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Ex-Rio, Roberta chega a Osasco: "Creio que vamos fazer um ano maravilhoso"

Carolina Canossa

06/06/2019 08h00

Roberta tem sido presença constante na seleção feminina neste ciclo olímpico (Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV)

*Com Janaina Faustino

Foram nove anos no Rio de Janeiro, com oito finais, seis títulos e a chance de se desenvolver ao lado de nomes do porte de Bernardinho, Fernanda Venturini e Fofão. Mas chegou a hora da mudança para a levantadora Roberta Radke, que, ao concretizar este momento, optou justamente pelo Osasco, histórico rival do maior campeão da Superliga feminina. Em entrevista exclusiva ao Saída de Rede, a armadora falou sobre a expectativa na nova fase da carreira, assim como os motivos da troca.

"Escuto falar muitas coisas boas sobre Osasco. Creio que vamos somar e fazer um ano maravilhoso!", comentou a substituta de Claudinha, que está voltando ao Dentil/Praia Clube. "Assim como o Rio decidiu reformular o time, eu decidi buscar por novas oportunidades tão grandes quanto!", destacou a atleta.

Presença constante na seleção brasileira no atual ciclo olímpico, Roberta também analisou o time nacional, onde, nesta temporada, vem travando uma disputa pela titularidade com Macris, que fez uma Superliga de destaque pelo campeão Minas. Otimista, ela vê o embate como uma oportunidade de crescimento profissional. É mesma forma como encara o resultado abaixo do esperado na temporada 2018/2019 do Sesc, a primeira na história do time carioca em que as semifinais não foram atingidas.

Confira a entrevista completa abaixo:

Saída de Rede – O que você espera dessa temporada com a seleção brasileira, que conta com um elenco recheado de novas peças?

Roberta – Creio que vai ser uma temporada de crescimento, estamos com um time mais novo e algumas caras diferentes, o que será muito bom para amadurecimento e evolução do time como um todo. Nossa intenção é crescer como time, ajustando tudo que precisamos e sem perder pontos pelo caminho. Do primeiro ao último jogo, já vi boas coisas e uma mudança do time. Acho que, a cada jogo e cada fase que vier, essa mudança na equipe vai acontecer de forma positiva sempre.

Ao todo, foram nove anos e seis títulos de Superliga no Rio (Foto: Marcio Rodrigues/Megafoto)

SdR – E em relação à titularidade? Como se dá essa disputa com a Macris?

Roberta – Disputa sempre vai existir aqui na seleção, por mais que a gente faça isso da melhor forma possível. A Macris veio de uma excelente Superliga e com um ritmo de jogo ótimo. Isso é super válido para eu aprender com ela. No meu ponto de vista, as disputas aqui valem muito como crescimento, ainda mais com um campeonato longo como a Liga das Nações. Temos sempre que estar bem e buscando a melhora, pois, quando houver uma oportunidade, manter o nível da equipe sempre alto.

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SdR – Quais você acha que serão os principais adversários da seleção não apenas na Liga das Nações, mas ao longo da temporada?

Roberta – Temos grandes adversários pela frente. Alguns não estão com os times completos, mas, mesmo assim, vem bem fortes. China, Sérvia, EUA, Turquia, Itália são sempre grandes seleções, que vem crescendo a cada ano, mas já nos deparamos com a República Dominicana, que evoluiu muito no sistema defensivo e deu outra cara para o jogo. Então, acho que temos que nos preparar muito para cada jogo e cada etapa.

SdR – Depois de nove anos trabalhando com o Bernardinho, você deixou o Sesc-RJ. Qual a análise que você faz do seu desempenho na última temporada com a equipe? O que motivou a sua saída?

Roberta – Foram nove anos de muito trabalho e de oportunidades de estar com pessoas incríveis e super capacitadas. Acho que se encerra um ciclo! Comecei lá com 20 anos e saio com 29 sendo, com certeza, uma jogadora e uma pessoa diferente. Cresci aprendendo com os melhores, lidando com pressão e responsabilidade desde o início, e tudo isso foi muito válido pra mim. Nove anos com oito finais, seis títulos e duas vices, muitas histórias, treinos e muita dedicação…

A última temporada vale como aprendizado tanto pra mim, como para todos da comissão, do que precisamos melhorar. Assim como o Rio decidiu reformular o time, eu decidi buscar por novas oportunidades tão grandes quanto!

Levantadora disputa titularidade com Macris nesta temporada de seleções (Foto: Marcio Rodrigues/Megafoto)

SdR – Para além do seu desempenho pessoal, o que você acha que não deu certo no time como um todo nesta última temporada?

Roberta – Muitas coisas não deram certo durante a temporada, assim como boas coisas aconteceram. Porém, como o resultado final não foi o esperado, as coisas ruins acabam ficando em evidência. O time, infelizmente, não deu liga. Eu via o esforço e luta nos treinos e jogos para buscar uma melhora. Estávamos sempre fazendo muita força e víamos que era sempre muito difícil. Tivemos altos e baixos, inconstâncias, um sistema defensivo que não funcionava muito bem… Mas, além disso tudo, também vimos pessoas se recuperando, que lutaram. Isso é o que fica de mais positivo, além de querer buscar um melhor rendimento para próxima temporada.

O Rio de Janeiro sempre prezou muito pelo time, pelo grupo. Então, sei que, se nós atletas fomos abaixo, e perdemos, eles também assumem essa responsabilidade junto de todas nós. Assim como sempre ganhamos juntos, esse ano perdemos juntos!

SdR – Por que você escolheu Osasco? Qual a sua expectativa para a próxima temporada em um clube tão tradicional e historicamente rival da sua antiga equipe?

Roberta – A rivalidade existe por serem dois grandes times, com um grande histórico, muitas finais, mas acho isso tudo muito saudável. Da minha parte, sempre existiu muito respeito pelo Osasco. Me sinto muito feliz de fazer parte desse time tão tradicional, com uma grande estrutura e dono de uma torcida extremamente apaixonada. Estou super ansiosa para começar logo e aprender muito. Desejo um ano de muitas vitórias e sucesso pra gente. Queria também agradecer ao Osasco por me permitir fazer parte desse time, uma camisa grande e muito respeitada. Escuto falar muitas coisas boas sobre eles. Creio que vamos somar e fazer um ano maravilhoso!

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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