canadá tem”, comentou o técnico.

Para ele, o voleibol apresentado pelos canadenses até aqui – foram cinco vitórias e quatro derrotas na fase preliminar – demonstrou que são capazes de jogar de igual para igual com qualquer adversário. “Nossa meta é se classificar para Tóquio 2020 e brigar por uma medalha”.

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Ex-jogador de futebol, canadense viveu amor à primeira vista com o vôlei http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/06/29/ex-jogador-de-futebol-canadense-viveu-amor-a-primeira-vista-com-o-volei/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/06/29/ex-jogador-de-futebol-canadense-viveu-amor-a-primeira-vista-com-o-volei/#respond Thu, 29 Jun 2017 09:00:26 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=7928

Blair Bann dá um peixinho para fazer uma defesa durante partida na Rio 2016 no Maracanãzinho (fotos: FIVB)

O negócio dele era futebol – o nosso, que eles chamam de soccer. Tinha 14 anos quando foi apresentado ao vôlei e não deu outra: amor à primeira vista. Fã de Serginho e de Giba, o canadense Blair Bann, que começou na modalidade como levantador, se arriscou algumas vezes como ponteiro, até virar líbero, é hoje um dos melhores do mundo na sua posição. Foi o segundo no ranking dos defensores na fase classificatória da Liga Mundial 2017, atrás apenas do líbero polonês Pawel Zatorski, tendo sido o primeiro na maioria das rodadas, além de se destacar no passe. O Canadá, quinto colocado na etapa inicial do torneio, está nas finais, na mesma chave de Brasil e Rússia – a competição será decidida de 4 a 8 de julho, em Curitiba (PR), na Arena da Baixada.

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“Comecei mais tarde do que a maioria dos caras que se tornam profissionais. Eu era louco por futebol, que jogava na escola e bem, até que conheci o vôlei em um clube chamado NAVC Gold, em Edmonton, minha cidade natal. Passei a jogar lá e na minha escola. Virou paixão, não tinha limite. Eu carregava uma bola de vôlei na minha mochila, jogava entre uma aula e outra, depois da escola também. Se não tivesse ninguém para jogar comigo, eu ia bater bola na parede. Quando fui para a universidade, em Vancouver, onde continuei jogando, sonhava em um dia ser convocado para a seleção”, contou Bann, 29 anos, 1,84m, ao Saída de Rede.

Seleção
Sua dedicação ao voleibol não demorou a levá-lo à seleção canadense. Passou pelas categorias de base e aos 21 anos, em 2009, chegou ao time adulto, mas jogava na equipe B a maior parte do tempo. Dois anos depois, foi incorporado à seleção principal como segundo líbero – o veterano Dan Lewis, remanescente dos anos 1990, era o titular.

O então técnico da seleção do Canadá, Glenn Hoag, apostava em seu potencial, muitas vezes colocando-o para jogar partidas inteiras. Foi assim, por exemplo, numa etapa da Liga Mundial 2012, em São Bernardo do Campo (SP), quando foi escalado para enfrentar o Brasil. Ganhou elogios de Bernardinho, que viu Bann dar conta do recado quando mandou seus jogadores forçarem o saque para cima do novato.

Bann entra na frente do ponta Gord Perrin para receber um saque na Liga Mundial 2017

Talento, esforço e paciência
Para Glenn Hoag, o desempenho de Bann é resultado da combinação de talento, esforço e paciência. “É um atleta que tem bastante habilidade, que se dedica muito e soube esperar sua vez. Assim como muitos outros que hoje fazem do Canadá uma seleção mais forte do que era há alguns anos, ele foi um projeto de longo prazo”, comentou o treinador com o SdR. Atualmente, Hoag, que deixou a seleção após a Rio 2016 por vontade própria depois de dez anos no comando, dedica-se apenas ao Arkas Izmir, clube vice-campeão da Turquia.

“Blair Bann é um exemplo para os demais jogadores, seja pela postura em quadra, seja pela forma como treina. Eu confio muito nele, é bom passador e bom defensor, sei que não vai oscilar, vai sempre manter um bom nível. Ele ajuda o time a ser mais coeso, a ter um jogo consistente”, elogiou Stéphane Antiga, técnico da seleção canadense, em entrevista ao Saída de Rede.

No planejamento feito por Glenn Hoag no ciclo passado, Bann deveria assumir a condição de primeiro líbero da seleção somente após a Rio 2016. Porém, diversas lesões comprometeram o rendimento de Dan Lewis ainda durante o pré-olímpico, então coube ao mais novo ir aos Jogos do Rio de Janeiro.

Líbero canadense cumprimenta o ponta polonês Michal Kubiak antes de um jogo

Medalha em Tóquio 2020
“Levamos o vôlei masculino do Canadá a uma Olimpíada depois de 24 anos. Na Rio 2016, estando em uma chave tão complicada, nossa meta era chegar ao menos às quartas de final. Nós conseguimos. Nesse novo ciclo, queremos não apenas a classificação para Tóquio 2020, mas uma medalha”, afirmou o líbero. Nos Jogos Olímpicos, em agosto passado, exceto pelo fraco time do México, os canadenses tiveram que encarar, na fase de grupos, pedreiras como Brasil, Estados Unidos, França e Itália. Foram eliminados nas quartas de final pela Rússia. O melhor momento, sem dúvida, foi a vitória em sets diretos na estreia diante dos vizinhos americanos.

Bann mantém uma boa dose de autocrítica e diz que precisa melhorar em alguns aspectos, mas se vê como um jogador completo na função. “Alguns líberos são muito bons no passe, outros na defesa. Eu acho que consigo jogar em alto nível nos dois fundamentos. Houve diversos momentos na seleção em que eu tive que assumir a maior parte da quadra na linha de passe e encaro isso como minha responsabilidade. Pretendo melhorar ainda mais na defesa, principalmente naquelas bolas atacadas com muita potência, além de procurar ser mais ágil na cobertura do bloqueio”.

Ele vê no francês Jenia Grebennikov e no polonês Pawel Zatorski dois exemplos de líberos a serem seguidos. “Eles têm bastante técnica”, observou. No entanto, quando ainda era infantojuvenil e fazia a transição para sua atual função, eram dois brasileiros que o motivavam. “Eu era moleque e ficava maluco vendo o Serginho. Lembro que durante meses, na hora do almoço, ficava revendo a final de Atenas 2004 entre Brasil e Itália por causa dele. Toda aquela energia e paixão, além da habilidade dele, aquilo foi algo revolucionário. Outro modelo para mim, claro, foi o Giba. O cara fazia tudo em quadra e isso me motivava a querer melhorar. Via inúmeros vídeos do Giba no YouTube”.

Bann em foto de 2009, quando jogava na universidade

Transição e mancada
O canadense relembra a dificuldade que teve na transição do voleibol universitário para o profissional. Desde 2011 ele joga no Düren, clube alemão da cidade de mesmo nome – com exceção da temporada 2013/2014, quando atuou pelo francês Nantes, para depois retornar ao antigo time na Alemanha. “Esse salto entre as partidas de equipes universitárias no Canadá para o voleibol profissional na Europa e os jogos entre seleções foi algo difícil no início, tive que me adaptar muito rápido. De repente, saques e ataques eram muito mais potentes”, contou ele, rindo.

Aliás, o senso de humor é uma das qualidades de Blair Bann. Isso fica evidente quando se conversa com ele ou mesmo seguindo suas postagens no Instagram (@blizzbann). Sem nenhum constrangimento, ele cita o momento mais embaraçoso da carreira. “Estava na universidade, já era líbero, mas naquele dia o time precisou que eu jogasse como ponteiro, o que eu não fazia há meses. Não estava mais acostumado a sacar e o técnico pediu, em algum momento, que eu desse um saque curto. A bola não chegou nem na metade do nosso lado, caiu antes da linha dos três metros. Foi um vexame. Acho melhor eu continuar treinando meu serviço… Vai que um dia eu precise”, brincou.

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Bruno e Lucão: a caminho da Itália ou do Sesc http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/04/19/bruno-e-lucao-a-caminho-da-italia-ou-do-sesc/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/04/19/bruno-e-lucao-a-caminho-da-italia-ou-do-sesc/#respond Wed, 19 Apr 2017 17:00:05 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=6579

Lucão e Bruno na apresentação do central no Modena em outubro de 2015 (foto: Modena Volley)

Campeões olímpicos e mundiais, juntos eles têm mostrado algumas das combinações de ataque mais eficientes do voleibol – na seleção ou em clubes. Após uma temporada no Sesi, a dupla formada pelo levantador Bruno Rezende e o central Lucas Saatkamp pode desembarcar novamente no Modena, da Itália. Caso as negociações com o clube europeu não deem certo, o destino do duo deve ser o Sesc, que acaba de vencer a Superliga B e, na temporada 2017/2018, disputará a primeira divisão do voleibol brasileiro, apoiado em um dos maiores investimentos da modalidade.

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Os dois são velhos conhecidos do Modena. Ganharam o título italiano pelo clube na temporada 2015/2016. Uma crise que culminou na perda do principal patrocinador forçou a volta de Bruno e Lucão ao Brasil. A decisão foi tomada levando em conta tanto o lado financeiro quanto o pessoal – o levantador estava há duas temporadas fora do Brasil e o central aguardava o nascimento do primeiro filho. Bruno jogou o final do período 2011/2012 no clube europeu e depois retornou para duas temporadas, de 2014 a 2016. Lucão disputou a última. Além do Modena e do Sesi, os dois jogaram juntos nas extintas equipes Cimed e RJX.

Ponta João Rafael reforçará o Sesc (foto: CBV)

O interesse do Modena na dupla já havia sido abordado pela imprensa italiana, mas as negociações só começaram recentemente. O Sesc, do técnico Giovane Gavio, entra como plano B.

Segundo o Saída de Rede apurou, na próxima Superliga o time carioca terá um orçamento inferior apenas ao do Sada Cruzeiro, equipe tricampeã mundial e que busca o pentacampeonato nacional. O clube mineiro investe aproximadamente R$ 13 milhões por temporada.

Alternativa
Caso Bruno e Lucão voltem ao voleibol italiano, o Sesc teria interesse no levantador Thiaguinho, atualmente no Molfetta, da Itália, e no central campeão olímpico Maurício Souza, do Brasil Kirin. Essa seria a alternativa da equipe carioca se não puder contar com os dois que estão no Sesi.

Ponteiro Maurício Borges interessa ao clube carioca (foto: FIVB)

Quem já acertou com o Sesc, faltando apenas assinar o contrato, é o ponteiro João Rafael, também do Molfetta. Ao lado de Thiaguinho e de Maurício Souza, o ponta fez parte da seleção brasileira B que conquistou a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos 2015, em Toronto, Canadá. Tanto o levantador, na sua primeira temporada na Itália, quanto João Rafael, em seu segundo ano como um dos destaques do Molfetta, estão na lista inicial de 12 atletas convocados pelo técnico Renan Dal Zotto.

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Outro ponteiro que despertou o interesse do time do Rio de Janeiro foi mais um integrante daquela seleção B do Pan 2015. É o campeão olímpico Maurício Borges, que está há duas temporadas no Arkas Izmir, da Turquia, sob o comando do técnico canadense Glenn Hoag. Como o treinador quer manter Borges na equipe, ainda não há definição se o ponta fica na Europa ou se volta ao Brasil para o período 2017/2018.

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O Sesc renovou com três atletas que conquistaram a Superliga B: o central Tiago Barth, o oposto Paulo Victor e o levantador Everaldo.

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Canadá pode complicar a vida da seleção brasileira http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/08/09/canada-pode-complicar-a-vida-da-selecao-brasileira/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/08/09/canada-pode-complicar-a-vida-da-selecao-brasileira/#respond Tue, 09 Aug 2016 09:00:27 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=1924 Canada celebrate

Jogadores canadenses comemoram a surpreendente vitória em sets diretos sobre os EUA (fotos: FIVB)

O segundo adversário do time de Bernardinho na Rio 2016 aprontou logo na estreia. Não que vencer os Estados Unidos fosse algo impossível para o Canadá, mas ninguém esperava um contundente 3-0. É justamente a seleção canadense que o Brasil encara às 22h35 desta terça-feira (9), no torneio olímpico de voleibol masculino.

Não é um time excepcional, mas tem uma organização tática invejável, um oposto matador, dois bons ponteiros (um deles, Gord Perrin, entre os melhores do mundo) e um levantador ágil e criativo, além de um líbero eficiente, enquanto os centrais cumprem seu papel (veja a escalação abaixo). Tudo isso sob a liderança do técnico Glenn Hoag, um profissional que tirou o Canadá do limbo e o tornou competitivo. O Brasil é favorito, mas é bom ter cuidado, ainda mais após a apática estreia, quando entregou um set em erros diante do bisonho México, para só depois engrenar e vencer, mas sem convencer.

Canada coach Glenn Hoag at the mix zone after the match against Canada

Glenn Hoag dirige a seleção canadense desde 2006

Ponto forte
Jogo coletivo. No final da década passada, por exemplo, o Canadá sofria de Schmitt-dependência. Quando o oposto Gavin Schmitt estava mal ou ausente, o time desandava, e mesmo a presença dele não garantia muita coisa, apesar de ser um dos melhores na posição, pois vivia sobrecarregado. Ao longo dos anos, o treinador Glenn Hoag foi desenvolvendo outros jogadores, como o ponta Gord Perrin, um atleta com muitos recursos técnicos, ou o levantador Tyler Sanders, que adicionou criatividade a um time com muito potencial. Vale ressaltar a presença do ponta Nicholas Hoag, filho do técnico, que foi o maior pontuador canadense na vitória sobre os EUA. A soma equilibrada desses talentos, apostando em um sistema defensivo sólido e um contra-ataque com muitas opções, faz do jogo coletivo sua maior força.

Seleção masculina flerta com o perigo na estreia da Rio 2016

Ponto fraco
Diante dos EUA o time se manteve firme, mas a seleção do Canadá é conhecida por tremer em momentos decisivos. Diante da sua torcida, na cidade de Edmonton, em janeiro, perdeu o Pré-Olímpico continental por 0-3 para Cuba, repleta de juvenis. Mais tarde, no qualificatório mundial, teve chances de vencer Polônia e Irã, mas vacilou. Viu a China virar um set praticamente perdido na partida decisiva daquele torneio, ainda que tenha reagido e batido os asiáticos. Será que superaram de vez a tremedeira e nem mesmo o Maracanãzinho lotado vai abalar os canadenses? A vitória de domingo sobre os americanos refletiu maturidade ou foi apenas mais um bom momento de um time com muito potencial, mas que acumula vários tropeços? Vamos ver.

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Qual chance de ganhar do Brasil?
Razoável. Como dissemos acima, a seleção brasileira é favorita, mas o Canadá tem voleibol para derrotar os grandes. Os americanos que o digam.

Gavin Schmitt of Canada and Tyler Sanders of Canada

Gavin Schmitt ergue Tyler Sanders durante comemoração

Fique de olho
O Saída de Rede já falou do forte oposto Gavin Schmitt, já entrevistou o excelente ponteiro Gord Perrin, um dos destaques do Pré-Olímpico mundial. Eles, entre outros, merecem muita atenção. Mas vamos variar. Fiquem de olho no levantador Tyler Sanders. Foi com esse cara, de 24 anos e 1,91m, que o técnico Hoag conseguiu a consistência que procurava na armação das jogadas. Sem um bom levantador, dificilmente uma seleção vai longe. Sanders consegue, na maioria das vezes, deixar seus atacantes em situação favorável diante do bloqueio. Quem vê o time de perto em ação percebe o quanto os atacantes confiam nele. Isso faz muita diferença.

Elenco (em negrito, o provável time titular)

Levantadores: Tyler Sanders (camisa 1) e Jay Blankeneau (21)
Oposto: Gavin Schmitt (12)
Centrais: Justin Duff (6), Graham Vigrass (17), Rudy Verhoeff (5) e Jansen Vandoorn (11)
Ponteiros: Gord Perrin (2), Nicholas Hoag (4), Fred Winters (15) e Steven Marshall (22)
Líbero: Blair Bann (19)

Desempenho no ciclo olímpico
Na Liga Mundial o time se destacou na temporada 2013, quando foi às finais e terminou em quinto, chegando a vencer a Rússia de virada por 3-2. Com o novo formato do torneio a partir do ano seguinte, em três divisões, o Canadá foi colocado no grupo dois por causa do seu ranking. Este ano, venceram a segunda divisão com facilidade, jogando a maior parte do tempo com vários reservas, e assim farão parte da elite em 2017.

No Mundial 2014, apesar do oposto Gavin Schmitt estar contundido, o Canadá fez uma boa campanha e terminou em sétimo lugar entre 24 seleções. Ficou fora das finais ao perder para a Alemanha.

Na Copa do Mundo 2015, com doze participantes, também ficou em sétimo lugar, mas não ofereceu resistência aos chamados times de elite e ainda teve que ir ao quinto set para vencer o Egito.

Canada coach Glenn Hoag after vcitory over Portugal

Canadenses celebram título da segunda divisão da Liga Mundial 2016

No campeonato da Norceca, entre países das Américas do Norte e Central, foi vice-campeão em 2013 e conquistou o título em 2015, mas os EUA não participaram deste último.

Nos Jogos Pan-Americanos 2015, em casa, na cidade de Toronto, os canadenses decepcionaram. Iam para o ouro, sabendo que o Brasil enviaria uma equipe B e que os EUA seriam representados por uma seleção universitária. Mas caíram na semifinal, contra a Argentina, perdendo por 1-3, e terminaram com a medalha de bronze ao derrotarem Porto Rico por 3-1.

Este ano, o Canadá atingiu seu nível mais elevado neste século. A Rio 2016 marca a quarta participação olímpica do voleibol masculino canadense, que não ia aos Jogos desde Barcelona 1992. A melhor campanha foi o quarto lugar em Los Angeles 1984, equipe da qual fazia parte Glenn Hoag, como meio de rede.

O que mais rola no dia?
Além de Brasil vs. Canadá, o torcedor terá, entre as outras cinco partidas, mais três bons jogos nesta terça-feira. A segunda rodada começa às 9h30 com Rússia e Argentina. Os russos são favoritos, mas os hermanos chegaram ao Rio com disposição e na estreia marcaram 3-0 sobre o Irã – a Argentina venceu a Rússia por 3-0 este ano, na Liga Mundial, mas o time do craque Sergei Tetyukhin jogou com vários reservas. Às 15h, a embalada Itália, após atropelar os franceses, encara os Estados Unidos, que foram surpreendidos pelos vizinhos canadenses. Às 17h05 tem Polônia e Irã, outro duelo que pode ser interessante, se a equipe persa melhorar o seu ritmo. A rodada tem ainda os confrontos entre França e México, às 11h35, e entre Cuba e Egito, às 20h30. Os franceses, que pareciam ter esquecido de trazer seu voleibol para o Maracanãzinho no domingo, têm a chance de juntar os pedaços diante da fraca seleção mexicana. Já cubanos e egípcios fazem o duelo dos times mais frágeis do grupo B.

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Brasil é o principal favorito ao ouro, diz técnico do Canadá http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/07/21/brasil-e-o-principal-favorito-ao-ouro-diz-tecnico-do-canada/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/07/21/brasil-e-o-principal-favorito-ao-ouro-diz-tecnico-do-canada/#respond Thu, 21 Jul 2016 09:00:20 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=1603 Canada coach Glenn Hoag after vcitory over Portugal

Glenn Hoag e seus jogadores logo após a conquista da segunda divisão da Liga Mundial (fotos: FIVB)

Não faz muito tempo o Canadá estava no terceiro escalão do voleibol masculino. Se esse status mudou, a equipe deve muito ao seu técnico, Glenn Hoag, um ex-central que integrou o time canadense com melhor campanha nas Olimpíadas (quarto lugar em Los Angeles 1984) e que dirige a seleção do seu país desde 2006 e o clube turco Arkas Izmir desde 2010. Adversário do Brasil na primeira fase, o Canadá pode até não estar na elite, mas não deve ser subestimado. Apesar do grupo difícil na primeira fase, Hoag quer avançar na competição. “A partir dali será um jogo de cada vez”, afirma. Para ele, o Brasil, “com a vantagem de jogar em casa e com uma equipe habilidosa”, é o principal favorito ao ouro.

Com vitórias sobre as principais potências ao longo deste ciclo, o Canadá quase ficou de fora da Rio 2016 ao perder, em casa, a vaga do pré-olímpico continental para uma seleção cubana repleta de juvenis. Foi um baque. Cinco meses depois, de maneira mais difícil, a vaga foi conquistada no qualificatório mundial, no Japão. Após 24 anos, desde a participação em Barcelona 1992, o vôlei masculino canadense voltou aos Jogos Olímpicos, com atletas talentosos como o oposto Gavin Schmitt, o ponta Gord Perrin e o levantador Tyler Sanders. O time está na chave A do torneio, ao lado de Brasil, França, Itália, Estados Unidos e México.

A seleção canadense, que no início do mês venceu a segunda divisão da Liga Mundial e subirá para a elite em 2017, desembarca em São Paulo na próxima quarta-feira (27) e segue para Taubaté. Ficará na cidade treinando e fará dois amistosos contra a equipe local, nos dias 29 e 30. No dia 1º de agosto, o grupo viaja de ônibus para o Rio de Janeiro.

Confira a entrevista exclusiva que Glenn Hoag concedeu ao blog:

Saída de Rede – Qual o objetivo da seleção canadense na Olimpíada? Recentemente, nós conversamos com o Gord Perrin e ele disse que vem para brigar por medalha. O Canadá tem time para isso?
Glenn Hoag – A gente quer passar da fase de grupos, chegar às quartas de final. A partir dali será um jogo de cada vez. Não vai ser fácil, pois caímos em uma chave muito difícil.

Canada coach Glenn Hoag at the mix zone after the match against Canada

Ex-central, Hoag está no comando do time desde 2006

Saída de Rede – Como você avalia os adversários mais fortes na sua chave? Quem é o maior favorito ao ouro na Rio 2016?
Glenn Hoag – O Brasil é o grande favorito, conta com a vantagem de jogar em casa e com uma equipe habilidosa. Vamos ter que enfrentar o Brasil, vai ser muito difícil. A França também tem um time muito habilidoso, com um jogo cheio de variações, está ali entre os mais fortes da Olimpíada. Os Estados Unidos têm uma equipe jovem, com bons atletas em cada posição. Talvez a recepção seja o ponto fraco dos americanos, mas eles compensam com saque e bloqueio. A Itália também tem um time equilibrado, mais experiente, com alguns líderes em quadra, um pouco abaixo de Brasil e França na defesa.

Saída de Rede – Depois de ser decisivo no pré-olímpico, o oposto Gavin Schmitt disputou apenas uma partida em onze na Liga Mundial. Ele retomou o tratamento para se recuperar da cirurgia na tíbia a que foi submetido em janeiro e assim chegar bem aos Jogos Olímpicos?
Glenn Hoag – O Gavin estava muito cansado, realmente exausto depois do pré-olímpico no Japão. Nós decidimos dar um descanso a ele, que só jogou uma partida na fase inicial da Liga Mundial e porque estava na sua cidade natal, Saskatoon. Desde então ele começou uma preparação individual no nosso centro de treinamento, em Gatineau, e esta semana se juntou ao grupo.

Pilates e análise de urina: a preparação da seleção que você não vê

Saída de Rede – Durante várias temporadas Schmitt foi a bola de segurança do time, porém recentemente Gord Perrin passou a dividir a carga com ele. Você diria que o trio composto Schmitt, Perrin e pelo levantador Tyler Sanders dá sustentação ao time?
Glenn Hoag – Isso tudo é resultado do amadurecimento do grupo. Por meio das experiências individuais eles têm amadurecido e trazido isso para a equipe. Além do Gavin, eu diria que Gord Perrin, Tyler Sanders, Nicholas Hoag (ponta), Steve Marshall (ponta) e Graham Vigrass (central) são hoje elementos-chave do nosso sucesso. O melhor de tudo é que temos vários jogadores jovens sendo trabalhados para um futuro próximo.

Saída de Rede – O oposto reserva Dallas Soonias não jogou este ano. Ele estará no Rio ou mais uma vez você terá que improvisar um substituto para Gavin Schmitt nas inversões ou em qualquer eventualidade?
Glenn Hoag – Dallas não está mais com a equipe, os joelhos dele já não aguentavam mais e ele deixou o esporte. Gavin será o nosso único oposto de ofício. Se necessário, vamos recorrer ao (central) Rudy Verhoeff para que jogue na saída de rede ou então vamos utilizar um sistema híbrido.

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Saída de Rede – Você concorda que com Tyler Sanders finalmente foi possível estabelecer um estilo de jogo consistente com um levantador, entre os vários que passaram pela seleção desde 2006? Que a segurança que ele transmite aos atacantes confere maior solidez ao time canadense?
Glenn Hoag – Sanders é um jovem muito inteligente. Ele teve dificuldade em encontrar um clube no qual ele pudesse crescer e desenvolver seu talento. Na próxima temporada ele vai jogar comigo, em Izmir. Ele ainda é muito novo, mas tem habilidade e uma condição física muito boa, uma postura legal, então eu acho que ele se tornará um levantador excelente em alguns anos. Nós vamos trabalhar para polir o jogo dele em todos os aspectos.

Saída de Rede – O Canadá venceu a segunda divisão da Liga Mundial com folga, até poupou vários titulares na maioria dos jogos. No entanto, ter enfrentado somente times cujo nível era claramente inferior ao da sua seleção, na reta final da preparação para a Olimpíada, não foi prejudicial?
Glenn Hoag – Não tivemos escolha nem tempo para amistosos, tínhamos que enfrentar aqueles times. Mas houve algo importante, ver o amadurecimento do grupo. Num passado recente nós teríamos perdido algumas partidas contra aquelas equipes e agora ganhamos mesmo com um oposto improvisado, pois não havia ninguém dessa posição à disposição. Depois da Liga Mundial (o Canadá bateu Portugal na final) nós focamos na preparação específica para os nossos adversários no Rio.

O que os cortes representam no time de Bernardinho?

O treinador chora após a classificação para a Rio 2016

Saída de Rede – Você começou seu trabalho como técnico da seleção em 2006. Que tipo de dificuldade enfrentou para elevar o nível do time ao padrão atual?
Glenn Hoag – A maior dificuldade é que o voleibol não é um esporte popular no Canadá, não há uma cultura em torno dele, como no caso do hóquei sobre o gelo. Nós não temos uma liga profissional, então os nossos jogadores mais jovens não jogam e treinam como deveriam, exceto por uns poucos que fazem do vôlei sua profissão desde cedo, mas na maioria dos casos eles são atletas-estudantes, então o desenvolvimento de um jogador dessa modalidade no Canadá acaba sendo demorado e isso se reflete na seleção.

Saída de Rede – Após três tentativas e dois ciclos completos, você conduziu o time às Olimpíadas. O que essa classificação para a Rio 2016 representa na sua carreira?
Glenn Hoag – A classificação pro Rio foi um momento marcante da minha carreira de técnico, porém o mais importante foi como chegamos lá e o que vamos fazer daqui em diante. Eu sempre procuro não me prender ao passado, mas quando nós atingimos metas importantes eu faço questão de agradecer a todos que me ajudaram a conseguir algo.

Saída de Rede – Quando termina seu contrato com a Volleyball Canada (organização responsável pela modalidade no país)? Vocês já conversaram sobre renovação ou depende do resultado no Rio?
Glenn Hoag – Meu contrato termina depois da Olimpíada e eu decidi não renovar. Vou focar no meu clube, em Izmir, na Turquia. Já são dez anos com a seleção, está na hora de relaxar um pouco durante o verão, quando não estou com o clube. Sabe como é, estou ficando velho (risos).

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Destaque canadense tem interesse na Superliga e quer medalha no Rio http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/06/20/destaque-canadense-tem-interesse-na-superliga-e-quer-medalha-no-rio/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/06/20/destaque-canadense-tem-interesse-na-superliga-e-quer-medalha-no-rio/#respond Mon, 20 Jun 2016 09:00:00 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=1139

O ponta Gord Perrin foi o maior pontuador do Pré-Olímpico Mundial disputado no Japão (fotos: FIVB)

Durante anos o oposto Gavin Schmitt foi a principal referência na seleção do Canadá. O veterano continua em alta, mas o time já não depende só dele para seguir adiante. Aposta do técnico Glenn Hoag desde os tempos de juvenil, o ponteiro John Gordon Perrin, 26 anos, 2,01m, é um dos pilares de uma equipe que se classificou para a Rio 2016 exibindo muitas qualidades e que será adversária do Brasil no Maracanãzinho em agosto.

Gord Perrin, que foi o maior pontuador e o segundo ponteiro mais eficiente no ataque no Pré-Olímpico Mundial, não quer fazer figuração na Rio 2016, quer medalha. Estar no grupo da morte, como ele define a chave com a presença de potências como Brasil, Estados Unidos, França e Itália, não assusta esse canadense que preferia o basquete quando adolescente, mas que mudou de ideia e até influenciou sua irmã, Alicia, meio de rede que acabou de disputar a segunda divisão do Grand Prix.

Depois de quatro anos jogando na Turquia e de um na Itália, ele seguirá para a Polônia na próxima temporada, vai jogar pelo Resovia Rzeszow. Mas o Brasil está nos seus planos. “Eu conversei algumas vezes com o Fred Winters sobre a experiência dele na liga brasileira e ele sempre falou coisas positivas. Eu gostaria de um dia jogar em um clube brasileiro”, afirma Perrin.

Confira a entrevista que o ponta concedeu ao Saída de Rede:

Saída de Rede – Como foi que o vôlei entrou na sua vida, quando começou a pensar nesse esporte como algo mais sério, a ponto de se tornar um jogador profissional? Sua irmã também joga. Voleibol está no sangue dos Perrin?
Gord Perrin – Sim, minha irmã também joga vôlei, nós crescemos praticando todo tipo de esporte quando crianças. Nossa família não é ligada ao voleibol, foi algo que surgiu por acaso. Na verdade, quando adolescente eu preferia jogar basquete, mas acabei praticando vôlei em um nível mais alto e a minha irmã seguiu os meus passos. Eu diria que passei a ver esse esporte de uma forma mais séria quando entrei para a universidade e fui convocado para a seleção juvenil. Aconteceu tão rápido, fui jogar profissionalmente no exterior.

Na adolescência ele preferia o basquete (Reprodução/Instagram)

Saída de Rede – Você é considerado um ponteiro completo, com muita regularidade. Qual seria sua maior deficiência?
Gord Perrin – Sempre tive orgulho em buscar ser completo, tentar ser bom em todos os aspectos do jogo. Eu vejo como algo de extrema importância no voleibol moderno ser bom em todos os fundamentos. Ainda procuro ser um sacador melhor, então diria que essa é a minha maior fraqueza. Também tenho trabalhado muito para melhorar minha defesa, quero estar entre os melhores nesse fundamento.

Saída de Rede – Falta de patrocínio, pouca atenção da mídia, baixa exposição no sistema escolar e nas universidades… Há muitos fatores interligados provocando a baixa popularidade dessa modalidade no Canadá. O que mais falta ao voleibol no país?
Gord Perrin – Aqui os esportes mais populares são aqueles que envolvem contato, como hóquei, futebol canadense (variação do americano), depois vem o basquete. Acho que é muito para o fã de esportes em geral acompanhar tantas modalidades. Nós passamos a receber mais apoio nos últimos cinco anos a partir do momento em que melhoramos nossos resultados. Espero que continuemos a crescer e que o vôlei conquiste mais espaço aqui no Canadá.

Perrin tenta salvar uma bola enquanto se desvencilha de Gavin Schmitt

Saída de Rede – Qual foi o peso das derrotas sobre a equipe, desde a tentativa de se classificar para Londres 2012 e outras pelo caminho, até chegar a essa classificação para a Rio 2016? Como você sentiu aquela derrota para Cuba, em janeiro deste ano, quando os canadenses eram favoritos para a vaga na Olimpíada do Rio?
Gord Perrin – Perder daquele jeito em Edmonton (no Pré-Olímpico continental) foi, de longe, a derrota mais dolorosa da minha carreira. Nós tínhamos expectativas tão altas, jogávamos em casa, com um ginásio cheio de fãs nos apoiando… Eu acho que sentimos a pressão e alguns jogadores não conseguiram jogar soltos.

Saída de Rede – Você acredita que, de algum modo, a derrota em Edmonton teve seu lado positivo, pois vocês foram forçados a treinar logo após a temporada de clubes para conseguir a vaga olímpica no qualificatório mundial, tiveram que se superar depois de um fracasso?
Gord Perrin – Sim, foi o caminho mais difícil, mas aprendemos muita coisa sobre nós mesmos enquanto equipe, fortaleceu o nosso caráter e no final provamos que deveríamos estar nas Olimpíadas.

Saída de Rede – A seleção canadense de vôlei masculino volta aos Jogos Olímpicos depois de 24 anos. Como a imprensa repercutiu a classificação e como isso foi recebido pelos fãs? Você acredita que há alguma chance do voleibol se tornar mais popular no país por causa da presença de vocês na Rio 2016?
Gord Perrin – Os fãs canadenses de vôlei estão muito animados com os nossos resultados e pela chance de ver a seleção numa Olimpíada. Sem dúvida, eu acho que aqueles que não conhecem bem ou não curtem o voleibol aqui no país vão acabar nos vendo nos Jogos Olímpicos e isso pode influenciar positivamente. É um evento gigantesco e todo mundo adora acompanhar, independentemente da modalidade. Acredito que estar nas Olimpíadas vai atrair muita gente no Canadá para esse esporte.

Saída de Rede – Como vocês se sentiram tendo que aguardar o resultado da partida entre Polônia e Austrália após terem derrotado a China na última rodada do Pré-Olímpico para a confirmação da vaga? E como se sentiram ao ver a seleção polonesa entrando em quadra com um time reserva?
Gord Perrin – Foi o momento de maior estresse da minha vida… Estávamos tão nervosos antes do jogo deles começar. A Polônia é uma equipe muito forte, os substitutos são tão bons quanto os titulares, mas você nunca sabe como vai se comportar um time que já está classificado. Mas assim que a partida começou, nós ficamos aliviados ao ver os poloneses jogando em alto nível, vencendo como deveriam.

Saída de Rede – Muito ansioso diante da proximidade da Olimpíada?
Gord Perrin – Voltamos nossa atenção para alcançar a melhor forma quando chegar a hora de competir no Rio de Janeiro. Nossa meta é chegar às semifinais e disputar uma medalha. É um objetivo ambicioso, muito difícil, mas estaremos prontos quando chegar a hora.

O ponta está na seleção principal desde os tempos de juvenil

Saída de Rede – O Canadá esteve muito perto de surpreender a Polônia e quase derrotou o Irã no Pré-Olímpico Mundial, perdeu essas duas partidas no quinto set. Ao longo desse ciclo, a seleção canadense mostrou que pode jogar de igual para igual com potências como Rússia, Brasil e Estados Unidos. Porém, também teve momentos ruins, apresentou muitos altos e baixos, mais do que o aceitável para um time que quer ascender à elite. Como você explica essas oscilações?
Gord Perrin – Uma das principais razões foram as lesões. Nós não temos um substituto à altura na saída de rede para o Gavin Schmitt, e ele esteve ausente na maior parte do tempo em duas temporadas por causa de contusões sérias, teve de encarar mais de uma cirurgia. Mesmo assim tivemos momentos em que mostramos que podemos jogar em alto nível, alguns jogadores mais jovens se desenvolveram ao longo do ciclo. Esses últimos anos foram importantes para o crescimento do nosso jogo, para apresentarmos um voleibol mais completo. Agora que o Gavin voltou e está em forma, somos uma equipe muito perigosa.

Saída de Rede – Vocês estão na segunda divisão da Liga Mundial, enfrentando alguns adversários cujo nível é baixo. Como isso pode afetar o ritmo da equipe com tão pouco tempo até a Rio 2016?
Gord Perrin – Alguns jogadores ganharam folga depois de emendar a temporada de clubes com o qualificatório no Japão. No começo da Liga Mundial algumas formações serão testadas e na sequência (esta semana) o time estará completo para três partidas em casa (a seleção canadense enfrentará Coreia do Sul, China e Portugal na cidade de Saskatoon). Vamos usar esses jogos e os demais para fazer alguns ajustes.

Saída de Rede – O Canadá caiu na mesma chave de Brasil, Estados Unidos, França e Itália, além do México. Como você avalia as chances de avançar às quartas de final, uma vez que disse que pensam em medalha?
Gord Perrin – Caímos no grupo da morte. Esses quatro primeiros times que você citou são da elite do esporte e certamente serão quatro jogos muito difíceis. No entanto, acreditamos que temos o necessário para desafiar qualquer equipe do mundo, vamos ao Rio para apresentar o nosso melhor voleibol e aí veremos se será o suficiente para passar da primeira fase. Nossa meta é mesmo disputar uma medalha.

Seleção canadense comemora vitória no Pré-Olímpico

Saída de Rede – O técnico Glenn Hoag te convocou para a seleção A quando você ainda era um juvenil, no final da década passada. Você demonstrava ter técnica e muito potencial, mas faltava potência no ataque. Como você resolveu esse problema? E o quanto Glenn foi importante no seu desenvolvimento como atleta? Pois além da seleção você treinou sob o comando dele por quatro anos no Arkas Izmir, da Turquia.
Gord Perrin – É verdade, quando eu cheguei ao time principal eu tinha um problema com a falta de potência, com meu condicionamento físico. Eu trabalhei esses aspectos durante um ano no nosso centro de treinamento (na cidade de Gatineau) para me tornar mais forte e ter a forma apropriada para jogar em alto nível. Quando eu fui para a liga turca, sob o comando do Glenn, ele me ajudou ainda mais a desenvolver minhas habilidades, além de me ensinar muito sobre o jogo. Trabalhei duro para melhorar meu ataque e vi a evolução a cada ano, tive boas temporadas com o Arkas Izmir, pude disputar a Liga dos Campeões da Europa e vencer a liga turca duas vezes.

Saída de Rede – Jogar na liga italiana, pelo Piacenza, acrescentou muito ao seu jogo?
Gord Perrin – Jogar na Itália foi muito importante para mim. A liga turca não é tão forte, tem poucos times bons. Já na Itália toda semana você disputa uma partida de alto nível, com saques e ataques muito fortes na maioria das equipes. Tive a chance de jogar ao lado de jogadores muito experientes e pude aprender com eles.

Saída de Rede – Na próxima temporada você vai para o Resovia Rzeszow, um dos clubes mais fortes da Polônia. O que você espera daquela liga?
Gord Perrin – Desde que disputei minha primeira partida na Polônia tem sido um sonho meu jogar na liga deles, a PlusLiga. A paixão que eles têm pelo voleibol, os fãs, são coisas que você não vê na maioria dos países. O Resovia é um dos times mais fortes do mundo e eu vou para lá para ajudar a brigar por títulos.

Perrin passando durante a Copa do Mundo 2015

Saída de Rede – Nós tivemos dois canadenses na Superliga, Fred Winters e Gavin Schmitt. Ainda que o Gavin não tenha ficado sequer uma temporada com o clube, por causa de seus problemas físicos na época, o Fred se adaptou facilmente ao estilo do voleibol brasileiro e ficou aqui por dois anos. Já considerou a possibilidade de jogar no Brasil? Que referências você tem dos fãs brasileiros?
Gord Perrin – Eu conversei algumas vezes com o Fred sobre a experiência dele na liga brasileira e ele sempre falou coisas positivas. Na minha primeira Liga Mundial nós estivemos no Brasil (na cidade paulista de São Bernardo do Campo), jogando diante de um ginásio cheio, foi incrível. Eu gostaria de um dia jogar em um clube brasileiro.

Saída de Rede – Você imagina como será enfrentar o Brasil numa Olimpíada, com torcida contra, em um ginásio lotado?
Gord Perrin – Enfrentar o Brasil nos Jogos Olímpicos, em pleno Rio de Janeiro, certamente será uma experiência que jamais vou esquecer. Eu estou muito animado para ir ao Brasil para a Olimpíada e acredito que o torneio de voleibol masculino será fantástico.

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Quem é quem na chave do Brasil no masculino na Rio 2016 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/06/06/quem-e-quem-na-chave-do-brasil-no-masculino-na-rio-2016/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/06/06/quem-e-quem-na-chave-do-brasil-no-masculino-na-rio-2016/#respond Mon, 06 Jun 2016 16:00:05 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=906 Confirmados os grupos do torneio de vôlei masculino das Olimpíadas pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB), o Saída de Rede traz uma análise dos oponentes que o Brasil terá na primeira fase, em agosto, no Maracanãzinho, em busca do tricampeonato.

O Brasil está no grupo A, ao lado de Estados Unidos, França, Itália, Canadá e México. Na chave B estão Rússia, Polônia, Irã, Argentina, Cuba e Egito.

Vamos aos adversários dos brasileiros na etapa inicial:

Anderson é um dos melhores do mundo (fotos: FIVB)

Estados Unidos
Os EUA, do ponta/oposto Matt Anderson e do levantador Micah Christenson, são uma seleção quase completa. Por que quase? A menos que o veterano ponteiro Reid Priddy esteja em condições de jogar como titular, a linha de passe fica comprometida, pois na entrada de rede o saltador Tyler Sander não domina a recepção como seus demais colegas – ainda assim, ele representa mais uma opção segura no ataque. Fora isso, é um time fortíssimo, com um dos melhores jogadores do mundo, Anderson, e um levantador que a cada ano demonstra mais consistência, Christenson.

Campeões da Liga Mundial 2014, bronze na edição de 2015 e campeões da Copa do Mundo 2015, os americanos querem reviver a glória do ouro olímpico conquistado em Los Angeles 1984, Seul 1988 e Pequim 2008. Há quatro anos, tinham um bom time, muito bem estruturado, mas caíram nas quartas de final para a Itália, que encaixou seu saque como nunca. Saiu Alan Knipe e entrou John Speraw, que estava com a seleção B, como treinador da principal. Os EUA são um forte candidato ao ouro.

N’gapeth lidera a seleção francesa

França
A França… Ah, a França… Qualquer fã de voleibol que não estivesse isolado do mundo nos últimos dois anos deve ter escutado muito a respeito do genial ponteiro Earvin N’gapeth e seus sensacionais companheiros. Sim, a seleção francesa merece os elogios que tem recebido, joga de forma veloz, variada e com um sistema defensivo invejável. Vale mencionar também os craques Jenia Grebennikov (líbero), Benjamin Toniutti (levantador, o favorito deste que vos escreve na posição) e Kevin Le Roux (central). Ressalte-se ainda a evolução do ponta Kevin Tillie e do central Nicolas Le Goff e diga-se também que o bom oposto Antonin Rouzier encaixa-se à perfeição no esquema estruturado pelo técnico Laurent Tillie. Pronto, temos um timaço.

O leitor pode perguntar que França era aquela que acabou de disputar o Pré-Olímpico Mundial. Ora, era uma equipe desgastada pela temporada de clubes, especialmente N’gapeth, e que sabia de antemão que para conquistar uma das quatro vagas não seria preciso engatar a quinta marcha. A Rússia havia provado mais cedo, no qualificatório continental, em janeiro, que os franceses não são imbatíveis – a equipe de Laurent Tillie vinha cheia de moral depois dos títulos da Liga Mundial e do Campeonato Europeu, ambos em 2015.

A França tem alguns problemas. As atitudes às vezes infantis ou até irresponsáveis de Earvin N’gapeth podem por tudo a perder. Foi assim contra a Polônia no Pré-Olímpico, quando a França tinha o jogo nas mãos para fechar em 3-0, desperdiçou quatro match points e tomou a virada. Mas o principal senão é a falta de um banco de reservas que possa manter o ritmo – os veteranos sentem o peso da idade e os novatos ainda não vingaram. Les Bleus são mesmo um time de sete jogadores. Ainda assim, podem subir no lugar mais alto do pódio. A França jamais chegou às semifinais em suas três participações anteriores, mas nunca foi tão bem cotada.

Juantorena estreou na Azzurra em 2015

Itália
Quando tinha apenas Ivan Zaytsev, fosse na entrada ou na saída de rede, a Itália exigia cautela dos oponentes. A chegada, em 2015, do ponteiro cubano naturalizado italiano Osmany Juantorena, um dos mais completos e melhores do mundo, tornou o time bem mais perigoso ou, para citar o técnico brasileiro Bernardo Rezende, “uma equipe muito mais interessante”. Zaytsev foi definitivamente deslocado para a posição de oposto. Some-se aos dois craques a desenvoltura do levantador Simone Giannelli, que completará 20 anos durante as Olimpíadas, mas que joga com a segurança de um veterano.

A Itália mudou de técnico na temporada passada, logo depois do término da Liga Mundial, antes da Copa do Mundo, onde foi vice-campeã. Saiu o conservador Mauro Berruto, que brigou com alguns atletas, e entrou Gianlorenzo Blengini. É verdade que houve pouco tempo para que o novato aplicasse seus conceitos, mas ninguém pode negar que ele fez bom uso, pelo menos até aqui, do seu trio principal e de outros bons jogadores. Uma vantagem da Azzurra é que é um time que sabe sacar. Poucas equipes têm um rendimento tão bom no saque, o que já os salvou diversas vezes. Está um pouco abaixo de Brasil, EUA e França, mas a diferença é mínima e não se pode descartá-la como candidata ao inédito ouro olímpico – os italianos acumulam duas pratas, dois bronzes e desde Atlanta 1996 estão nas semifinais das Olimpíadas.

Perrin é o principal ponteiro canadense

Canadá
Os canadenses vêm para sua quarta participação olímpica, interrompendo uma espera que durava 24 anos, desde Barcelona 1992. A melhor campanha deles foi em Los Angeles 1984, quando terminaram em um honroso quarto lugar. O atual técnico da equipe, Glenn Hoag, era meio de rede naquele time. Hoje ele é um estrategista, que criou um sólido sistema defensivo, elogiado até mesmo pelo exigente Bernardinho.

A seleção canadense tem seu trio de sustentação no oposto Gavin Schmitt, no ponta Gord Perrin e no levantador Tyler Sanders. O oposto teve uma passagem relâmpago pelo Brasil na Superliga 2015/2016, quando jogou apenas um set e voltou ao seu país para ser operado, devido a uma fratura por estresse na tíbia. Recuperou-se em três meses, a tempo de ajudar sua equipe a conseguir a vaga no Pré-Olímpico Mundial. Perrin foi uma aposta de longo prazo de Hoag, que o convoca para a equipe principal desde os tempos de juvenil – atualmente tem 26 anos. Ele é hoje um dos melhores pontas do mundo e na próxima temporada fará companhia a Schmitt no Resovia Rzeszow, clube polonês. Sanders é seguro na armação, tem velocidade e variedade – vai para a liga turca, jogará sob a batuta de Hoag no Arkas Izmir.

O restante do time varia entre bom e razoável, mas a estrutura montada por Glenn Hoag permite aos canadenses sonhar em incomodar os grandes. O problema da equipe é a oscilação. Neste ciclo, por exemplo, o Canadá derrotou a Rússia nas finais da Liga Mundial 2013, mas conseguiu perder, em casa, para os juvenis cubanos na disputa do Pré-Olímpico continental – mesmo sem contar com Schmitt, foi surpreendente, ainda mais em sets diretos. Os canadenses estão um degrau abaixo dos quatro mais fortes da chave, mas é bom não subestimá-los. Se Perrin e Schmitt estiverem num bom dia, sai de baixo – os dois foram, respectivamente, primeiro e segundo maiores pontuadores do qualificatório mundial, ficando entre os dez primeiros em eficiência.

Jogadores mexicanos comemoram a classificação

México
O México foi presenteado com uma vaga que surgiu em uma repescagem que nunca foi explicada pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB). Injustiças à parte, eles entraram em quadra, na Cidade do México, e conseguiram o bilhete para as Olimpíadas – será sua segunda participação, após a de 1968 como país-sede. O que têm a oferecer? Pouco. É a equipe mais fraca do torneio. Se conseguirem arrancar um set de qualquer um dos cinco adversários, já podem se dar por satisfeitos. Erram muito, pecam em todos os fundamentos.

Antes da repescagem, eles disputaram, também em casa, a desprestigiada Copa Pan-Americana. Acabaram na quarta colocação, abaixo das seleções sub23 de Cuba e Argentina, campeã e vice, respectivamente, e ainda da equipe B do Canadá. Os mexicanos virão ao Rio de Janeiro para ganhar experiência.

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França se redime e passa sem susto pelo Irã http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/05/31/franca-se-redime-e-passa-sem-susto-pelo-ira/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/05/31/franca-se-redime-e-passa-sem-susto-pelo-ira/#respond Tue, 31 May 2016 09:46:40 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=786 O bloqueio foi o fundamento mais destacado da França na vitória sobre o Irã (fotos: FIVB)

O bloqueio foi o fundamento mais destacado da França na vitória sobre o Irã (fotos: FIVB)

Quando trocou o espetáculo pela eficiência e o sorriso gratuito pela relação entre bloqueio e defesa, a França venceu o Irã por 3 sets a 0, com parciais de 25-20, 25-18, 25-22, pelo Pré-Olímpico Mundial. Sem as oscilações da vitória contra a China nem a displicência da derrota para a Polônia, os franceses jogaram para vencer sem imprevistos. O nome da partida foi o ponteiro Kevin Tillie, discreto e eficiente, como foi o voleibol do time na madrugada desta terça-feira.

O Irã atuou desfalcado do oposto Amir Ghafour, com dores no joelho. A ausência de seu maior pontuador na competição, se foi sentida pela equipe, não transpareceu nos números: Shahram Mahmoudi foi o titular da saída de rede, fez 19 pontos e foi o principal anotador da partida. A questão é que os iranianos encararam a melhor apresentação da França no torneio.

Earvin N’gapeth, com 8 pontos, nem precisou se desdobrar. O oposto Antonin Rouzier, com 18 anotações, e o ponteiro Kevin Tillie, com 13, foram os principais pontuadores do time. Destacaram-se também os centrais Le Roux e Le Goff, cada um com 3 pontos de bloqueio, fundamento em que os Bleus golearam por 11 a 2.

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O 3-0
Depois de um começo equilibrado na primeira parcial, a França começou a deslanchar a partir de um bloqueio simples de Le Roux sobre o central Seyed Mousavi. A partir daí, com 11 a 10 no placar para os europeus, o sistema defensivo francês ajustou-se ao ataque adversário e dominou as ações. Mesmo sem um saque que tirasse o passe da mão do levantador Marouf, a França abriu uma diferença tranquila para chegar à reta final do set sem ser perturbada.

No segundo set, o time comandado por Laurent Tillie construiu a vantagem vencedora aos poucos. O placar dilatado foi mérito de quem recebeu de bom grado os erros cometidos pelo Irã no saque, aproveitou as oportunidades que surgiam em contra-ataques e, sobretudo, bloqueou.

O Irã, no terceiro set, se empolgou com um ace do ponteiro Ebadipour e começou a quebrar o passe francês. A vantagem era de 12 a 8 para os adversários quando os campeões da Europa pediram tempo. Ao cabo das instruções do treinador, o jogo voltou ao ritmo dos sets anteriores.

A França se aproximou sorrateiramente, sem uma sequência de saques que mereça registro, mas eficiente na defesa e no contra-ataque. Numa bola de sorte, Rouzier atacou com ajuda da rede e empatou o set em 16-16. A virada, em 20-19, veio com novo contragolpe do jogador da saída de rede, que foi o nome do set. Num triplo sobre Mahmoudi, a França abriu 23-21 e fechou a partida numa cortada de Kevin Tillie.

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Gordon Perrin foi o maior pontuador do Canadá na primeira vitória da equipe no Pré-Olímpico

Gord Perrin foi o maior pontuador do Canadá na primeira vitória da equipe no Pré-Olímpico

Enfim, uma vitória canadense
O Canadá gosta mesmo de se complicar. Pelo menos desta vez saiu de quadra com a vitória, a sua primeira em três jogos. Depois de perder para Polônia e Irã no tie break, novo quinto set contra os australianos, mas com desfecho favorável para os canadenses (25-19, 24-26, 20-25, 29-27, 15-11). Detalhe: o time havia vencido o primeiro set e liderava o segundo por 24-22 quando levou quatro pontos seguidos. No 24-23, o Canadá tomou um ace numa bola que ia claramente para fora, deixando de fazer 2-0.

Dois fatores atrapalharam a vida dos americanos do norte. Um deles foi a quantidade de erros, alguns infantis (o levantador reserva entra em quadra no final do terceiro set e, na primeira jogada, enfia a mão na rede tentando uma bola de segunda), totalizando 31 – o adversário cometeu 21. O outro foi o oposto australiano Thomas Edgar, que deu o ar da graça depois de ficar a maior parte do tempo no banco na derrota por 0-3 para o Irã na estreia e de jogar para o gasto na vitória de 3-1 sobre a insossa Venezuela. Na noite passada, ele foi o nome do jogo, apesar da derrota australiana. Sem demonstrar sinais de incômodo com o estiramento abdominal que sofreu há algumas semanas e que claramente o atrapalhava até a partida do final de semana contra os venezuelanos, Edgar marcou 33 pontos, sendo 31 de ataque, com aproveitamento de 62% – marca admirável em condições normais, ainda mais na atual situação, em que ele jogou com uma proteção no abdômen.

Pelo Canadá, o nome do jogo foi o eficiente ponteiro Gord Perrin, o melhor da entrada de rede em sua equipe, com 25 pontos, 23 deles no ataque, eficiência de 54,8%, muito boa para quem compõe a linha de passe. Aposta do técnico Glenn Hoag desde os tempos de juvenil, aos 25 anos Perrin se destaca no time, ao lado levantador Tyler Sanders, além é claro da estrela do time, o oposto Gavin Schmitt, que fez sua pior apresentação até aqui, mas ainda assim marcou 23 pontos. Outro que assinalou 23 pontos foi o ponteiro Nicholas Hoag, que foi irregular no ataque, mas compensou no saque, marcando sete aces e complicando o passe australiano outras tantas vezes.

O Canadá chega a quatro pontos e tem pela frente a obrigação de vencer três jogos, contra Venezuela, Japão e China, podendo até perder para os favoritos franceses. Se cair diante de mais alguém, vai depender de resultados alheios.

A Austrália, que também tem quatro pontos, ainda vai encarar poloneses e franceses – vencê-los soa como uma missão quase impossível. Tem chances contra Japão e China, seus outros adversários, mas começa a depender de uma combinação de resultados. Hoje, além da verdadeira estreia de Thomas Edgar, o time bloqueou melhor e cometeu menos erros, mas talvez tenha acordado tarde.

Outros resultados
A China venceu a Venezuela por 3 sets a 0 (25-16, 25-18, 25-15) e chegou a duas vitórias e seis pontos no Pré-Olímpico. Se, por um lado, os representantes da América do Sul, ainda sem nenhum ponto, têm chance apenas matemática de classificação, por outro, os chineses, que ainda terão Polônia, Irã, Austrália e Canadá pela frente, podem sonhar tanto com o bilhete asiático para a Rio 2016 quanto com uma das três vagas de ampla concorrência em disputa.

A Polônia fez sua obrigação e despachou o time da casa por 3-0 (25-22, 25-16, 25-23), liderando o torneio com sete pontos, o mesmo total dos franceses, mas os europeus do leste têm três vitórias, contra duas do time de N’gapeth. O Japão, que na segunda rodada foi sido surpreendido pela China, sabe que só pode perder para a França, cujo nível é bem superior ao seu. Diante de Austrália, Canadá e Irã, se cair, provavelmente dará adeus a Rio 2016. Na partida entre poloneses e japoneses, o destaque foi o veterano central Marcin Mozdzonek, maior pontuador, com 13, sendo nove no ataque e quatro no bloqueio.

Quarta rodada
O Pré-Olímpico Mundial prossegue desta terça para quarta-feira, com quatro jogos, todos transmitidos pelo canal da FIVB no YouTube. Veja a tabela da quarta rodada, com horário de Brasília:

22h10 – Canadá x Venezuela (terça-feira)
0h55 – França x Austrália
3h40 – China x Polônia
7h15 – Japão x Irã

* Colaboraram Carolina Canossa e Sidrônio Henrique

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Canadenses da Superliga têm destinos opostos no Pré-Olímpico http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/05/27/canadenses-da-superliga-tem-destinos-opostos-no-pre-olimpico/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/05/27/canadenses-da-superliga-tem-destinos-opostos-no-pre-olimpico/#respond Fri, 27 May 2016 19:00:58 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=643

Schmitt teve passagem rápida pelo Funvic Taubaté (fotos: FIVB)

O Canadá causou surpresa quando perdeu a chance de se classificar para a Rio 2016 ao ser derrotado por Cuba no Pré-Olímpico da Norceca (Confederação da América do Norte, Central e Caribe), em janeiro. Mas agora, mesmo diante de uma tarefa mais complicada no Pré-Olímpico Mundial, a equipe mantém a confiança em alta, especialmente pela volta do oposto Gavin Schmitt, que no início do ano passou por uma cirurgia devido a uma fratura por estresse na tíbia. Ele deveria ter sido titular do Funvic Taubaté na Superliga 2015/2016, mas teve de deixar o clube, em comum acordo, por causa do problema físico que o impedia de jogar. Já o ponteiro Fred Winters, que nas duas últimas temporadas era do multicampeão Sada Cruzeiro, foi cortado da seleção e não disputará o qualificatório.

“Estamos prontos, em melhor forma do que estávamos em janeiro. Gavin está de volta e Nicholas (Hoag, ponta) também, o que nos ajuda muito na estratégia de ataque e de saque”, disse ao Saída de Rede o técnico Glenn Hoag.

Pela primeira vez desde que estreou no time nacional em 2003, o ponteiro Fred Winters está fora, ele que há um mês foi dispensado do Sada Cruzeiro, após o final do período 2015/2016. “Decidi não incluir Winters entre os 14 que vão jogar no Japão”, completou o treinador, justificando a decisão por critérios meramente técnicos, mas sem revelar detalhes. O ponta era reserva na seleção havia alguns anos.

Winters jogou duas temporadas pelo Sada Cruzeiro

Outras ausências, essas devido a contusões, são do oposto reserva Dallas Soonias e do levantador Dustin Schneider. Veteranos, ambos integravam o time canadense desde a década passada. Sem Soonias ou outro atacante de saída de rede além de Schmitt na lista de 14 atletas, é fácil deduzir que a função, nas inversões, será feita por um dos cinco centrais convocados, mas Glenn Hoag desconversa. Schneider vinha se revezando na armação com Tyler Sanders nas competições mais recentes. Este último assume a condição de titular, com Jay Blankenau como suplente.

Bola de Segurança
O que realmente anima o técnico é a volta de Gavin Schmitt. Não à toa. Em uma equipe boa tecnicamente, com “jogadores interessantes” (como apontou Bernardinho durante o Mundial 2014), o oposto de 30 anos e 2,08m faz a diferença ao disparar mísseis de uma altura de até 3,72m, seu alcance máximo no ataque. É a bola de segurança. Sem ele, o time cai bastante ofensivamente.

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A falta de ritmo é a maior ameaça ao seu desempenho, uma vez que Hoag garante que a condição física de Schmitt não é mais problema. A última competição dele foi a Copa do Mundo, em setembro de 2015, quando o Canadá ficou em sétimo lugar entre 12 países. Na sequência ele se apresentou ao Funvic Taubaté, seria o grande reforço do clube paulista na Superliga 2015/2016. Ao longo da carreira Schmitt havia atuado em ligas de prestígio, como a da Rússia e a da Turquia, e na próxima temporada vai para o Resovia Rzeszow, da Polônia. Mas no Brasil, sem condições de jogo, entrou em quadra apenas uma vez na Superliga, no segundo set contra o Sada Cruzeiro, no primeiro turno. Marcou somente três pontos e não jogou mais. Dias depois, voltou para o seu país e então começou uma corrida contra o tempo, de olho nos Jogos Olímpicos.

Enquanto seus companheiros se preparavam para enfrentar Cuba, México e Porto Rico no Pré-Olímpico, o oposto estava numa contagem regressiva para sua cirurgia. A expectativa era que, mesmo sem Schmitt, o Canadá não tivesse problemas para conquistar a vaga. Assim, o atacante voltaria durante a disputa da Liga Mundial 2016 – o time está na segunda divisão.

Técnico Glenn Hoag orienta o time durante a Copa do Mundo

Expectativa frustrada, retorno antecipado
Porém, o pior aconteceu durante o qualificatório da Norceca. Mesmo jogando em casa, na cidade de Edmonton, perdeu em sets diretos a partida decisiva, na última rodada, para uma equipe cubana repleta de juvenis, a mesma que eles haviam derrotado cinco vezes consecutivas nos confrontos mais recentes.

O desastre exigiu uma recuperação mais rápida de Gavin Schmitt, para que pudesse estar pronto para jogar no Pré-Olímpico Mundial. Após a cirurgia, em janeiro, ele foi para uma clínica especializada na reabilitação de atletas de alto rendimento, em Vancouver, no oeste do Canadá. Ficou lá por três meses, para acelerar o processo. Quando deixou o local, em meados de abril, os colegas o aguardavam no centro de treinamento, em Gatineau, cidade vizinha à capital Ottawa, do outro lado do país.

Com Schmitt de volta ao time, resta a eles agora uma missão mais complicada, no entanto possível, de conseguir a vaga para a Rio 2016 no Pré-Olímpico Mundial, em Tóquio, Japão. A competição começa logo mais, na noite desta sexta-feira (27), pelo horário de Brasília (veja tabela). São oito seleções na briga por quatro vagas, sendo que ao menos uma terá de ficar com um país asiático. As partidas serão mostradas ao vivo no canal da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) no YouTube. O torneio termina no dia 5 de junho.

Confrontos no Japão
Os canadenses encaram a forte Polônia na estreia, o que não chega a preocupar a comissão técnica, uma vez que perder para os poloneses e os franceses, as duas equipes da elite que disputam o qualificatório, não seria problema. Mas depois, na segunda e na terceira rodada, eles vão enfrentar Irã e Austrália, respectivamente. São dois adversários diretos na briga pelas vagas remanescentes, considerando o favoritismo das potências europeias. O outro rival na corrida por um lugar no Maracanãzinho em agosto é o anfitrião – duelam contra o Japão na sexta e penúltima rodada. O Canadá não pode sequer pensar em perder para Venezuela e China, teoricamente os mais fracos.

Caso se classifique, será a quarta vez que a seleção canadense de voleibol masculino vai às Olimpíadas, a última delas há 24 anos, em Barcelona 1992. Havia feito sua estreia como país-sede em Montreal 1976. Oito anos mais tarde, em Los Angeles 1984, sua melhor campanha, ficou em um honroso quarto lugar – Glenn Hoag era meio de rede naquela equipe.

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