Belogorie Belgorod – Blog Saída de Rede http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br Reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Tue, 31 Dec 2019 12:02:55 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Bernardinho: há um ano terminava a era mais vitoriosa do vôlei brasileiro http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/01/11/bernardinho-ha-um-ano-terminava-a-era-mais-vitoriosa-do-volei-brasileiro/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/01/11/bernardinho-ha-um-ano-terminava-a-era-mais-vitoriosa-do-volei-brasileiro/#respond Thu, 11 Jan 2018 08:00:49 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=11326

Bernardo Rezende na Rio 2016: técnico comandou a seleção masculina em quatro ciclos olímpicos (foto: FIVB)

Não chegou a ser uma surpresa, a espera já se arrastava havia quase cinco meses, até que no dia 11 de janeiro de 2017, há exatamente um ano, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) anunciou que a seleção masculina não seria mais treinada por Bernardo Rezende. Era o fim de uma era iniciada em 2001. Foram 45 torneios oficiais, 28 títulos, incluindo dois ouros olímpicos e três mundiais. Sob seu comando, o Brasil subiu ao pódio 42 vezes. Bernardinho é, em toda a história da modalidade, o técnico mais vencedor. Sua despedida, em grande estilo, foi com um ouro em casa, nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.

Bernardo Rezende chegou ao time masculino credenciado pelo bom trabalho com a seleção feminina (1994-2000), que sob sua batuta evoluiu de coadjuvante para uma das grandes equipes do mundo, conquistando dois bronzes olímpicos (1996 e 2000), um vice-campeonato mundial (1994) e três títulos do Grand Prix (1994, 1996 e 1998).

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O voleibol masculino do Brasil já havia sido campeão olímpico antes dele, pelas mãos de José Roberto Guimarães, na Olimpíada de Barcelona, em 1992. No entanto, foi após a chegada de Bernardinho que a seleção brasileira atingiu um nível de excelência difícil de ser igualado por qualquer equipe no mundo.

A constelação da década passada, com nomes como Giba, Ricardinho, Dante, Gustavo, Serginho, Nalbert, entre outros craques, foi um time esférico, beirando a perfeição, meticulosamente armado pelo treinador. Logo de cara, no primeiro torneio, a Liga Mundial 2001, um ouro. Da conquista do Mundial 2002 até a da Copa do Mundo 2007, o Brasil venceu simplesmente todos os torneios globais que disputou.

Carismático e brilhante, ele é sinônimo de vôlei de alta qualidade. Em quatro ciclos, o homem marcado pela tensão quase constante e pelos gestos crispados, foi a todas as finais de Mundiais e Jogos Olímpicos, um feito incrível, somando cinco ouros e três pratas.

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Seu sucessor, Renan Dal Zotto, teve uma primeira temporada positiva, com dois ouros (Sul-Americano e Copa dos Campeões) e uma prata (Liga Mundial), mas foi pouco exigido em 2017, um ano morno, com a maioria dos adversários competindo com equipes B, como analisamos aqui.

Para lembrar a era Bernardinho, um ano depois do seu fim, o Saída de Rede destaca seis momentos marcantes da passagem do treinador pela seleção masculina.

Nalbert, Maurício, Giovane e Ricardinho no pódio da Liga Mundial 2001 (FIVB)

LIGA MUNDIAL 2001
O próprio Bernardo sempre ressaltou a importância que o primeiro título teve para o grupo. Sua estreia com os homens foi no dia 4 de maio de 2001, em um amistoso contra a frágil Noruega, em Portugal, vencido por 3-0. A partida valia como preparação para a disputa da Liga Mundial daquele ano. O Brasil havia passado quase em branco no ciclo anterior, com Radamés Lattari como treinador, tendo vencido, além de dois Sul-Americanos e de duas Copas América, apenas a desimportante Copa dos Campeões 1997, diante de rivais desfalcados. No Mundial 1998, quarto lugar. Na Olimpíada de Sydney, em 2000, a seleção foi despachada nas quartas de final pela esforçada Argentina.

A expectativa não era muito alta para a Liga Mundial 2001, mas o Brasil deslanchou. Perdeu apenas uma partida na fase de classificação – um apertado 2-3 para os Estados Unidos, como visitante. Na final, em Katowice, na Polônia, num rápido 3-0, atropelou a Itália, melhor time da década anterior e vinda de um tricampeonato mundial. A seleção brasileira mostrava ao mundo seu cartão de visita, agora sob nova direção.

Ocupar o lugar mais alto do pódio seria uma constante para aquela geração. Somente na Liga Mundial viriam mais sete títulos (2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009 e 2010). Antes, em 1993, com Zé Roberto, a seleção havia obtido seu primeiro ouro na competição. O Brasil, com nove conquistas, foi o maior vencedor do torneio, extinto em 2017 e substituído a partir deste ano pela Liga das Nações.

Treinador abraça Giovane logo após o ace que fechou a decisão e deu ao Brasil o ouro do Mundial 2002 (FIVB)

CAMPEONATO MUNDIAL 2002
A seleção de Bernardinho havia conquistado a Liga Mundial 2001. Naquele mesmo ano, desfalcada de Giba, Gustavo e Serginho, foi vice-campeã na Copa dos Campeões. Veio a temporada 2002 e, em pleno Mineirinho, em Belo Horizonte, o Brasil caiu por 1-3 contra a Rússia. Surgia a dúvida se aquele time seria capaz de trazer o tão esperado título mundial.

Vinte anos antes, em Buenos Aires, na Argentina, a equipe treinada por Bebeto de Freitas, na qual Bernardo Rezende era levantador reserva, havia batido na trave, ficando com a prata ao perder para a União Soviética. A história, em 2002, foi diferente. Na decisão, diante dos russos, herdeiros dos títulos da antiga URSS, o Brasil venceu uma das partidas mais emocionantes de todos os tempos, no mesmo palco de duas décadas atrás, o histórico ginásio Luna Park. O jogo foi decidido apenas no tie break, pela diferença mínima, com um ace inesquecível do ponteiro Giovane Gavio no match point. A seleção brasileira fez uma campanha quase impecável, perdendo apenas uma partida na primeira fase, em cinco sets, contra os EUA – eles outra vez.

No caminho para o título, uma das sequências mais difíceis já encaradas. Nas quartas de final, a tricampeã mundial Itália (vitória por 3-2). Na semifinal, a campeã olímpica Iugoslávia (3-1). Finalmente os russos na final.

A conquista foi o triunfo de um grupo fantástico e deu a Bernardinho um título de primeira grandeza – ele que havia sido barrado do lugar mais alto do pódio em Mundiais e Olimpíadas com a seleção feminina por uma lendária geração cubana.

O bicampeonato viria em 2006 e o tri em 2010. Mas o primeiro ouro em um Mundial teve, é claro, um sabor especial.

Grupo campeão olímpico em Atenas. Bernardinho está à direita na imagem (FIVB)

ATENAS 2004
O Brasil chegou aos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, como favorito absoluto ao ouro e não decepcionou. Ao longo daquele ciclo, o time havia provado que era, de fato, o melhor do mundo. Na Copa do Mundo 2003, uma competição difícil com 12 seleções jogando entre si em duas semanas, a equipe havia cedido apenas quatro sets em 11 partidas. Na Liga Mundial 2004, também de forma invicta, outro título, desta vez superando, em Roma, a arquirrival Itália por 3-1 na final.

A seleção de Bernardinho sobrou em Atenas. Se deu ao luxo de, já classificada para as quartas de final como primeira da chave, colocar reservas em quadra e perder por 1-3 para os EUA na fase de grupos. Reencontrou os americanos na semifinal e aplicou uma surra por 3-0, na sua melhor exibição na capital grega. Na decisão, o aguardado confronto contra a Itália, já derrotada na etapa inicial em cinco sets. Na final, 3-1 para o Brasil e a consagração definitiva daqueles atletas e do treinador e sua comissão técnica.

Ricardinho e Bernardinho fizeram as pazes em 2012 (FIVB)

CORTE DE RICARDINHO
“O Brasil tem um time excepcional, mas Ricardo faz a diferença. Ele consegue sempre, mais do que qualquer outro levantador no mundo, deixar o time em condição de matar a jogada, distribui a bola como ninguém, numa velocidade incrível”. A frase dita em 2004 pelo americano Doug Beal, técnico campeão olímpico com a seleção masculina dos EUA em 1984 e que redefiniu a estrutura dos times de voleibol, demonstra bem a genialidade do levantador Ricardinho. Mas em meados de 2007, o maestro daquela estelar equipe brasileira e o comandante Bernardinho viviam às turras.

Até que antes da estreia do Brasil nos Jogos Pan-Americanos do Rio veio a notícia surpreendente: Ricardo Garcia havia sido cortado. O reserva Marcelinho foi elevado à condição de titular e Bruno, então com 21 anos, convocado para a vaga aberta. O SdR relembrou essa história, que você pode conferir aqui. Ricardinho havia sido o MVP da Liga Mundial 2007, mas o desgaste era muito grande. Na campanha do bicampeonato mundial, em 2006, levantador e técnico haviam discutido asperamente diante das câmeras, durante a segunda fase, mas ninguém imaginava que a tensão entre eles pudesse crescer a ponto de Ricardo ser dispensado.

O atleta ainda retornaria, mas somente em 2012. Participou da Liga Mundial daquele ano, porém longe da melhor forma física não conseguiu tirar a titularidade de Bruno, que também permaneceu no sexteto principal no vice-campeonato na Olimpíada de Londres. Com a prata olímpica no peito, entrando pouco em quadra, encerrou de forma discreta sua trajetória na seleção.

O corte de Ricardinho gerou um imenso desgaste para Bernardinho, tanto entre os torcedores quanto na mídia. Principalmente no ano seguinte, quando o time perdeu o ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim para os EUA.

Deslocado para a saída de rede, Muserskiy foi o grande nome da final de Londres 2012 (AFP)

VIRADA INESQUECÍVEL EM LONDRES 2012
O central russo Dmitriy Muserskiy, 2,18m, povoa o imaginário dos fãs brasileiros de vôlei. Numa bela sacada do técnico Vladimir Alekno, o gigante mudou de função após sua seleção estar perdendo por 0-2 para o Brasil na final da Olimpíada de Londres, em 2012. Muserskiy foi deslocado do meio de rede para a saída e se transformou no carrasco da equipe comandada por Bernardinho. Vitória épica russa por 3-2, numa das derrotas mais doloridas para o técnico multicampeão. Os brasileiros chegaram a ter dois match points no terceiro set.

Quatro anos antes, em Pequim 2008, o time perdeu de virada por 1-3 para os EUA, mas os americanos chegaram àquela final em melhor forma física e técnica. A Rússia de 2012 estava no mesmo nível do Brasil. Dmitriy Muserskiy já havia atuado na saída em seu clube, o Belogorie Belgorod, mas nunca na seleção.

Na decisão em Londres, depois de marcar apenas quatro pontos pelo meio de rede nos dois primeiros sets, Muserskiy fez outros 27 nas três parciais seguintes como oposto. O titular da posição, Maxim Mikhaylov, foi para a entrada de rede. Uma contusão no joelho direito do ponteiro brasileiro Dante Amaral agravou-se durante a partida e colaborou para o triunfo russo, mas a atuação de Muserskiy foi excepcional.

Jogadores e comissão técnica jogam Bernardinho para o alto depois da conquista do ouro na Rio 2016 (FIVB)

DESPEDIDA EM GRANDE ESTILO NA RIO 2016
Tendo conquistado seu último grande título no Mundial 2010, Bernardinho chegou aos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, sob muita pressão. O único ouro desde então era o da secundária Copa dos Campeões 2013. Ao longo desta década, o Brasil seguia como presença constante nas finais dos grandes torneios, algo extremamente importante, mas agora colecionava medalhas de prata. Havia sido assim na final do Mundial 2014, quando o tetra escapou. Semanas antes da Rio 2016, na decisão da Liga Mundial, mais um vice-campeonato – a exemplo de 2011, 2013 e 2014.

Se a geração anterior, da qual o líbero Serginho então com quase 41 anos era o único remanescente, foi composta de gênios, Bernardinho definia a atual como “um time de operários”. E foi assim, mesmo perdendo duas vezes na fase de grupos, contra Itália e EUA, classificando-se de forma dramática para a etapa seguinte numa vitória por 3-1 em um jogo intenso contra a França, tendo dificuldade nas quartas de final contra uma aguerrida Argentina, que o Brasil foi galgando degraus. Triturou a Rússia em sets diretos na semifinal. Na decisão, mais emocionante do que o placar de 3-0 pode fazer supor, superou a Itália e levou o Maracanãzinho ao delírio.

Após duas pratas seguidas, seu segundo ouro olímpico finalmente havia chegado. Era a hora de sair de cena na seleção. Durante os meses seguintes, Bernardinho dava a entender que poderia deixar o cargo, mas não confirmava. Até que veio o adeus, sem fazer alarde.

Ele deixou o PSDB e filiou-se ao Novo em abril de 2017 (Reprodução/YouTube)

Candidato a governador?
O treinador mais vitorioso da história do voleibol segue à frente da equipe feminina do Sesc, time com o qual venceu 12 vezes a Superliga e alcançou dois vice-campeonatos mundiais.

Filiado desde abril do ano passado ao Partido Novo, fundado em 2015, ele, que já foi do PSDB, admitiu que pode ser candidato a governador do Estado do Rio de Janeiro nas eleições de 2018. Há outra possibilidade. Bernardinho também foi sondado para sair em uma chapa como o vice do banqueiro João Amoêdo, fundador do Novo e pré-candidato à vaga na corrida presidencial este ano. Bernardo Rezende em Brasília? Seu futuro estará na política, seja no Rio ou na capital federal? Mesmo que não ganhe nas urnas, vai deixar de vez o vôlei? Incertezas.

Mas o que quer que venha a fazer, onde quer que esteja, ele será lembrado sempre como um dos maiores nomes da modalidade. Sua presença no Hall da Fama é apenas uma questão de tempo. Porém, o maior reconhecimento, aquele que vem dos fãs do esporte, aqui ou no exterior, ele já tem. Com talento, inteligência e uma dedicação inquebrável, Bernardinho é o cara que tantas vezes transformou em ouro o sonho do torcedor brasileiro.

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Belgorod vence duelo de gigantes e tira Zenit Kazan da liderança na Rússia http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/01/08/belgorod-vence-duelo-de-gigantes-e-tira-zenit-kazan-da-lideranca-na-russia/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/01/08/belgorod-vence-duelo-de-gigantes-e-tira-zenit-kazan-da-lideranca-na-russia/#respond Mon, 08 Jan 2018 08:00:40 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=11286

Muserskiy supera block de Samoylenko na vitória do Belogorie sobre o Zenit (foto: Belogorie Volley)

Com o central Dmitri Muserskiy, o levantador Sergey Grankin e o ponta Sergey Tetyukhin de um lado da rede, e o oposto Maxim Mikhaylov e os ponteiros Wilfredo León e Matt Anderson do outro, o Belogorie Belgorod recebeu o Zenit Kazan, no domingo, e venceu o primeiro jogão do ano. A partida foi válida pela 17ª rodada da liga russa masculina de vôlei – a quarta do returno.

O Belogorie ganhou por 3 a 2, em parciais de 21-25, 25-20, 25-18, 20-25, 15-12, e tirou os campeões mundiais da primeira posição do campeonato nacional. As duas equipes chegaram a 45 pontos na tabela, mas o time de Belgorod tem uma vitória a mais que os rivais (16 a 15).

Na liga feminina, quem segue fazendo um campeonato horroroso é o Dínamo Krasnodar. Bicampeã em 2015 e 2016 da Copa CEV (o segundo torneio continental mais importante da Europa), a equipe perdeu para Proton Saratov por 3-0 (25-22, 25-22, 25-19) e segue firme na lanterna da competição, sem saber ainda o que é vencer, mesmo após 12 rodadas disputadas no certame.

Nem mesmo o retorno de Sokolova às quadras, há algumas semanas, melhorou o rendimento do sexteto de Krasnodar. A ponteira de 40 anos anotou seis pontos na partida e jogou apenas os dois primeiros sets.

A liderança pertence ao Dínamo Kazan, que não teve dificuldade para fazer 3 a 0 (25-10, 25-19, 25-19) sobre o Metar Chelyabinsk, fora de casa, e chegou a 33 pontos. São três pontos à frente do Dínamo Moscou, que superou o Yenisei Krasnoyarsk, sábado, também em sets diretos.

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ITÁLIA
Na segunda rodada do returno da liga italiana feminina, o Savino del Bene Scandicci visitou o Pomì Casalmaggiore, no sábado, e se deu mal. Com a derrota por 3 sets a 1 (25-19, 15-25, 25-21, 25-18) para o nono colocado do campeonato, o time da central Adenizia, que está na terceira posição, com 27 pontos, perdeu contato com as líderes.

O Imoco Volley Conegliano bateu, de virada, Il Bisonte Firenze (3 a 1, parciais de 22-25, 25-11, 25-23, 25-12) e manteve a ponta na competição, com 35 pontos. Logo em seguida, três pontos atrás, aparece o Igor Gorgonzola Novara, que suou para superar o Mycicero Volley Pesaro, neste domingo, em 3 sets a 2, com direito a reverter um tie break em que perdia por 6-1.

Éder sobe no bloqueio contra o Ravenna (divulgação/Diatec Trentino)

Já no campeonato masculino, destaque para a reação do Diatec Trentino. O time do central Éder perdeu cinco das sete primeiras partidas que disputou na liga e parecia carta fora do baralho. Contudo, o time engatou nove vitórias consecutivas e, com o 3-1 sobre o Bunge Ravenna (25-18, 22-25, 25-19, 25-20), neste domingo, chegou à quarta posição na tabela.

O Sir Safety Conad Perugia, que assumiu a ponta na primeira rodada do returno, venceu em casa o Wixo LPR Piacenza por 3-1 e se manteve em primeiro, seguido pelo Cucine Lube Civitanova – que aplicou 3-1 sobre o Revivre Milano – e pelo Azimut Modena, que contou com 23 pontos do esloveno Tine Urnaut para vencer o Gi Group Monza por 3 sets a 2.

TURQUIA
O Fenerbahçe, de Natália, tomou um susto do Bursa Sehír, mas chegou à 11ª vitória em 12 jogos pela edição 2017/2018 da liga turca. A ponteira brasileira assinalou 18 pontos, neste domingo, na vitória de sua equipe por 3 sets a 2 (20-25, 23-25, 25-13, 25-13, 15-9). A maior anotadora da partida foi sua companheira de ataque, a oposta azeri Polina Rahimova, com 24 acertos. O time está em terceiro lugar na classificação.

Eczacibasi lidera liga turca (divulgação/Eczacibasi VitrA)

A liderança do campeonato é do Eczacibasi VitrA, que atropelou o Kameroglu Beylikduzu em sets diretos, com parciais de 25-18, 25-14, 25-12. Em segundo vem o VakifBank, que nem precisou pôr Ting Zhu em jogo para chegar ao 3-0 contra o Halkbank.

O primeiro colocado da competição masculina, o Zíraat Bankasi, contou com 25 pontos do oposto polonês Dawid Konarski para virar contra o Jeopark Kula, dos brasileiros Murilo Radke, Luan Weber e Raphael de Oliveira, e vencer por 3 a 1 (21-25, 25-21, 25-22, 25-19).

Mesmo vencidos, os brasileiros tiveram boa pontuação na partida: Raphael fez 20 pontos, com 62% de aproveitamento no ataque, e Luan obteve 17 acertos.

POLÔNIA
Depois que venceu o PGE Skra Belchatow na última rodada do primeiro turno da PlusLiga – a liga masculina polonesa de vôlei –, o Zaksa Kedzierzyn-Kozle disparou na ponta da competição e segue firme rumo ao terceiro título nacional consecutivo.

No sábado, o Zaksa venceu o Zawiercie, do ponta brasileiro Hugo de León da Silva, por 3-1 (22-25, 25-17, 25-23, 26-24) e manteve sete pontos de vantagem sobre o Belchatow.

Regiane (5) conheceu a primeira derrota na liga polonesa (foto: Bianka Sawoniuk/Orlen Liga)

Já na Orlen Liga, o campeonato feminino, Regiane marcou 22 pontos, mas não evitou a queda da invencibilidade do LKS Lodz, batido pelo Chemik Police, neste domingo (partida decidida em cinco sets, com parciais de 20-25, 18-25, 25-23, 25-21, 15-11). O resultado trouxe equilíbrio à disputa do primeiro lugar da fase classificatória.

O LKS Lodz lidera a competição com 31 pontos e 11 vitórias. Em segundo, com o mesmo número de triunfos, mas um ponto a menos, aparece o Chemik Police. O Rzeszow, que tem 29 pontos e dez vitórias, aparece na terceira posição.

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Sem Thaisa, Eczacibasi terá duelo turco nas semifinais da Liga dos Campeões http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/04/05/sem-thaisa-eczacibasi-tera-duelo-turco-nas-semifinais-da-liga-dos-campeoes/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/04/05/sem-thaisa-eczacibasi-tera-duelo-turco-nas-semifinais-da-liga-dos-campeoes/#respond Wed, 05 Apr 2017 22:00:23 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=6233

Eczacibasi passou pelo Fenerbahçe e terá o VakifBank nas semifinais (fotos: CEV)

O Eczacibasi VitrA, da Turquia, montou um timaço, ganhou o Mundial de Clubes, oscilou com o passar dos meses e corria sério risco de eliminação na Liga dos Campeões 2016/2017. Mas, num jogo que tirou a única campeã olímpica de seu elenco pelo resto da temporada, o time se reergueu e está no Final Four da principal competição de clubes da Europa.

A equipe precisava, sob qualquer circunstância, vencer o Fenerbahçe, na terça-feira, para avançar no campeonato ou, ao menos, levar a decisão para o Golden Set, no caso de um 3-2 – justo contra o Fenerbahçe, da craque sul-coreana Kim Yeon Koung e de Natália, que havia vencido os três últimos jogos entre os dois times. Apesar do retrospecto desfavorável, a vitória de virada por 3 sets a 1 (29-31, 25-14, 27-25, 25-23) garantiu as bicampeãs mundiais nas semifinais.

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Natália em ação contra Eczacibasi: 22 pontos no jogo 2

Natália, com 22 acertos no total e 41% de aproveitamento no ataque, foi a maior anotadora do Fenerbahçe, seguida de Kim Yeon, com 20 pontos no geral e 37% nas cortadas. Bons números, mas que não fizeram frente às 27 anotações da jovem oposta sérvia Tijana Boskovic, nem ao placar de 12 a 5 obtido pelo Eczacibasi no bloqueio.

Thaisa, que atuou no sacrifício por causa de uma contusão no joelho esquerdo e fez todo mundo prender a respiração no terceiro set, quando lesionou horrivelmente o tornozel direito, foi a maior bloqueadora da partida, com quatro pontos nesse quesito. Ela também obteve três aces e três pontos no ataque.

A central brasileira não sofreu nenhuma fratura, nem deve passar por cirurgia no local dessa contusão. Mas, como sofreu lesões no ligamento e na cartilagem do tornozelo, deverá ficar em repouso por três semanas, o que inviabiliza sua participação no Final Four – dias 22 e 23 de abril, em Treviso (Itália).

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Nas semifinais, o Eczacibasi VitrA encara o VakifBank, líder da liga turca. Nos playoffs de 6, nesta quarta-feira, o time da ponteira Ting Zhu venceu, em casa, o Volero Zürich por 3 sets a 1 (22-25, 25-21, 25-16, 25-22), repetindo o placar do primeiro jogo.

Ting Zhu enfrenta bloqueio do Volero Zürich

MVP na Rio 2016, Zhu foi a maior pontuadora do duelo, com 21 pontos. Pelo Volero, que não contou com a levantadora Fabíola – que contundiu o joelho na semana e está fora do restante da temporada de clubes –, a ponteira Mari Paraíba entrou no decorrer dos dois últimos sets para atuar no fundo de quadra em curtas passagens.

A outra semifinal da Champions League feminina será disputada entre o Dínamo Moscou, que eliminou o Liu Jo Nordmeccanica Modena com 3 a 0, em Moscou, nesta quarta, e o pré-classificado Imoco Volley Conegliano, num duelo das atuais campeãs nacionais da Rússia e da Itália

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MASCULINO
O ex-levantador da seleção brasileira Marlon está mais longe de chegar ao Final Four masculino. Nesta quarta-feira, pelo jogo de ida dos playoffs de 6, o Belogorie Belgorod visitou o Zenit Kazan e perdeu por 3 a 1 (25-14, 25-17, 23-25, 26-24). O brasileiro atuou nos dois primeiros sets e foi substituído pelo reserva Roman Poroshin.

Belogorie Belgorod, de Marlon, ficou em situação difícil na Champions

Pelo Zenit, que tenta o terceiro título continental seguido, o oposto Mikhaylov fez 20 pontos, o ponteiro León, 17, e o ponta Matt Anderson, 15 – na seleção dos EUA, ele atua na saída de rede. Do lado do Belogorod, o meio de rede Muserkiy obteve 16 acertos.

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Nas outras duas partidas da rodada, o Berlin Recycling Volleys venceu o Dínamo Moscou por 3 sets a 2 (23-25, 22-25, 25-19, 25-18, 15-10) – desse duelo sai o adversário do Zenit ou do Belogorod nas semifinais –, enquanto o Civitanova visitou o Azimut Modena e marcou um 3 a 0 (25-23, 25-18, 29-27).

As finais da Champions masculina serão em Roma, entre os dias 29 e 30 deste mês. O Perugia já está classificado a título de representante da cidade sede do Final Four.

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Champions League: Fenerbahçe, de Natália, complica a vida do time de Thaisa http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/03/23/champions-league-fenerbahce-de-natalia-complica-a-vida-do-time-de-thaisa/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/03/23/champions-league-fenerbahce-de-natalia-complica-a-vida-do-time-de-thaisa/#respond Thu, 23 Mar 2017 23:55:44 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=5874

Fenerbahçe comemora vitória em jogo duro contra Eczacibasi (foto: Fenerbahçe)

O Fenerbahçe largou em vantagem contra o Eczacibasi VitrA, nos playoffs de 6 da Liga dos Campeões feminina. Nesta quinta-feira, em Istambul, o time da ponteira Natália venceu atuais campeãs mundiais por 3 sets a 2 (16-25, 25-22, 25-19, 21-25, 15-12) e está a uma vitória por qualquer placar, no jogo 2, para garantir presença no Final Four. À equipe da central Thaisa, restam duas possibilidades: conquistar uma vitória de três pontos (por 3 a 0 ou 3 a 1) para ficar com a vaga nas semifinais ou devolver a derrota por 3 a 2 e levar a disputa para o Golden Set.

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Foi o quarto jogo entre as duas equipes na temporada e a terceira vitória consecutiva do Fenerbahçe – que também levou a melhor nas semifinais da Copa da Turquia e no duelo returno da liga turca.

O Eczacibasi não precisa de malabarismo matemático para voltar às finais da Champions League – campeão em 2015, foi eliminado pelo VakifBank no ano passado, ainda nos playoffs de 12. Mas, predicados do Fenerbahçe à parte, será decepcionante se um clube com um elenco como esse (com Thaisa, Rachael Adams, Jordan Larson, Kosheleva, Boskovic, Ognjenovic) cair tão cedo na competição continental, ainda mais colecionando derrotas para equipes conterrâneas (perdeu duas vezes para o VakifBank na fase de grupos).

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Thaisa (6) e Kosheleva no bloqueio, Natália no ataque: vantagem da ponteira do Fenerbahçe (CEV)

Com 22 pontos, Natália empatou com a craque sul-coreana Kim Yeon Koung como maior anotadora do Fenerbahçe. A pontuadora máxima do jogo, apesar do revés no placar, foi a oposta sérvia Tijana Boskovic, com 24 acertos – e 51% de aproveitamento no ataque. A meio de rede Thaisa, com oito pontos no total, teve atuação apagada no ataque: em 12 tentativas, a brasileira pontuou três vezes, errou quatro e sofreu um ponto de bloqueio.

O jogo da volta será no próximo dia 4, também em Istambul. Quem vencer essa série encara, nas semifinais, o ganhador do confronto entre Volero Zürich e VakifBank, que também se enfrentaram nesta quinta-feira, na Suíça.

O time da casa até saiu na frente do marcador, mas sucumbiu diante de uma ótima atuação da oposta holandesa Lonneke Slöetjes e perdeu por 3 sets a 1 (15-25, 25-20, 25-17, 25-21).

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Zivkovic enfrentou o VakifBank no lugar de Fabíola (CEV)

A oposta ucraniana do time suíço, Olesia Rykhliuk, teve uma pontuação elevada (24 anotações), mas não superou os 26 pontos de Slöetjes, que teve ainda 62% de aproveitamento nas cortadas. A ponteira brasileira Mari Paraíba, do Volero, entrou no decorrer do terceiro e quarto sets para sacar e ficar no fundo de quadra – saiu sem pontos marcados. Fabíola, levantadora titular da equipe de Zurique, lesionou o joelho antes da partida e não atuou no confronto – a sérvia Zivkovic jogou em seu lugar.

O jogo 2, em Istambul, será no dia 5 de abril e bastam dois sets ao VakifBank, atual vice-campeão europeu, para chegar ao Final Four.

No outro duelo dessa fase, o Dínamo Moscou venceu o Liu Jo Nordmeccanica Modena, na Itália, por 3 a 0 (25-22, 25-13, 25-13) e está, matematicamente, na mesma situação do VakifBank para o jogo da volta, dia 5, na Rússia.

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Muserskiy no bloqueio contra o Zaksa: classificação russa

MASCULINO
O Belogorie Belgorod, da Rússia, repetiu nesta semana o placar de 3 a 1 (parciais de 25-22, 20-25, 26-24, 25-21) sobre o Zaksa Kedzierzyn-Kozle e se classificou aos playoffs de 6 da Champions League masculina. O levantador brasileiro Marlon, contundido, desfalcou o Belgorod.

O resultado está longe de ser considerado “zebra”, dada a tradição do tricampeão europeu Belgorod, mas chama a atenção a facilidade com que o quarto colocado da liga russa eliminou o líder da PlusLiga (o campeonato polonês). O central Dmitry Muserskiy foi o maior anotador da equipe visitante, com 14 acertos e 67% de aproveitamento no ataque.

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Na próxima fase, o Belogorie Belgorod faz um duelo russo com o Zenit Kazan. Os atuais bicampeões europeus venceram o Arkas Spor Izmir, dos ponteiros brasileiros Mauricio Borges e João Paulo Bravo, por 3 a 0 nas duas partidas. O jogo 1 ainda não tem data marcada, mas será entre os dias 4 e 6 de abril.

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Ao lado de campeões olímpicos pela Rússia, brasileiro busca título europeu http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/03/14/ao-lado-de-campeoes-olimpicos-pela-russia-brasileiro-busca-titulo-europeu/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/03/14/ao-lado-de-campeoes-olimpicos-pela-russia-brasileiro-busca-titulo-europeu/#respond Wed, 15 Mar 2017 01:00:14 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=5666

Marlon (14): há dois meses, reforço do Belgorod (fotos: CEV)

Os playoffs de 12 da Liga dos Campeões masculina começam nesta terça-feira e, com eles, o maior desafio de Marlon desde seu retorno à Europa. Bem diferente de quando jogou no São Bernardo até janeiro deste ano, onde era um veterano dentro de um elenco repleto de calouros, ele agora é o levantador do Belogorie Belgorod, da Rússia, que tenta ocupar o trono do voleibol europeu pela quarta vez – venceu o Europeu em 2003, 2004 e 2014.

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A equipe é das mais qualificadas. Campeão mundial em 2010 com a seleção brasileira, Marlon joga ao lado de nada menos do que quatro campeões olímpicos de Londres 2012: os pontas Taras Khtey e Sergey Tetiukhin, o líbero Obmochaev e o central Dmitry Muserskiy. Seria, em tese, um time para fazer frente a qualquer rival de peso, mas o Belgorod ocupa apenas a quarta posição da superliga russa e, na fase de grupos da Champions League, perdeu metade dos seis jogos que disputou.

O brasileiro, de 39 anos, que já defendeu o Dínamo Krasnodar e também teve passagens no vôlei italiano, se juntou ao time em janeiro e estreou na competição continental na quarta rodada. Desde então, foram duas derrotas no tie break para Perugia e Halkbank e uma vitória por 3 a 1 sobre o Knack Roeselare, da Bélgica.

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Não bastasse a campanha claudicante na temporada, o Belogorod terá pela frente, no mata-mata da Liga dos Campeões, o Zaksa Kedzierzyn-Kozle – líder da PlusLiga (o campeonato polonês), dono de uma campanha de cinco vitórias e 15 pontos em seis partidas na Champions.

O Zaksa conta com um dos melhores levantadores do mundo, o francês Benajmin Toniutti, com o líbero campeão mundial de 2014 pela Polônia, Pawel Zatorski, e atacantes como o ponta Kevin Tillie, titular da seleção da França, o oposto Dawid Konarski e o central Mateusz Bieniek – um dos melhores sacadores da atualidade.

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O jogo 1 entre Belogorie Belgorod e Zaksa Kedzierzyn-Kozle será na quarta-feira, na Rússia, a partir das 13h, pelo horário de Brasília – o site Laola.tv transmite ao vivo. O jogo da volta, na Polônia, será na quarta-feira da próxima semana, dia 22.

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MAIS BRASILEIROS EM AÇÃO
Noutro dos duelos do mata-mata, o Arkas Spor Izmir, da Turquia, enfrenta o Dínamo Moscou. Com o ponteiro campeão olímpico Mauricio Borges e João Paulo Bravo (ponta que tem atuado como líbero), a equipe turca é a única ainda sobrevivente na competição, além do Belgorod, com jogadores brasileiros no elenco.

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Arkas e Dínamo tiveram campanha parecida na fase de grupos, com quatro vitórias e duas derrotas. Porém, a temporada do time russo é melhor: enquanto os moscovitas são vice-líderes no campeonato nacional, a equipe de Izmir é apenas a quinta colocada na liga turca.

A primeira partida será quinta-feira, na Turquia, às 13h (horário de Brasília), também com transmissão do Laola. O jogo 2 será na Rússia, terça-feira que vem.

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Carrasco do Brasil em Londres 2012 pego no antidoping http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/12/13/3986/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/12/13/3986/#respond Tue, 13 Dec 2016 08:00:16 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=3986

Muserskiy na final em Londres: 31 pontos e virada histórica sobre a seleção brasileira (fotos: FIVB)

O gigante russo Dmitriy Muserskiy, 2,18m, povoa o imaginário dos fãs brasileiros de vôlei. Como num pesadelo, ele deixou sua posição original, de central, após sua seleção estar perdendo por 0-2 para o Brasil na final da Olimpíada de Londres, em 2012, foi para a saída de rede e se transformou no carrasco da equipe comandada por Bernardinho. Vitória épica russa por 3-2, uma das derrotas mais doloridas dos brasileiros, que chegaram a ter dois match points no terceiro set. Mas será que o time vencedor jogou limpo? A versão final do relatório da Agência Mundial Antidoping (Wada) sobre os casos de uso de substâncias proibidas na Rússia inclui o nome do atacante em meio a mais de mil atletas daquele país, de 30 modalidades, no período de 2011 a 2015.

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Muserskiy foi pego duas vezes utilizando substâncias ilegais, cujos nomes não foram revelados. As datas também não foram especificadas, ou seja, por enquanto não se sabe se alguma delas correspondia a Londres 2012. Há outros nomes ligados ao vôlei russo no relatório, mas o número total e as demais identidades ainda são mantidos sob sigilo. Na primeira etapa do relatório, entregue em julho deste ano, havia dez atletas do voleibol da Rússia, mas também houve segredo.

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O jurista canadense Richard McLaren, que chefia a investigação a serviço da Wada, confirmou a presença de Dmitriy Muserskiy entre os atletas flagrados por uso de doping ao site Sport-Express, um dos mais conceituados da Rússia. O veículo chegou ao nome de Muserskiy e de competidores de outras modalidades por meio de uma lista que teria vazado a partir de correspondências de Grigori Rodtchenkov, ex-diretor do centro antidopagem russo. Após denunciar em maio deste ano um esquema de doping institucionalizado de atletas no país, que contava com o aval do governo, Rodtchenkov fez com que a Wada iniciasse a apuração.

O nome de Muserskiy, 28 anos, que nunca havia sido acusado de doping, apareceu na imprensa russa nesta segunda-feira (12). O jogador não se manifestou, assim como seu clube, Belogorie Belgorod, ou ainda a federação de vôlei do país.

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Confira esta parte da entrevista que o Sport-Express fez com Richard McLaren:
SE – Os nomes do esquiador Aleksandr Legkov (outro ídolo russo, ouro e prata em Sochi 2014) e do jogador de vôlei Dmitriy Muserskiy aparecem na lista de Rodtchenkov. Pode ter havido erro?
McLaren – Não, não houve erro. Decidimos abrir alguns nomes que, de algum modo, haviam vazado.

O trecho acima foi verificado pelo Saída de Rede com a tradutora russa Ekaterina Semenova.

Jogos Olímpicos corrompidos
O relatório final da investigação havia sido anunciado em entrevista coletiva por McLaren na semana passada. “A equipe olímpica russa corrompeu os Jogos Olímpicos de Londres em uma escala sem precedentes, cujo verdadeiro alcance provavelmente nunca será estabelecido“, lamentou o canadense, referindo-se à delegação como um todo.

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Na final em Londres 2012, depois de marcar apenas quatro pontos como central nos dois primeiros sets, Dmitriy Muserskiy fez outros 27 nas três parciais seguintes na saída de rede. O oposto Maxim Mikhaylov foi deslocado para a entrada. Uma contusão no joelho direito do ponteiro brasileiro Dante Amaral agravou-se durante a partida e colaborou para o triunfo russo, mas a atuação de Muserskiy foi excepcional.

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Contornos suspeitos
A Rússia garantiu sua classificação para a Rio 2016 ao vencer o pré-olímpico europeu, em janeiro. O gigante não participou, dizendo que precisava dedicar-se à família. Antes da Olimpíada, pediu dispensa, desta vez alegando dores nos dois joelhos. À época, a Rússia ganhava atenção e repulsa mundial, por causa das denúncias da Wada. Com a descoberta de que utilizou substâncias ilegais em duas oportunidades, entre 2011 e 2015, as ausências recentes de Muserskiy ganham contornos suspeitos.

Outro caso de doping
Um dos prováveis nomes no relatório da Wada deve ser o do ponteiro do Dínamo Moscou e da seleção russa Alexander Markin, que foi flagrado utilizando Meldonium durante o pré-olímpico. Isso quase custou a vaga da seleção masculina da Rússia na Rio 2016. O Meldonium foi criado nos anos 1970 na Letônia – então uma república da antiga União Soviética. Serve, primordialmente, para tratamento de isquemia e de doenças neurodegenerativas. Por aumentar o desempenho metabólico, entrou no rol das substâncias dopantes banidas pela Wada em janeiro deste ano, mas desde setembro de 2015 os atletas já haviam sido comunicados do veto ao Meldonium. A tenista russa Maria Sharapova também foi pega no exame antidoping pelo uso da substância.

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Markin, que teve participação decisiva na final do pré-olímpico, vencida numa virada de 3-1 sobre a França, foi suspenso preventivamente pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB) em fevereiro, mas acabou absolvido. No entanto, a entidade não permitiu sua participação na Rio 2016. Pouco depois da sua suspensão, ele deu uma desastrada entrevista à imprensa russa, na qual afirmou que outros colegas de clube, sem citar nomes, faziam uso do Meldonium. O time tinha outros atletas na seleção.

doping russia twitter bruno

Indignação
O anúncio de novo relatório da Wada provocou indignação em vários países. No Brasil, o levantador Bruno Rezende, titular tanto na Rio 2016 quando em Londres 2012, além de reserva em Pequim 2008, se manifestou no Twitter, cobrando uma posição da FIVB.

A entidade, numa nota distribuída na Europa na semana passada, portanto antes do nome de Muserskiy vir a público, foi breve em relação ao caso. “A FIVB tomou conhecimento da segunda parte do relatório de (Richard) McLaren. Fomos informados que alguns atletas do vôlei foram incluídos. Nós pretendemos examinar as evidências e trabalharemos em conjunto com a Wada antes de tomar qualquer ação”.

Na história dos Jogos Olímpicos jamais um país teve cassada uma medalha conquistada em esportes coletivos. No caso da Rússia em Londres 2012, falta saber se os demais nomes de atletas do vôlei contidos no relatório da Wada competiram naquela edição das Olimpíadas e se o teste positivo no antidoping, incluindo Muserskiy, foi relativo ao período dos Jogos. Se houver confirmação de uso de doping em Londres pelo voleibol russo, uma eventual decisão de tomar ou não a medalha de ouro caberia à FIVB em conjunto com o Comitê Olímpico Internacional (COI).

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