Bruno Rezende – Blog Saída de Rede http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br Reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Tue, 31 Dec 2019 12:02:55 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Voleicast: qual é o saldo da participação do Brasil nos Mundiais de Clubes? http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/11/voleicast-qual-e-o-saldo-da-participacao-do-brasil-nos-mundiais-de-clubes/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/11/voleicast-qual-e-o-saldo-da-participacao-do-brasil-nos-mundiais-de-clubes/#respond Wed, 11 Dec 2019 12:37:21 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19449

Vice-campeão na temporada passada, o Minas terminou em quinto lugar neste Mundial (Fotos: Divulgação/FIVB)

Encerrados no último domingo (8), as edições 2019 dos Campeonatos Mundiais de Clubes consagraram clubes italianos. No feminino, o Conegliano venceu o turco Eczacibasi em Shaoxing, na China, por 3 sets a 1, ganhando o caneco pela primeira vez em sua história. O mesmo aconteceu com o Lube Civitanova, que, após bater na trave em 2017 e 2018, superou o tricampeão Sada Cruzeiro, em Betim (MG), pelo mesmo placar.

Neste 16º programa do Voleicast, podcast de vôlei do Saída de Rede, as jornalistas Carolina Canossa e Janaina Faustino fazem um balanço da participação dos brasileiros na competição. Representantes nacionais na versão feminina, os mineiros Itambé Minas (vice-campeão em 2018) e Dentil Praia Clube somaram 3 revezes em 3 jogos na primeira fase e terminaram na quinta e sexta colocações, respectivamente. Em função do nível dos adversários no mais equilibrado campeonato dos últimos anos, a posição final dos times, no entanto, não foi tão surpreendente.

Por outro lado, as jornalistas avaliam que as duas equipes tiveram um desempenho bem irregular no torneio, sobretudo no ataque. Pelo lado minastenista, apesar da melhora na reta final, a dupla de ponteiras Deja McClendon e Roslandy Acosta, recém-contratada para suprir a falta de Natália e Gabi, não correspondeu à altura, desequilibrando o esquema tático do italiano Nicola Negro, que também sofreu com a falta de uma bola de segurança pela saída.

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Sob grave suspeita, vôlei russo poderá perder ainda mais prestígio se não participar dos Jogos Olímpicos de Tóquio

Voleicast 15: quais são as chances do Cruzeiro no Mundial de Clubes masculino?

Voleicast 14: quais são as chances do Brasil no Mundial de Clubes feminino?

Já o conjunto uberlandense, a despeito do potencial maior do que o do rival regional para beliscar um resultado mais expressivo no campeonato em função da qualidade do plantel formado por nomes, como a dominicana Brayelin Martínez, as campeãs olímpicas Fernanda Garay e Walewska, além da campeã mundial Nicole Fawcett, também teve uma performance abaixo, enfrentando dificuldades na virada de bola.

Apesar da derrota na final, o Cruzeiro teve uma performance elogiável no Mundial

Entre os homens, o hexacampeão nacional Sada Cruzeiro sucumbiu diante do Civitanova, dos brasileiros Bruno e Leal. Um dos melhores times do mundo – campeão italiano e da Champions League na temporada 2018/2019 –, o septeto europeu teve uma atuação muito constante na cidade de Betim em busca do seu primeiro título.

Apesar do vice, as jornalistas pontuam que o saldo foi positivo para o time liderado pelo argentino Marcelo Mendez. Em reconstrução após o desligamento e a consequente chegada de vários jogadores, como os ponteiros Facundo Conte, que fez um ótimo Mundial, e Gordon Perrin, a equipe celeste conseguiu mostrar um entrosamento e um padrão de jogo que não vinha apresentando neste começo de Superliga. Neste sentido, a tendência é que o Cruzeiro cresça de produção no decorrer da temporada.

Durante o bate-papo, as jornalistas comentam, ainda, a performance da estrela italiana Paola Egonu no campeonato, jogadora que vem escrevendo uma bela história no vôlei, e o triste episódio de importunação sexual ocorrido em Belo Horizonte (MG), envolvendo outro astro – ao que parece, apenas dentro das quatro linhas –, o ponteiro francês Earvin Ngapeth.

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Campeão de tudo, Bruno diz: “Nem nos melhores sonhos imaginei isso” http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/09/campeao-de-tudo-bruno-diz-nem-nos-melhores-sonhos-imaginei-isso/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/09/campeao-de-tudo-bruno-diz-nem-nos-melhores-sonhos-imaginei-isso/#respond Mon, 09 Dec 2019 09:00:25 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19424

Levantador celebra título junto com companheiros de equipe (Fotos: Divulgação/FIVB)

O título do Lube Civitanova no Mundial masculino de clubes de vôlei teve um gosto especial para Bruno Rezende, que, com a conquista, levou para casa o último troféu de importância que faltava em sua carreira. Um feito que o próprio jogador diz que não conseguia projetar para si mesmo há alguns anos.

“Nem nos meus melhores sonhos imaginei que poderia conquistar o que conquistei na minha carreira. Hoje fecho um ciclo com todos os títulos possíveis, por clubes e seleção”, comemorou o jogador em sua conta no Instagram.

Bruno ainda aproveitou o bom momento para agradecer a todos que lhe deram suporte nesta caminhada: “Sou grato a todos os meus companheiros, de hoje e de todos que fizeram parte da minha carreira. Dos técnicos e pessoas que me ajudaram a conseguir me manter em alto nível. A minha família e meus amigos que sempre estiveram ao meu lado, nos momentos mais complicados! Agradecer a Deus por me dar saúde e fazer o que amo todos os dias. GRATIDÃO é a Palavra! Obrigado pessoal”.

E mais:

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– Egonu brilha de novo e Conegliano, da Itália, é campeão mundial feminino

Eleito o melhor levantador do torneio, Bruninho também faturou o título de MVP (Most Valuable Player), dado ao melhor atleta da competição, mas fez questão de repassá-lo ao ponteiro Yoandy Leal, companheiro não só no Civitanova como na seleção brasileira.

O atacante, aliás, fez questão de ressaltar os talentos que jogam ao seu lado. “O Sada Cruzeiro jogou muito bem na final, nos colocaram muita pressão, mas acho que a nossa qualidade individual fez a diferença. Merecemos ganhar”, constatou Leal, que também usou o Instagram para agradecer Bruno pelo gesto e criticar a organização da disputa. “”O merecimento muitas vezes não é reconhecido, mas sigo fazendo o meu melhor, porque um prêmio não apaga tudo o que fiz até hoje na minha carreira. Ao Bruno, meu agradecimento, por reconhecer meu desempenho neste campeonato, já que a FIVB não soube reconhecer”, comentou.

Bruno fez questão de dar o título de MVP para Leal (à esquerda), que não foi lembrado pela organização do Mundial

Além de Bruno, a seleção do Mundial de clubes 2019 contou com outros três jogadores do time italiano: o ponteiro Juantorena, o central Simon e o líbero Balaso. Completaram a equipe os cruzeirenses Evandro (melhor oposto) e Conte (melhor ponteiro), além do russo Volvich, do Zenit Kazan, terceiro colocado.

Ao falar sobre a medalha de prata, Evandro se disse orgulhoso. “O nosso time foi até o limite, cansou um pouco no final, mas foi bonito jogar a final, foi gostoso. Eu estou triste sim, mas eu não saio daqui de cabeça baixa. Estou triste porque eu sei que dava pra gente ter ganhado. Não foi nada impossível. E estou feliz pela doação de todo mundo, pelo campeonato que a gente fez e pelo que a gente apresentou”, analisou.

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Mais constante, Civitanova bate Cruzeiro e ganha Mundial pela primeira vez http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/08/mais-constante-civitanova-bate-cruzeiro-e-ganha-mundial-pela-primeira-vez/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/08/mais-constante-civitanova-bate-cruzeiro-e-ganha-mundial-pela-primeira-vez/#respond Sun, 08 Dec 2019 18:07:49 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19388

O Cruzeiro tentou, mas sucumbiu diante do italiano Civitanova na tarde deste domingo (8) (Fotos: Divulgação/FIVB)

Em sua terceira participação e com duas medalhas de prata na história do Mundial de Clubes masculino de vôlei, o italiano Lube Civitanova finalmente quebrou o jejum. O atual campeão europeu ganhou o troféu da competição na tarde deste domingo (8), vencendo o tricampeão Sada Cruzeiro em Betim, Minas Gerais, por 3 sets a 1, parciais de 25-23, 19-25, 31-29 e 25-21. Assim como no feminino, a Itália, portanto, também domina o torneio no naipe masculino. O bronze ficou com o russo Zenit Kazan, que superou o catari Al-Rayyan em sets diretos (25-21, 25-18 e 25-17).

A torcida azul não decepcionou. No embalo da contundente vitória sobre o Zenit na semifinal, os cruzeirenses abarrotaram o ginásio Divino Braga, empurrando os comandados do argentino Marcelo Mendez do início ao fim. E viram a equipe da casa jogar de igual para igual – até metade do primeiro set – com o poderoso rival que tem em seu plantel o meio de rede Simon, que deixou o clube de maneira conturbada, e o ponteiro Leal, jogador que fez história com a camisa celeste.

Na reta final da parcial, o Cruzeiro deixou o Civitanova abrir 22 a 18, mas, com muito volume de jogo e bom rendimento nos contra-ataques, conseguiu o empate. Contudo, a categoria de Juantorena e Leal na virada de bola, além do saque potente de Simon, sacramentaram a vitória italiana. Os erros do time mineiro (9 ao total), sobretudo no serviço e nas ações ofensivas, também contribuíram para o crescimento do adversário.

O jogo teve alguns momentos “quentes” com desentendimentos entre os jogadores e também com a arbitragem

A temperatura do jogo subiu a partir do set subsequente. Com provocações de parte a parte e discussões com a arbitragem, as equipes seguiram trocando pontos. Com baixo aproveitamento no sideout, o ponta canadense Gordon Perrin deixou a quadra, dando lugar ao experiente Filipe, que, a partir de uma passagem espetacular pelo saque, incendiou o ginásio e ajudou o time a abrir 17 a 13 no marcador.

O forte saque cruzeirense seguiu minando a confiança da linha de passe italiana, que não mais conseguiu entregar as bolas nas mãos do levantador brasileiro Bruno. Vale apontar, ainda, a evolução da Raposa no bloqueio, algo que também desestabilizou emocionalmente o adversário. Com isso, o conjunto liderado por Fefe De Giorgi ainda cometeu erros de saque e ataque que favoreceram o empate na partida.

O duelo permaneceu bastante equilibrado na parcial complementar – até mesmo nos erros de saque. O representante brasileiro, entretanto, se mostrou mais produtivo no sistema defensivo, perturbando os atacantes italianos (destaque para o líbero Lukinha). Tetracampeão mundial com o Trentino, o ponta Juantorena, no entanto, em grande atuação, foi o desafogo do levantador Bruno para a construção de uma pequena vantagem de 3 pontos. Inseguro no sideout, o oposto luxemburguês Rychlicki foi pouco utilizado.

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Ouça no Voleicast: o equilíbrio de forças no Mundial de Clubes masculino 

Marcelo Mendez: “Mundial será um grande desafio para o Cruzeiro”

Só que as bolas pela entrada de rede com Juantorena e Leal acabaram deixando o jogo do Civitanova bastante marcado, facilitando a leitura do bloqueio azul, a construção dos contra-ataques e o empate até o fechamento. E em um final emocionante e disputado ponto a ponto, ambos os times salvaram vários set points. A equipe mineira, entretanto, não soube confirmar os pontos nos contra-ataques, e a parcial acabou decidida em um ataque de Juantorena.

O Cruzeiro “baixou a guarda” no quarto set. A despeito do equilíbrio tático maior e da distribuição mais homogênea por parte do armador Cachopa,  a equipe cometeu erros cruciais no ataque e principalmente no saque, deixando os italianos despreocupados com a virada de bola. O técnico Marcelo Mendez ainda tentou alterar o panorama do confronto, lançando o oposto reserva Luan e promovendo o retorno de Perrin à quadra.

Entretanto, mesmo sem Juantorena, que sentiu uma lesão e saiu momentaneamente do jogo na reta final do set, e Bruno, substituído pelo levantador belga D’hulst, o Civitanova manteve a regularidade, sobretudo no saque. A equipe celeste, por outro lado, se perdeu nas falhas e não teve fôlego para buscar a virada. Assim, o Lube, prata na edição 2018 do campeonato, levantou o caneco pela primeira vez em sua rica história.

O maior pontuador do jogo foi o argentino Conte, que fez, mais uma vez, uma partida extraordinária. Ele pontuou 21 vezes, seguido do oposto Evandro, com 12, e de Isac que colocou 10 bolas no chão. Pelo lado italiano, Juantorena e Leal marcaram 20 pontos.

Juantorena (5), um dos melhores ponteiros do mundo, fez um grande jogo

Apesar de não ter conseguido o tetracampeonato mundial, é importante salientar que o saldo é positivo para o Cruzeiro. A equipe demonstrou um padrão de jogo e um nível de atuação que não vinha apresentando neste início de temporada. Além da segurança evidente do levantador Cachopa, que já tinha mostrado amadurecimento na temporada de seleções, o que vimos neste Mundial de Clubes foi um time com padrão tático bem definido, como é característica das equipes treinadas por Marcelo Mendez, a despeito de todas as mudanças realizadas para esta Superliga pré-olímpica.

E com atletas decisivos, casos do oposto Evandro, que melhorou o rendimento, e do ponta argentino Conte, recém-chegado que fez um excelente campeonato tanto no passe quanto no ataque. Entre outros destaques positivos, o líbero Lukinha, ótimo na recepção e nas coberturas de defesa, e o canadense Perrin, que, apesar de ter tido um aproveitamento inconstante na virada de bola especialmente na decisão, se sobressaiu no passe e no fundo de quadra. Assim, com a performance no Mundial, a tendência é que a equipe cresça mais na Superliga, onde vinha tendo desempenho irregular, dando mais trabalho aos adversários.

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Voleicast: quais são as chances do Cruzeiro no Mundial de clubes masculino? http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/02/voleicast-quais-sao-as-chances-do-cruzeiro-no-mundial-de-clubes-masculino/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/12/02/voleicast-quais-sao-as-chances-do-cruzeiro-no-mundial-de-clubes-masculino/#respond Mon, 02 Dec 2019 16:07:22 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=19229

O renovado Sada Cruzeiro busca o tetracampeonato no Mundial de Clubes (Foto: Agênciai7/Sada Cruzeiro)

Assim como em 2013, 2015 e 2016, o Divino Braga, em Betim (MG), será palco do Mundial de Clubes masculino de vôlei, a partir desta terça-feira (3). Cidade fundamental para a consolidação do projeto do Sada Cruzeiro, equipe multicampeã que ganhou os três títulos do torneio jogando no ginásio, Betim receberá partidas entre algumas das maiores equipes do mundo.

Além do representante brasileiro, campeão Sul-Americano, a competição terá a participação de adversários do naipe do italiano Lube Civitanova e do russo Zenit Kazan, atual campeão e vice-campeão da Champions League. O quarto time na disputa será o catari Al-Rayyan, treinado por Carlos Schwanke, assistente de Renan Dal Zotto na seleção brasileira.

De acordo com o regulamento, as quatro equipes vão se enfrentar dentro do mesmo grupo. As semifinais serão disputadas entre primeiro e quarto colocados, além do segundo contra o terceiro. Os vencedores avançam à final e os perdedores decidem o terceiro lugar.

Contudo, quais são as chances do Cruzeiro na competição? O tradicional clube brasileiro é favorito na briga pelo tetracampeonato? Este é o tema do 15º episódio do Voleicast, o podcast de vôlei do Saída de Rede.

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As jornalistas Carolina Canossa e Janaina Faustino analisam as mudanças pelas quais o hexacampeão nacional passou nas últimas temporadas, levando em consideração a saída de atletas renomados, como o armador William Arjona, hoje no Sesi-SP, o ponteiro Leal e o meio de rede Simon – atuais estrelas do Civitanova, ao lado levantador Bruno -, além do líbero Serginho.

Passando por um processo de reconstrução com a chegada de novos jogadores, como o ponta argentino Conte e o canadense Perrin, avaliamos que a equipe treinada por Marcelo Mendez, embora possa surpreender atuando em um campeonato curto no caldeirão de Betim, não desfruta atualmente do mesmo favoritismo dos arquirrivais europeus.

As jornalistas comentam, ainda, a queda inesperada do tricampeão mundial na edição 2018, já como um reflexo dessa reformulação iniciada em 2016. Para quem não se recorda, a Raposa decepcionou e, pela primeira vez em sua história, não conseguiu passar da primeira fase, sendo derrotado pelo polonês Asseco Resovia e pelo tradicional Trentino, da Itália, que se sagraria pentacampeão mais tarde.

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Lesionado, Bruno pode voltar a defender o Civitanova na final da Supercopa http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/10/28/lesionado-bruno-pode-voltar-a-defender-o-civitanova-na-final-da-supercopa/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/10/28/lesionado-bruno-pode-voltar-a-defender-o-civitanova-na-final-da-supercopa/#respond Mon, 28 Oct 2019 09:00:05 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=18890

Levantador brasileiro se lesionou durante o treinamento para o jogo contra o Milão no Campeonato Italiano (Foto: Reprodução/Internet)

A temporada de clubes acabou de começar na Itália e o atual campeão Lube Civitanova, de Bruno e Leal, já tem uma preocupação: neste fim de semana, o levantador da seleção brasileira masculina de vôlei, que está em sua segunda passagem pelo clube, sofreu uma leve torção no tornozelo direito durante os treinamentos e ainda passará por uma avaliação para saber quando poderá retornar definitivamente, atuando em uma partida inteira.

Isto porque, mesmo lesionado, ele chegou a entrar em quadra nas inversões 5-1 (com o oposto iraniano Ghafour, reforço para temporada 2019/2020) promovidas pelo técnico italiano Fefè De Giorgi no confronto deste domingo (27) contra a equipe do Milão pelo Campeonato local.

O levantador belga Stijn D’Hulst, reserva do brasileiro, acabou jogando como titular e conduziu o Civitanova à vitória em sets diretos, com parciais de 25-22, 25-15 e 25-20. Com o triunfo, o terceiro consecutivo, o time, que ainda tem no elenco estrelas como o ponteiro italiano Juantorena, e o meio de rede cubano Simon, manteve a liderança na competição com 9 pontos.

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O esperado, entretanto, era que o jovem Azaria Gonzi, de 19 anos, oriundo das categorias de base, atuasse na posição, já que D’Hulst havia sido liberado pelo clube para regressar à sua terra natal para estar ao lado da família após o falecimento de seu pai. O atleta, contudo, teve uma atitude admirável e pediu para voltar a tempo de disputar a partida válida pela terceira rodada.

“Passamos por dias complicados por razões humanas e pela lesão do Bruno. Vi muita sensibilidade por parte de D’Hulst, que decidiu vir e ajudar a equipe. Tudo isso compactou o grupo. (…) Esse gesto de Stijn certamente permanecerá dentro de todos nós”, enalteceu o técnico De Giorgi.

O ponteiro Juantorena, maior pontuador do confronto com 17 acertos, também elogiou o companheiro. “Nós respondemos muito bem a todas estas dificuldades. Parabéns ao D’Hulst pelo gesto corajoso em um momento muito complicado. Ele jogou com determinação, é um grande homem e campeão. Depois dessa grande vitória, começamos a pensar na final contra o Modena”, afirmou o jogador, referindo-se ao duelo pela Supercopa que acontecerá em casa, na próxima sexta-feira (1).

A expectativa é que Bruno, ouro na Copa do Mundo de vôlei com a seleção brasileira, possa estar 100% recuperado para defender o atual campeão local e europeu neste confronto.

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Bruno, sobre a seleção brasileira: “O time tem muito a crescer ainda” http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/06/19/bruno-sobre-a-selecao-brasileira-o-time-tem-muito-a-crescer-ainda/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/06/19/bruno-sobre-a-selecao-brasileira-o-time-tem-muito-a-crescer-ainda/#respond Wed, 19 Jun 2019 09:00:36 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=17255

Depois de uma temporada cansativa e vitoriosa com o Civitanova, Bruno se volta para a seleção brasileira (Foto: Divulgação/FIVB)

*Em entrevista concedida a Euclides Bomfim Neto

De volta à seleção brasileira masculina de vôlei após um curto período de folga da pesada temporada de clubes, o levantador e capitão Bruno só pensa no crescimento do grupo. Ao longo da entrevista exclusiva concedida em Portugal, onde a equipe encerrou a terceira etapa da Liga das Nações com 8 vitórias em 9 jogos, as palavras “crescimento” e “evolução” foram repetidas em diversos momentos, mostrando a obsessão do jogador pelo trabalho e pelos melhores resultados.

E foi seguindo esta filosofia que ele alcançou – além de todos os títulos possíveis com a seleção brasileira – o topo da Europa na última temporada. Atuando no Civitanova ao lado de Leal, agora também seu companheiro na seleção, Bruno venceu não apenas o competitivo campeonato local, mas também a Champions League, o mais relevante torneio interclubes do mundo, quebrando uma hegemonia de quatro anos do gigante russo Zenit Kazan.

“Esse ano realmente acabou de uma maneira espetacular com os dois títulos mais importantes. Terminou com tudo aquilo que eu sonhei – o Italiano e a Champions League – e que o nosso time tinha como objetivo. Então foi sensacional”, destaca, mencionando que também foi um ano de aprendizado, uma vez que o Civitanova não começou a temporada com bons resultados.

No final do ano passado, a equipe foi derrotada pelo Trentino na decisão do Mundial de Clubes em uma partida que o jogador reconheceu que o grupo teve um desempenho ruim, pois ainda não desfrutava do melhor entrosamento.

Comemorando o título da Champions League com os companheiros do Civitanova (Foto: Reprodução/Instagram)

“Depois teve a troca de treinadores, o que nos ajudou. A chegada do [técnico italiano Ferdinando De Giorgi] Fefe foi fundamental para fazer o time crescer principalmente no volume de jogo, que era algo que estava faltando no início da temporada. Para o meu crescimento também, em especial, foi muito importante pelo fato de ele ter sido um levantador de grande nome. E a equipe foi evoluindo com as dificuldades”, ressalta o armador, que logo em seguida perdeu a final da Copa Itália para o Perugia do recém-contratado astro polonês Wilfredo León.

“A gente jogou bem, mas perdeu no finalzinho do tie-break, em uma derrota de virada. Então, de certa forma, isso mexeu com o nosso brio também. E conseguimos crescer depois daquela final de Copa Itália. Nos unimos cada vez mais e conquistamos os títulos mais importantes. Por isso, sem dúvida, foi um ano especial”, diz.

Em relação à seleção brasileira, que busca ir mais longe na Liga das Nações (antiga Liga Mundial) – a equipe terminou na quarta posição na temporada passada -, Bruno segue motivado e afirma que, com uma sintonia fina, o time ainda pode render muito mais.

“Mudou bastante da temporada passada para cá. O Lucarelli, que ano passado não estava, voltou. Teve a chegada do Leal, do Alan e de outros jogadores mais jovens, como o Cachopa e o Thiaguinho, que estão fazendo um grande trabalho também. A equipe já demonstrou que está muito bem. Essa primeira parte da Liga das Nações foi muito boa e eu espero conseguir entrar em ritmo de jogo logo, melhorando o entrosamento”, aponta, fazendo referência ao seu desempenho nas últimas partidas.

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Sobre a possibilidade de disputar duas etapas da competição em casa – a seleção joga esta semana em Cuiabá, entre os dias 21 e 23 de junho, e depois segue para a capital federal, onde encerra a fase classificatória no dia 1 de julho –, ele foca no nível dos rivais.

“Jogar no Brasil é sempre especial, né? Esperamos que os ginásios estejam lotados. O nível vai crescendo e a gente vai pegar equipes mais difíceis agora. De cara, tem a Bulgária, que é o time que a gente vai enfrentar no Pré-Olímpico. Depois vamos ter a [atual campeã da Liga das Nações] Rússia, a França e a Itália como adversários. Então vão ser jogos de alto nível em que precisamos continuar evoluindo. Acho que isso é o mais importante”, sublinha.

“A gente espera poder chegar às finais. É o nosso primeiro objetivo. Acho que o time tem muito a crescer ainda. Temos grande poderio de ataque, podemos melhorar a nossa relação bloqueio-defesa e o sistema de recepção, que são coisas que dependem de entrosamento e de tempo também. Mas a equipe está no caminho certo. Todo mundo está trabalhando bem de acordo com a nossa filosofia e isso é o mais bacana. Fico muito feliz por ter voltado para poder compartilhar desses momentos com esse time”, finaliza.

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Zenit Kazan perde hegemonia na Rússia em momento de reconstrução http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/05/10/zenit-kazan-perde-hegemonia-na-russia-em-momento-de-reconstrucao/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/05/10/zenit-kazan-perde-hegemonia-na-russia-em-momento-de-reconstrucao/#respond Fri, 10 May 2019 09:00:50 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=16699

Multicampeão russo perdeu o título nacional após cinco conquistas seguidas (Fotos: Roman Kruchinin/Zenit Kazan)

Chegou ao fim a “ditadura” do badalado Zenit Kazan no campeonato russo. Após conquistar cinco vezes o título nacional, dominando uma das principais ligas do vôlei mundial, a equipe de Vladimir Alekno perdeu o troféu desta temporada 2018/2019 para o valente Kuzbass Kemerovo, que encerrou a série final melhor-de-cinco em 3 a 1.

Curiosamente, o gigante russo foi vítima de “fogo amigo” na final. O jogador que mais se destacou, marcando 28 pontos na vitória do Keremovo por 3 sets a 1, com parciais de 21-25, 25-19, 25-22 e 25-23, foi o oposto Viktor Poletaev, que pertence ao Zenit e atuou por empréstimo no time rival. Pelo Kazan, os maiores pontuadores foram Maxim Mikhaylov, Matt Anderson e Earvin Ngapeth, com 19, 14 e 13 acertos, respectivamente.

Treinada pelo técnico finlandês Tuomas Sammelvuo, que será o comandante da seleção russa até Tóquio-2020, a equipe siberiana surpreendeu na temporada e chegou a disputar a semifinal da Copa CEV, que perde em prestígio na Europa apenas para a Champions League.

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León será capaz de manter a instável Polônia no topo do vôlei mundial?

Vale mencionar que a queda do Zenit na competição local se dá justamente em um momento em que o clube vive um processo de reconstrução. Depois da saída do astro polonês Wilfredo León para o italiano Perugia, o time está prestes a perder outra peça basilar na consolidação da sua recente supremacia local e continental. O ponteiro Anderson assinou contrato de dois anos com o Modena, onde atuará ao lado de seus compatriotas, o central Max Holt e o levantador Micah Christenson.

Será o retorno de Anderson ao vôlei italiano, uma vez que ele jogou no Vibo Valentia, em 2010/2011, e no próprio Modena, em 2011/2012. No Zenit, o norte-americano ultrapassou a marca dos 270 jogos disputados em 7 temporadas, atingindo a incrível soma de 18 troféus conquistados. Para homenageá-lo, o clube decidiu “aposentar” a camisa #1, usada pelo jogador.

Para o lugar de León, o time de Alekno investiu pesado, contratando o ídolo francês Ngapeth. No caso de Anderson, o clube ainda não anunciou oficialmente quem será o substituto, mas o fato é que a equipe deverá sentir novamente o golpe.

Enquanto o francês Ngapeth teve dificuldades para se adaptar ao voleibol russo, o norte-americano Anderson (1) deixará Kazan após fazer história

Afinal, assim como o polonês, o atacante da seleção americana é um dos melhores e mais experientes do mundo em sua posição (ele pode atuar como ponteiro e oposto). Além disso, não se repõe com tanta facilidade uma peça tão importante. Prova disso é que Ngapeth teve problemas de entrosamento e adaptação nesta segunda temporada no voleibol russo. Em 2013, ele já havia tido uma curtíssima passagem pelo mesmo Kemerovo, para onde se recusou a voltar no ano seguinte porque não queria ficar longe da mulher e do filho.

O título nacional, contudo, não foi a primeira perda da equipe nesta temporada. No Mundial de Clubes, na Polônia, o Zenit foi eliminado de forma inesperada ainda na fase grupos ao ser derrotado pelo rival local Fakel Urengoy e pelo italiano Lube Civitanova, de Bruno, Leal e Simon.

Os comandados de Vladimir Alekno, contudo, terão mais uma chance de salvar a temporada: no próximo dia 18, em Berlim, eles tentarão a sétima conquista (a quinta seguida) da Liga dos Campeões da Europa. O adversário será justamente o Civitanova.

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León decide e Perugia conquista o bicampeonato na Copa Itália http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/02/10/leon-decide-e-perugia-conquista-o-bicampeonato-na-copa-italia/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2019/02/10/leon-decide-e-perugia-conquista-o-bicampeonato-na-copa-italia/#respond Sun, 10 Feb 2019 23:14:13 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=15859

Com uma grande performance, o ponteiro Wilfredo León liderou o Perugia na conquista do bi na Copa Itália (Fotos: Divulgação/Perugia)

Em um confronto extremamente equilibrado e decidido nos detalhes na Unipol Arena, em Bolonha, o atual campeão italiano Perugia bateu o Lube Civitanova de virada por 3 sets a 2, com parciais de 21-25, 21-25, 26-24, 25-23 e 15-13, conquistando o bicampeonato da Copa Itália neste domingo (10). Vale lembrar que a equipe levantou o caneco de forma consecutiva, já que triunfou sobre o mesmo Lube na temporada passada.

Para chegar à final do torneio, o Perugia, atual líder do Campeonato Italiano, venceu o Modena – que ocupa a quarta posição – com relativa tranquilidade em sets diretos. Já o Civitanova sofreu para derrotar o pentacampeão mundial Trentino também no tie-break.

Ganhador da Copa Itália em cinco oportunidades, o time de Bruno, Leal, Juantorena e Simon chegou a abrir 2 a 0 nesta final, mas permitiu a virada de uma equipe que, com a chegada de Wilfredo León, alcançou outro patamar e segue ainda mais forte nesta temporada. A propósito, é importante salientar o quanto o ponteiro se adaptou rapidamente ao voleibol italiano e não parece ter sentido a pressão por estar em uma liga diferente da russa.

O oposto sérvio Atanasijevic também teve participação importante no triunfo da equipe

Não por acaso, o astro polonês teve uma atuação determinante no duelo: ele colocou 26 bolas no chão (22 no ataque, com 52% de aproveitamento, uma de bloqueio e três aces). Aliás, os 12 pontos de saque demonstram o quanto o fundamento foi uma arma fundamental na construção da vitória do time de Lorenzo Bernardi. Além de León, o oposto sérvio Aleksandar Atanasijevic também se destacou com 18 acertos.

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Pelo lado do Civitanova, o levantador Bruno contou com a participação de um Leal pouco efetivo, anotando somente 13 pontos em todo o confronto (com apenas 36% de eficiência nas ações ofensivas). Por outro lado, o oposto Tsvetan Sokolov deu conta do recado, com 25. Além dele, o ponteiro Juantorena também esteve bem ao marcar 18. Já o meio de rede Simon fez 5 de bloqueio, mas pôs apenas duas bolas no chão das seis que recebeu no ataque.

Com o revés sob o comando de Ferdinando De Giorgi, contratado para substituir Giampaolo Medei – que não conseguiu fazer o time deslanchar –, a equipe segue sem títulos, se mantendo entre altos e baixos desde o final do ano passado, quando sofreu derrotas duras, como os 3 a 0, diante do mesmo Perugia no início do Italiano e, ainda, o 3 a 1 na decisão do Mundial de Clubes para o rival de Trento. O Perugia, em oposição, vem se consolidando como um dos times mais poderosos da atualidade e se credencia a ganhar todos os troféus que vier a disputar.

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“Ganhar do Brasil na 1ª fase do Mundial é crucial”, diz técnico da França http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/02/27/ganhar-do-brasil-na-1a-fase-do-mundial-e-crucial-diz-tecnico-da-franca/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/02/27/ganhar-do-brasil-na-1a-fase-do-mundial-e-crucial-diz-tecnico-da-franca/#respond Tue, 27 Feb 2018 09:00:02 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=12172

França e Brasil terão confronto importante no dia 13 de setembro, na segunda rodada do Mundial (fotos: FIVB)

No comando da seleção masculina da França desde 2013, o técnico Laurent Tillie formou uma equipe respeitada, dona daquele que para muitos é o voleibol mais bonito da atualidade, mas que ainda se ressente pela irregularidade e que nas principais competições – Jogos Olímpicos e Campeonato Mundial – está devendo. Com dois títulos da extinta Liga Mundial e um europeu, conquistados nas três últimas temporadas, a França quer provar no Mundial 2018 que merece o crédito que tem.

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Chegar ao sonhado título mundial já soa complicado em razão do torneio longo, desgastante, mas torna-se ainda mais difícil quando o treinador se debruça sobre a tabela, analisando os cruzamentos a partir da segunda fase. A competição será disputada de 9 a 30 de setembro, na Itália e na Bulgária. “Ganhar do Brasil na primeira fase do Mundial é crucial”, afirmou Tillie em entrevista ao Saída de Rede.

Explico a agonia do homem: quem for segundo na chave B (Brasil, França, Canadá, Holanda, Egito e China) cai no grupo mais difícil na segunda fase, aumentando as chances de ir embora mais cedo. Assim, o confronto entre Brasil e França no dia 13 de setembro, em Ruse, na Bulgária, pela segunda rodada da fase inicial, cresce em importância (veja no final do texto).

Ponteiro de destaque na seleção de meados dos anos 1980 ao início dos 1990, Tillie comanda o time desde 2013

Favoritos
Diante da pergunta sobre os principais adversários dos franceses na luta pelo título mundial, Laurent Tillie diz que, analisando os atletas à disposição, vê mais consistência nas seleções dos Estados Unidos, Brasil, Sérvia, Rússia e Itália. Destaca ainda a Polônia, apesar da ausência de bons resultados recentes e das constantes trocas de técnico. “Os poloneses têm bastante potencial, é possível extrair mais dali”, comentou.

Sobre a seleção brasileira, que a França derrotou na final da Liga Mundial 2017, em Curitiba, e para quem, desfalcada, perdeu mais tarde na Copa dos Campeões, ele enfatiza as poucas mudanças em relação ao ciclo olímpico anterior. “O Brasil é como nós, preservou a base, mas tem que encontrar uma nova dinâmica diante das mudanças que vão ocorrendo no vôlei. A equipe ainda gira em torno do Bruno, do Wallace, do Lucarelli e do Lucão. Quero ver como vai ficar quando puder contar com o Leal a partir do ano que vem”.

Tillie abraça N’gapeth: “Na seleção francesa caminhamos juntos”

N’gapeth
A conversa agora é sobre o ponta Earvin N’gapeth, o grande astro da equipe e que chama atenção tanto pelo talento como pelas presepadas extra quadra, seja na seleção ou no clube italiano Modena. Lembramos ao técnico do fiasco francês no Europeu 2017. Vindo do título na edição passada, a França sequer chegou às quartas de final no torneio disputado na Polônia. Nem parecia o time que no mês anterior havia conquistado a Liga Mundial. N’gapeth recuperava-se de uma lesão na região lombar e jogou no sacrifício no Europeu.

Independentemente da presença de outros grandes atletas no time, profissionais das demais equipes diziam nos bastidores que a seleção francesa, quando sob pressão, caía bastante sem o ponteiro. A França havia ficado sem ele a maior parte da fase de classificação da Liga Mundial 2017, mas enfrentou quase sempre equipes B e jamais foi pressionada antes das finais, quando N’gapeth estava de volta. O treinador Laurent Tillie, que no Europeu chegou a agradecer ao jogador por atuar mesmo abaixo das condições ideais, admite a dependência.

“Quando você tem um dos melhores jogadores do mundo, você acaba, de certa forma, sendo dependente dele, claro, porque o time cria vínculos na forma de jogar e ainda existe um aspecto importante que é a liderança. Mas durante o Europeu houve uma grande fadiga mental que minou o time e provocou falta de concentração. Nosso jogo exige muita energia e confiança. Infelizmente, não tivemos força para jogar do nosso jeito, apesar de termos feito diversas mudanças durante o torneio”, explicou o técnico.

Questionado sobre o comportamento de N’gapeth fora das quadras, com envolvimento em vários incidentes, Tillie saiu pela tangente. “Na seleção francesa caminhamos juntos, todos com o mesmo objetivo e sempre trabalhando pelo bem da equipe. Ele é parte desse grupo”.

Brasil venceu a França em partidas decisivas no Mundial 2014 e na Rio 2016

Melhorar o bloqueio
A França surpreendeu o mundo em 2014 com uma defesa cujo desempenho era superior ao dos oponentes. A surpresa se dava especialmente porque seu sistema não contava com tanto apoio assim do bloqueio, considerado pouco efetivo, mesmo defensivamente, pela maioria dos técnicos adversários. Tillie afirma que houve evolução na Liga Mundial 2017, embora ressalte que é preciso melhorar a sincronia. “Temos que cometer menos erros no bloqueio e principalmente ajustar sua relação com o saque e a defesa. Certamente não é o nosso melhor fundamento, temos condições de ser mais fortes nisso”.

Vôlei num estádio de futebol outra vez
Antes do Mundial 2018, as seleções terão a Liga das Nações, nome novo para a velha Liga Mundial. Classificada para as finais como país-sede, a França terá a chance de mais um título numa disputa em um estádio de futebol, de 4 a 8 de julho, na cidade de Lille. Anteriormente crítico a essas experiências da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) para promover a modalidade, o agora anfitrião Tillie assumiu uma postura diplomática.

“O resultado esportivo é muito importante, mas também é fundamental promover o nosso esporte e, portanto, o espetáculo é relevante. Devemos tentar fazer o melhor possível, como o Brasil fez em 1983 para enfrentar a União Soviética no Maracanã, como a Polônia na abertura do Mundial 2014 e do Europeu 2017, e como as finais da Liga Mundial em Curitiba no ano passado. O voleibol tem de trabalhar sua imagem e eventos assim ajudam nisso”, avaliou o treinador.

Se a Rússia for terceira em sua chave e o Brasil segundo na dele, os dois times se enfrentam na fase seguinte

OS CAMINHOS PARA BRASILEIROS OU FRANCESES NO MUNDIAL 2018
O segundo colocado na chave do Brasil no Mundial 2018 vai enfrentar na etapa seguinte o primeiro do grupo A, o terceiro do C e o quarto do D. Serão quatro chaves de quatro times nessa fase. Avançam à terceira os líderes e os dois melhores segundos colocados. Veja aqui a fórmula.

É bem provável que nesse grupo estejam Brasil ou França; Itália (apoiada pela torcida); Estados Unidos, Rússia ou Sérvia; e como franco-atirador, possivelmente Finlândia ou Cuba. Imagine uma chave com Brasil, Itália, Sérvia e Finlândia. Lembre-se, somente o primeiro tem vaga garantida na fase seguinte. É para ficar preocupado mesmo.

Se a Itália não for primeira no seu grupo na fase inicial, que tem ainda Argentina, Bélgica e Eslovênia entre os principais adversários, a dificuldade deve diminuir, mas quem quer que supere os anfitriões deve vir animado – e ainda há o terceiro daquela chave que tem americanos, russos e sérvios.

Agora, caso o Brasil seja o primeiro da chave na fase inicial, a vida será mais tranquila na próxima etapa. Vai enfrentar o segundo e o terceiro do grupo A (Itália, Argentina, Bélgica, Eslovênia, Japão e República Dominicana) e o quarto do C (aquele que tem EUA, Rússia e Sérvia, mas cuja quarta posição deve ser decidida entre Austrália, Tunísia e Camarões).

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Fã de Serginho e Bruno, líbero dos EUA vê Brasil forte em todos os aspectos http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/01/29/fa-de-serginho-e-bruno-libero-dos-eua-ve-brasil-forte-em-todos-os-aspectos/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/01/29/fa-de-serginho-e-bruno-libero-dos-eua-ve-brasil-forte-em-todos-os-aspectos/#respond Mon, 29 Jan 2018 08:00:25 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=11580

Erik Shoji está na seleção principal dos Estados Unidos desde 2013 (foto: Daniel Bartel/USA Volleyball)

O voleibol parecia inevitável na vida do americano Erik Shoji. Ele nem lembra quando foi o primeiro contato. Os pais, ambos treinadores, costumam dizer que aos 2 anos Erik e seu irmão Kawika, então com 4, faziam da sala de estar da casa da família em Honolulu, no Havaí (EUA), uma quadra de vôlei.

Não bastasse os pais serem técnicos, a irmã Cobey, dez anos mais velha do que Erik, praticava a modalidade. Havia ainda em torno dele um tio e um primo que eram treinadores. “Desde pequeno, eu vivia no ginásio brincando com uma bola de vôlei. Mas jamais me forçaram a jogar, eu me apaixonei muito cedo por esse esporte. Foi algo natural para mim”, contou o líbero da seleção americana, em entrevista ao Saída de Rede.

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Fãs dos brasileiros Serginho e Bruno Rezende, Erik Shoji, 28 anos, fez reflexões sobre seu jogo e, mesmo sendo considerado um dos melhores do mundo na posição, demonstrou resignação com a dificuldade que os líberos têm para se colocar no mercado. “Com as regras que limitam a participação dos estrangeiros nas principais ligas, os clubes tendem a priorizar mesmo a contratação de atacantes. Faz sentido”, comentou o atleta, que já jogou na Áustria, na Alemanha, na Rússia e nesta temporada está no Latina, da Itália.

O Brasil, onde tem atuado pela seleção americana a cada ano desde que ascendeu ao time principal em 2013, é um lugar do qual tem boas lembranças. Além da medalha de bronze na Rio 2016, foi em Manaus que ele viveu aquela que chamou de “talvez a experiência mais marcante da minha vida”.

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Celebridades, times mistos e escândalo: o vôlei já chamou a atenção nos EUA

O respeito à seleção campeã olímpica, Shoji demonstra ao falar da equipe, que avaliou como completa. “O Brasil não é o número um do ranking mundial à toa. Os brasileiros são muito bons em todos os fundamentos”. O ataque do oposto Wallace, por exemplo, ele considera “assustador”.

Se o bronze conquistado na Olimpíada do Rio de Janeiro com uma virada sobre a Rússia o enche de orgulho, a derrota na semifinal para a Itália por 2-3 ainda o incomoda. Não é para menos: o time americano estava perto da final, quando o oposto italiano Ivan Zaytsev engatou uma sequência de saques devastadora. “Aquela é uma derrota difícil de superar. Eu poderia ter sugerido alguns ajustes na composição da nossa recepção, na divisão das zonas, mas não fiz. Penso nisso de vez em quando”, lamenta o líbero, que não conseguiu passar os petardos de Zaytsev.

Confira a entrevista que o campeão da Liga Mundial 2014 e da Copa do Mundo 2015 concedeu ao SdR:

Quando criança, no Havaí, Erik (à direita) com o pai e o irmão (Reprodução/Instagram)

Saída de Rede – Seus pais eram treinadores. Você cresceu jogando voleibol?
Erik Shoji –
O voleibol é realmente parte da nossa família. Meus pais, Dave e Mary, eram treinadores. Desde pequeno, eu vivia no ginásio brincando com uma bola de vôlei, assim como meu irmão Kawika e minha irmã Cobey. Tenho um tio e um primo que também são técnicos. Mas jamais me forçaram a jogar, eu me apaixonei muito cedo por esse esporte. Foi algo natural para mim.

Saída de Rede – Quando você começou a treinar regularmente, a posição já existia. Quando é que decidiu ser líbero? Pensou em ter outra função?
Erik Shoji –
Dos 9 aos 18 anos, joguei em todas as posições, exceto central, por motivos óbvios. Adorava atacar. Porém, sempre soube que acabaria sendo um líbero por ser muito baixo. Eu me destaquei cedo, fui líbero nas seleções americanas infantojuvenil e juvenil.

O havaiano Clayton Stanley foi um dos maiores opostos de todos os tempos (FIVB)

Saída de Rede – O estado do Havaí, onde você nasceu e foi criado, é uma fonte constante de jogadores para a seleção. Quais são as principais diferenças do voleibol jogado lá, em estilo e técnica, em comparação com a parte continental dos Estados Unidos?
Erik Shoji –
Esse esporte é definitivamente parte da cultura havaiana. É semelhante ao Brasil, onde as pessoas jogam na praia ou nos parques. O clima é perfeito para o voleibol em qualquer lugar no Havaí. No que diz respeito ao jogo, as crianças havaianas geralmente são um pouco menores do que as do continente. Devido a isso, treinamos mais aspectos como recepção e defesa, e aprendemos a vencer equipes simplesmente fazendo o jogo seguir, apoiados no nosso controle de bola. Isso realmente me ajudou porque eu me tornei um líbero, não sou um jogador alto (tem 1,84m) ou forte. Sempre tive que confiar na minha habilidade e no meu conhecimento para melhorar.

Saída de Rede – Para você, quem foram os maiores jogadores que o Havaí revelou para a seleção americana?
Erik Shoji –
Os atacantes Jon e Clayton Stanley (pai e filho, respectivamente), mais altos e mais fortes do que a média dos jogadores havaianos, e também as levantadoras Robyn Ah Mow-Santos e Lindsey Berg. Todos eles foram aos Jogos Olímpicos, eram grandes atletas e são ótimas pessoas também.

Os EUA foram ouro na Liga Mundial 2014 e na Copa do Mundo 2015, além de bronze na Rio 2016 (FIVB)

Saída de Rede – Você joga na seleção principal dos Estados Unidos desde 2013. Qual foi a sua melhor temporada até agora?
Erik Shoji –
Para ser sincero, não tenho certeza de qual foi meu melhor período. Todos os anos tivemos algumas mudanças. No ano passado, por exemplo, tivemos uma seleção renovada, para que novos atletas ganhassem experiência e fossem avaliados. Cada ano foi diferente, com vários companheiros de equipe e competições distintas. Tudo isso interfere no meu jogo, então fica difícil fazer essa autoavaliação. Agora, se eu levar em consideração o quanto trabalhei, quanto tempo fiquei concentrado com a seleção, 2016 foi o meu melhor ano. E ainda ganhei uma medalha olímpica.

Saída de Rede – A seleção americana esteve muito perto de chegar à final na Rio 2016, quando o oposto italiano Ivan Zaytsev teve aquela sequência no saque no final do quarto set. Sendo um dos responsáveis pela linha de passe, como você analisa a virada italiana? Aquela partida ainda te incomoda?
Erik Shoji –
Aquela é uma derrota difícil de superar. Zaytsev é um jogador fora de série, especialmente quando está sob pressão. Ele reverteu o placar e jogou a pressão sobre nós. Infelizmente, não soubemos lidar com aquilo. Eu poderia ter sugerido alguns ajustes na composição da nossa recepção, na divisão das zonas, mas não fiz. Penso nisso de vez em quando. No entanto, foi incrível como nos recuperamos e, dois dias depois, vencemos a Rússia de virada na disputa da medalha de bronze.

[Nota do SdR: Ivan Zaytsev sacou cinco vezes seguidas para empatar, virar e fechar o quarto set, de 20-22 a 25-22. Os EUA permaneceram com três jogadores na recepção. O técnico John Speraw não alterou a composição. O ponta/oposto Matt Anderson (jogou na saída na Rio 2016), um bom passador, poderia ter ampliado momentaneamente a linha de recepção, diminuindo a área para os demais, aumentando as chances do time receber o serviço naquela sequência. Os dois primeiros saques de Zaytsev foram sobre o ponta Taylor Sander, que não conseguiu passar. Os três últimos foram sobre Shoji, que decidiu cobrir uma área ainda maior do que já teria e também falhou.]

Sequência do italiano Zaytsev no saque na Rio 2016 ainda mexe com Erik Shoji (FIVB)

Saída de Rede – Depois da eliminação na segunda fase do Campeonato Mundial 2014, qual é a sua expectativa para o Mundial 2018? Os EUA vão encarar um grupo forte, com Rússia e Sérvia.
Erik Shoji –
Em 2014, na Polônia, a gente estava a um set de chegar à terceira fase, o top 6. Acabamos perdendo aquele jogo para a Argentina. Vamos para uma medalha este ano, mas vai ser muito difícil. O formato do torneio é complicado porque os pontos da primeira fase são transferidos para a segunda. Nossa chave é bastante difícil, teremos que jogar o nosso melhor para ficar na primeira colocação do grupo.

Saída de Rede – Além da Itália, cujo jogo encaixa com o de vocês e tem sido um obstáculo no caminho dos americanos em vários torneios importantes nesta década, quais são as seleções mais difíceis para a equipe dos EUA?
Erik Shoji –
O Brasil não é o número um do ranking mundial à toa, é um time muito forte, complicado de se enfrentar, com um jogo consistente, com poucos erros. Outra coisa que me impressiona nos brasileiros é que são muito bons em todos os fundamentos. A França exige demais de qualquer adversário, pois é sólida na defesa, tem bastante controle de bola, trabalha bem no contra-ataque. Essas duas seleções são oponentes bem difíceis.

O líbero defende atualmente o Latina, na liga italiana (Lega Pallavolo Serie A)

Saída de Rede – O limite de estrangeiros nas grandes ligas, como a italiana e a brasileira, para citar apenas duas, faz com que os clubes priorizem os atacantes, depois os levantadores, deixando os líberos por último. Embora você seja um dos melhores na posição, nunca jogou em um time de ponta. Quando foi para o russo Lokomotiv Novosibirsk, que havia sido campeão da Champions League três anos antes, a equipe já não tinha o mesmo poderio. Agora joga no italiano Latina, que é um time modesto. Essa situação te aborrece?
Erik Shoji –
É difícil mesmo para um líbero se colocar no mercado, é raro que esteja entre as prioridades quando se pensa em contratar alguém de fora. Com as regras que limitam a participação dos jogadores estrangeiros nas principais ligas, os clubes tendem a priorizar a contratação de atacantes. Faz sentido, é como o mercado funciona. O que eu tenho que fazer é trabalhar para jogar o melhor que posso e continuar a evoluir. Fui muito feliz em cada clube onde joguei, em diversos países, trabalhei muito duro em cada um deles. Eu adoraria jogar no Brasil. A liga é tão forte e os jogadores da seleção brasileira são muito legais, mas sei que o limite de estrangeiros é um fator complicador. Talvez um dia, quem sabe.

Saída de Rede – Treinadores do Brasil e da Europa fizeram, a pedido do blog, algumas observações a seu respeito. Apontaram a leitura do jogo como sua principal habilidade, além do passe muito consistente, assim como a defesa na posição 6. Para eles, suas maiores fraquezas seriam o levantamento e uma certa dificuldade de defender na posição 5. Você concorda com essa avaliação?
Erik Shoji –
Quero saber agora quem são esses técnicos (risos). Eu concordo, sim. Além de treinar muito passe e defesa, me dedico também para levantar melhor, com mais precisão. Agora, defender na paralela pode ser perigoso. Imagina ficar de frente para o Wallace, ele vindo com tudo, fugindo do bloqueio… É assustador (risos).

Shoji levanta para a entrada de rede: ele admite que o fundamento é um de seus pontos fracos (FIVB)

Saída de Rede – Quem te inspirou? Teve um ídolo na posição?
Erik Shoji –
Três líberos me vêm à mente. Os americanos Erik Sullivan e Rich Lambourne, e o melhor libero de sempre, Serginho. Erik e Rich foram mentores para mim na seleção, cresci vendo-os jogar. Eles são ótimos e sempre compartilharam muito conhecimento comigo. O Serginho é simplesmente incrível. Ele faz coisas com as quais só posso sonhar. Sempre foi uma honra jogar contra ele.

Saída de Rede – Quem são os seus jogadores preferidos?
Erik Shoji –
Os meus companheiros de seleção são fantásticos. Além deles, admiro muito o Bruno Rezende e o (argentino) Luciano De Cecco. Ambos fazem coisas incríveis e elevam o nível de jogo de suas equipes. Gosto demais deles porque não são somente grandes levantadores, são muito bons também nos outros fundamentos.

Saída de Rede – E seus líberos favoritos hoje em dia?
Erik Shoji –
O (francês) Jenia Grebennikov e o (polonês) Pawel Zatorski. Eles têm estilos diferentes entre eles, mas os dois são sólidos tanto na recepção quanto na defesa. Alguns dos lances que esses caras já proporcionaram são simplesmente extraordinários.

O líbero americano em ação, fazendo um passe (Getty Images)

Saída de Rede – De todos os treinadores que você teve, quais te influenciaram mais e por quê?
Erik Shoji –
Tenho sorte, todos os treinadores que tive me influenciaram positivamente. Além do meu pai, diria que o meu treinador no ensino médio, Peter Balding, teve uma grande influência sobre mim, lembro disso com clareza. Quando eu tinha 15 anos era muito preguiçoso e não entendia que poderia fazer a diferença no time como um líbero. Ele me incentivou para que eu melhorasse o meu jogo, mas também para que jogasse de forma a me tornar uma influência positiva ao meu redor. Essa energia e entusiasmo que eu demonstro em quadra vêm dos ensinamentos de Balding.

Saída de Rede – Você pensa em se tornar técnico quando encerrar a carreira de jogador? Colocou no ar em novembro passado um site de consultoria de vôlei. Conta como nasceu essa ideia, como tem sido o retorno até agora.
Erik Shoji –
Não sei se vou ser técnico mais tarde. O site Erik Shoji Volleyball Consulting foi criado para atender principalmente jovens. Eu adoro jogar e treinar voleibol, então decidi abrir o site e criar essa consultoria para chegar até os jogadores mais novos e ajudá-los a evoluir. Ofereço três pacotes (valores em dólar). Até agora está indo bem, muita gente tem me enviado e-mails, estou achando ótimo. Atendo atletas do mundo todo, desde que me escrevam em inglês. Enviam vídeos, aí assisto mais de uma vez, avalio detalhadamente e respondo. Faço recomendações sobre formas deles melhorarem o jogo. Pode ser individual ou uma equipe.

Com os pais, Dave e Mary, após uma partida da Liga Mundial 2017 na França (Reprodução/Instagram)

Saída de Rede – Seu pai, Dave, parou de trabalhar em 2017 após 42 anos como treinador no Havaí. Ele ainda exerce muita influência sobre você? A avaliação dele, por ser a de um profissional, te deixa nervoso?
Erik Shoji –
Recentemente, ele e minha mãe estiveram aqui na Europa por cinco semanas e ficaram um tempo comigo e com meu irmão (Kawika, levantador do Monza, na liga italiana). Às vezes meu pai me dá alguns conselhos e eu lido bem com isso. É normal porque ele foi técnico e não consegue deixar de analisar o jogo. Mas agora ele é mais um fã. Ele gosta muito de ver a seleção e até nos ajuda nos treinos, quando tem chance.

Saída de Rede – Além da seleção, você jogou ao lado do seu irmão Kawika (levantador reserva dos EUA) em alguns times. Faz diferença para você a presença dele em quadra?
Erik Shoji –
Jogamos dois anos juntos na Universidade de Stanford, na Califórnia, depois tivemos uma temporada em Berlim (Berlin Recycling), na Alemanha, e outra em Novosibirsk (Lokomotiv Novosibirsk), na Rússia. Amo jogar com o meu irmão. Nós nos conhecemos tão bem dentro e fora da quadra que as coisas fluem naturalmente. Adoro quando estamos juntos numa partida.

Ao lado do levantador Micah Christenson, também havaiano, durante passeio no rio Amazonas (Reprodução/Instagram)

Saída de Rede – Soube que vocês dois sofreram bem mais do que esperavam com o frio de até 45 graus Celsius negativos do inverno siberiano em Novosibirsk. Como foi essa experiência?
Erik Shoji –
Aquele foi definitivamente o lugar mais desafiador em que já vivi, por causa do frio intenso e da neve. Não parava de nevar. O que era aquilo? Somos do Havaí, não estávamos no nosso habitat natural (risos). Mas o clube foi sensacional, nos deu roupas de inverno apropriadas para o clima da Sibéria, ficamos bem aquecidos, isso ajudou muito. A cidade de Novosibirsk (a terceira maior da Rússia) é agradável. Apesar do frio congelante, eu gostei de ter tido aquela experiência.

Saída de Rede – Desde que você chegou à seleção principal dos EUA, veio ao Brasil todos os anos. Houve alguma experiência ou história marcante aqui, além dos Jogos Olímpicos?
Erik Shoji –
Amo jogar no Brasil. Os fãs são incríveis, a atmosfera é fantástica. No ano passado, houve um amistoso em Manaus. Numa manhã de folga, tivemos a oportunidade de fazer um passeio pelo rio Amazonas e comer comida típica. Cara, aquilo foi inesquecível. Talvez a experiência mais marcante da minha vida, considerando todos os lugares em que eu estive. Conhecer o rio Amazonas, um pouco da cultura local… Tudo tão lindo. Eu fiquei muito emocionado. Claro que a Olimpíada no Rio de Janeiro me tocou também, foi outro momento importante da minha vida e que se passou no Brasil. Gosto demais daí.

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