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Saída de Rede

Quem tem mais chances de chegar às semifinais da Superliga feminina?

Janaína Faustino

16/03/2019 12h20

Itambé Minas terminou a fase classificatória como líder isolado e aparece como um dos candidatos ao título da Superliga (Foto: Orlando Bento/MTC)

Com o encerramento da fase classificatória, as quartas de final da Superliga feminina 2018/2019 começam na próxima segunda-feira (18). O Saída de Rede fez uma análise dos confrontos já definidos, destacando quem tem mais chances de avançar na série que será decidida em melhor de três jogos.

Minas x Curitiba

Itambé Minas e Curitiba Vôlei entram nos playoffs vivendo situações diametralmente antagônicas. A equipe de Belo Horizonte, líder da competição, fez uma campanha para lá de satisfatória no turno e returno, acumulando apenas 2 derrotas. Já o time do Paraná, estreante na elite nacional, se classificou para as quartas na oitava posição, somando 15 revezes.

É possível afirmar, no entanto, que o saldo para o Curitiba é positivo, pois a equipe conseguiu alcançar seus objetivos: permanecer na divisão principal da Superliga e se classificar para a fase final. No início do torneio, como uma grata surpresa, a equipe do técnico Clésio Prado chegou a surpreender ao ocupar a terceira colocação na tabela, atrás apenas do Minas e do Dentil Praia Clube, para quem, inclusive, vendeu caro a derrota por 3 sets a 2 na primeira fase.

Contudo, se observarmos o retrospecto dos confrontos entre mineiras e paranaenses na fase classificatória, descobriremos que o Curitiba terá uma tarefa duríssima pela frente: as líderes do campeonato não perderam nenhum set para as curitibanas. A fase vivida pelo tradicional clube mineiro impressiona. Sob a batuta do italiano Stefano Lavarini, o time conquistou o vice-campeonato mundial, o Estadual, a Copa Brasil e o Sul-Americano nesta temporada.

Além disso, não se pode deixar de ressaltar a importância de Gabi, Bruna Honório e Natália – mesmo com problemas físicos – para o crescimento mineiro. Sem falar no ótimo momento vivido pela armadora Macris e pela central Carol Gattaz. Por tudo isso, é difícil acreditar que o Minas não vá avançar.

Por outro lado, o aguerrido Curitiba pode tirar proveito das oscilações pelas quais vez ou outra o adversário passa, com grandes dificuldades na recepção e no ataque. Some-se a isto a quantidade significativa de pontos que a equipe costuma ceder em erros aos rivais. Isto aconteceu, por exemplo, na partida do returno contra o Sesc-RJ e na fase final da Copa Brasil (contra Osasco Audax e Praia Clube). Se o Minas seguir nesta toada, poderá se complicar nos duelos de mata-mata.

Confrontos:

Segunda-feira (18), às 19h, no ginásio da Univ. Positivo, em Curitiba (PR) – SporTV 2

Quinta-feira (21), às 19h, na Arena Minas, em Belo Horizonte (MG) – SporTV 2

Se necessário, o terceiro duelo será às 19h, na Arena Minas, em Belo Horizonte (MG) – SporTV 2

Uma das equipes de maior investimento na temporada, Praia Clube segue em busca do bicampeonato no torneio

Dentil Praia Clube x Fluminense

Derrotado pelo Sesc-RJ por sets 3 a 0 dentro de casa no encerramento do returno, o time de Paulo Coco, segundo colocado na tabela e atual campeão da Superliga, segue como um dos candidatos ao título. No entanto, todo cuidado é pouco. Apesar de não ter deixado escapar nenhum set contra o Tricolor carioca nos dois encontros na fase classificatória, a equipe de Uberlândia escancarou, na derrota desta sexta-feira (15) diante do Sesc, aquele que vem sendo o seu maior problema na temporada: a recepção.

Além disso, o time ainda expôs dificuldades no sideout, o que não vinha sendo tão observado ao longo da Superliga. A oposta Fawcett não vive a sua melhor fase – tanto que no cotejo contra o Minas e neste último frente às comandadas de Bernardinho, cometeu vários erros e acabou substituída por Paula Borgo, que também não é uma exímia viradora de bolas.

Outro ponto que necessita de ajustes na equipe é o entrosamento da levantadora Lloyd principalmente com as centrais Fabiana e Carol. Embora tenha apresentado alguma evolução nas últimas partidas, a construção destas jogadas precisa funcionar com mais fluidez. O caráter imprevisível do adversário, sétimo colocado na classificação geral, pode servir ainda mais como um alerta.

Não se sabe qual Fluminense disputará a série contra o Praia Clube. Será aquele franco-atirador que bateu, por exemplo, Osasco Audax e Sesc-RJ por acachapantes 3 a 0 e 3 a 1, respectivamente, e que, por muito pouco, não derrotou o Minas? Ou será aquele que sofre "apagões" recorrentes, sucumbindo diante de times de menor poder ofensivo, como foi o caso do (desclassificado) Pinheiros, que o derrotou por 3 sets a 1 em plena Hebraica?

Em sua terceira participação na Superliga, o time de Hylmer Dias tem potencial para incomodar e complicar a vida dos favoritos. Com jogadoras como a oposta Joycinha, as ponteiras Thaisinha e Pri Daroit, e as centrais Letícia Hage e Lara, falta ao conjunto, contudo, regularidade na recepção e na virada de bola, além de maior poder de decisão nos momentos-chave dos jogos.

Confrontos:

Segunda-feira (18), às 21h30, no ginásio do Praia Clube, em Uberlândia (MG) – SporTV 2

Quinta-feira (21), às 21h30, no ginásio do Hebraica, no Rio de Janeiro (RJ) – SporTV 2

Se necessário, o terceiro duelo será na segunda-feira (25) às 21h30, no ginásio do Praia, em Uberlândia (MG) –SporTV 2

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Osasco Audax promete fazer uma série equilibrada com o rival local Barueri (Foto: João Pires/Fotojump)

Hinode Barueri x Osasco Audax

Barueri e Osasco (quarto e quinto lugares na classificação) devem protagonizar um dos duelos mais parelhos nestas quartas de final. Reeditando o confronto da temporada passada, os times fizeram campanhas bem semelhantes nesta edição da Superliga. Enquanto Barueri perdeu sete jogos em 22, Osasco foi derrotado em oito oportunidades. Nos duelos entre os dois, entretanto, a vantagem é de Osasco, que cedeu apenas dois sets para as comandadas de José Roberto Guimarães.

A situação da equipe de Luizomar de Moura no campeonato é idêntica à do arquirrival Sesc. De time a ser batido no passado, sem grandes investimentos, passou a coadjuvante, lutando para se manter competitivo.

Para tanto, conta com a força de sua fanática torcida e, principalmente, com o crescimento da oposta norte-americana Destinee Hooker, que vem assumindo a responsabilidade no ataque e hoje aparece nas estatísticas como a segunda maior pontuadora (com 307 acertos).

O Barueri, em oposição, apesar das oscilações na fase de classificação, está em ascensão e conta com o poder de ataque de uma oposta, a polonesa Katarzyna Skowronska, que certamente apresenta a melhor performance individual na competição. Ela é a maior pontuadora do campeonato, com 437 bolas no chão. Para que não seja ainda mais sobrecarregada, a (frágil) recepção precisa funcionar para que a levantadora Dani Lins, que tem se revezado com a talentosa Juma, tenha condições de acionar todas as suas atacantes. O fundamento poderá ser decisivo para as pretensões de Barueri no mata-mata.

Outra aposta do técnico José Roberto para dividir a responsabilidade na virada de bola é a central Thaísa, que vem subindo de produção e aparece já como a terceira melhor bloqueadora do torneio, com 56 pontos (seguida de sua companheira de clube e de posição, Milka). A meio de rede campeã olímpica poderá ter papel decisivo na série que se inicia.

Confrontos:

Terça-feira (19), às 19h, no José Correa, em Barueri (SP) SporTV 2

Sexta-feira (22), às 19h, no José Liberatti, em Osasco (SP) – SporTV 2

Se necessário, o terceiro duelo será na terça-feira (26), às 19h, no José Correa, em Barueri (SP) – SporTV 2

Realizando a pior campanha de sua história, Sesc-RJ espera mostrar a sua força nos mata-matas (Foto: Praia Clube/Divulgação)

Sesc-RJ x Sesi Bauru

Além de Barueri e Osasco, este promete ser outro confronto marcado pelo equilíbrio na série. Sem dúvida, a tradicional equipe carioca, terceira colocada e hexacampeã da Superliga, vive o pior momento de sua história. Bastante fragilizada economicamente e sofrendo com problemas físicos, teve atuações tecnicamente abaixo do esperado ao longo da temporada. Apesar de terem vencido os dois jogos contra o campeão paulista, cedendo dois sets, as cariocas chegaram a amargar 3 fracassos consecutivos na competição (7 no total).

Porém, os contundentes triunfos no returno contra o rebaixado Balneário Camboriú e, sobretudo, frente ao poderoso Praia Clube, sugerem que, aos poucos, o estrategista Bernardinho vem ajustando o time às vésperas dos mata-matas. O técnico, entretanto, ainda tem muito trabalho pela frente, pois a recepção continua sendo o calcanhar de Aquiles do time, especialmente com as ponteiras Drussyla e Kosheleva – que ainda não deslanchou no campeonato –, além da líbero Gabiru.

No lado oposto, a instabilidade no passe também atormenta o conjunto liderado pelo técnico Anderson Rodrigues, classificado para os playoffs na sexta posição com 9 derrotas. Além disso, outra deficiência da equipe de Bauru tem sido o ataque, uma vez que a oposta Valentina Diouf não justificou, até o momento, a contratação. A queda substancial de rendimento da italiana se revela até mesmo nas estatísticas da Superliga, onde ela chegou a aparecer como a terceira maior pontuadora e hoje não figura nem entre as cinco.

Além de Diouf, Tiffany, que vem atuando improvisada na entrada de rede, também tem apresentado dificuldades na virada de bola porque já está bem marcada pelos adversários. Para derrotar o Sesc, o time do interior paulista precisa de mais consistência e deve voltar a demonstrar em quadra o enorme potencial ofensivo que apresentou no campeonato local.

Confrontos:

Terça-feira (19), às 21h30, no Panela de Pressão, em Bauru (SP) SporTV 2

Sexta-feira (22), às 21h30, no Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ) – SporTV 2

Se necessário, o terceiro duelo será na terça-feira (26), às 21h30, no Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ) – SporTV 2

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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