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Seleção feminina sofre com recepção muito ruim, mas vence Holanda de virada

Janaína Faustino

28/05/2019 17h12

Apesar da vitória, seleção brasileira teve um desempenho muito pouco convincente na tarde desta terça-feira (28) diante da Holanda (Fotos: Divulgação/FIVB)

Procurando crescer e mostrar um padrão de jogo mais afinado na temporada, a seleção feminina de vôlei voltou à quadra na tarde desta terça-feira (28), na cidade de Apeldoorn, na Holanda, iniciando a segunda fase da Liga das Nações. E, em uma partida tecnicamente muito ruim, as brasileiras conseguiram vencer as holandesas de virada por 3 a 2 (25-21, 28-30, 20-25, 25-18 e 11-15).

Atuando diante de uma Holanda também sem suas maiores referências, o Brasil teve um começo de partida em que quase nada funcionou. Com o mesmo septeto que vem iniciando os confrontos na Liga das Nações, a seleção verde e amarela apresentou um jogo lento, previsível e facilmente marcado pelo alto bloqueio europeu. Somente na primeira parcial, foram 8 pontos da equipe laranja no fundamento que, curiosamente, foi determinante para o triunfo da equipe brasileira sobre a Rússia na primeira fase (ao total, foram 19 pontos contra 11 do Brasil). Assim, intimidadas, as brasileiras pouco conseguiram construir no primeiro set.

Desorganizado taticamente e aparentando nervosismo, o conjunto brasileiro ainda cometeu erros de saque e ataque, além de ter mostrado um passe claudicante. Chamou bastante a atenção a dificuldade da seleção para colocar as bolas no chão tanto no sideout quanto nos contra-ataques. O placar só não foi mais elástico na primeira parcial porque o time de Jamie Morrison também falhou bastante (ao total, foram 31 pontos que as europeias deram de presente às brasileiras).

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Contudo, apesar das falhas, com a distribuição objetiva da levantadora Laura Dijkema (especialmente para suas ponteiras Nika Daalderop e Marrit Jasper, que fizeram 16 pontos) e um sistema defensivo coeso, as donas da casa jogaram sem qualquer pressão.

Mesmo com o passe e a virada de bola irregulares, o desempenho do Brasil melhorou um pouco na segunda parcial em função do crescimento de Gabi e da entrada de Tainara – escalada no lugar de Amanda. Aliás, destaque positivo para a performance da jovem ponteira que, confiante, foi a segunda maior pontuadora do Brasil, com 13 acertos.

As alterações efetuadas por José Roberto Guimarães também surtiram efeito no terceiro set, quando ele apostou na central Mayany no lugar de Mara e na inversão 5-1 com Roberta e Lorenne substituindo Macris e Paula Borgo. No entanto, a seleção brasileira voltou a cair substancialmente de rendimento em todos os fundamentos no quarto set. Isto porque as europeias voltaram a investir em um saque que desmontou completamente o passe, fazendo o time brasileiro quase literalmente bater cabeça na recepção.

Tainara entrou bem no confronto contra a Holanda

A vitória veio no tie-break aos trancos e barrancos. Buscando mudar o ritmo do jogo, Roberta assumiu o lugar de Macris na distribuição. E a armadora reserva acertou ao acionar Gabi que, novamente, chamou a responsabilidade e desequilibrou a partida a favor da seleção brasileira, com 6 pontos nesta parcial (ao total, a passadora teve 18 acertos). A equipe europeia não soube manter a consistência apresentada na parcial anterior, cometeu erros em momentos cruciais e facilitou o trabalho para o Brasil.

Apesar do triunfo, a performance da seleção brasileira mostrou que ainda há muito o que fazer em busca da evolução. Por pouco, o Brasil não sofreu a segunda derrota na competição para uma equipe que também jogou sem suas grandes estrelas e ainda cometeu muitas falhas. Ainda assim, conseguiu dificultar o jogo brasileiro em diversos momentos.

Nesta quarta-feira (29), às 11h30, o Brasil ainda encara a Polônia, que bateu a desafiante Bulgária por 3 sets a 1 (23-25, 25-21, 25-21, 25-17), com imenso destaque para a oposta Malwina Smarzek, que fez 41 pontos na partida. A equipe de José Roberto Guimarães completa a segunda etapa do torneio na quinta-feira (30), às 14h30, em confronto contra as búlgaras.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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