campeonato sul-americano – Blog Saída de Rede http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br Reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Tue, 31 Dec 2019 12:02:55 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Como foi o ano da seleção brasileira masculina de vôlei? http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/30/como-foi-o-ano-da-selecao-brasileira-masculina-de-volei/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/30/como-foi-o-ano-da-selecao-brasileira-masculina-de-volei/#respond Mon, 30 Dec 2019 09:00:46 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19624

O título invicto na Copa do Mundo coroou um ano que não começou tão bem para a seleção masculina (Foto: Divulgação/FIVB)

Se 2019 foi um ano repleto de indefinições para a seleção brasileira feminina de vôlei, o mesmo não se pode dizer sobre a equipe masculina. Isto não significa que o time comandado por Renan Dal Zotto tenha feito um ano inteiramente brilhante. Ao contrário, passou por perrengues que causaram desconfiança entre os torcedores. Na reta final, no entanto, a equipe mostrou evolução.

Assim como entre as mulheres, a exaustiva Liga das Nações foi o certame que abriu a temporada de seleções. Já com Leal como grande reforço na ponta, a seleção tricampeã olímpica fez uma fase classificatória muito boa, somando apenas um revés em quinze jogos. A partir dos mata-matas, no entanto, a equipe começou a padecer com problemas que já haviam aparecido antes.

O passe vacilante e a inconstância no ataque desmontaram completamente a seleção brasileira na fase final disputada em Chicago (EUA). Ao total, foram três revezes em quatro partidas disputadas, levando ao quarto lugar na competição – a mesma posição do ano passado. Com graves falhas táticas e técnicas, o time de Renan chegou a sofrer derrotas impressionantes para a equipe B/C da Polônia.

O drama se repetiu no Pré-Olímpico de agosto, quando o Brasil esteve, assim como no feminino, prestes a viver uma queda histórica. Em um verdadeiro teste para cardíaco, a seleção de Renan vinha sendo atropelada por 2 a 0 pela Bulgária na partida derradeira. Mas, em uma virada espantosa comandada por Leal, assegurou a vaga em Tóquio ao vencer o rival em casa no quinto set.

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Passado o sufoco, com um time B, o país ganhou a medalha de bronze no Pan disputado em Lima, no Peru. Já no Sul-Americano, com alguns titulares, a equipe teve que suar a camisa para levar o 32º título continental, batendo a Argentina de Marcelo Mendez de virada e somente no tie-break. Neste ínterim, a seleção aproveitou para intensificar os treinamentos em Saquarema em busca de mais consistência tática e confiança na execução dos fundamentos, especialmente a recepção.

O esforço foi recompensado. Com Lucarelli e Leal cada vez mais titulares na entrada de rede, além de Thales como líbero, o conjunto, ainda que tenha voltado a expor alguma instabilidade na linha de passe, melhorou bastante em todos os fundamentos na Copa do Mundo, última competição da temporada, em que ganhou o tricampeonato. O torneio ainda serviu para a afirmação do oposto Alan, uma das maiores surpresas da seleção masculina no ano.

Com um retrospecto excelente, o Brasil alcançou dez vitórias em dez jogos, vencendo, inclusive, Estados Unidos e Polônia, seleções que serão adversários diretos na disputa pelo ouro na Olimpíada de Tóquio. Com isso, diferentemente da seleção feminina, que se manteve no mesmo nível na reta final da temporada, o time de Renan deu um salto de qualidade, mostrando estar em curva ascendente na preparação para defender o ouro no Japão.

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Como foi o ano da seleção brasileira feminina de vôlei? http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/29/como-foi-o-ano-da-selecao-brasileira-feminina-de-volei/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/29/como-foi-o-ano-da-selecao-brasileira-feminina-de-volei/#respond Sun, 29 Dec 2019 09:00:07 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19618

Seleção feminina fecha o ano com mais dúvidas do que certezas (Foto: Divulgação/FIVB)

Faltando menos de sete meses para o começo da Olimpíada de Tóquio, a conclusão que se tira sobre a seleção brasileira feminina de vôlei é que ainda há muito trabalho pela frente a ser realizado. Isto porque a equipe liderada pelo técnico José Roberto Guimarães, que já anunciou a saída do cargo após os Jogos, fecha o ano da mesma maneira que iniciou: com muitos pontos de interrogação.

Depois de um 2018 muito ruim em que a seleção, pela primeira vez, desde 2003, quando Zé Roberto assumiu o comando, não subiu ao pódio em nenhum dos campeonatos de que participou, a temporada 2019 também chegou ao fim sem grandes avanços. Marcado por lesões, pedidos de dispensa e retorno de atletas veteranas, o ano começou com a Liga das Nações, torneio que o Brasil disputou com um conjunto mesclado.

Sem muitos predicados, o time teve uma performance insegura durante praticamente toda a fase classificatória da competição, mostrando, inclusive, dificuldades diante de adversários que ainda compõem o segundo escalão do vôlei internacional, como Polônia, República Dominicana e Alemanha. Apesar disso, se superou e cresceu na fase final, garantindo a medalha de prata.

Com o resultado surpreendente no antigo Grand Prix, criou-se a expectativa de que a seleção fosse evoluir ainda mais tática e tecnicamente no Pré-Olímpico, torneio que distribuiu vagas de forma antecipada para a Olimpíada do Japão. O que vimos, entretanto, foi um grupo com jogadoras longe da forma física ideal – casos de Natália, que se contundiu na final da Liga das Nações, e Tandara – e que expôs as mesmas falhas do começo da temporada.

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O flerte com a possibilidade de eliminação no classificatório olímpico – e o consequente vexame internacional – em pleno ginásio do Sabiazinho, em Minas Gerais, ficou evidente pelo sofrimento diante do Azerbaijão e da República Dominicana.

A quarta colocação nos Jogos Pan-americanos, em que o Brasil jogou sem suas principais atletas, e o 21º troféu sul-americano antecederam a participação na Copa do Mundo, última competição de 2019, que acabou esvaziada por não classificar mais para a Olimpíada. Com uma campanha de muitos altos e baixos, o time de Zé Roberto ficou novamente em quarto lugar – China, Estados Unidos e Rússia compuseram o pódio. A Itália não jogou o torneio e a Sérvia, atual campeã mundial e bi europeia, poupou a maioria de suas titulares.

As adversidades vividas pelo time neste ano (e em todo o ciclo olímpico, vale sublinhar) indicam que será repleto de desafios o caminho rumo ao tri ou, pelo menos, a um lugar no pódio em Tóquio. Em um campeonato de tiro curto, por outro lado, tudo pode acontecer especialmente com uma equipe que tem tradição e camisa pesada. Contudo, neste momento, no mínimo três seleções estão em patamar bem mais avançado. Vejamos o que 2020 reserva à seleção feminina.

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Joia da Argentina, Matías Sanchez comemora a chance de jogar no Sesc-RJ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/15/joia-da-argentina-matias-sanchez-comemora-a-chance-de-jogar-no-sesc-rj/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/11/15/joia-da-argentina-matias-sanchez-comemora-a-chance-de-jogar-no-sesc-rj/#respond Fri, 15 Nov 2019 09:00:38 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19084

Uma das contratações do Sesc para a temporada, Matías Sanchez é um dos melhores jogadores argentinos da nova geração (Fotos: Marcio Mercante)

Para os jornalistas argentinos, ele é uma das grandes promessas da seleção masculina de vôlei. Ágil e inventivo, vem brilhando desde as categorias de base, onde acumula prêmios individuais, como o de melhor levantador do Campeonato Mundial Infanto-juvenil de 2013, do Juvenil de 2015 e do Sub-23 de 2017.

Em uma modalidade esportiva em que a altura vem sendo cada vez mais priorizada – em alguns casos, até se sobrepondo à técnica –, ele, com apenas 1,75cm, nada contra a corrente e desafia a escrita de que só há espaço para os baixinhos no vôlei se for na função de líbero. Estamos falando de Matías Sanchez, de 23 anos, reforço do Sesc-RJ para a temporada 2019/2020.

O jogador chamou a atenção de muitos no Brasil atuando com extrema habilidade pelo argentino Obras San Juan no último Sul-Americano de Clubes, em Belo Horizonte (MG). Na competição, conquistou a medalha de bronze e, novamente, foi escolhido o melhor levantador. Além disso, convocado pelo técnico Marcelo Mendez neste ano, se destacou pela seleção principal da Argentina e levou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru.

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Contratado para atuar na equipe carioca ao lado de Marlon, experiente levantador campeão mundial, e de campeões olímpicos como o oposto Wallace e o ponta Maurício Borges, Sanchez conta, nesta entrevista exclusiva ao Saída de Rede, que se sente plenamente integrado e que já identificou diferenças entre a Superliga e o campeonato de seu país.

“Minha adaptação está indo muito bem. Meus companheiros de time me ajudam bastante e já me sinto parte do grupo, à vontade com o idioma. É um time com ótimas pessoas. O campeonato brasileiro é melhor que o argentino, com atacantes mais fortes, menos defesas por jogo e mais pontos de bloqueio, ataque e saque. Outra diferença é o tipo de bola, bem mais rápida do que aquela que usamos lá na Argentina”, revela o atleta vice-campeão do campeonato local na temporada 2018/2019.

“Estou gostando muito de atuar no Sesc, um clube que sempre busca ganhar todos os títulos que disputa. Jogar aqui é gratificante, especialmente porque estou ao lado de grandes jogadores como o Wallace e um grande treinador [Giovane Gávio]. Fica mais fácil jogar [risos]. As equipes aqui no Brasil estão muito niveladas por cima e o Sesc procura ganhar tudo o que compete”, reforça.

Melhor levantador da liga argentina na temporada passada, Matías é bem mais baixo do que a grande maioria dos atletas que atuam nesta posição no cenário internacional. Entre os seus colegas de seleção, por exemplo, o consagrado Luciano De Cecco, titular absoluto da equipe, tem 1,91cm. Já Nico Uriarte, que se sobressaiu por aqui no Sada Cruzeiro e no EMS Taubaté Funvic, mede 1,92cm. Nada disso, entretanto, parece assustá-lo.

“Os jogadores estão cada vez mais altos no vôlei. Mas, como sempre falo, o levantador precisa, em primeiro lugar, levantar. Depois cada um treina mais aquilo que acha que é melhor para o seu crescimento a fim de compensar a baixa estatura” afirma, categórico.

O Sesc é um dos times de maior investimento na Superliga masculina

Não por acaso, seu grande ídolo da posição é o campeão olímpico William Arjona, jogador também conhecido por não ser muito alto – mede 1,86cm. Antes de fazer história no Cruzeiro, o brasileiro construiu uma carreira de imenso sucesso no país vizinho com a camisa do Bolívar. Tanto que chegou a ser convidado para se naturalizar e defender a seleção albiceleste.

“Sempre me espelhei muito no William enquanto ele jogava tanto na liga argentina quanto aqui. É o melhor levantador que já vi. Tem um jogo muito preciso e você nunca sabe para onde ele vai levantar. Ele sabe o que fazer em cada momento do jogo”, elogia, complementando que será diferente enfrentá-lo na Superliga. “Minha expectativa é muito boa e jogar contra ele vai ser uma grande experiência, mas claro que durante a partida tenho que pensar no melhor para o meu time”, ressalta.

Em relação à sua seleção, classificada de forma antecipada para os Jogos Olímpicos de Tóquio no torneio Pré-Olímpico, Matías se mostra otimista. “Este ano conseguimos fazer partidas com um padrão de jogo mais forte e agressivo, o que nos manteve próximos das grandes seleções. O time também passou por uma grande mudança com um treinador que deu oportunidades aos mais atletas jovens, fortalecendo a nossa confiança”.

“Acredito que, se a Argentina continuar fazendo bons jogos como este ano, terá muitas chances de fazer uma grande Olimpíada em Tóquio”, finaliza ele, mencionando que acredita em um futuro bastante promissor para a equipe. Futuro do qual, diga-se de passagem, ele tem plenas condições de fazer parte.

*Colaborou Carolina Canossa

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Brasil vence a Argentina de virada e ganha o Sul-Americano pela 32ª vez http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/09/14/brasil-vence-a-argentina-de-virada-e-ganha-o-sul-americano-pela-32a-vez/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/09/14/brasil-vence-a-argentina-de-virada-e-ganha-o-sul-americano-pela-32a-vez/#respond Sun, 15 Sep 2019 00:18:57 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=18335

Seleção masculina sofreu muito, mas conseguiu a virada diante dos argentinos (Foto: Divulgação/CSV)

A seleção brasileira masculina de vôlei derrotou a equipe de Marcelo Mendez em uma virada histórica por 3 sets a 2 (parciais de 24-26, 22-25, 31-29, 25-20 e 15-13) na noite deste sábado (14), em Santiago, capital chilena, faturando o 32º troféu do Campeonato Sul-Americano. Foi a 18ª vez na história do torneio que Brasil e Argentina participaram da decisão.

É importante salientar, contudo, que por muito pouco os atuais campeões olímpicos não protagonizaram um vexame na capital chilena. Atuando contra o time B da Argentina, a seleção brasileira, com alguns titulares e atletas bem mais credenciados, como os ponteiros Leal e Douglas Souza, e o meio de rede Isac, sofreu um bocado e viu os rivais abrirem 2 a 0 no placar com tranquilidade.

Lembrando o jogo decisivo contra a Bulgária no Pré-Olímpico, em que também buscou uma grande virada para conquistar a classificação para a Olimpíada de Tóquio, o Brasil enfrentou muitas dificuldades tanto no bloqueio quanto na recepção e não conseguiu impor seu ritmo de jogo, desperdiçando, inclusive, diversos contra-ataques em momentos críticos da partida. A fragilidade do sistema defensivo brasileiro também merece ser destacada.

Por outro lado, a perda da confiança e o excesso de falhas do rival acabaram sendo fundamentais para a virada verde e amarela. Não se pode negar, no entanto, o poder de reação da equipe de Renan, que, na marra, soube se agigantar nos momentos-chave para mudar o rumo do confronto a partir do terceiro set.

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Com o triunfo, o Brasil manteve a hegemonia local, tendo perdido apenas o título de 1964, quando não participou da competição em função do conturbado momento político por que passava naquele período.

As seleções já haviam se enfrentado em quatro jogos amistosos nesta temporada – dois em El Calafate, na Patagônia, e outros dois em Campinas, São Paulo –, com os campeões olímpicos levando a melhor em três oportunidades. As equipes também se encontraram na primeira fase do Sul-Americano, na cidade de Temuco, e os brasileiros venceram pelo placar de 3 a 1.

No duelo pelo bronze, melhor para o Chile, que bateu a Venezuela em sets diretos (25-21, 25-18 e 25-13), completando o pódio sul-americano. Com os resultados da competição, Chile, Venezuela, Peru e Colômbia garantiram presença na repescagem continental de janeiro que dará uma vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

A seleção masculina embarca em breve para Tóquio, no Japão, onde disputará a Copa do Mundo, o último compromisso do ano entre os dias 30 de setembro e 15 de outubro.

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Seleção masculina usa Sul-Americano para dar rodagem a novos talentos http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/09/06/selecao-masculina-usa-sul-americano-para-dar-rodagem-a-novos-talentos/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/09/06/selecao-masculina-usa-sul-americano-para-dar-rodagem-a-novos-talentos/#respond Fri, 06 Sep 2019 09:00:37 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=18258

Equipe de Renan Dal Zotto disputará o título sul-americano no Chile (Foto: Ana Patrícia/Inovafoto/CBV)

Assim como para as mulheres – que seguem em preparação para a Copa do Mundo do Japão, a última competição do ano –, a cansativa temporada masculina de seleções também está se encaminhando para o fim. Os comandados de Renan Dal Zotto embarcam neste domingo (8) para Temuco, no Chile, onde colocarão sua supremacia à prova na 33ª edição do Campeonato Sul-Americano entre os dias 10 e 14 de setembro.

A cidade de Temuco será sede da primeira fase e a capital Santiago receberá as finais. A seleção brasileira masculina de vôlei está no grupo A, ao lado de Argentina, Colômbia e Equador, equipe contra a qual os atuais campeões olímpicos farão a estreia na próxima terça-feira (10). Chile, Venezuela, Peru e Bolívia compõem a chave B.

Para o torneio, o técnico Renan deu folga a alguns de seus principais jogadores, como o levantador Bruno, os ponteiros Lucarelli e Maurício Borges, e os centrais Maurício Souza e Lucão, investindo em um conjunto mesclado. Ele terá à disposição os armadores Fernando Cachopa e Carísio, os opostos Alan e Felipe Roque, os centrais Flávio, Isac, Matheus e Cledenilson, os pontas Leal, Douglas Souza, Hugo e Victor Birigui, e os líberos Thales e Maique.

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O meio de rede Lucão deverá participar apenas da Copa do Mundo, em outubro, e o oposto Wallace recebeu dispensa do restante da temporada. Apesar do baixo nível técnico, o Sul-Americano poderá ser uma oportunidade para o treinador observar e dar rodagem a atletas novatos, como o oposto Felipe Roque, o ponta Victor Birigui e o meio de rede Cledenilson. Além disso, ele terá condições de fazer testes com os líberos Thales e Maique, que lutam pela titularidade de olho na Olimpíada do ano que vem.

Embora a Argentina esteja em processo de consolidação como uma força emergente não apenas no cenário local, mas também mundial, o fato é que a seleção brasileira ainda exerce amplo domínio no Sul-Americano, tendo perdido apenas um título, em 1964, quando não participou do torneio por causa do golpe militar.

Leal será um dos jogadores mais experientes do Brasil no torneio (Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV)

Atual campeã dos Jogos Pan-Americanos e já classificada para os Jogos de Tóquio, a seleção argentina, no entanto, não levará seus grandes nomes para o Chile. Figuras conhecidas, como o oposto/ponta Facundo Conte e os armadores Luciano De Cecco e Nico Uriarte, ficaram de fora. O técnico argentino convocou praticamente a mesma equipe que disputou recentemente os amistosos contra o Brasil na cidade de Campinas, no interior paulista.

As duas novidades são os promissores ponteiros Nicholas Lazo e Luciano Vicentín. O primeiro, ex-UPCN, será um dos reforços do Fiat Minas na temporada 2019/2020 de clubes e terá como adversários na primeira fase do Sul-Americano seus futuros colegas de time, Maique, Felipe Roque e Matheus. Vicentín, por outro lado, é um jovem atacante que atua no River Plate e vem sendo observado por equipes maiores.

Cabe lembrar que a competição vale pontos para o ranking mundial, o que poderá ajudar o Brasil a se garantir em um grupo menos complicado na Olimpíada. O torneio ainda definirá as quatro seleções que estarão na disputa por uma vaga olímpica na repescagem continental de janeiro.

Confira a tabela de jogos da seleção masculina:

Terça (10) – Brasil x Equador, às 22h (Horário de Brasília)

Quarta (11) – Brasil x Colômbia, às 22h

Quinta (12) – Brasil x Argentina, às 16h

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Seleção feminina vence a Colômbia e mantém supremacia sul-americana http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/09/01/selecao-feminina-vence-a-colombia-e-mantem-supremacia-sul-americana/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/09/01/selecao-feminina-vence-a-colombia-e-mantem-supremacia-sul-americana/#respond Mon, 02 Sep 2019 01:34:15 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=18224

Seleção feminina ganhou o 13o título seguido (Foto: Beto Doloriert/CSV)

A seleção brasileira feminina de vôlei fez o dever de casa e manteve a hegemonia na América do Sul. Na noite deste domingo (1º), a equipe se sagrou campeã pela 21ª vez (a 13ª consecutiva) do Campeonato Sul-Americano ao superar a equipe colombiana em sets diretos na cidade peruana de Cajamarca. As parciais foram de 22-25, 23-25 e 20-25. O Brasil obteve cinco vitórias em cinco jogos em toda a competição, perdendo apenas um set para a Argentina.

A decisão acabou ganhando ares de revanche para as duas equipes. Na última edição do torneio, em 2017, o Brasil ficou com o troféu ao derrotar as comandadas do técnico brasileiro Antonio Rizola em casa, na cidade de Cali, por 3 a 0. Já para o time de José Roberto Guimarães, o confronto representou uma chance de recuperação, uma vez que as seleções se encontraram nos Jogos Pan-Americanos de Lima, há cerca de duas semanas, e o septeto nacional levou a pior.

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Com um grupo alternativo que incluía jovens jogadoras com pouca ou nenhuma experiência na equipe adulta, como as ponteiras Maira – que também atuou neste Sul-Americano – e Lana, entre outras, o Brasil foi batido naquela semifinal do Pan por 3 a 2, de virada (vale lembrar que logo em seguida as brasileiras foram superadas pelas argentinas na disputa do bronze e deixaram o Pan sem medalha). Apesar do revés por 3 a 1 para as dominicanas na final, as colombianas saíram da competição continental com uma medalha histórica e até então inédita para o país.

Desta vez, contudo, foi diferente. Com a volta das veteranas Sheilla e Fabiana, o time ainda contou com algumas atletas que foram convocadas, mas não estiveram presentes nas primeiras competições da temporada, entre elas as pontas Drussyla e Gabi Cândido. Assim, o treinador aproveitou o torneio para fazer alguns testes visando a Olimpíada de Tóquio do ano que vem. O Peru completou o pódio do torneio Sul-Americano ao bater a Argentina por 3 sets a 2 (25-19, 26-24, 17-25, 19-25, 16-14).

O próximo compromisso do Brasil será a Copa do Mundo, que ocorrerá entre os dias 14 e 29 de setembro no Japão. Embora não seja mais classificatória para a Olimpíada, a competição é importante por contar pontos para o ranking a partir do qual serão definidas as chaves dos Jogos de Tóquio no ano que vem.

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Com Minas Gerais como favorito, Pré-Olímpico segue sem sede definida http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/03/13/com-minas-gerais-como-favorito-pre-olimpico-segue-sem-sede-definida/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/03/13/com-minas-gerais-como-favorito-pre-olimpico-segue-sem-sede-definida/#respond Wed, 13 Mar 2019 09:00:38 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=16101

O estado de Minas Gerais é o favorito para sediar o torneio Pré-Olímpico (Foto: Divulgação/FIVB)

Um mês após o anúncio oficial da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) de que a seleção brasileira feminina disputaria o torneio Pré-Olímpico de agosto em casa, não há ainda uma definição da sede onde Brasil, República Dominicana, Camarões e Azerbaijão buscarão, em confrontos válidos pelo grupo D, a vaga para os Jogos de Tóquio, em 2020.

Procurado pelo Saída de Rede, Marco Túlio Teixeira, vice-presidente da Confederação Sul-Americana de Vôlei (CSV), organizadora do evento, afirmou que como a entidade entrou no processo de implementação apenas em fevereiro – depois que a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e as federações dos demais países, sem recursos, abriram mão do direito de receber a competição em função do custo de R$2 milhões –, algumas conversas ainda precisam ser iniciadas.

“Começamos a trabalhar apenas em fevereiro. Como é um projeto de alto custo, algumas definições foram atrapalhadas pelo Carnaval. Por exemplo, está em época de renegociação da FIVB com as TVs. E os direitos de televisão são da FIVB. Então, eles precisam nos dizer qual canal fará as transmissões para que possamos elaborar o projeto comercial. Além disso, como necessariamente precisamos de apoio dos governos estaduais, municipais e até federal, pelas leis de incentivo, estamos conversando com as secretarias”, salienta.

Segundo o dirigente, situação semelhante vive a CBV com a Liga das Nações (VNL). Isto porque foi comunicado também pela Federação Internacional que o Brasil receberia três etapas da segunda edição do campeonato. Uma feminina, no primeiro fim de semana das disputas, entre 21 e 23 de maio, contando com Rússia, China e República Dominicana. E duas masculinas: a primeira entre 21 a 23 de junho, contra Alemanha, Bulgária e Rússia, e a segunda entre de 28 a 30 de junho, em que os adversários serão Canadá, França e Itália.

Contudo, ainda não há nenhuma definição acerca destas sedes. “Não se sabe qual canal vai transmitir. Há uma competição para jogar, mas ainda não sabem onde serão os jogos da Liga das Nações. O que tem nos atrapalhado é a televisão. Não temos ideia se a transmissão será de uma TV aberta ou fechada. Isso influencia no interesse dos apoiadores”, ressalta, colocando que, por se tratar de um evento olímpico, os patrocinadores que tradicionalmente apoiam a CBV terão prioridade na escolha da sede do torneio classificatório de agosto.

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A entidade, entretanto, segue em negociações com vários estados interessados em receber as partidas, especialmente Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro. A previsão é que até o final de março ou início de abril um local possa ser oficialmente anunciado.

Bastante citado em função da organização do último Campeonato Sul-Americano nos naipes feminino e masculino (vencido por Itambé Minas e Sada Cruzeiro, respectivamente), o estado de Minas Gerais carrega certo “favoritismo” na escolha. Mas, Marco Tulio Teixeira frisa que não descarta nenhuma candidatura.

“Como nós estávamos fazendo o Sul-Americano aqui, o primeiro orçamento do projeto foi baseado em custos de Minas Gerais. Mas, normalmente, em um evento desse porte, dependemos de custos de hotel, transporte, ginásio com capacidade mínima, liberação de datas para realização dos jogos. Então, o estado está mais adiantado nesta pesquisa. Mas, mesmo aqui, nós ainda não estivemos na Secretaria de Esportes nem com o governador para saber sobre a possibilidade. Está tudo em aberto”, aponta.

Vale lembrar que a Confederação também se dispôs a organizar o evento porque deseja que Brasil e Argentina carimbem logo seus passaportes ainda no torneio classificatório deste ano. Isto abriria a possibilidade de um terceiro país sul-americano participar dos Jogos de Tóquio, já que as últimas vagas serão distribuídas em janeiro de 2020 nas disputas continentais.

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Sada Cruzeiro faz história e conquista o hexacampeonato sul-americano http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/03/02/sada-cruzeiro-faz-historia-e-conquista-o-hexacampeonato-sul-americano/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/03/02/sada-cruzeiro-faz-historia-e-conquista-o-hexacampeonato-sul-americano/#respond Sun, 03 Mar 2019 01:39:09 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=16028

Sada Cruzeiro conquistou o hexacampeonato sul-americano, ultrapassando os brasileiros Paulistano e Banespa (Fotos: Divulgação/Sada Cruzeiro)

Após uma partida em que jogou mal e precisou se superar para vencer de virada o aguerrido Obras San Juan, da Argentina, na semifinal do Campeonato Sul-Americano de Clubes, o multicampeão Sada Cruzeiro voltou a mostrar sua força. Na decisão deste sábado (2), o time celeste bateu o também argentino UPCN por 3 sets a 1 (parciais de 25-19, 25-18, 21-25 e 25-16), conquistando o hexacampeonato na competição em plena Arena Minas, em Belo Horizonte (MG).

Com o hexa, o Cruzeiro se tornou o maior vencedor da história do Sul-Americano, ultrapassando os pentacampeões Banespa e Paulistano. Além disso, manteve a recente supremacia na competição, já que triunfou nas últimas quatro edições, chegando a um total de seis títulos ((2012, 2014, 2016, 2017, 2018 e 2019). É importante mencionar que a equipe conquistou o 34o troféu em 44 competições disputadas – somente nesta temporada, a Raposa levou o Estadual, o tetra na Copa Brasil e, agora, a taça continental.

Central Le Roux está evoluindo na equipe

Em um duelo bastante nervoso, o saque foi a arma certeira para a vitória cruzeirense. Com uma variação eficiente do serviço, a Raposa quebrou a linha de passe adversária e anotou vários aces. Destaque para os ponteiros Rodriguinho, Sander (em grande atuação) e para o central Le Roux, que se saíram muito bem tanto neste fundamento quanto no ataque. O oposto Evandro também foi fundamental nas ações ofensivas em momentos cruciais do confronto.

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Neste sentido, ponto positivo na equipe de Marcelo Mendez para a evolução do entrosamento entre o armador Cachopa e o meio de rede francês. O time demonstra que vem se ajustando após a queda precoce no Mundial de Clubes e as transformações por que passou, com a saída de peças importantes, como o central Simon e o ponteiro Leal, e a chegada de novos jogadores.

Ainda sobre a final, a Raposa também mostrou consistência no bloqueio que, mesmo quando não produziu pontos diretos, amorteceu bolas importantes, gerando contra-ataques que foram bem aproveitados pelo time brasileiro. O único senão foi no terceiro set, quando a equipe se deixou envolver pela catimba argentina, perdeu a concentração e permitiu a reação do destemido conjunto rival.

Bloqueio celeste parou o oposto polonês Bartman, que não conseguiu se sobressair no jogo

No entanto, o bicampeão UPCN (vencedor do campeonato em 2013 e 2015), que diante do Fiat Minas na semi e do próprio Cruzeiro na estreia, demonstrou grande volume de jogo, conjugando perfeitamente a relação bloqueio-defesa, se sentiu intimidado pela consistente atuação mineira e pela torcida azul, que empurrou o time todo o tempo. O oposto polonês Zbigniew Bartman – que vinha sendo a bola de segurança do levantador Cavanna, ao lado dos passadores Nicolás Lazo e Guilherme Hage – não conseguiu ter o mesmo desempenho na final.

Com isso, o Cruzeiro conquistou a vaga para participar pela 8a vez do Campeonato Mundial de Clubes, competição na qual é tricampeão. O Minas, outro representante brasileiro e anfitrião do torneio sul-americano, foi derrotado por 3 sets a 1 na disputa do bronze pelo Obras San Juan, terminando na quarta posição. 

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Lutadora, Mara, do Minas, busca força para superar drama pessoal http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/03/01/lutadora-mara-do-minas-busca-forca-para-superar-drama-pessoal/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/03/01/lutadora-mara-do-minas-busca-forca-para-superar-drama-pessoal/#respond Fri, 01 Mar 2019 14:52:36 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=16018

Central foca no Minas para superar todas as dificuldades (Fotos: Orlando Bento/MTC)

“Nada na minha vida nunca foi fácil. Nada”. A afirmação incisiva ilustra muito bem a trajetória de uma das jogadoras mais queridas pela apaixonada torcida do tradicional Itambé Minas. O jeito brincalhão e o sorriso largo, no entanto, escondem uma história de vida de superação marcada por grandes dificuldades e, mais recentemente, por um enorme drama pessoal. Estamos falando de Mara Leão, talentosa meio de rede de 27 anos que vem se destacando na equipe que hoje é apontada como a melhor do vôlei feminino brasileiro.

Em entrevista ao Saída de Rede, a central falou sobre diversos assuntos, entre eles, o começo difícil na carreira, os sonhos, o racismo, o atual momento vivido pelo Minas e o trágico acidente que deixou sua mãe em estado de tetraplegia.

Nascida na pacata cidade de Sabinópolis, Mara foi criada com os dois irmãos em Ravena, distrito de Sabará (MG), pela mãe, dona Leodita Ferreira. Como muitas meninas pobres e negras, teve uma infância repleta de privações. Tantas que a meio de rede conta que, antes de ter descoberto o vôlei, aos 14 anos, não fazia ideia do que era a modalidade.

Ela explica que tudo começou quando foi abordada por uma jovem chamada Márcia que na época treinava no Mackenzie Esporte Clube – importante clube mineiro formador de grandes jogadoras, como a oposta Sheilla Castro e a ponteira Gabi, entre outras – enquanto se servia no bandejão de um restaurante na capital Belo Horizonte.

“Eu fui descoberta neste restaurante popular no Centro. Era véspera de Natal e a gente foi passear no Parque Municipal. Com a grana curta, fomos almoçar lá. Aí eu estava na fila quando essa moça chegou e me perguntou se eu jogava vôlei. Respondi que não, que só estudava. Então ela disse: ‘por que você não faz um teste no Mackenzie?’. E me deu o número dela. A gente almoçou e foi embora. Só que, como eu vim do interior, não tinha a menor noção do que era o vôlei”, relembra a atleta.

Mara conta que, por ter tido uma infância muito pobre no interior, não conhecia o vôlei

“O tempo passou, eu insisti e a minha mãe falou para nós irmos lá tentar, já que eu não estava fazendo nada. Todo mundo ficou me zoando porque fui de vestido e salto. Cheguei lá e vi as meninas todas suadas, de tênis, descabeladas e aí entendi que não era nada do que eu pensava. Então comecei a jogar lá no Mackenzie e passei a gostar. Acho que a gente tem medo ou diz que não gosta de tudo o que a gente não conhece. Mas, na verdade, eu não sabia o que era e estava bastante receosa para começar a jogar vôlei. Foi assim que começou a minha trajetória”, complementa.

Segundo a central, contudo, sua mãe não acreditou logo na possibilidade da filha se tornar uma atleta profissional. Mara diz que se lembra até hoje que a mãe lhe disse: ‘filha, negro e pobre não tem vez nesse país’.

“Realmente a minha mãe falou isso porque, muitas vezes, em uma família mais humilde, por a gente ser negro e saber que existe esse preconceito, a gente escuta esse tipo de coisa, né? Eu não imaginava como seria o vôlei. Pensei que seria difícil, como é com uma artista ou uma modelo que, sendo negra, tem que ser duas vezes melhor. Amo minha raça, acho minha cor maravilhosa e não trocaria por nada”, ressalta a jogadora, reforçando que, por causa do racismo, negros precisam vencer inúmeras barreiras e se desdobrar para “provar” o quanto são capazes para serem aceitos e alcançarem o sucesso.

Segundo a jogadora, o racismo está presente no cotidiano de todos os negros no Brasil

“Essa é uma realidade do nosso país. O preconceito existe sim. Eu nunca sofri discriminação direta, de alguém chegar e falar alguma coisa. Mas, muitas vezes, só pelo olhar das pessoas você já sabe que aquilo é uma forma de preconceito. Pela maneira como elas te olham por você estar em um lugar melhor, um restaurante, sabe? Ou por você conseguir comprar alguma coisa a pessoa te olha diferente. No esporte, eu acho que é um pouco menos, mas o racismo está presente sim no dia a dia dos negros no Brasil”, frisa, mostrando que o preconceito racial ainda é uma chaga viva que estrutura nossa sociedade e se manifesta, como ela própria atesta, de várias maneiras na vida cotidiana.

Em função da altura (1,82m na época e 1,90m hoje), logo que começou a jogar no Mackenzie a atleta foi deslocada para o meio de rede e se apaixonou pela posição. Já como profissional, passou pelo Fluminense, Rio de Janeiro – onde conquistou o bicampeonato na Superliga com o técnico Bernardinho –, e pelo São Caetano antes de retornar ao Minas, clube em que ela iniciou a carreira e onde está em sua quarta temporada, tendo sido eleita a melhor bloqueadora do campeonato na temporada 2016/2017.

DISPUTA PELA TITULARIDADE

Neste Minas que tem feito uma temporada espetacular, com três títulos já alcançados – o Estadual, a Copa Brasil e o Sul-Americano – e a manutenção da liderança na Superliga com 52 pontos e apenas uma derrota em 19 partidas, Mara se sente feliz. Afirma que as conquistas dão mais confiança e reconhece o favoritismo da equipe. Além disso, diz que tem aprendido bastante com o técnico italiano Stefano Lavarini.

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“Nesses dois anos em que estou aqui tem sido ótimo, estou ganhando muita experiência. Ele é um cara inteligente, estudioso e sempre quer dar o melhor de si. E, além de pensar dentro de quadra, ele se preocupa com a gente, em saber como nós estamos. Isso é raro porque às vezes as pessoas só cobram muito e não observam o lado pessoal, humano, de algo que você esteja passando. Ele cuida de cada detalhe, de cada uma. E ainda traz uma forma diferente de treinar e de jogar lá de fora, o que é muito bom”, elogia.

De acordo com a atleta, a competição pela titularidade se dá de maneira respeitosa no grupo. Sincera, ela reconhece o melhor momento vivido por sua companheira de posição, a central Mayany, no último Mundial de Clubes onde a equipe conquistou o vice-campeonato.

“Eu não estava numa fase muito boa no Mundial e a Mayany chegou arrebentando. É uma menina de talento e tem muito a crescer. Tem tudo para se tornar a grande jogadora que ela está sendo, uma vez que já iniciou a trajetória dela. Eu achei muito bacana porque ela completou o grupo. Deve jogar quem estiver melhor. Todos nós trabalhamos para isso e se não acontecesse desta forma seria injusto. [A competição] é ótima para nós e só tem a acrescentar no crescimento do time”, avalia.

Exigente, a meio de rede diz que se cobra muito e precisa melhorar em todos os fundamentos

DRAMA PESSOAL

Entretanto, foi justamente no período em que estava disputando o Mundial, na China, que a vida lhe deu mais um terrível golpe. Sua mãe foi atropelada na cidade de Ravena, onde mora, e está temporariamente tetraplégica. O trágico acidente foi inicialmente mantido em segredo pela família para que a atleta não se preocupasse e permanecesse focada na competição. Mara só recebeu a notícia quando chegou ao Brasil.

“Temos muita força em Deus e cremos que Ele pode fazer tudo. Acreditamos que ela possa voltar, com o tempo, a ter os movimentos. Ela ficou internada por cerca de dois meses e meio, passou por uma cirurgia e faz uma semana que, graças a Deus, está em casa. Infelizmente, ainda em estado de tetraplegia. (…) Eu sempre passei por muitos momentos difíceis na vida, nunca tive nada fácil. Nada nunca foi fácil”, relata a jogadora, resignada.

“Mas o momento mais terrível para mim foi ver a minha mãe naquele estado. Uma mulher forte, bonita, guerreira, que criou três filhos sozinha e sempre trabalhou muito. Vê-la sem poder se mexer, sofrendo, é horrível. O que mais dói é saber que a gente não pode aliviar o sofrimento, a dor que ela sente. A gente dá amor, carinho, mas o que ela sofre não tem como a gente amenizar. Nossa família está fazendo o máximo e tudo está nas mãos de Deus. Agora só o tempo mesmo”, revela.

Contudo, apesar de todas as “pancadas”, Mara não se deixa abater. Resiliente, a atleta segue em frente, focando no Minas. A central vem fazendo partidas bem consistentes, colaborando com a equipe tanto no ataque quanto no bloqueio. Exigente, ela ressalta que precisa “correr atrás de várias coisas” e busca evoluir como jogadora “em todos os fundamentos”. Sobre a seleção brasileira, que tanto necessita de renovação, ela responde com equilíbrio.

A jogadora afirma que tem aprendido muito com o técnico italiano Stefano Lavarini

“Todo mundo fala sobre a seleção. Eu me preocupo com o trabalho. O que vier depois disso será consequência. Se for para eu estar lá, bom. Se não for eu vou continuar trabalhando. Mas têm pessoas capacitadas para decidir. Os treinadores e as meninas que estarão lá são capazes de fazer o que o Brasil precisa. Então, estou tranquila em relação a isso”, coloca a meio de rede ganhadora de um sul-americano, da última edição do Grand Prix (agora Liga das Nações), em 2017, e de um torneio de Montreux com a seleção.

No final da entrevista, quando perguntada sobre o maior sonho de sua carreira, Mara, com toda sensibilidade, respondeu qual era o seu maior sonho na vida.

“Quando comecei a jogar vôlei, meu maior sonho era tentar dar uma casa melhor para a minha mãe, que toda a vida sempre foi muito humilde, e ajudar meus irmãos. Isso foi algo que eu consegui. Hoje, jogando, posso ajudá-los quando eles precisam. Esse sempre foi o meu sonho. O que espero é que continue assim, né? Que eu consiga dar o pouquinho que tenho. Isso é o que eu mais faço e quero no momento”, concluiu a atleta.

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Mundial de Clubes de vôlei pode sofrer mudanças drásticas em 2019 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/02/14/mundial-de-clubes-de-volei-pode-sofrer-mudancas-drasticas-em-2019/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/02/14/mundial-de-clubes-de-volei-pode-sofrer-mudancas-drasticas-em-2019/#respond Thu, 14 Feb 2019 16:56:13 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=15899

O italiano Trentino é o maior vencedor da história do Campeonato Mundial de Clubes, com 5 títulos (Foto: Divulgação/FIVB)

Disputado desde 2009 com a presença de representantes de diversos continentes, o Campeonato Mundial de clubes deve passar por alterações importantes em breve. Em entrevista exclusiva ao Saída de Rede, Andrey Souza, presidente da Associação de Clubes de Vôlei brasileiro (ACV), revelou que há grandes chances de o torneio se transformar em uma partida única entre o campeão europeu e o campeão das Américas.

“Teoricamente, a Federação Internacional não realizará mais o Mundial de Clubes. (…). Eles vão fazer apenas um jogo entre o campeão europeu e o campeão do continente americano. Não haverá mais aquela competição com vários jogos em dois grupos. Acredito que será o mesmo formato para o masculino e o feminino”, comentou o dirigente, que também foi um dos organizadores da Copa Libertadores de vôlei, cuja primeira edição foi encerrada nesta quarta-feira (13).

No formato atual, o certame ocorre com duas chaves de 4 equipes cada, em que os times se enfrentam entre si. Os dois primeiros colocados de cada grupo se classificam para as semifinais e a respectiva final. Os integrantes destes grupos, porém, tem mudado ao longo do tempo: se antes haviam times de todos os continentes, nos últimos anos a FIVB tem priorizado a distribuição de convites, na tentativa de melhorar o nível técnico e também atrair mais atenção à disputa.

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Andrey Souza afirma também que, em função de todas estas mudanças, este seria o momento propício para a construção de uma parceria entre a Confederação Sul-Americana de Vôlei (CSV), a ACV e a ACLAV (Associação de Clubes da Liga Argentina), organizadoras da Copa Libertadores, com o objetivo de promover uma fusão entre os campeonatos.

Procurada pelo Saída de Rede, a FIVB não se manifestou até a publicação desta reportagem. Criado em 1989, o Mundial masculino de clubes foi disputado até 1992, quando acabou interrompido por falta de apoio e voltando somente 17 anos depois – a disputa feminina, por sua vez, teve suas primeiras edições realizadas em 1991, 1992 e 1994, ano em que também foi suspensa até voltar a ser realizada em 2010. Juntando essas duas fases, o Brasil soma seis títulos no torneio, sendo três entre os homens (Sada Cruzeiro em 2013, 2015 e 2016) e três entre as mulheres (Sadia em 1991, Leite Moça Sorocaba em 1994 e Osasco em 2012).

*Colaborou Carolina Canossa

**Post atualizado às 21h40 de 15/02

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