Fabi – Blog Saída de Rede http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br Reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Tue, 31 Dec 2019 12:02:55 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Em temporada pré-olímpica, lesões viram preocupação extra entre os atletas http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/25/em-temporada-pre-olimpica-lesoes-viram-preocupacao-extra-entre-os-atletas/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/25/em-temporada-pre-olimpica-lesoes-viram-preocupacao-extra-entre-os-atletas/#respond Mon, 25 Nov 2019 09:00:14 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19164

Tandara diz ter voltado ao Brasil com o objetivo de se preparar melhor para a Olimpíada (Foto: Marcio Rodrigues/ACE/Divulgação)

A aproximação da Olimpíada traz aos atletas da elite do voleibol brasileiro não somente a expectativa de uma convocação, mas uma preocupação extra: como prevenir uma lesão que possa culminar num doloroso corte às vésperas da competição mais esperada por todos ao mesmo tempo em que é preciso ser profissional e se doar ao máximo pelos clubes que pagam seus salários?

Tandara Caixeta admite que este é um tema que percorre sua mente. Inclusive, a opção dela em deixar o voleibol chinês e defender o Sesc-RJ na atual Superliga foi feita justamente pensando em estar na melhor forma possível para defender a seleção brasileira em Tóquio 2020.

“Claro que existe a disputa por vaga com algumas jogadoras e é preciso tomar cuidados. Optei por estar no Brasil para me cuidar fisicamente e estar perto da minha família”, comentou a oposta, que jogou pouco nos últimos meses devido a uma séria lesão no tornozelo esquerdo sofrida enquanto defendia o Guangdong Evergrande. “Tudo influencia e, a partir do momento que a cabeça está tranquila, as coisas fluem. Era exatamente isso que eu queria. Me sinto mais leve aqui no Sesc”, garantiu.

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Com a experiência de duas medalhas olímpicas de ouro no currículo, a líbero Fabi também aponta que o aspecto psicológico é tão importante quanto o físico nesta reta final de ciclo olímpico.

“Como toda temporada que antecede os Jogos Olímpicos, os jogadores querem mostrar serviço. Fica sempre aquela contagem regressiva para saber quem estará na lista final. Os atletas tem que conter essa ansiedade, manter a cabeça focada, saber o que precisam fazer para se cuidar mentalmente e fisicamente ao longo do ano”, comentou a ex-atleta, que trabalha como comentarista do SporTv desde que se aposentou, em 2018.

Wallace ganhou um período extra de descanso antes de voltar a jogar pelo Sesc RJ (Foto: Divulgação/CBV)

Há, porém, quem prefira não pensar nisso. É o caso da ponteira Fernanda Garay, que, apesar de ser um nome bastante cotado para estar na lista de 12 convocadas por José Roberto Guimarães, diz que a seleção não é seu foco no momento.

“Eu tenho um desafio muito grande que é estar da melhor forma possível nesta Superliga. A seleção não está nos meus planos e representar bem o Dentil/Praia Clube é o meu primeiro objetivo. Se eu conseguir ter uma boa temporada e o Zé Roberto achar que eu possa contribuir com a seleção, é um outro momento, mas agora não estou pensando nisso”, garantiu.

Da parte dos clubes, o primeiro pensamento também é de foco total na Superliga, mas alguns cuidados extras também acabam sendo tomados. A equipe masculina do Sesc-RJ, por exemplo, vem desenvolvendo um trabalho especial com o oposto Wallace e o ponta Maurício Borges, dois prováveis convocados por Renan Dal Zotto para a Olimpíada.

“A nossa preocupação é termos os nossos atletas íntegros para toda a temporada, pois, se eles chegarem bem no final, consequentemente, também estarão bem para a seleção. É um cuidado que se tem todos os anos, mas, nesta temporada, aproveitamos para dar um longo período de descanso para o Wallace fazer uma temporada íntegra, fisicamente falando. Com o Borges também se trabalha numa continuidade de ganho de força, de velocidade e potência em virtude do que ele perdeu em virtude da cirurgia no joelho que ele fez na temporada passada”, explicou Giovani Foppa, preparador físico da equipe.

Fabi também aponta um “tempero extra” consequente de uma temporada pré-olímpica. Segundo ela, a briga entre os atletas por uma vaga nas limitadas convocações, que acabam por aumentar a competitividade dos torneios: “Além das jogadoras que já estão no radar da seleção, as que não estão vão querer mostrar seu vôlei. Vale a pena acompanhar. Quem estiver ligado na Superliga certamente vai assistir bons jogos, bons embates. Espero que seja um campeonato sem lesões e que todo mundo consiga jogar no mais alto nível”.

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Fabi: “Ser comentarista se assemelha com ser atleta, é preciso treinar” http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/08/fabi-ser-comentarista-se-assemelha-com-ser-atleta-e-preciso-treinar/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/08/fabi-ser-comentarista-se-assemelha-com-ser-atleta-e-preciso-treinar/#respond Fri, 08 Nov 2019 13:00:55 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19001

Apesar de algumas experiências quando ainda jogava, Fabi se tornou comentarista em 2018, quando deixou as quadras (Foto: João Cotta/TV Globo)

Jogadora de qualidade e dedicação reconhecidos nas mais de duas décadas em que foi atleta, Fabi tenta repetir estes atributos como comentarista de vôlei. Presença constante nas transmissões de vôlei do Grupo Globo/SporTv, e já devidamente escalada para diversos jogos da Superliga 2019/2020, que começa neste sábado (9), a ex-líbero diz não ter “pensado duas vezes antes de topar esse desafio”. Vê, inclusive, semelhanças com a antiga profissão.

“A forma de ser comentarista se assemelha a de ser atleta. Você precisa treinar, se dedicar, tentar se superar e fazer sempre mais e mais”, comentou Fabi, em entrevista ao Saída de Rede. “Espero ter um caminho longo para percorrer desse lado das câmeras e, de alguma forma, poder contribuir com o vôlei brasileiro”, afirmou.

Na conversa, dedicada justamente ao novo momento de sua vida profissional, Fabi, 39 anos, conta um pouco de sua rotina, que há quatro meses inclui os cuidados com a filha, Maria Luiza, a responsabilidade de falar o que está, de fato, acontecendo em um jogo sem ofender um atleta que eventualmente jogue mal, as lições de Marco Freitas, técnico e parceiro nas análises, além de, claro, do Sesc-RJ, time que defendeu a maior parte da carreira e busca, depois de um resultado inesperado na temporada passada, a recuperação na Superliga 2019/2020.

Confira abaixo:

Saída de Rede – Ser comentarista era algo que passava pela sua cabeça quando você ainda jogava? Como surgiu a oportunidade?

Fabi – Enquanto eu ainda jogava, muitas coisas passaram pela minha cabeça sobre como seria minha vida longe das quadras. Recebi o convite para ser comentarista quando ainda estava jogando. Quando saí da seleção, eu tinha uma agenda que me permitia comentar jogos da seleção brasileira, o que permitiu viver essa experiência antes mesmo de se tornar minha nova profissão. Logo no início vi que aquilo poderia ser legal, mesmo com todos os desafios que uma nova carreira oferece. Não pensava que isso seria minha vida, mas imaginava que poderia ser uma hipótese, porque é algo que gosto. O vôlei é a minha vida, vivi durante 20 anos dentro das quadras, então falar de vôlei é algo que me dá muito prazer. Ao mesmo tempo, é uma responsabilidade enorme estar ali analisando. É preciso estudar muito, estar sempre atenta às notícias, analisar atletas que estiveram ao meu lado em muitas batalhas e adversários contra quem disputei grandes jogos. É uma experiência muito interessante. Assim que pintou o convite, quando parei de jogar, não precisei pensar duas vezes para topar esse desafio. Estou curtindo bastante.

 

Fabi conquistou dois ouros olímpicos com a seleção brasileira, em 2008 e 2012 (Foto: Divulgação/FIVB)

 

SdR – Conte sobre a transição de “analisada”, como jogadora em quadra, para “analista”, em que você fica do lado de fora comentando o que está passando. O que foi mais difícil? Houve algum tipo de treinamento ou foi aprendendo com os jogos, quem mais te ensinou, etc?

Fabi – Sempre tive o costume de assistir aos jogos, às reprises das partidas e ficava sempre antenada com o que estava acontecendo, até para rever alguns lances e utilizar como forma de aprendizado. Era bacana escutar os comentaristas, sempre dando toques interessantes, e essa mecânica sempre me chamou atenção. Quando tive essa primeira experiência, vi o quanto era difícil estar ali, a necessidade de se preparar, ter sempre alguma coisa para falar e não ser repetitivo. Porque o vôlei é repetitivo, as coisas se repetem ao longo da transmissão e a gente precisa entender o timing certo para falar. Eu tenho a sorte de trabalhar com o Marco Freitas, que é um cara que sempre me ajudou nessa jornada. É um cara que está há mais de dez anos fazendo transmissões e é uma referência para todo mundo. Tive o privilégio de tê-lo como mentor e aprender, não só com ele, mas com toda a equipe nessa nova fase. A forma de ser comentarista se assemelha a de ser atleta. Você precisa treinar, se dedicar, tentar se superar e fazer sempre mais e mais. Espero ter um caminho longo para percorrer desse lado das câmeras e, de alguma forma, poder contribuir com o vôlei brasileiro.

E mais:

 Voleicast #12 comenta o equilíbrio de forças na Superliga masculina 2019/2020

– Melhor do mundo, líbero da França elogia defensores brasileiros

SdR – Como é sua rotina em dia de transmissão? Fica estudando em casa? Como conciliar o foco na nova profissão, em que você precisa estar sempre atualizada, com as necessidades de sua filha, que, como qualquer bebê, certamente demanda muito?

Fabi – É uma rotina muito interessante, porque cada dia eu tiro um tempo para ler as notícias, saber como estão os times e as seleções, acompanhar as competições nacionais e internacionais. É importante criar essa rotina para observar e ficar atenta. Criei uma pasta com arquivos sobre o esporte e vou atualizando a cada temporada. Isso me ajuda a ter dados relevantes para falar e é uma forma de acompanhar a evolução dos atletas e das seleções. Essa rotina teve que mudar com o nascimento da minha filha, que agora está com quatro meses. Tive o desafio gostoso de conciliar a maternidade e o meu trabalho.

 

Ex-líbero acredita na recuperação do Sesc-RJ nesta temporada Fabi conquistou dois ouros olímpicos com a seleção brasileira, em 2008 e 2012 (Foto: Divulgação/FIVB)

 

SdR – Como lidar com o compromisso com o público, em que você precisa falar que o jogador X ou Y está atuando mal, e as amizades que você estabeleceu ao longo de tantos anos no vôlei e nas quais uma crítica eventualmente pode ser mal interpretada pelos atletas?

Fabi – Fiquei 20 anos dentro das quadras e sempre tive o comportamento de alguém que é comprometido, de quem treina para dar o melhor. Hoje tenho o compromisso de ter uma opinião e falar aquilo que estou vendo. Tenho que interpretar, em cima da minha experiência, o que estou vendo naquele momento. Vou errar e acertar, isso faz parte da vida. Tenho muitos amigos no esporte, que vou levar para a vida. Tento ter senso de justiça. Sei que nem sempre vou acertar, mas vou fazer com a maior lisura possível, com a consciência tranquila. Temos que ter a certeza de que estamos desempenhando aquele papel da forma mais justa possível, esse é o compromisso que temos com o público. O vôlei tem um público fiel, que entende, que acompanha as competições e quer mesmo saber o que temos a dizer. Nem sempre será fácil falar certas coisas, mas tento sempre humanizar as minhas questões e ser justa, mesmo em um momento difícil. Tento fazer minhas análises e meus comentários com sinceridade e o máximo respeito.

SdR – O Sesc-RJ, equipe que você mais defendeu ao longo de sua carreira, vem de uma temporada ruim, onde pela primeira vez na história não chegou à semifinal. Como você analisa o time carioca e o equilíbrio de forças na edição 2019/2020 da Superliga?

Fabi – O Rio de Janeiro é um time extremamente vitorioso, que tem uma bonita história dentro do vôlei. Tive o prazer de participar durante 13 anos e contribuir para essa história incrível. É um time que mudou muito a minha vida, me deu a oportunidade de trabalhar sob o comando do Bernardinho e de sua comissão técnica. Tive a sorte de ser carioca e ter a oportunidade de defender o time da minha cidade durante tanto tempo. No ano passado, todo mundo ficou surpreso com essa ausência do time entre os quatro semifinalistas. É um time que se reforçou bastante para essa temporada, trouxe jogadoras experientes como a Fabiola e a Tandara, além da Amanda, que é uma atleta que passou mais de 10 anos no clube e retorna com status de jogadora de seleção brasileira. Certamente é uma equipe que vai brigar.

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Chateado, Heller analisa imbróglio envolvendo CBV e Comissão de Atletas http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/09/04/chateado-heller-analisa-imbroglio-envolvendo-cbv-e-comissao-de-atletas/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/09/04/chateado-heller-analisa-imbroglio-envolvendo-cbv-e-comissao-de-atletas/#respond Wed, 04 Sep 2019 09:00:48 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=18245

Após inscrição irregular de Montes Claros na Superliga, André Heller renunciou à presidência da Comissão de Atletas (Foto: Divulgação/André Heller)

Após conversar com o Saída de Rede sobre suas recordações acerca da conquista do lendário ouro olímpico em Atenas 2004, o multicampeão André Heller falou a respeito de seu desapontamento com a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), explicando os motivos que o fizeram renunciar, junto com os demais membros, ao cargo de presidente da Comissão de Atletas de Vôlei de Quadra.

Atual embaixador e coordenador da equipe Vôlei Renata, de Campinas, o ex-central também tem uma trajetória muito bem-sucedida trabalhando com coaching, gestão esportiva e de pessoas desde 2010. Como palestrante motivacional, costuma participar de diversos eventos por mês em escolas, empresas e universidades.

Mesmo com todas estas atividades, Heller assumiu a presidência da Comissão em 2016 pretendendo fazer com que a voz dos jogadores tivesse mais ressonância e peso nas decisões tomadas nos bastidores do esporte. Ainda faziam parte do grupo os ex-atletas Kid (vice-presidente) e Fabi, além de Renatinha e Lucarelli. Em termos práticos, a Comissão buscava atuar na defesa dos interesses dos profissionais e estabelecia uma espécie de ponte entre eles e a Confederação.

Uma crise, no entanto, se instaurou recentemente entre o grupo e a Confederação Brasileira de Vôlei. O estopim foi a inscrição, avalizada pela entidade, do time de Montes Claros – que atuará com o nome de América-MG – na Superliga masculina 2019/2020. A equipe mineira havia “alugado” sua vaga para o Corinthians-Guarulhos na temporada passada.

Contudo, de acordo com Fair Play financeiro que rege o regulamento da Superliga, para que a inscrição de Montes Claros fosse efetivada seria necessário que a equipe paulista, que terminou a última temporada na 9ª colocação, apresentasse uma lista com as assinaturas de jogadores e comissão técnica, comprovando o pagamento de todos os salários atrasados. Os profissionais, no entanto, se negaram a assinar o documento, uma vez que o Corinthians permanece em dívida. Montes Claros, então, processou os atletas e teve sua inscrição aprovada pela Confederação, causando indignação entre os integrantes da Comissão dos Atletas.

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Confira abaixo a entrevista em que André Heller comenta o caso:

Saída de Rede – Qual é o tamanho da decepção quando você lida com um fato como esse da Comissão?

André – Sinceramente, não foi um problema. Fiz uma escolha individual quando resolvi liderar, há alguns anos, esse processo com a Comissão de Atletas. Eu sabia de todas as possibilidades. Tinha convicção daquilo que eu queria, do meu objetivo e, em contrapartida, conhecia também a realidade. Sabia que a CBV [Confederação Brasileira de Vôlei] não concordaria com tudo o que a gente gostaria de fazer. Tinha noção de que poderia acontecer de os atletas não se engajarem também. E imaginava que poderia me indispor com várias pessoas, como aconteceu. Então eu sabia de tudo, mas estava disposto a isso. (…)

Houve um investimento financeiro de todos nós, colocamos dinheiro do nosso bolso nesse processo e alguns problemas aconteceram. Mas em momento algum isso nos desmotivou. Tivemos conquistas enormes, participamos de todas as reuniões ao longo desses anos com os clubes, federações, confederação. Estivemos presentes nas assembleias ordinárias organizadas pela CBV, participamos também daquelas que elegeram o presidente da entidade com direito a voto. Implantamos o Fair Play financeiro, que foi a maior conquista.

Mas, por uma opção da CBV de não seguir o regulamento estipulado por ela mesma e pelos clubes, aceitando uma equipe que não está inscrita regularmente no campeonato, nós nos reunimos e decidimos não mais fazer parte desse ambiente. Porque essa não é uma escolha técnica. É uma escolha moral e ética. Quando você opta por não seguir uma norma ou um regulamento, você está quebrando uma lei, uma regulamentação. Você segue pelo lado da antiética. Para mim, os valores da nossa Comissão e os meus valores pessoais são mais importantes.

As coisas mais importantes para mim são moral, ética e honestidade. O esporte me ensinou isso. E se a própria Confederação Brasileira de Vôlei não segue esta norma, eu não quero mais fazer parte. Por isso, todos nós decidimos renunciar porque além de todo o trabalho que nós vínhamos tendo e dos gastos financeiros, estávamos realizando um trabalho voluntário que nos tomava um tempo gigantesco. A partir dessa quebra de regra nós resolvemos que não mais estaríamos dispostos a abrir mão do tempo com a família e outros compromissos profissionais para estar nesse ambiente.

SdR – Mas em tudo você consegue ver um lado positivo, mesmo quando as coisas não saem da melhor maneira.

André – Sim, o esporte me ensinou isso também. Eu venho de uma família extremamente humilde. Os meus pais não tiveram a possibilidade de estudar, mas, com muita sabedoria, lutaram bastante para os três filhos estudarem. Eu tenho duas irmãs que são professoras há muito tempo no Rio Grande do Sul. Eu também amo a sala de aula. E é também uma questão de observação. Eu aprendi isso com a minha mãe, que é a maior líder da minha vida. Meus pais nos ensinaram que quando acontece um problema ou uma dificuldade, a gente pode optar por considerar isso uma derrota e se frustrar ou pode ver essa dificuldade como uma nova chance, uma possibilidade de tentar outra vez, mais fortalecido depois da experiência anterior.

Eu não quero, portanto, perder meu tempo, que é o nosso ativo mais precioso, pensando nos problemas que acontecem. Sempre tento refletir sobre o que eu posso fazer de melhor agora. Claro que não é fácil. Nós somos humanos e estamos sujeitos a falhas. Eu falho muito, inclusive. Mas é uma maneira de viver a vida que eu, sinceramente, escolhi para a minha família, esposa e filhos. As dificuldades não aparecem, elas já fazem parte do caminho. E quando você se depara com elas, é preciso decidir se você vai parar por aí ou se deseja seguir. Parece meio idealista, mas é uma forma de encarar a vida. E eu prefiro que seja assim.

*Colaborou Carolina Canossa

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Fabi abraça projeto para desenvolver coordenação motora de jovens http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/06/05/fabi-abraca-projeto-para-desenvolver-coordenacao-motora-de-jovens/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/06/05/fabi-abraca-projeto-para-desenvolver-coordenacao-motora-de-jovens/#respond Wed, 05 Jun 2019 09:00:14 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=17048

Fabi deixou o vôlei há pouco mais de um ano (Foto: Divulgação)

Toda habilidade que a bicampeã olímpica Fabi mostrou ao longo de 20 anos como líbero profissional agora servirá para ajudar outras pessoas. Aposentada das quadras há pouco mais de um ano, a ex-atleta é a nova embaixadora do método VI-VA de ensino, desenvolvido por mais de três anos para combater o analfabetismo motor.

Mas o que seria analfabetismo motor? Trata-se da incapacidade ou dificuldade em executar movimentos de maneira coordenada, inclusive na prática de esportes. Depois de avaliar milhares de crianças em todo o Brasil ao lado de sua equipe, o doutor em Educação Física Luiz Rigolin criou o método em 2015, já que boa parte delas estavam com o desenvolvimento motor atrasado.

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“Estou muito feliz em fazer parte do método VI-VA. O Luiz Rigolin é meu amigo e trabalhamos juntos em alguns times de vôlei. Quando fui convidada para apoiar o projeto, não tinha como não aceitar e me encantar por esse método, que visa não só o desenvolvimento da habilidade motora, mas também a conscientização dos pais em casa do que pode ser feito para ajudar nesse sentido”, destacou Fabi, que em breve será mãe pela primeira vez.

Rigolin, por sua vez, destacou a capacidade da nova embaixadora de seu método. “Além do esplendoroso currículo no voleibol, existem mais dois atributos que a Fabi possui e que são poucos atletas que possuem: um vasto repertório motor e uma excelente coordenação. Em razão deste conjunto de características, a Fabi consegue realizar diferentes movimentos com extrema qualidade, fato que tem tudo a ver com o método VI-VA”, destacou o profissional, que já aplica seu trabalho em diversas escolas de futebol pelo Brasil.

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Dez anos do ouro em Pequim: como o Brasil se superou e calou os críticos? http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/08/23/dez-anos-do-ouro-em-pequim-como-o-brasil-se-superou-e-calou-os-criticos/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/08/23/dez-anos-do-ouro-em-pequim-como-o-brasil-se-superou-e-calou-os-criticos/#respond Thu, 23 Aug 2018 09:00:18 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=14149

Campanha brasileira na China teve apenas uma derrota em 25 sets disputados (Foto: Cameron Spencer/Getty Images)

O placar apontava 19 a 19 com o Brasil vencendo a final olímpica de Pequim 2008 por 2 sets a 1 quando o técnico José Roberto Guimarães colocou Sassá em quadra para sacar no lugar de Paula Pequeno. A reserva, porém, lançou a bola um pouco longe demais, comprometendo o movimento, acertando a rede e dando um ponto de graça para os Estados Unidos. A tensão, inerente a um jogo daquele quilate, era ainda maior por conta do histórico de “quases” que deu ao longo daquele ciclo olímpico a cruel alcunha de “amarelonas” à seleção brasileira feminina de vôlei.

Estar tão perto e não subir ao ponto mais alto do pódio havia sido a trajetória do time na final do Mundial de 2006, que terminou com vitória da Rússia no tie-break e nos Jogos Pan-americanos de 2007, quando diante de um Maracanãzinho lotado o time sucumbiu para Cuba novamente no quinto set. Isso sem contar a semifinal da Olimpíada de Atenas, em 2004, quando a virada veio mesmo após a equipe ter ficado a um ponto da vitória, com um 24 a 19 na quarta parcial. O fantasma da falha no momento decisivo perseguia as brasileiras, especialmente Mari, Fofão, Walewska, Sassá, Valeskinha e Fabiana, remanescentes da tragédia grega, além do treinador José Roberto Guimarães e sua comissão técnica.

Mas por que na China a história da seleção teve um outro final, bem mais feliz? “Parecia que estava todo mundo em estado alfa. Todo mundo ligado para não deixar escapar a nossa meta. Poucas vezes na minha carreira senti um grupo em tão grande sintonia”, relembra Paula Pequeno, eleita a melhor jogadora da competição. De fato, após o erro de Sassá em um momento estratégico, o grupo não se abalou e, com três bloqueios encaminhou a vitória sacramentada em um erro de ataque de Logan Tom, melhor jogadora americana na ocasião. Final: 3 sets a 1, parciais de 25-15, 18-25, 25-13 e 25-21.

Paredão: bloqueio foi um dos pontos fortes da seleção no torneio (Foto: Cameron Spencer/Getty Images)

A jogada que resultou em um dos bloqueios naquela reta decisiva de set, no 21 a 20, é emblemática para mostrar a superação do Brasil. Após saque de Walewska, a líbero Davis recepciona e manda na mão da levantadora Berg. A armadora aciona pela posição 4 Tayyiba Haneef-Park, gigante de 2,01m, que ataca em diagonal por cima do bloqueio. No fundo da quadra, a própria Walewska consegue fazer a defesa, mas sem o controle da bola, que escapa para fora. Ainda em quadra por uma decisão ousada de Zé Roberto (o esperado seria que Paula Pequeno, em grande forma, tivesse voltado), Sassá dá um pique de quatro metros e salva a jogada. Mari manda para o outro lado. O time se recompõe rapidamente e Fabiana consegue um bloqueio na china executada por Danielle Scott-Arruda.

Termômetro de um time bem treinado e focado, o bloqueio foi um dos pontos altos daquela campanha brasileira que teve apenas um set perdido, justamente o da final. E olha que o Brasil não teve facilidade no torneio: de todas as grandes seleções do mundo à época, a única que não esteve no caminho verde-amarelo foi Cuba, que terminaria na quarta colocação. “Essa geração foi muito resiliente, soube esperar a hora certa. Caiu várias vezes, mas sempre teve força para se levantar. Acho que resiliência resume bem o que passamos antes da conquista”, resume a central Walewska.

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Foi um daqueles raros momentos esportivos em que todo mundo de uma equipe joga muito bem – Sheilla, por exemplo, atacante de talento incontestável, destacou-se mesmo no bloqueio, formando um paredão ao lado de Fabiana. No ataque, as ponteiras Mari e Paula Pequeno viveram momentos sublimes, premiando o arrojo da comissão técnica em escalar as duas como titulares, ainda que ambas tivessem claras dificuldades no passe. Tamanha confiança pode ser explicada porque a levantadora e líder do time era Fofão, veterana habilidosa que sabia viver ali sua última grande chance de ganhar o ouro.

E pensar que, por pouco, Fofão não esteve ali. Sentindo-se injustiçada pela opção de Zé Roberto em dar a titularidade de Atenas 2004 para Fernanda Venturini, a paulista havia decidido deixar a seleção após o quarto lugar naquela Olimpíada. O treinador, porém, pediu que ela voltasse e foi atendido. A exigência era que a situação não se repetisse, o que foi reforçado quando Fernanda, com o apoio da opinião pública e do então presidente da CBV, Ary Graça, se ofereceu para voltar à seleção a apenas quatro meses do início da Olimpíada chinesa. Ali Fofão foi clara: era ela ou Fernanda. Zé ficou do lado dela e certamente não se arrepende de sua escolha.

Semi contra a China foi complicado, apesar do 3 sets a 0 (Foto: Jeff Gross/Getty Images)

Em sua biografia, “Toque de Gênio”, Fofão lembra que o jogo mais decisivo da campanha em Pequim não foi a final, mas sim a semi contra a China. É que, não bastasse estar diante do forte time de casa, que estava em busca do bi, ainda havia o fato de a seleção feminina ter perdido nas quatro tentativas de chegar à decisão olímpica até então, em Barcelona 1992, Atlanta 1996, Sidney 2000 e Atenas 2004. “Aquele era o jogo mais importante das nossas vidas”, define Fofão. Nervosos, ambos os times erraram demais no primeiro set, mas a vitória por 27 a 25 deu a confiança necessária para o Brasil embalar e calar os 13 mil torcedores que lotavam o ginásio de Pequim com uma vitória por 3 sets a 0.

LEVANTAMENTO DE PESO E MENSTRUÇÃO

Os resultados obtidos em quadra são resultado direto da boa preparação física feita ao longo de todo o ciclo olímpico. Profissional responsável por essa área até hoje, José Elias de Proença conta que, após a derrota para a Rússia em 2004, a comissão técnica se reuniu e chegou à conclusão que faltava potência e força física às brasileiras. Iniciou-se então um trabalho de levantamento de peso intenso, semelhante ao executado pelos atletas que vão às Olimpíadas justamente para disputar o halterofilismo.

“Trabalhamos muito as técnicas de arranco, arremesso e agachamento. Algumas meninas suplantaram 130 kg de agachamento, o que é uma marca considerável para o peso corporal delas, por volta de 75 kg. Elas ficaram muito fortes e potentes”, conta Zé Elias. Junto com o departamento médico, passou-se também a monitorar o ciclo menstrual das convocadas, com o objetivo de aumentar o trabalho de força no período pós-menstruação contando com a ajuda dos hormônios.

Zé Elias trabalha com a seleção até hoje e auxilia na recuperação de jogadoras como Thaisa em sua clínica, a Dois Andares (Foto: Divulgação)

Por fim, os níveis de cortisol e testosterona também foram acompanhados e trabalhados via alimentação para que o stress não chegasse a um índice prejudicial às jogadoras. “Foi um trabalho conjunto sobre o qual o Zé Roberto costuma dizer que todas as variáveis foram favoráveis: elas estavam fortes fisicamente, mais seguras psicologicamente e havia um comprometimento do grupo. A gente notava na Vila Olímpica que era uma pessoa só andando enquanto grupo”, destaca.

Uma década depois, Paula Pequeno resume o sentimento gerado por aquele torneio: “Foi um momento especial para todas nós, que trabalhamos tanto e estávamos focadas na meta de conquistar a primeira medalha olímpica do vôlei feminino para o Brasil”. Já Walewska, que também tem o bronze em Sidney 2000 no currículo, lembra que a conquista pertence a muito mais atletas que as 12 convocadas na ocasião: “Esse ouro foi construído por muitas jogadoras. Por muitos anos, elas se sacrificaram sem nenhuma estrutura para que em 2008 toda essa dedicação e persistência fossem coroados. Todas merecem ser lembradas através desse símbolo de ouro”.

MVP da Olimpíada, Paula Pequeno voltará a defender o Osasco Audax nesta temporada(Foto; Cameron Spencer/Getty Images)

POR ONDE ANDAM AS CAMPEÃS OLÍMPICAS?

Carol Albuquerque – reserva no Osasco Audax, clube no qual vai para a terceira temporada seguida
Fabi – despediu-se das quadras ao término da última Superliga e virou comentarista da Globo/SporTV
Fabiana – Capitã do Praia, atual campeão brasileiro. Parou de jogar pela seleção com a derrota na Olimpíada do Rio
Fofão – Jogou até 2015, quando se aposentou das quadras aos 45 anos; tem participado de eventos sobre violência contra a mulher e lançou uma biografia este ano
Jaqueline – anunciou sua despedida da seleção em julho, mas ainda negocia com clubes para permanecer jogando
Mari – tirou 2017/2018 como temporada sabática e abriu uma loja de alimentação saudável em São Paulo
Paula Pequeno – depois de passagens discretas pelo Brasília e Bauru, volta ao Osasco nesta temporada
Sassá – Joga desde 2016 pelo Fluminense, onde passou a também exercer a função de líbero
Sheilla – grávida de gêmeas, não atua desde a Olimpíada do Rio 2016, mas não descarta voltar a jogar
Thaísa – única a seguir na seleção, tenta voltar à melhor forma após graves lesões no tornozelo e joelho
Valeskinha – foi campeã da Superliga B pelo Curitiba na última temporada e segue treinando com a equipe
Walewska – importante no título do Dentil/Praia na Superliga 17/18, transferiu-se para Osasco

CAMPANHA BRASILEIRA EM PEQUIM 2008

Primeira fase
Brasil 3 x 0 Argélia – 25-11, 25-11 e 25-10
Brasil 3 x 0 Rússia – 25-14, 25-14 e 25-16
Brasil 3 x 0 Sérvia – 25-15, 25-13 e 25-23
Brasil 3 x 0 Cazaquistão – 25-13, 25-06 e 27-25
Brasil 3 x 0 Itália – 25-16, 25-22 e 25-17

Quartas-de-final
Brasil 3 x 0 Japão – 25-12, 25-20 e 25-16

Semifinal
Brasil 3 x 0 China – 27-25, 25-22 e 25-14

Final
Brasil 3 x 1 EUA – 25-15, 18-25, 25-13 e 25-21

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Convocação para o Mundial tem retorno de estrelas e campanha #VoltaGaray http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/07/20/convocacao-para-o-mundial-tem-retorno-de-estrelas-e-campanha-voltagaray/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/07/20/convocacao-para-o-mundial-tem-retorno-de-estrelas-e-campanha-voltagaray/#respond Fri, 20 Jul 2018 09:00:18 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=13887

A lista inicial conta com um importante reforço em relação às convocações anteriores: a ponteira Natália (Crédito: Divulgação/FIVB)

Por Daniel Rodrigues

A Confederação Brasileira de Vôlei vem, nos últimos dias, divulgando a lista das primeiras atletas convocadas visando a preparação para o Campeonato Mundial Feminino, que será disputado de 29 de setembro a 20 de outubro, no Japão.

Ao todo, 15 jogadoras já foram chamadas: as levantadoras Dani Lins e Roberta; a oposta Tandara; as centrais Adenízia, Bia, Carol e Thaisa e as ponteiras Gabi, Natália, Amanda, Drussyla, Rosamaria e Fernanda Tomé, além das líberos Gabiru e Suelen. Um primeiro grupo se apresentou no Centro de Desenvolvimento de Voleibol (CDV), em Saquarema (RJ), na última segunda-feira (16), enquanto Dani, Thaisa, Tomé e Suelen começam a treinar no próximo domingo (22).

A lista conta com três importantes reforços em relação às convocações anteriores: a ponteira Natália, a central Thaisa e a levantadora Dani Lins. A nova contratação do Minas esteve tratando uma tendinite crônica no joelho direito durante os últimos três meses, visando estar em melhores condições físicas para o Mundial. Dani, por sua vez, teve sua primeira filha, Lara, no fim do mês de fevereiro, enquanto Thaisa passou os últimos meses se recuperando de grandes lesões no joelho e tornozelo. As três são referências em suas posições e reforços de peso na busca do primeiro título brasileiro na competição –  a seleção acumula três vices (1994, 2006 e 2010), além de um bronze (2014) na história do torneio

Em relação às brasileiras que estavam entre as 14 na Liga das Nações, competição em que o Brasil terminou na quarta colocação, não foram chamadas a levantadora Macris, a oposto Monique, a central Mara e Jaqueline, que anunciou aposentadoria da seleção.

Ainda no clima da convocação, na segunda (16) a ponteira Fernanda Garay postou uma foto em seu Instagram, desejando boa semana aos seus seguidores. O fato curioso não foi a postagem, mas sim os comentários das bicampeãs olímpicas Fabiana e Sheilla, com a # “VoltaGaray”. A jogadora do Praia Clube pediu dispensa da seleção em março para se dedicar mais à família e a vida pessoal, abdicando da disputa do Mundial. No entanto, os comentários das amigas podem deixar pistas de uma possível volta para o torneio. Não há dúvidas de que a seleção ganharia, e muito, se a gaúcha cedesse aos apelos e voltasse a vestir a camisa amarela.

O fato curioso não foi a postagem, mas sim os comentários das bicampeãs olímpicas Fabiana e Sheilla, com a # “VoltaGaray” (Crédito: Reprodução/Instagram)

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Quem brilhou na Superliga feminina? Confira a seleção do Saída de Rede http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/04/24/quem-brilhou-na-superliga-feminina-confira-a-selecao-do-saida-de-rede/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/04/24/quem-brilhou-na-superliga-feminina-confira-a-selecao-do-saida-de-rede/#respond Tue, 24 Apr 2018 09:00:21 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=12990

Tandara fez quase 200 pontos a mais que a segunda maior pontuadora (Foto: Guilherme Cirino/Saída de Rede)

Se há algo de que o torcedor de vôlei não pode reclamar da temporada 2017/2018 da Superliga feminina de vôlei, é de tédio: nos quatro torneios disputados na temporada (Superliga, Sul-americano, Copa Brasil e Supercopa), houve quatro campeões diferentes. Em algum momento, torcedores de Dentil/Praia Clube, Camponesa/Minas, Vôlei Nestlé e Sesc RJ viram suas equipes levantarem a taça. Com tabus caindo e hegemonias sendo destroçadas, o que não faltou foi emoção em quadra.

O torneio mais longo e mais badalado, a Superliga, recompensou um Praia que finalmente viu seu investimento se traduzir em uma medalha de ouro. Mas, como mostra a seleção do campeonato feita pelo Saída de Rede, subir ao ponto mais alto do pódio não foi fácil: das sete atletas escolhidas, somente uma, Fernanda Garay, e o técnico Paulo Coco defenderam a equipe de Uberlândia. Como prova do equilíbrio, integrantes de cinco agremiações estão na lista, sem contar as menções honrosas que contemplam atletas do Vôlei Bauru e do Pinheiros.

Dante, André e Fabi: o adeus de três grandes jogadores que engrandeceram o Brasil

Confira abaixo aquelas que, na nossa visão, se destacaram em cada uma das posições ao longo da Superliga, formando a equipe ideal do campeonato:

Oposta e MVP: Tandara (Vôlei Nestlé)

É estranho que o título de melhor jogadora de uma competição seja dado para alguém que sequer esteve na final, mas na Superliga 17/18 não há como tirar esse posto de Tandara. Vivendo uma fase magnífica na carreira, a atacante alcançou incríveis 626 pontos, quase 200 acima da segunda colocada, Fernanda Garay, que chegou aos 428 disputando duas partidas a mais. Pontuando acima dos 20 pontos em quase todas as partidas, ela foi a grande líder de um Vôlei Nestlé que esteve muito perto de eliminar o campeão Praia na semifinal

Levantadora: Carli Lloyd (Hinode/Barueri)

Recuperando-se de uma lesão no ombro, a americana chegou ao Brasil graças à boa percepção de mercado de José Roberto Guimarães. Estreou apenas no fim de janeiro, com o returno já em andamento, mas deu outra cara para a equipe de Barueri com seu estilo rápido e ousado. Nem precisou jogar muito (o time da Grande São Paulo foi eliminado nas quartas pelo vizinho Osasco), mas suas atuações foram suficientes para ela se destacar e despertar o interesse do Praia para a próxima temporada

Praia foi o grande campeão da Superliga feminina

Ponteiras: Fernanda Garay (Dentil/Praia Clube) e Mari Paraíba (Vôlei Nestlé)

Repatriada pelo time mineiro depois de quatro temporadas no exterior, Fernanda Garay provou semana após semana que é a principal ponteira brasileira em atividade. Apesar de não ter brilhado no passe, compensou no ataque e se agigantou na grande final, sendo um dos destaques dos quatro sets vencidos sobre o Sesc no Sabiazinho. Mari Paraíba, por sua vez, teve uma Superliga mais discreta, mas em uma edição onde as ponteiras em geral ficaram devendo, é preciso ressaltar sua importância na espinha dorsal de Osasco, segurando a linha de recepção tendo ao lado de uma jovem insegura como Angela Leyva. Eventualmente, até virava algumas bolas no ataque

Clique aqui e confira a seleção da temporada passada

Centrais: Carol Gattaz (Camponesa/Minas) e Mayhara (Sesc-RJ)

Aos 36 anos, a central do clube de Belo Horizonte viveu um dos melhores momentos de sua carreira, especialmente no ataque. Mais madura, ainda foi peça importante em um elenco que chegou a conquistar um título continental e, consequentemente, garantiu vaga no Mundial de clubes, no fim do ano. Uma pena que uma tendinite patelar no joelho esquerdo a impediu de estar em seu melhor nas semifinais contra o Sesc. Já Mayhara aproveitou muito bem a chance de ser treinada por Bernardinho e apareceu no top 5 tanto das estatísticas de melhor bloqueio quanto de atacante mais eficiente.

Líbero: Fabi (Sesc-RJ)

Na última temporada de sua brilhante carreira – fato que só tornou público minutos antes da segunda partida da final, Fabi manteve o alto nível ao qual estamos acostumados e foi peça-chave para o Sesc chegar longe em uma temporada tumultuada, com investimento abaixo dos rivais e lesões que afetaram algumas de suas principais jogadoras. Como bônus, ainda brilhou nos dois jogos da final, dando volume de jogo diante de um rival que tinha um verdadeiro arsenal ofensivo à disposição

Técnico: Paulo Coco (Dentil/Praia)

Honrou a responsabilidade de ter um elenco milionário em mãos e, depois de um excelente primeiro turno, conseguiu gerenciar o time em momentos difíceis, como as derrotas na decisão da Copa Brasil e no primeiro jogo da decisão da Superliga. O jogo de domingo, aliás, foi a cereja no bolo do trabalho deste competente treinador, pois o Praia atuou em alto nível e de forma agressiva contra o adversário disciplinado taticamente e que costuma errar pouco. Ganhar quatro sets seguidos do Sesc-RJ não é para qualquer um…

Menções honrosas (por ordem alfabética): Bia (Vôlei Nestlé – segundo ano seguido que atua em alto nível, especialmente no bloqueio), Bruna Honório (Pinheiros – com 412 pontos, foi mais eficiente que muita atleta consagrada), Claudinha (tantas vezes criticada, foi peça-chave para o Praia Clube se sagrar campeão), Fabiana (Praia – mostrou que ainda joga em alto nível), Nicole Fawcett (Praia – oscilou nos playoffs, mas voltou a jogar bem no fim da série semifinal e na disputa do título), Roberta (Sesc-RJ – tem melhorado cada vez mais a leitura de jogo) e Tifanny Abreu (sua presença melhorou demais o desempenho do Bauru)

Concorda? Discorda? A caixa de comentários está aberta para um debate em alto nível

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Dante, André e Fabi: o adeus de três ídolos que engrandeceram o Brasil http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/04/23/dante-andre-e-fabi-o-adeus-de-tres-idolos-que-engrandeceram-o-brasil/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/04/23/dante-andre-e-fabi-o-adeus-de-tres-idolos-que-engrandeceram-o-brasil/#respond Mon, 23 Apr 2018 09:00:46 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=12945

Dante, André Nascimento e Fabi: craques anunciaram aposentadoria neste fim de semana (fotos: FIVB)

Ver um ídolo deixar as quadras é inevitável com a passagem do tempo. Quando três deles dizem adeus no mesmo fim de semana, é impossível não lamentar a despedida ou lembrar suas conquistas, mas também perceber a grandiosidade do voleibol brasileiro. O ponta Dante Amaral, 37 anos, o oposto André Nascimento, 39, e a líbero Fabi Alvim, 38, encerraram a carreira de atleta. Cada um ressaltou o quanto a modalidade proporcionou a eles. A recíproca é verdadeira: os três deram muito ao vôlei, ajudando o Brasil a tornar-se ainda maior no cenário internacional.

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Em comum entre eles, além do talento e das conquistas, o perfil discreto. Mesmo vivendo parte da carreira em meio ao furor das redes sociais, jamais pediram atenção. Não precisavam. Craques, reluziam dentro de quadra. A torcida certamente não os esquecerá. Não há como.

Fãs poloneses dizem que Dante é o melhor. Alguém discorda?

Dante: uma joia lapidada
Quando aquele menino magrelo, de 19 anos, chegou à seleção brasileira adulta, em 1999, era improvável pensar que estava ali alguém que seria um dos melhores ponteiros de todos os tempos. Central na época de infantojuvenil, havia se tornado oposto. No ano seguinte, na Olimpíada de Sydney, era titular da equipe comandada por Radamés Lattari.

O Brasil perdeu nas quartas de final – uma inesperada derrota para a Argentina – e o treinador caiu. Mas estava ali a base de uma geração que seria uma das mais vencedoras de todos os tempos. Dante era um deles.

Quando o técnico Bernardinho assumiu a seleção masculina em 2001, tratou de deslocar o jogador de 2,01m para a entrada de rede. Via nele muito potencial como ponteiro. Dante não sabia passar. Veio o ultimato: “Aprende ou não fica”. E como ele aprendeu. Virou exímio passador. Tinhas deficiências no bloqueio, a ponto de Bernardinho brincar, dizendo que o atacante tinha medo de levar bolada. Com a ajuda do assistente Chico dos Santos, tornou-se um excelente bloqueador.

O ponteiro no ataque contra a Rússia na Liga Mundial 2013

Dante parecia jogar sem esforço. Sua pipe era uma pintura. Na hora de passar, sequer dobrava direito os joelhos, mas a bola quase sempre ia até o levantador. Não era muito fã de treinos, assim como outro gênio das quadras, a russa Lioubov Sokolova. Coisa de quem esbanja talento.

Pela seleção, foi campeão olímpico (Atenas 2004) e conquistou três mundiais (2002, 2006 e 2010). Foi ainda prata nas Olimpíadas de 2008 e 2012. Tinha vários admiradores nas seleções adversárias, entre eles o levantador americano Lloy Ball, o técnico russo Vladimir Alekno e o ponta polonês Michal Kubiak. Este último, em entrevista ao Saída de Rede, disse que o brasileiro foi uma de suas referências. “O Dante era aquele cara que fazia tudo muito bem”, afirmou Kubiak.

Disputou sua última temporada pela seleção em 2013, despedindo-se como vice-campeão da Liga Mundial. No ano seguinte, logo após a derrota para a Polônia na final do Campeonato Mundial, ainda no ginásio, Bernardinho lamentava não poder contar com o ponteiro, às voltas com uma lesão no joelho direito. O treinador até cogitou seu retorno, porém isso não ocorreu.

Dante brilhou, além do Brasil, nos campeonatos da Itália, da Rússia, do Japão e da Grécia. Encerrou a carreira no EMS Taubaté Funvic, na sexta-feira (20), após a derrota para o Sada Cruzeiro no quinto e último jogo da série semifinal da Superliga. Havia sido contratado para ser o primeiro reserva na entrada de rede. Com a lesão de Lucarelli, virou titular e correspondeu à altura.

O canhoto André Nascimento se prepara para decolar

André Nascimento: velocidade na saída de rede
O oposto canhoto André Nascimento foi mais uma cria do Minas Tênis Clube, agremiação que há décadas alimenta o voleibol brasileiro com talentos.

Quando em 2001 Bernardinho chamou para a seleção aquele oposto, de 1,95m, houve quem torcesse o nariz. “Quem é esse?”, perguntavam os céticos. Canha, como é chamado pelos colegas, respondeu logo – na bola.

Seu entrosamento com o então levantador titular Maurício Lima ocorreu rapidamente. Mas foi a partir de 2003 que o mundo viu uma das duplas mais fantásticas num esporte disputado por seis de cada lado. A sintonia entre André e o levantador Ricardinho (que virou titular na reta final do Mundial 2002) era estupenda – como você pode conferir no vídeo abaixo.

Canha fugia do perfil tradicional do oposto. Tinha explosão, claro, mas a velocidade era sua grande arma. Seu saque potente era citado como exemplo por Bernardinho às vésperas da Rio 2016 – oito anos depois de André ter deixado a seleção.

No entanto, havia quem desdenhasse, mesmo na década passada, quando o brasileiro estava no auge da forma. Foi o caso do central americano Ryan Millar: “O Brasil tem um grande time, os resultados comprovam, mas não tem atacante definidor na saída de rede”. Anota aí, Millar: Canha foi melhor atacante em diversas competições, incluindo a Liga Mundial 2001 e o Campeonato Mundial 2002, além de MVP na Copa dos Campeões 2005.

Com passagens pelas ligas da Itália, da Grécia e do Japão, André Nascimento despediu-se sábado (21) das quadras na Superliga B, como vice-campeão pelo Vôlei UM Itapetininga, ajudando o clube a ascender à elite para a próxima temporada.

Fabi em lance memorável contra a Coreia do Sul na Olimpíada de Londres, em 2012

Fabi: gigante em quadra
Fabiana Alvim de Oliveira foi peça fundamental nas duas maiores conquistas do vôlei feminino brasileiro: o bicampeonato olímpico (Pequim 2008 e Londres 2012). Muitos atletas sonham em participar dos Jogos Olímpicos. Fabi pertence ao seleto grupo dos que foram mais de uma vez e só conheceram o sabor do ouro.

Seu minguado 1,69m jamais foi empecilho para se destacar como uma gigante numa modalidade cada vez mais dominada por mulheres altas. Líbero, ela pertence ao nicho em que os pequenos (ou não tão grandes) comandam.

Surgiu na seleção adulta na conturbada passagem de Marco Aurélio Motta. Disputou o Mundial 2002, numa equipe boicotada pelas antigas estrelas e que, recheada de jovens talentos, ficou em um modesto sétimo lugar. José Roberto Guimarães assumiu o time em 2003 e Fabi seguiu sendo convocada, mas como segunda opção, depois de Arlene, que foi a Atenas 2004. A partir de 2005, ela se consolidou como dona da posição na seleção e se acostumou a ficar no pódio.

A líbero em quadra pelo então Rexona Sesc na Superliga 2016/2017 (Wander Roberto/Inovafoto/CBV)

Numa posição cogitada a partir de meados dos anos 1980, testada em 1996 e oficializada em 1998, Fabi é menção obrigatória. Uma das melhores da história, ela pode até não ter tido a técnica mais refinada, mas carregava um componente que conquista qualquer treinador, seja qual for a modalidade: autoconfiança. Nos momentos mais críticos, Fabi nunca se apequenou. Isso fez a diferença muitas vezes na seleção e nos clubes.

Além de bicampeã olímpica, foi cinco vezes campeã do Grand Prix, duas vezes da Copa dos Campeões e ainda ouro nos Jogos Pan-Americanos, entre outros títulos. Vestiu a camisa da seleção pela última vez na Copa dos Campeões 2013. A partir de 2005 foi contratada pela equipe de Bernardinho (atual Sesc), onde somou dez títulos de Superliga e quatro sul-americanos.

Fabi fez sua despedida neste domingo (22), na derrota do Sesc para o Dentil/Praia Clube na final da Superliga. A exemplo de Dante e André Nascimento, ela não disse adeus com uma vitória, mas o resultado da derradeira partida desses craques pouco importa diante do muito que fizeram pelo voleibol. Todos eles têm lugar garantido na história da modalidade e na memória do torcedor.

Nós, que tivemos o privilégio de vê-los em ação, dizemos muito obrigado.

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Campeã aos 38, Walewska confirma aposentadoria na próxima temporada http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/04/22/campea-aos-38-walewska-confirma-aposentadoria-na-proxima-temporada/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/04/22/campea-aos-38-walewska-confirma-aposentadoria-na-proxima-temporada/#respond Sun, 22 Apr 2018 20:53:29 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=12940

Walewska diz que bem estar físico foi fundamental para ela decidir continuar nas quadras (Foto: Guilherme Cirino/Saída de Rede)

“Acho que ainda tenho uma lenhazinha para queimar”. Foi assim que a central Walewska respondeu aos questionamentos sobre se deixaria ou não as quadras após a conquista inédita do Dentil/Praia Clube na Superliga feminina de vôlei. Aos 38 anos, a campeã olímpica em Pequim decidiu que vai atuar por mais um ano pela equipe de Uberlândia.

“Agora será mesmo minha última temporada”, comentou a jogadora, que também foi parte da seleção brasileira que ficou com a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Sidney, em 2000. “Tinha planos de ter filhos, mas isso foi adiado (…) O que importa é que ainda estou bem fisicamente e sendo efetiva. Isso me fez repensar se ia parar ou não”, explicou.

Com o anúncio de Walewska, o vôlei brasileiro deixa, ao menos temporariamente, de perder um outro grande nome. É que o fim de semana foi marcado pelas aposentadorias do ponteiro Dante, do oposto André Nascimento e da líbero Fabi, todos da mesma geração da central.

Outra atleta que continuará vestindo a camisa do Dentil/Praia Clube será Fernanda Garay. Repatriada para esta edição da Superliga após quatro temporadas no exterior, a jogadora já acertou a renovação do seu contrato, assim como o técnico Paulo Coco. “Continuo aqui. Estou muito feliz e grata a esse projeto que eu abracei e também me abraçou”, revelou a ponteira, um dos destaques da decisão.

Além de Wal e Garay, o Praia também negocia as contratações da levantadora americana Carli Lloyd, que atuou pelo Hinode Barueri, da ponteira Rosamaria, do Camponesa/Minas e da central Carol, que estava vestindo as cores do Nilufer, da Turquia.

Jogadoras e comissão técnica do Praia celebram a conquista após virada na final

“VIEMOS PRA FICAR”

Ao analisar a conquista após uma vitória em quatro sets sobre o Sesc-RJ na grande decisão deste domingo (22), o técnico Paulo Coco relembrou as dificuldades enfrentadas ao longo dos últimos meses, como as lesões de Nicole Fawcett, Fernanda Garay e Walewska, além da quebra de tabus como nunca ter vencido o Sesc e bater Osasco no ginásio José Liberatti.

“Foi a coroação de um trabalho e, apesar das dificuldades, a equipe mostrou muito brio. Era uma pressão enorme em virtude do investimento e da qualidade da equipe”, admitiu o treinador, aliviado. “Fizemos história no vôlei brasileiro acabando com essa hegemonia do Rio, que foi mérito deles. Mas o Praia veio pra ficar”, avisou.

A central Fabiana explicou o que mudou em relação ao duelo da semana passada, vencido pelo Sesc por 3 a 1. “Viemos com uma postura diferente e colocando o nosso ritmo, o que não havíamos conseguido na primeira partida. Isso fez a diferença”, analisou.

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Praia frustra despedida de Fabi e é campeão da Superliga pela primeira vez http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/04/22/praia-frustra-despedida-de-fabi-e-e-campeao-da-superliga-pela-primeira-vez/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/04/22/praia-frustra-despedida-de-fabi-e-e-campeao-da-superliga-pela-primeira-vez/#respond Sun, 22 Apr 2018 14:32:34 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=12924

Com grande atuação de Fernanda Garay e Nicole Fawcett, Praia encerra sina do quase e finalmente chega ao topo do vôlei brasileiro (Fotos: Wander Roberto/Inovafoto/CBV)

A missão do Dentil/Praia Clube era duríssima, mas não impossível: vencer quatro sets diante do maior campeão da história da Superliga, o Sesc-RJ, de Bernardinho, para ficar com a taça da atual temporada. Pois aconteceu: com uma bela atuação na manhã deste domingo (22), a equipe de Uberlândia fez 25-19, 25-23, 25-17, com 25-18 no super set, e faturou o título pela primeira vez

Não estranhe o placar acima: em um formato inédito, a decisão da Superliga foi feita em dois duelos, um no estado de cada finalista. Em caso de uma vitória para cada lado, o campeão seria definido em uma parcial extra de 25 pontos, o super set, disputado logo após o segundo jogo. Foi justamente nesta parcial decisiva que a equipe mineira se consagrou, fazendo jus a todo o investimento que recebeu nos últimos anos.

Não bastasse a definição da taça, a partida no ginásio Sabiazinho ainda marcou a despedida de Fabi das quadras de vôlei. Aos 38 anos, a líbero anunciou sua aposentadoria pouco antes de entrar em quadra. Queria, claro, despedir-se como campeã mais uma vez – lenda viva do vôlei, ela tem 10 títulos nacionais no currículo, todos pelo Sesc, que soma 12. Teve uma ótima atuação, mas não foi o suficiente para segurar um dia inspiradíssimo do ataque praiano, com destaque para a oposta Nicole Fawcett e a ponteira Fernanda Garay.

Méritos ainda para Paulo Coco que, depois de três títulos como assistente técnico de José Roberto Guimarães em Osasco, finalmente chegou ao topo do voleibol nacional chefiando uma comissão técnica. Sob o comando dele, o Praia liderou a fase classificatória da Superliga e mostrou raça em momentos complicados, como os cinco jogos da semifinal diante do Vôlei Nestlé. Também deixou para trás a sina do “quase”, que ameaçava se acentuar nesta temporada depois dos vices no Campeonato Mineiro e na Copa Brasil.

O Sesc, por sua vez, também tem motivos para comemorar. Isso porque o time esteve muito perto do título mesmo depois de perder o apoio da Unilever e contar com menos dinheiro para trabalhar que os principais rivais. Para piorar, ainda sofreu com diversas lesões, como as que afetaram a central Juciely, as ponteiras homônimas Gabi Guimarães e a oposta Monique.

Apesar da vitória mineira em quatro sets, final da Superliga feminina foi marcada por emoção do início do fim

O JOGO

O caminho para derrotar o Praia era conhecido por todos que acompanham vôlei: quebrar a linha de passe, impedindo que a levantadora Claudinha tivesse todos suas atacantes à disposição, em especial as consagradas centrais Fabiana e Walewska. O Sesc apostou justamente nisso, perseguindo Amanda com seus saques, mas, ao contrário da semana passada, desta vez Fernanda Garay estava inspirada e foi fundamental para proteger a colega. A jogadora, que recentemente pediu dispensa da seleção brasileira, também esteve muito eficiente no ataque e foi o grande nome da reta final da parcial, encerrada com um placar de 25-19.

Honrando sua tradição de não desistir jamais, o Sesc entrou com outra postura no segundo set, errando menos no ataque enquanto continuava a pressionar Amanda. Deu certo até a metade da etapa, quando uma sequência composta por um dois toques de Roberta e um ataque na rede de Drussyla, reacendeu as esperanças das donas da casa no jogo, transformando um 18-15 em 18-17. O equilíbrio marcou os pontos seguintes e Bernardinho ainda mostrou “olhos de lince” ao pedir acertadamente um desafio em um saque de sua equipe marcado como fora pela arbitragem. O que seria o 24 a 22 para o Praia virou um empate em 23 pontos, mas ainda assim as mineiras não se abalaram e fecharam a parcial com dois ataques um tanto quanto desajeitados, mas válidos do mesmo jeito, executados por Fabiana e Fernanda Garay.

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No terceiro set, o Sesc voltou a pisar fundo no acelerador durante os primeiros pontos, mas logo passaram a brilhar as estrelas da oposta americana Nicole Fawcett e de Garay. Juntas, as duas deram um show no ataque, ajudadas pela ótima leitura de jogo da levantadora Claudinha. Com o distanciamento das rivais no placar, pouco a pouco o Sesc passou a se poupar para o super set. A tática quase deu certo e o time de Bernardinho, apoiado em boas viradas de Drussyla, chegou a liderar o placar no set que definiu o campeão. Mas não teve jeito: com Gabi em dificuldades tanto na recepção quanto no ataque, o Praia tomou a frente de novo e rumou com relativa tranquilidade para o primeiro (e merecido) grande título de sua história.

Premiações individuais da Superliga

Melhor jogadora: Tandara (Vôlei Nestlé)
Melhor atacante:  Tandara (Vôlei Nestlé)
Melhor sacadora: Bruna Honório (Pinheiros)
Melhor bloqueadora: Bia (Vôlei Nestlé)
Melhor recepção: Fabi (Sesc-RJ)
Melhor defensora: Suelen (Dentil/Praia Clube)
Melhor levantadora: Roberta (Sesc-RJ)

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