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Saída de Rede

Na busca do sonho olímpico, Simon diz ainda esperar resposta da Bulgária

Carolina Canossa

10/02/2019 08h29

Simon está no Civitanova, da Itália, depois de uma saída conturbada do Sada Cruzeiro (Foto: Divulgação/Civitanova)

Entrevista concedida a Euclides Bonfim Neto, em Bolonha (Itália)

Cuba, Brasil, Canadá e agora Bulgária: todos estes países fazem parte das tentativas de Robertlandy Simon jogar uma Olimpíada. Mas, apesar do inquestionável sucesso em clubes, na busca do sonho olímpico o cubano acumula frustrações dentro e fora das quadras.

A última teria vindo dos Balcãs: de acordo com o site búlgaro "24chasa.bg", as autoridades esportivas locais decidiram não levar adiante a naturalização do meio de rede ao julgar que o processo não valeria a pena, já que Simon só estaria liberado para defender o país na Olimpíada de Paris, em 2024, quando estará com 37 anos.

Questionado pelo Saída de Rede sobre o ocorrido, Simon alegou não estar sabendo de nada e ressaltou que mantém vivo o sonho de participar de uma edição dos Jogos.

"Sobre a Bulgária, não sei. Isso foi o que os jornalistas falaram, mas ainda estou esperando que a Bulgária me dê a sentença", afirmou o atleta. "É um sonho que nunca vai acabar. Jogar uma Olimpíada é o sonho de todo jogador, é um mérito. Mas, se não der certo, paciência", comentou.

Na busca pelo sonho olímpico, Simon também foi mal sucedido no Canadá e no Brasil, que preferiu dar espaço a seu compatriota Yoandy Leal (pelas regras da FIVB, cada país só pode contar com um jogador naturalizado). A tentativa mais próxima de se concretizar ocorreu pelo próprio país-natal do jogador, Cuba, em 2008, mas o time da América Central acabou perdendo a vaga de maneira dramática para a Alemanha no Pré-Olímpico.

VIDA FELIZ E CALMA NA ITÁLIA

Simon atualmente defende o Lube Civitanova, da Itália, ao lado do próprio Leal e de Bruno Rezende, levantador da seleção brasileira. A chegada do jogador ao clube foi polêmica, já que ele rompeu um contrato ainda em vigor com o Sada Cruzeiro, que até hoje aguarda o julgamento da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) para o caso.

O jogador, que pode ser até ser suspenso do vôlei em uma decisão extrema, preferiu não responder a questionamentos relacionados ao time mineiro, mas ressaltou estar feliz na Europa.

"Eu já tinha jogado na Itália quatro anos atrás e me sinto muito bem. Sempre gostei de jogar aqui porque a torcida é alegre e canta, os torneios são organizados, as quadras são legais, a cidade é pequena e te acolhe muito bem… você fica sempre feliz aqui", garantiu.

Fora das quadras, ele diz levar uma vida bem mais tranquila agora. "Eu gostava muito do Brasil, foi uma das melhores vidas que eu tive fora das quadras porque lá é o mais perto que tive do meu país. Foi muito fácil para me adaptar. Aqui eu tenho menos amigos porque passo muito tempo treinando e jogando longe, então fico mais com a minha família e companheiros de time", comentou.

Simon e companhia, inclusive, terão um grande desafio neste domingo (10): a partir das 15 horas (horário de Brasília), o Civitanova encara o Perugia pela decisão da Copa Itália.

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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