Baka – Blog Saída de Rede http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br Reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Tue, 31 Dec 2019 12:02:55 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Erros de arbitragem mancham Superliga. O que se faz para mudar a realidade? http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/04/17/erros-de-arbitragem-mancham-superliga-o-que-se-faz-para-mudar-a-realidade/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/04/17/erros-de-arbitragem-mancham-superliga-o-que-se-faz-para-mudar-a-realidade/#respond Mon, 17 Apr 2017 09:00:12 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=6500

Equipamento de video check sendo utilizado durante o Mundial feminino 2014 (foto: FIVB)

Dizer com precisão onde caiu a bola numa velocidade superior a 100km/h não é fácil. No entanto, não é por isso que as equipes têm que aceitar o erro. Afinal, ninguém se prepara para uma competição com afinco e profissionalismo para ver seu esforço ser comprometido por uma falha da arbitragem.

A Superliga 2016/2017 tem sido marcada por diversas mancadas no apito, atrapalhando várias equipes. Não é por falta de tecnologia: o video check é uma realidade há anos, sendo utilizado em torneios internacionais e em algumas das principais ligas do mundo. Por que então ainda não se tornou uma realidade na Superliga? E os árbitros, são punidos ou ao menos advertidos por suas falhas quando afetam resultados? Passam por reciclagem? O Saída de Rede responde essas e outras perguntas para você a seguir.

Custo
Enquanto japoneses, italianos e poloneses desenvolveram seus próprios sistemas, o Brasil ficou parado. Até foi utilizado, em edições recentes, um aplicativo que indicava se a bola ia dentro ou fora, sem ser capaz de detectar toques no bloqueio ou na rede. Foi dispensado por ser obsoleto e ainda despertava dúvidas quanto à precisão.

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Importar um sistema o torna mais caro. Acrescente aí a logística. Na Polônia, por exemplo, onde 16 times disputam a primeira divisão masculina, são utilizadas oito máquinas, pois esse é o número de confrontos por rodada, com mais um equipamento mantido de reserva. As máquinas são transportadas de acordo com o calendário. Isso implica em custos extras, aumenta o desgaste do equipamento e encarece o seguro. Após uma partida da liga polonesa, em 2012, um kit foi colocado em um carro da federação local, que foi arrombado e o material, roubado. O seguro cobriu o prejuízo.

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Caso aqui haja a opção de cada clube contar com seu video check, isso aumentaria o número de máquinas, representando mais despesas na aquisição em relação a possibilidade de ter equipamentos conforme a quantidade de confrontos por rodada. Em compensação, seriam zerados os custos de transporte durante o torneio. O que valeria mais a pena? Tem mais: a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) compraria os kits e os alugaria? Os times estão dispostos a pagar por isso? Ainda não há resposta para essas indagações.

Ricardo Trade, o Baka, diretor executivo da CBV (Divulgação/CBV)

Palavra da CBV
Entidade que comanda a modalidade no país, a CBV reconhece a importância do video check, mas ressalta que a falta de recursos dificulta a implantação do sistema.

“A gente quer um patrocinador específico tanto para as transmissões online como para a implantação do desafio. Estamos à procura de um fornecedor para essa questão do desafio, um projeto de bola dentro ou fora, toque no bloqueio e toque na rede, de análise disso, para que a gente possa implantar na temporada 2017/2018. Mas isso depende de custo. Vou dar um exemplo: tanto uma empresa de telefonia que quisesse nos ajudar nesse projeto de transmissão em troca de visibilidade assegurada ou uma empresa que nos ajudasse a desenvolver uma tecnologia nacional, que já existe, sendo produzida pela Penalty. Esses seriam parceiros bem-vindos que facilitariam o projeto”, disse ao SdR Ricardo Trade, o Baka, diretor executivo da CBV.

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Explicamos: a Penalty, empresa brasileira de material esportivo, está desenvolvendo sua versão do video check. O projeto é bem visto pela CBV, diz outra fonte da entidade. Além de apostar na tecnologia nacional, os custos seriam menores para a Confederação, que não teria de arcar com a importação. Até 2012, era justamente a Penalty quem fornecia bolas para as competições da CBV, que naquele ano assinou contrato com a japonesa Mikasa, renovado em 2016 e que segue até 2020. Se for adiante, o projeto com a companhia brasileira seria específico para o desafio em vídeo.

Câmera posicionada para verificar a linha de fundo (FIVB)

Além da Penalty, outra opção seria recorrer a um fornecedor estrangeiro. Nesse caso, os italianos estão na frente de japoneses e poloneses. O sistema mais utilizado nas competições da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) é o do Japão, o mais ágil, mas cujo custo é proibitivo, diz a mesma fonte, sem revelar valores. Já o polonês, embora mais barato do que os outros dois, apresenta muitas falhas. Vem então o da Itália.

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O Saída de Rede teve acesso aos valores da empresa italiana DataProject, responsável pelo video check naquele país. Um kit completo, para as linhas, rede e toque no bloqueio, com as câmeras incluídas, sairia por algo equivalente a R$ 100 mil, cada um. É aquele que você pode ver durante as partidas da liga italiana e o mesmo utilizado no Mundial feminino 2014. Se pensarmos em uma unidade por clube, na Superliga masculina e feminina, sem considerar equipamentos de reserva, o investimento seria de R$ 2,2 milhões, pois temos 22 representantes na primeira divisão do voleibol brasileiro – Minas Tênis Clube e Sesc têm equipes nos dois naipes. Coloque ainda na conta o frete e os impostos.

Porém, como você pôde ver nas declarações de Baka, a implantação do video check na Superliga é uma intenção, não uma certeza.

Primeira partida entre Taubaté e Sesi, numa das séries semifinais da Superliga, teve vários erros da arbitragem (Bruno Miani/Inovafoto/CBV)

Arbitragem
A cena é conhecida: o juiz de cadeira ou o segundo árbitro às vezes erram feio. O mesmo vale para os fiscais de linha. Ainda que tais falhas não sejam intencionais, podem afetar seriamente o resultado de uma partida, como ocorreu no terceiro jogo das quartas de final entre Brasil Kirin e Montes Claros. A arbitragem marcou equivocadamente como fora uma bola atacada dentro pelo central Thiago Salsa, do time mineiro, no último lance do primeiro set. Nada garante que o Montes Claros venceria a parcial, mas a equipe sequer teve a chance de lutar, pois a marcação errada encerrou o set em favor do Brasil Kirin.

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Há alguma punição ou advertência quando a falha interfere no resultado? “A Cobrav (Comissão Brasileira de Arbitragem de Voleibol) analisa as arbitragens das partidas e medidas administrativas são tomadas internamente. Conversamos com os árbitros, mostramos onde os mesmos podem e devem melhorar, e algumas vezes os afastamos temporariamente para eles analisarem os fatos ocorridos. Sobre punições e sanções, esses termos são de responsabilidade do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva)”, informou ao SdR Carlos Antônio Rios, presidente da Cobrav, que é vinculada à CBV.

Para Zé Roberto, será difícil competir de cara com os grandes da Superliga

Ao longo da temporada, aproximadamente 200 profissionais, entre árbitros e fiscais de linha, participam da Superliga, segundo a Comissão. Pelas declarações acima, feitas pelo presidente da Cobrav, os erros não passam em branco, há “conversa”, mas punição… Não é possível dizer se elas ocorrem. Afinal, não é com eles. “Medidas cautelares em que oficiais de arbitragem ficam fora de escala são possíveis como parte da rotina da Cobrav. São procedimentos administrativos internos, sem divulgação dos nomes dos oficiais de arbitragem”, tergiversou Rios.

Carlos Antônio Rios, presidente da Cobrav e ex-presidente da Federação Mineira de Vôlei (Reprodução/Internet)

Questionada sobre reciclagem, a Cobrav afirmou que, antes de toda temporada da Superliga, promove uma reunião entre árbitros internacionais, nacionais e diretores de arbitragem, “na qual são abordadas orientações da FIVB sobre critérios subjetivos, mudanças nas regras e paradigmas da arbitragem”. Nessa reunião, explicou Carlos Antônio Rios, também são analisadas a temporada anterior e traçadas metas para a edição seguinte. “Durante a Superliga, antes e depois de cada partida, o primeiro árbitro se reúne com a equipe envolvida no jogo para a análise do trabalho. A Cobrav também realiza análises das arbitragens com imagens da TV, além de vídeos das próprias equipes”, completou.

O discurso adotado pela CBV aponta para a vontade de mudar. Entretanto, pelo menos enquanto os recursos para a implantação do video check não aparecerem, é provável que sejamos obrigados a conviver com falhas grotescas a cada Superliga.

Colaborou Carolina Canossa

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Seleção masculina perde mais uma peça-chave após saída de Bernardinho http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/03/10/selecao-masculina-perde-mais-uma-peca-chave-apos-saida-de-bernardinho/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/03/10/selecao-masculina-perde-mais-uma-peca-chave-apos-saida-de-bernardinho/#respond Fri, 10 Mar 2017 09:00:56 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=5549

Bernardinho e Roberta: parceria de 20 anos com títulos no clube e na seleção (fotos: arquivo pessoal)

Ela é a voz na cabeça de Bernardinho há 20 anos. Sabe aquele fone de ouvido que você cansou de ver o técnico arrancar quando tem raiva? Ela está do outro lado – e não é por sua causa que ele se irrita, longe disso. Suas análises, tanto dos jogos da seleção brasileira quanto dos adversários, foram fundamentais em todas as grandes conquistas de um time com um cartel impressionante. Formada em educação física, porém atuando na área de estatística, Roberta Giglio segue ao lado do chefe no Rexona-Sesc, mas decidiu colocar um ponto final na sua história com a seleção masculina. “Era uma rotina muito desgastante, eu queria sair há algum tempo e o Bernardinho me segurava. Aproveitei a saída dele e agora vou cuidar da minha vida. Mas saio com a sensação de que fiz tudo o que poderia fazer”, disse Roberta, 45 anos, ao Saída de Rede. Ela é mais uma peça-chave da antiga comissão técnica que deixa a seleção, após Rubinho abrir mão, em janeiro, do cargo de assistente do novo treinador.

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Foi Renan Dal Zotto, o substituto de Bernardinho, quem a apresentou ao multicampeão em 1997. Roberta Giglio estava com Renan pela segunda temporada na Superliga masculina, na extinta equipe da Olympikus, quando conheceu Bernardo Rezende, que a levou para o Rexona, então com sede em Curitiba. Naquele mesmo ano ela começou a trabalhar para a seleção feminina, também treinada por ele. A dobradinha Rexona/seleção começou ali e não parou mais. Em 2001, quando Bernardinho assumiu o comando do masculino, Robertinha, como é chamada, foi junto.

Robertinha analisava o desempenho do Brasil e do adversário

Zé Roberto
Graduou-se em educação física em 1993, na FMU, em São Paulo, mas antes mesmo de formada já dava seus primeiros passos no voleibol. Não dentro das quadras, afinal a altura de 1,63m não ajudava muito e não havia líbero naquela época. Começou fazendo anotações em torneios infantojuvenis, até que em 1992 foi trabalhar com o técnico José Roberto Guimarães, no antigo time feminino Colgate São Caetano.

Ricardo Trade, o Baka, hoje diretor executivo da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), foi contemporâneo dela na faculdade, era preparador físico na Colgate e a chamou para fazer estatística. Pouco tempo depois, Sérgio Negrão assumiu a equipe e ela foi mantida. Ficou em São Caetano de 1992 a 1995, depois foi trabalhar no vôlei masculino, com Renan Dal Zotto, de 1995 a 1997, até engatar a parceria definitiva com Bernardinho.

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Assistente de Zé Roberto fala em renovação drástica e pede paciência

Não faltam episódios curiosos dessa relação profissional de 20 anos. Nos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, ela não pôde acompanhar a delegação da seleção feminina, devido ao número limitado de profissionais que poderiam ser credenciados então. A solução foi preparar vídeos e análises dos adversários a toque de caixa e se manter em contato com o assistente Chico dos Santos, que fez as vezes de estatístico.

Comissão técnica da seleção masculina após a conquista da Liga Mundial 2006, em Moscou, Rússia

Choro
Atenas 2004, já com a seleção masculina, foi um título marcante, mas também um pesadelo em termos de trabalho. “Era uma loucura, pois eu ainda fazia as análises sozinha. Eram seis jogos por rodada na fase inicial. Nos últimos dias eu chorava para aquilo acabar, não aguentava mais. Como a primeira partida era às 8h30, lá pelas 7h30 eu estava no ginásio. Saía depois da meia-noite, às vezes chegava às 2h na vila olímpica e o Bernardinho estava me esperando. Eu virava a noite para entregar tudo, quase não dormia. Nos dias em que o masculino não jogava, fazia análises”, relembrou Roberta Giglio.

Desde que passou a integrar a comissão técnica da seleção brasileira, há 20 anos, ficava pelo menos seis meses fora de casa. “Às vezes emendava cinco semanas no exterior, uma loucura”, completou. De todos os continentes, só não foi à África. Esteve em 40 países. Somente ao Japão foram 18 viagens, sempre na classe econômica. “Muitas vezes na poltrona do meio”, afirmou rindo.

“Robeeertaaaa”
Na seleção, dividia os ouvidos de Bernardinho com o assistente técnico Rubinho. “Ali era o Rubinho quem falava mais. Mas no Rexona só sou eu mesma”. No clube, ela enfatizou, as cobranças não diminuem. “É o mesmo trabalho, a mesma exigência”.

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Às vezes há momentos engraçados. Na semifinal da Copa Brasil 2017, diante do Dentil/Praia Clube, uma cena hilária. “De repente ouvi gritos vindos lá de perto do banco, o Bernardinho berrando ‘Robeeertaaaa’, mas eu achava que era com a levantadora (Roberta Ratzke). Aí olho pra quadra, a Roberta estava me olhando e disse ‘é contigo’. Ele esqueceu de apertar o botão pra falar no fone, por isso eu nunca ia achar que era comigo. As jogadoras reservas se acabando de rir e ele cada vez mais bravo com a demora”, contou Robertinha, que nutre grande admiração pelo chefe.

Com a ajuda do pai, ela desenvolveu software que representa diferencial para a seleção e o Rexona

Software
Foi com a ajuda do pai, o aposentado Cláudio Giglio, que durante 30 anos trabalhou para a multinacional Philips e era autodidata em computação, que ela deu uma das maiores contribuições ao voleibol brasileiro. Tendo como referência o software Data Volley, desenvolvido pelos italianos para análises estatísticas e largamente utilizado ao redor do mundo, ela criou uma versão tão perfeita que os estrangeiros ficavam curiosos a respeito.

Nunca deu nome ao software, que fez pensando em seu trabalho na seleção. Os upgrades no programa são constantes e somente ela o utiliza. “Isso sempre despertou muita curiosidade. Eu, uma mulher, fazendo tudo diferente no meio de um monte de homem, e meu trabalho era referência. Sempre tinha gente de olho, até porque ganhamos muitos títulos”. O mais recente foi o ouro olímpico na Rio 2016. “Minha função não envolve apenas estatística, mas estratégia também. Esse software me ajuda a acelerar as análises”, ressaltou.

Robertinha ainda não sabe o que vai fazer após a temporada de clubes, mas pensa em sossegar um pouco. “Preciso curtir minha casa em São Paulo, pois quase não vou lá. Quando não estou viajando com o time do Rexona, acabo ficando no Rio”.

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Satisfeita, CBV busca patrocinadores para expandir transmissões online http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/03/09/satisfeita-cbv-busca-patrocinadores-para-expandir-transmissoes-online/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/03/09/satisfeita-cbv-busca-patrocinadores-para-expandir-transmissoes-online/#respond Thu, 09 Mar 2017 09:00:06 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=5537

Jogo entre Vôlei Nestlé e Dentil/Praia foi o que rendeu os melhores números (Fotos: Reprodução/Facebook)

Entre a reclamação pública de Murilo e a primeira transmissão online da edição 2016/2017 da Superliga de vôlei, foram necessários 16 dias. Atendendo à demanda de jogadores, técnicos e público, desde 23 de fevereiro o Facebook da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) já transmitiu cinco jogos da principal competição de clubes do país, somando quase 300 mil visualizações e mais de 1 milhão de internautas alcançados.

Diante de tais números, a primeira avaliação da entidade é positiva. “A gente já sabia que seria um sucesso, pois entendemos que o produto é bom e tem carência, as pessoas querem ver a Superliga. Estamos satisfeitos”, comentou Ricardo Trade, o Baka, CEO da CBV em entrevista exclusiva ao Saída de Rede.

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Segundo o dirigente, a disponibilização rápida do serviço se deu graças a um trabalho de consultoria de mídia que já era feito pela AlterContent, empresa comandada por João Pedro Paes Leme, antigo diretor executivo de esportes da TV Globo. “A gente já estava planejando as transmissões”, afirmou Baka, destacando que as primeiras partidas contam com o link dedicado de 5 Gbps para não haver quedas no sinal, além de três câmeras. “Fizemos uma escolha muito criteriosa das empresas que fariam as transmissões. Se a Superliga é o “produto premium” do Vôlei Brasil, nós temos que também ter um produto premium na internet”, complementou.

De acordo com a CBV, o custo total para as transmissões web apenas dos jogos da atual temporada é de R$ 150 mil.

Jogos contam com três câmeras e som ambiente

Expansão depende de patrocínio

Promover a transmissão web para dois jogos por semana durante uma Superliga inteira faria o custo das transmissões quebrar a barreira do R$ 1 milhão por temporada. Para arcar com este valor, a CBV pretende ir em busca de algum patrocínio específico.

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“Por exemplo, uma empresa de telefonia que quisesse nos ajudar em troca de visibilidade assegurada. Seriam parceiros bem vindos que facilitariam o projeto”, explicou Baka.

O novo aporte de dinheiro também é a exigência para a melhoria do serviço, como a implementação de replays e a contratação de narradores, comentaristas e repórteres de quadra. “Será que vai valer a pena financeiramente ter um narrador, por exemplo? Se eu tiver o recurso, não tenho dúvidas que será um produto “top, top, top”, mas se não tiver tanto, será um produto “top, top””, brincou.

Mas, independente da obtenção do dinheiro ou não, Baka garante: o serviço de streaming da Superliga não vai acabar com o término do atual torneio. “Transmissão pela internet é uma realidade e vamos tê-la na temporada 2017/2018”, prometeu.

Confira alguns números dos três primeiros streamings da Superliga (os dados foram colhidos no fim da manhã de quarta (8)):

Vôlei Nestlé x Dentil/Praia Clube
Data: 23/02 (quinta) às 19h30
Pico de espectadores: 5452
Visualizações do vídeo: 103.395
Visualizadores únicos: 81.840
Alcance: 390.323
Interações: 27.080
Novos fãs no Facebook da CBV: 2531

Vôlei Brasil Kirin x  Funvic/Taubaté
Data: 04/03 (sábado) às 18h00
Pico de espectadores: 1440
Visualizações do vídeo: 60.999
Visualizadores únicos: 52.727
Alcance: 363.485
Interações: 14.010
Novos fãs no Facebook da CBV: 753

Rexona-Sesc x Camponesa/Minas
Data: 07/03 (terça) às 20h00
Pico de espectadores: 3605
Visualizações do vídeo: 28.221
Visualizadores únicos: 24.005
Alcance: 388.526
Interações: 39.697
Novos fãs no Facebook da CBV: 2173

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Sada Cruzeiro transmite partida da Superliga e recebe advertência da CBV http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/02/12/sada-cruzeiro-transmite-partida-da-superliga-e-recebe-advertencia-da-cbv/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/02/12/sada-cruzeiro-transmite-partida-da-superliga-e-recebe-advertencia-da-cbv/#respond Sun, 12 Feb 2017 08:00:56 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=5078

Cruzeiro transmitiu em sua página no Facebook o jogo contra Canoas (Fotos: Fernando Potrick/Gama)

Um dos times de maior torcida do país, o Sada Cruzeiro bem que tentou… O clube mineiro transmitiu uma partida da Superliga 2016/2017, via Facebook Live, sem aviso prévio. No dia seguinte recebeu uma advertência da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). O Saída de Rede segue mostrando as tentativas dos clubes para garantir exposição aos patrocinadores e atender às demandas dos profissionais da modalidade e dos torcedores. O jogo em questão, vencido pelo Cruzeiro por 3-0, foi no dia 23 de novembro, contra o Lebes Gedore Canoas, na casa do adversário.

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“Tivemos um retorno extremamente positivo, com muita gente acompanhando e elogiando o clube por essa tentativa. A imagem não era a ideal, não tinha praticamente nenhuma estrutura, mas foi uma tentativa quase que desesperada de mostrar a partida para o torcedor. Temos um apelo muito grande nas redes sociais, de torcedores indignados por não conseguirem ver os jogos. Somos cobrados diariamente por isso”, disse ao SdR o diretor esportivo do Sada Cruzeiro, Flávio Pereira.

Flávio Pereira, diretor esportivo do Sada Cruzeiro (Divulgação/Sada Cruzeiro)

O vídeo teve mais de 33 mil visualizações. “Não houve nenhuma divulgação, somente quem estava online no momento”, ressaltou Pereira.

CBV não proíbe, mas…
Na quinta-feira (9), o blog fez uma entrevista exclusiva com o CEO da CBV, Ricardo Trade, o Baka, em que ele explicou o contrato da entidade com a Globo e prometeu transmissões online. A Confederação divulgou ainda uma nota na qual rebatia: “A CBV não proíbe as transmissões por internet, apenas, por motivos contratuais, somente pode autorizar transmissões pelos clubes em nossa página do Facebook ou em nosso site”.

Flávio Pereira contou que, antes mesmo dessa nota, o Sada Cruzeiro questionou a viabilidade das normas impostas pela CBV, que exigem que a transmissão seja feita dentro das plataformas da entidade, em HD, com o uso de três câmeras, placar na tela, logomarca Vôlei Brasil, sem narração, entre outros pontos. “Para os clubes é totalmente inviável, pois terão que arcar com os altíssimos custos e não podem mostrar a marca de nenhum patrocinador ou apoiador e vão gerar tráfego apenas para as plataformas da CBV. As exigências são tão absurdas que nenhuma equipe, até o momento, conseguiu fazer a transmissão no padrão exigido pela Confederação”, afirmou.

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Na Superliga 2012/2013 a própria CBV chegou a exibir algumas partidas na internet, em seu próprio site. Mas acabou cancelando as transmissões devido a uma série de problemas, entre os quais a baixa qualidade da imagem e constantes interrupções.

Transmissão no Facebook teve mais de 33 mil visualizações

Tentativa de diálogo
O diretor cruzeirense enfatizou que o clube tem tentado, “como em todas as questões que acreditamos serem importantes para o vôlei brasileiro”, dialogar com a Confederação. “A TV abriu mão destas partidas ao não transmiti-las. E também não tem interesse comercial nessa transmissão via internet”, completou Flávio Pereira.

Algumas entidades se valem de seus canais no YouTube para exibir torneios da modalidade. A própria Federação Internacional de Vôlei (FIVB) utiliza o recurso desde o ano passado – foi assim com os pré-olímpicos mundiais masculino e feminino, com a Liga Mundial e o Grand Prix. Por aqui na América do Sul, a Associação de Clubes Liga Argentina de Voleibol (Aclav) já o faz há alguns anos. Quase todas as partidas do campeonato argentino que não são transmitidas pela TV migram para o canal da emissora TyC Sports no YouTube, contando com narradores e algumas até com comentaristas. Na Itália e na Polônia há a opção de ver os jogos das ligas locais pela internet em sites autorizados pelas federações. Exceto pelos exemplos mostrados aqui no SdR, a Superliga segue dependendo da TV, com a maioria das partidas exibida em um canal por assinatura.

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CEO do vôlei explica contrato com a Globo e promete transmissões online http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/02/09/ceo-do-volei-explica-contrato-com-a-globo-e-promete-transmissoes-online/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/02/09/ceo-do-volei-explica-contrato-com-a-globo-e-promete-transmissoes-online/#respond Thu, 09 Feb 2017 16:03:08 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=5045 Baka ressaltou que as transmissões online não podem ser feitas sem seguir um padrão (Foto: Divulgação/CBV)

Baka ressaltou que as transmissões online não podem ser feitas sem seguir um padrão (Foto: Divulgação/CBV)

Preocupação com o produto. É desta forma que a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) explica as restrições às transmissões de jogos das Superligas de vôlei pela internet. Em entrevista exclusiva ao Saída de Rede, Ricardo Trade, o Baka, CEO da entidade, falou sobre a polêmica que voltou a ganhar força na noite desta quarta-feira (8), quando Murilo Endres reclamou publicamente no Twitter de que seu clube, o Sesi, foi impedido de passar no YouTube a partida contra Montes Claros.

“Pelo contrato com a Globo, é possível fazer transmissões pela internet, desde que sejam nas mídias sociais ou plataforma da própria CBV e atendidos certos requisitos, como qualidade de transmissão, links que não fiquem caindo toda hora, cuidado com os patrocinadores da própria Superliga… O produto não pode ser colocado no ar de qualquer forma, é preciso ter padrões de qualidade. Não é como se fosse uma transmissão que qualquer um faz na esquina”, comentou o dirigente.

Com técnicos assegurados, CBV trabalha por credibilidade

Rodada sem TV causa polêmica no vôlei; SporTV se defende

Baka, inclusive, ressaltou que a entidade que comanda o vôlei brasileiro pretende retomar na próxima temporada as transmissões web de partidas que não sejam transmitidas pela TV – na edição de 2012/2013, a iniciativa chegou a ser colocada em prática, mas não foi duradoura.

“Para a próxima temporada, estamos trabalhando para que, independente de qualquer clube, isso seja feito de uma forma que a gente se responsabilize. São transmissões com mecanismos para garantir a qualidade e que nos faça ter um melhor equilíbrio (de exposição), pois às vezes as TVs escolhem as partidas por conta de haver campeões olímpicos em um time ou um técnico, etc. Estamos sim preocupados em expor o voleibol e vamos fazer isso”, destacou.

Trade ainda ressaltou que o número de partidas da Superliga transmitidas na TV aberta ou a cabo vem aumentando – questionado pelo SdR sobre o assunto, o SporTV alegou o mesmo. “A todo momento estamos trabalhando para ter a maior quantidade de transmissões possível. No ano passado, extrapolamos o que estava previsto em contrato. Estamos dando uma visibilidade que nunca antes o vôlei teve”, afirmou.

Site de vôlei, que teve transmissão barrada, iniciou campanha para que mais jogos sejam disponibilizados online

Site de vôlei, que teve transmissão barrada, iniciou campanha para que mais jogos sejam disponibilizados online

Seguranças no ginásio

Em janeiro deste ano, o site independente Melhor do Vôlei anunciou a transmissão ao vivo em seu Facebook de trechos do duelo entre Pinheiros e Vôlei Nestlé. O repórter Daniel Rodrigues estava no ginásio se preparando para fazer o trabalho usando seu celular quando foi avisado pela assessoria do clube paulistano sobre a proibição da CBV, que poderia fazer até com que ele fosse expulso do local.

“Aí eu parei naquele momento, mas os seguranças ficaram todos ouriçados, doidos atrás de quem estava filmando. Parecia que estavam atrás de um bandido”, comentou o jornalista. Na manhã desta quinta (9), o site lembrou o ocorrido e iniciou a campanha #LiberaCBV, que busca justamente a liberação de transmissões de partidas que não seja televisionadas.

Direitos de transmissão da Globo impedem Brasil de ver vôlei no YouTube

A CBV também divulgou nota oficial sobre o assunto:

A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), em nome do voleibol brasileiro, é a maior interessada na promoção e popularização de nosso esporte, e vem trabalhando incansavelmente para isso.
 
As emissoras de televisão que transmitem os jogos da Superliga (Feminina e Masculina) levaram ao ar, ao vivo, até o momento, um total de 78 transmissões nesta temporada 2016/2017, sendo que o SESI-SP e o SADA Cruzeiro são os clubes com mais jogos exibidos (12). O SporTV, canal por assinatura, já transmitiu 50 partidas ao vivo, um número maior que o estabelecido em contrato. A RedeTV!, canal aberto, dobrou o número de jogos exibidos nesta temporada, passando dois jogos por semana, ambos em horário nobre.
 
Na temporada 2015-2016, foram 114 transmissões ao vivo, sendo que as duas finais (Feminina e Masculina) foram exibidas pela TV Globo. O SporTV passou 93 jogos e a  RedeTV! transmitiu 19 partidas. Foram exibidas 250 reprises de jogos pela SporTV, totalizando 364 jogos exibidos na televisão.
 
A CBV não proíbe as transmissões por internet, apenas, por motivos contratuais, somente pode autorizar transmissões pelos clubes em nossa página do Facebook ou em nosso site. Estas transmissões por internet devem obedecer a um padrão de qualidade compatível com o produto voleibol brasileiro. O atendimento a este padrão de qualidade é fundamental para a valorização do produto, o respeito a nossos patrocinadores e ao próprio público, e evitar que transmissões tenham nível técnico insuficiente.
 
Por força de contrato com os detentores de direito de transmissão por televisão, os jogos pela internet devem ser exibidos nos canais de comunicação da CBV, que já franqueou aos clubes esta possibilidade, desde que naturalmente atendidos os requerimentos técnicos de transmissão.
 
Paralelamente, a CBV estuda a possibilidade de a própria entidade produzir as transmissões já na próxima temporada, com a busca por parceiros comerciais que possam viabilizar financeiramente o empreendimento.
 
A CBV conseguiu ainda a liberação para transmissão em emissoras de TV regionais de forma que os clubes possam ampliar a quantidade de exibição de seus jogos.

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Com técnicos assegurados, CBV trabalha por credibilidade http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/01/18/com-tecnicos-assegurados-cbv-trabalha-por-credibilidade/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/01/18/com-tecnicos-assegurados-cbv-trabalha-por-credibilidade/#respond Wed, 18 Jan 2017 08:00:01 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=4680  Ricardo Trade entrou na CBV em 2015, após escândalos que afetaram a imagem da entidade (Foto: Divulgação/CBV)

Ricardo Trade entrou na CBV em 2015, após escândalos que afetaram a imagem da entidade (Foto: Divulgação/CBV)

Por Denise Mirás

Foram tempos tumultuados, de denúncias, déficit nas contas, e ainda com o país em situação econômica difícil… Por isso, são grandes os desafios de Ricardo Trade, o Baka, diretor executivo da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), para garantir credibilidade no mercado e, com isso, a sustentabilidade da instituição, que inicia agora seu ciclo olímpico para Tóquio 2020.

Com os técnicos definidos – José Roberto Guimarães foi mantido como técnico da seleção feminina principal e Renan Dal Zotto é a novidade à frente da masculina – Baka também espera garantir a ele mesmo tranquilidade para trabalhar com foco no que chama de “área de governança”, que inclui a prospecção de patrocinadores.

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O diretor executivo da CBV destacou a importância da chegada de novos parceiros – como a Asics, apresentada nesta segunda-feira (16) como responsável pelo material esportivo das seleções; da Sky, nas Superligas, assim como da Rede TV (aberta), com transmissão de dois jogos semanais (“Em horário nobre, às 21h das quintas-feiras, e às 14h dos sábados”), além do SporTV.

Em um ano de “desafio econômico”, como diz, Baka agora tem a parceria inédita para voos internacionais com a Delta, por meio da Gol:  “Com isso, teremos uma interação maior com os Estados Unidos. Já temos amistosos para as seleções feminina e masculina marcados para este semestre – na verdade até agosto – que definimos com o Doug Beal, quando ainda era CEO da USA Volleyball (um dos grandes técnicos da história do esporte, agora aposentado)“.

CBV anunciou, nesta semana, acordo com a Asics para fornecer material esportivo (Foto: David Mazzo)

CBV anunciou, nesta semana, acordo com a Asics para fornecimento de material esportivo (Foto: David Mazzo)

Para o dirigente, é fundamental esse “grande esforço”, como ele mesmo define, para o crédito com patrocinadores e governos depois dos escândalos que marcaram o fim da gestão Ary Graça e abalam o prestígio da CBV no mercado. “Temos a Ernest & Young nos ajudando na área de GRC (governança, riscos e conformidade). Hoje, representantes de atletas votam em assembleias, temos reuniões do Conselho Diretor, do Conselho Fiscal que agora se reúne a cada três meses e não mais anualmente… Tudo o que fazemos gera publicações no site da CBV”, explica.

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O esforço pela sustentabilidade garante, por exemplo, que a CBV pague “tudo” para os clubes, na Superliga. “Conseguimos, por exemplo, manter dez, dos 12 campeões olímpicos no Brasil… São 12 times no feminino, 12 no masculino, com tudo pago: transporte, hospedagem, alimentação, arbitragem… ”, afirma o dirigente, “Estive nove anos à frente de clubes, três na Transbrasil, três na Sadia, três na Colgate, e sei da importância desse apoio. Hoje, os clubes só precisam contratar atletas… e jogar”, afirma.

Mesmo reduzindo o investimento em quase 20%, o Banco do Brasil manteve o patrocínio ao vôlei por mais quatro anos. Apesar da perda, o sentimento é de alívio na CBV, visto que diversas confederações estão sofrendo com a drástica redução ou até mesmo com a ruptura completa de seus apoiadores de antes da Rio 2016.

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